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CURSO ONLINE

ATUALIDADES EM TEORIA & EXERCÍCIOS – TJ-DFT


PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES

Olá, amigos, tudo bem?

Meu nome é Virgínia Guimarães e minha relação com os concursos


públicos se iniciou quando me dei conta de que minha única opção para alcançar
o ensino superior seria adentrar numa Universidade Federal – onde me graduei
em História no ano de 2005. Após a graduação, busquei o mestrado e, mais
uma vez, tinha que ser na Federal onde adentrei em 2006 e me tornei mestre
em História do Brasil. Sou autora do livro, Ex-combatentes do Brasil – entre
a História e a Memória, mas, infelizmente, isso ainda não é cobrado nos
concursos públicos. rsrsrs

Enfim, atualmente, leciono várias disciplinas da área de humanas em


uma faculdade na cidade de Olinda/PE e, desde 2010, dou aulas de
Conhecimentos Gerais, Atualidades e Geografia aqui no site do Ponto dos
Concursos.

Bem, é sempre um grande prazer estar com vocês nesse caminho, às


vezes tão árduo e cheio de sacrifícios, que é o da aprovação!

No dia 17 de janeiro de 2013 foi publicado o edital que rege o


Concurso Público do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios –TJ-
DFT! A banca examinadora escolhida foi o CESPE, as provas objetivas terão
caráter eliminatório e classificatório e versarão sobre diversas disciplinas, entre
elas a de Atualidades.

Pois então, pessoal, isso abre caminho para a dedicação de todos e o


foco nos estudos, tendo em vista a aprovação, não é mesmo?

Bem, vamos dar uma olhadinha no que o edital vem cobrando no que
diz respeito a nossa matéria:

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ATUALIDADES: 1 Tópicos atuais no Brasil e no mundo, relativos a


economia, política, saúde, sociedade, meio ambiente, desenvolvimento
sustentável, educação, energia, ciência e tecnologia.

Praticamente tudo pode ser cobrado, né? E como faremos pra


estudar isso então?

É aí que entra a importância deste curso, pois aqui faremos um


estudo voltado especificamente para este edital deixando pra vocês mais tempo
para as outras disciplinas que terão para estudar, fora a de Atualidades.

E como faremos isso? Bem, em primeiro lugar é necessário


compreender que, apesar da amplitude dos tópicos que o edital propõe, alguns
assuntos são muito mais prováveis de serem cobrados do que outros e é,
exatamente, em cima desses que nosso curso trabalhará!

Assim, amigos, minha proposta é ajudá-los para que estudem, da


forma mais objetiva possível, todos os tópicos exigidos no edital sobre a
disciplina de Atualidades. Deste modo, vocês não perderão tempo procurando
informações aqui e acolá, pois terão tudo aglomerado num só curso.

Pois bem, acho importante ressaltar que, ao contrário do que muitos


pensam, Atualidades é uma matéria que exige muito estudo! Digo isso porque
muitos concurseiros pensam, por exemplo, que a simples leitura de jornais pode
valer para resolverem as questões, mas o que tenho visto, cada vez mais, é
exatamente o contrário. Acompanhar os últimos acontecimentos até faz alguma
diferença para compreensão da questão, todavia, o que determina que
tenhamos firmeza na opção a ser marcada é o conhecimento sólido do assunto
– e isso, jornais e noticiários não nos fornecem, pois os abordam de forma
muito superficial.

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Mas, porque estou tendo esse papo com você logo na primeira aula?
Primeiro, para evitar que vocês pensem que nosso curso será um compilado das
principais manchetes: Não será! Nossos assuntos são estudados mesmo!!! Por
isso chamamos esse curso de teoria+exercícios. Minha função aqui não é treinar
ninguém pra ganhar o “Show do milhão” e sim prepará-los para responder as
perguntas mais inteligentes possíveis e, diga-se de passagem, o CESPE é
mestre nesse quesito, né?

Lançarei mão aqui de todas as questões mais recentes dos concursos


que ocorreram em diversas regiões do Brasil, principalmente as de 2011 e
2012, mas em alguns casos, principalmente para alguns assuntos, a data das
questões simplesmente não faz diferença, pois o conteúdo é quase “atemporal”.

Enfim, a estratégia para obter o melhor desempenho possível será,


além de apresentar toda a teoria, resolver questões de concursos anteriores e
outras inéditas. Pensando nisso, eu vasculhei as últimas provas elaboradas pelo
CESPE e encontrei algumas questões de Atualidades que são muito
interessantes. Todavia, pra que nenhum tópico fique de fora, questões apenas
desta banca não são suficientes para a abordagem completa do assunto e,
portanto, utilizarei questões de outras grandes bancas examinadoras que
também trazem assuntos fortes para a prova, combinado?

Outro ponto importante de sabermos é que nas provas elaboradas


pelo CESPE a disciplina de Atualidades costuma ser cobrada em um nível bem
alto e a expectativa é que assim continue para a prova que vocês farão.

O que isso quer dizer? Quer dizer que a banca procura utilizar
noticiários recentes para tratar de temas bem amplos, como globalização, crise
econômica, desenvolvimento sustentável, etc, portanto, além de ler jornais e
revistas é necessário um aprofundamento maior em torno deles. Ao longo dessa
aula vocês verão um exemplo de questão bem recente disso que estou falando,
ocorrido na prova do TRT da 10ª Região aplicada pelo CESPE no ano passado,

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mas que foi anulada por problemas diversos. De todo modo, é importante
sabermos que não basta mais, principalmente em concursos de alto nível, saber
o que “rola” por aí. Precisamos mesmo é compreender as complexidades atuais
e pra isso, pessoal, só estudando mesmo!!!

Assim, ao final de 7 aulas, todos vocês estarão em plenas condições


de acertar todas as questões da prova de Atualidades do concurso do TJ-DFT.
Como já adiantei, nosso curso será dividido em 7 aulas, sendo esta aula 0 + 6,
o que originou o seguinte cronograma:

Aula 00 – Panorama do Desenvolvimento Mundial – demonstrativa

Aula 01 – Política

Aula 02 – Economia

Aula 03 – Meio ambiente I

Aula 04 – Meio ambiente II

Aula 05 – Aspectos sócio-culturais I

Aula 06 – Aspectos sócio-culturais II

Como já disse, trabalharei todo o assunto e, ao mesmo tempo,


buscarei mostrar como ele já foi cobrado em provas anteriores através de
muitas questões de concursos! Todos preparados? Então chega de conversa e
vamos logo para a nossa aula! ☺

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AULA 00 - PANORAMA DO DESENVOLVIMENTO MUNDIAL

Bem, falar de um panorama geral é algo muito amplo, e, com toda


certeza, não é meu objetivo abordar todas as situações do mundo numa única
aula, ok? De qualquer modo, para compreendermos os tópicos mais relevantes
do Brasil e do mundo no século XXI, é preciso começarmos com uma ideia geral
de como funcionam as políticas e as economias mundiais,ok?

Ainda que nosso curso vá contemplar os aspectos ambientais de uma


forma mais ampla é importante termos sim essa noção ampla de política e
economia, pois acreditem, amigos, são assuntos completamente relacionados!
Assim, precisamos compreender claramente que todas, absolutamente todas,
as situações políticas, econômicas, sociais e ambientais pelas quais passamos
na atualidade tiveram origem em algum momento e foram desencadeadas por
algum fator pregresso.

Por isso, esta aula, tendo o caráter introdutório para as aulas


posteriores, é muito importante para o seu aprendizado. A partir dela, será
possível compreender as transformações que vemos hoje à nossa volta, ou seja,
para entender a dinâmica do processo é imprescindível que conheçamos o
próprio processo, as suas origens e aí então poderemos entender suas
consequências atuais.

Um exemplo disso que estou dizendo são as conhecidas revoltas em


alguns países da África do Norte, como o Egito, a Líbia e também a Síria. É
praticamente impossível compreendermos a situação política atual daquela
região se não tivermos clareza das disputas em que esses países estão
inseridos? Do mesmo modo, como entenderemos a atual estrutura institucional
da ONU e suas assimetrias de poder se não soubermos o contexto político-
econômico em que ela surgiu? Ou ainda, como entendermos a atual crise

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econômica que a Europa como um todo enfrenta, sem regressar a tempos
anteriores?

Bem, deixaremos estes assuntos para aulas futuras, mas, esses


exemplos são importantes para que vocês percebam o quão conectados estão
TODOS os acontecimentos!

Portanto, pessoal, prestem atenção, ok?

1 – SISTEMAS POLÍTICOS E ECONÔMICOS MUNDIAIS

Há basicamente dois sistemas econômicos no mundo atual: o


Capitalismo e o Socialismo. Mas qual a importância, ou qual a finalidade
desses sistemas econômicos existirem? Bem, são esses sistemas econômicos
que oferecem certa unidade aos diferentes países do mundo – que passam a
buscar mais ou menos a mesma coisa no setor econômico e político. Apesar
disso, não é essa tentativa de uniformização que faz com que esses sistemas
sejam tão importantes de serem estudados. Como se diz por aí: o buraco é mais
embaixo!

Quando me refiro a esses sistemas políticos e econômicos, estou, na


verdade, me referindo à divisão que houve no mundo durante a Guerra Fria
entre países capitalistas e socialistas. Estudar isso pode até parecer meio sem
graça, uma vez que já sabemos quem mata e quem morre no final, não é
mesmo? Entretanto, é importante termos uma compreensão mais aprofundada
do funcionamento de cada um desses sistemas, o que os caracteriza e,
principalmente, o que os opõem.

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Para compreendermos tanto um quanto o outro, é necessário analisar
um mesmo episódio histórico: a Revolução Industrial, ocorrida na Grã-
Bretanha do século XVIII. “Credo, professora, temos que ir tão longe assim?”
Sim, temos! Mas não se preocupem porque a viagem é curta, prometo!

Pois bem, foi a partir desse acontecimento que a sociedade passou a


ser dividida em duas classes basilares à sustentação do capitalismo: burguesia e
proletariado. A existência e as discrepâncias entre essas classes sociais
tornaram-se o alvo principal das críticas dos intelectuais, que formularam, a
partir daí, um regime opositor ao capitalismo: o socialismo. (Viram!, foi rápido,
não é?! rs)

1.1 – Capitalismo

Sem a existência desse sistema, jamais estaríamos no estágio em que


nos encontramos: com uma economia tão integrada e com “tentáculos” nos
mais diversos lugares do mundo. Dentre os dois sistemas existentes, podemos
afirmar, com toda certeza, que o capitalismo foi o grande personagem dentro da
Nova Ordem Mundial. Isso porque obteve um relevante crescimento de sua
importância no mundo após a Segunda Guerra Mundial e um solavanco maior
ainda após a queda do muro de Berlim, resultando na globalização.

A grande pergunta que fica depois de ter lido tudo isso é de onde vem
então essa essência da globalização chamada capitalismo. Calma, pessoal, não
vou transformar isso aqui em uma aula de História! Porém, é importante
lembrarmos que, antes de chegar no estágio em que estamos, houve outros que
solidificaram e contribuíram para que o sistema capitalista assumisse a
configuração atual. Bem, ao longo de seu processo histórico, o capitalismo
apresentou três períodos principais, conhecidos como capitalismo comercial,
industrial e financeiro.

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De todos eles, o mais importante de compreendermos para
resolvermos as questões na prova é o Capitalismo financeiro, que se baseia,
principalmente, em um tipo de economia em que o grande comércio e a grande
indústria são controlados pelos bancos comerciais e outras instituições
financeiras. Porém, para compreendermos bem como chegamos a esse estágio,
é preciso voltarmos ao panorama político e econômico mundial do século XX.

Passados os estágios do capitalismo comercial e industrial,


chegamos ao século XX, na fase do capitalismo monopolista-financeiro.
Nessa etapa, os grandes propulsores do desenvolvimento econômico passaram
a ser o sistema bancário, as grandes corporações financeiras e o mercado
globalizado. Foi nesta fase que o capitalismo travou suas batalhas mais difíceis
com o socialismo e é exatamente neste século que manteremos nossa atenção
para compreender como se formaram as áreas de influência capitalista e
socialista.

Alguns de vocês podem estar pensando que isso não tem muito a ver
com Atualidades, já que é algo do século passado, certo? Errado!!

No final do ano passado, se iniciou um movimento nos EUA, que nem


o mais ferrenho comunista do século passado poderia imaginar que surgiria:
“Occupy Wall Street”. Ganhando proporções e repercussões mundiais, ele foi
uma verdadeira revolta contra o sistema capitalista dentro dos Estados Unidos,
berço do capitalismo, promovendo protestos contra a ganância corporativa do
sistema capitalista.

Da desorganização inicial e da sabotagem da mídia tradicional, o


movimento ganhou força a cada dia e foi conquistando o apoio de artistas e
intelectuais de pensamento progressista, como cineastas e atrizes famosas. O
curioso é que o movimento – que hoje se espalha por cidades importantes,
como Chicago e Boston – não é partidário ou especificamente contra um
determinado governo. A luta dos manifestantes, a maioria jovens, é contra o

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sistema que socorre bancos, enquanto faz vistas grossas para o crescimento da
pobreza, o que levou o povão às ruas americanas para pedirem que “não
alimentem os bancos” e “taxem os ricos”.

Occupy Wall Street começou com meia dúzia de gatos pingados, na


verdade gatas pingadas, porque o movimento partiu de mulheres preocupadas
com o destino dos filhos, que acabariam a universidade e não teriam onde se
empregar. Todavia, ele transformou-se em uma extraordinária manifestação
contra o sistema capitalista - mesmo que a maioria dos participantes não tenha
muita consciência do que isso significa.

Mas afinal, o que é o capitalismo?

A definição mais comum de capitalismo é a de que ele é um sistema


econômico que se baseia na propriedade privada dos meios de produção.
Contudo, o capitalismo possui outra e mais complexa definição, que confunde a
grande maioria das pessoas.

“Capitalismo é a organização econômica que resulta do


sistema político de direitos individuais à vida, à propriedade e
à liberdade.”

Por exemplo, imagine que eu perguntasse a vocês qual país do mundo


é capitalista hoje em dia. A grande maioria responderia que quase todos, não é
mesmo? E por quê? Porque a tendência mundial é que haja respeito aos direitos
individuais, à vida e à propriedade – ainda que nem sempre isso ocorra na
intensidade que deveria. É claro que alguns países se aproximam muito mais do
ideal de capitalismo do que outros que ainda possuem tantas dificuldades em
respeitar os direitos individuais (como os países mais pobres do mundo).

E porque falamos, a todo o momento, de expansão capitalista,


classificando os próprios sistemas políticos de capitalistas?

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Chamamos o sistema político de Capitalismo por ser ele intrínseco aos
efeitos econômicos conhecidos por este nome, ou seja, classificamos como
capitalistas países onde há existência de bancos, empresários, indústrias,
dinheiro, trabalho assalariado e juros.

Nesse sentido, os Estados Unidos da América (EUA) é a grande


potência defensora da organização capitalista, sendo, inclusive, um dos países
que mais se aproximam de seu ideal. Na medida em que a hegemonia norte-
americana vai disseminando pelo mundo, seu “American Way of Life”, todos
passam a ter contato com as pretensões capitalistas e, ao se alinhar às suas
ideias, os países passam a ser classificados da mesma forma.

De qualquer modo, a consolidação do capitalismo revelou, no fim do


século XX, a crescente interdependência entre os países e uma relativa
padronização das condições de existência das sociedades humanas.

“Como assim, professora? Você quer me convencer de que todos no


mundo vivem igualmente?”

Com toda certeza não! A diversidade fica, a cada dia, mais clara
diante dos nossos olhos e a qualidade de vida de um habitante do norte da
África não passa nem perto da de um morador dos EUA.

Entretanto, quando falamos de padronização, é preciso lembrar que


ela se refere muito mais às modalidades de produção, distribuição e consumo de
bens do que efetivamente à qualidade de vida das pessoas. Assim, não seria
exagero dizer que a maior parte dos países do mundo conhece, produz e
consome Cola-Cola e McDonalds, concordam comigo?

Em razão dessa padronização e interdependência, é comum ouvirmos


dizer que o mundo se tornou o paraíso para as multinacionais. Essas empresas
estão sempre buscando compor novas organizações, cadeias de auxílio e
alianças – com parceiros de diferentes países, que atuem em setores afins,
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complementares ou diversos aos seus. Tudo isso tem o objetivo principal de
monopolizar ou cartelizar os mercados e é em função disso, alianças e fusões,
que megaempresas foram formadas. Como exemplo, temos o caso das 6
maiores empresas de pneus do mundo, que atualmente controlam 80% de todo
o mercado mundial.

Se por um lado a mundialização do capital trouxe uma crescente


integração de mercados e capitais, ela também mostrou um problema mundial
básico ainda hoje não resolvido: a fome.

Depois da Primeira Guerra Mundial, o capitalismo sofreu várias


mudanças e uma das mais significativas diz respeito ao seu principal
representante. Se antes a Inglaterra e a França despontavam como defensores
do sistema, com a guerra, os EUA alcançaram uma posição de destaque no
cenário capitalista, sobretudo devido ao comércio de armas com os países
envolvidos no conflito. Mas, por que isso ocorreu? Porque foi durante e nos anos
imediatamente posteriores à Primeira Guerra que o comércio estadunidense
teve seu ápice de vendas.

Durante o desenrolar da Primeira Guerra Mundial, as indústrias norte-


americanas produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente
para os países que não tinham como produzir o que necessitavam devido à
turbulência militar pela qual estavam passando. Dessa forma, os EUA
assumiram o papel de grande abastecedor mundial, o que levou sua produção
industrial ao auge.

É no século XX que este sistema atinge outra fase chamada de


Capitalismo monopolista! Essa fase é marcada por algumas características
como:

forte concentração dos capitais, criando os monopólios;


fusão do capital bancário com o capital industrial;

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exportação de capitais, que supera a exportação de mercadorias;
surgimento de monopólios internacionais que partilham o mundo
entre si.

Pois é, pessoal, as características dessa fase do capitalismo são


importantíssimas para que compreendamos como o sistema deixou de ser
competitivo para ser monopolista.

Se observarmos à nossa volta, perceberemos, ainda hoje, essas


características em nossa realidade, já que a maior parte dos lucros e do capital
do mundo cruza o sistema financeiro, não é mesmo? Pois bem, praticamente
todas as empresas inseridas em uma economia de mercado vendem seus
produtos a diferentes países, mantendo o que foi classificado como monopólio
internacional de algumas empresas. Quem arrisca questionar que a Coca-Cola
monopoliza o mercado?

Tudo bem, nós sabemos que existem vários outros refrigerantes


“cola” por aí! Entretanto, de Xangai à Montevidéu, sempre se encontrará a tal
da Coca-Cola. E por quê? Porque ela monopoliza, juntamente com outras
poucas empresas, o comércio mundial, mantendo ativo um comércio de grandes
proporções.

Outro ponto é o que a informatização dos sistemas foi capaz de fazer,


já que a movimentação e transferência de valores passaram a ser feitas quase
em tempo real. Isso gerou uma fusão entre o capital bancário e o industrial,
uma vez que todas as operações financeiras passam pelo sistema bancário! É
claro, pessoal, que as indústrias e o comércio têm lucros estrondosos, porém os
sistemas bancário e financeiro são os que mais lucram e acumulam capitais
dentro deste contexto econômico atual.

Mas por que estou falando tudo isso agora? Porque foi a partir desse
novo estágio capitalista, que tinha como lideranças representativas os EUA e a

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Inglaterra, que novas teorias foram desenvolvidas e disseminadas pelo mundo.
Foi na metade do século XX, pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial,
que aconteceu a Conferência de Bretton Woods. Idealizada pelos Estados
Unidos, ela estabeleceu pela primeira vez na história uma ordem monetária
totalmente negociada entre Estados para governar as relações monetárias entre
eles.

Vou explicar com mais detalhes a Conferência de Bretton Woods, mas


antes, quero apresentar-lhes duas questões bem recentes que foram aplicadas
na prova do TRT 10ª Região, concurso que, aliás, deu o que falar nos últimos
dias, não é mesmo? Quero destacar que as questões desta prova, de cunho
bastante abstrato, deixou muitos candidatos de cabelos em pé, mas, as duas
que vou apresentar aqui poderiam, por exemplo, ser respondidas com o estudo
apenas dessa nossa aula demonstrativa. Vejam!

(CESPE/TRT 10ª REGIÃO – Analista Judiciário/2012) A desintegração


social é tanto uma condição quanto um resultado da nova técnica de poder.
Para que o poder tenha liberdade de fluir, o mundo deve estar livre de cercas,
barreiras, fronteiras fortificadas e barricadas. Os poderes globais se inclinam a
essa desintegração em proveito de sua contínua e crescente fluidez, principal
fonte de sua força e garantia de sua invencibilidade.

Zygmunt Bauman. Modernidade líquida. Rio de


Janeiro: Zahar, 2001, p. 21-2 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos


aspectos por ele suscitados, julgue os itens a seguir.

1) Atualmente, o poder de regular diferentes esferas da vida pública e


privada não se encontram mais concentrado apenas em algumas poucas
instituições políticas; ele se difunde ou é diluído também entre
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corporações empresariais, instituições internacionais e associações de
toda ordem, envolvendo interesses coletivos e particulares.

COMENTÁRIOS

E então, pessoal, o que me dizem? O que acham dessa assertiva?

Estamos vendo até agora que o processo de globalização, desde o


início, tem promovido a integração de diferentes áreas (política, econômica,
social, científica, etc.), e ao mesmo tempo, tem promovido a co-participação de
instituições, entidades, associações na gestão dos mais variados assuntos, tanto
públicos quanto particulares.

Nesse sentido, o que se percebe em nosso mundo contemporâneo é


que a maior integração mundial acabou promovendo a dispersão dos
mecanismos de regulação entre instituições de setores variados. Vemos, dia a
dia, ONGs, OS, Associações dos mais variados tipos, responsáveis em gerir
recursos públicos. Por outro lado, também os governos e as entidades públicas
têm interferido com mais intensidade em questões do âmbito particular,
exemplo claro disso, são as legislações e normas que tratam do meio ambiente
e da necessidade de gestões privadas mais voltadas à sustentabilidade e
respeito ao ecosistema.

Portanto, meus queridos, a assertiva é correta!

Gabarito: Certo

2) Nas sociedades contemporâneas, o intenso processo de


individualização, alimentado por mecanismos cibernéticos de
comunicação, revela-se pela ausência, nos últimos dez anos, de

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manifestação social contestatória ou de resistência, tanto em âmbito
local quanto internacional.

COMENTÁRIOS

Opa! Tem alguma coisa errada aí!

Estão lembrados que acabei de falar no Occupy Wall Street. Quando


foi mesmo que teve início? Final do ano passado!

Como então falar em “ausência de manifestação social” nos últimos


dez anos?

Vemos claramente que a assertiva está errada, não é mesmo?!

Mas, sempre tenham um imenso cuidado na lide desse tipo de


questão. Ela inicia-se aparentando estar correta, pois fala de processo de
individualização e mecanismos cibernéticos de comunicação. Daí temos a
tendência em pensar que está sendo dito algo correto. Afinal, existe mesmo um
processo de individualização que está fortemente vinculado aos novos meios de
comunicação (internet e seus mais variados tentáculos). Mas, a partir disso,
afirmar que esse processo de individualização se manifesta na ausência de
manifestações sociais é forçar a barra e tentar induzir os candidatos ao erro!
Portanto, meus amigos, muita atenção!!!

Gabarito: Errado

___X___

Pois bem, depois desses dois exemplos de questões que trazem à


tona assuntos enraizados em fatos pregressos, vamos voltar ao que estávamos
falando e, portanto, vejamos o que vem a ser a Conferência de Bretton Woods.
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Bretton Woods foi o nome dado a uma conferência realizada em
1944 entre 45 países, que se reuniram com o objetivo de conduzir a política
econômica mundial. Ora, mas como se daria essa condução? Como o sistema
Bretton Woods foi o primeiro modelo de uma ordem econômica totalmente
negociada para reger as relações entre Estados, era necessário criar instituições
que regulassem seus objetivos.

Ainda que muitos de vocês nunca tenham ouvido falar de Bretton


Woods, tenho certeza de que já se cansaram de ouvir a respeito de suas
instituições: FMI e BIRD. Essas duas instituições foram criadas justamente para
definir e regular os procedimentos da política econômica internacional. Haverá
uma aula em que trataremos detalhadamente de cada uma delas, mas pra
ninguém ficar “boiando” vamos a uma passada rápida, ok?

O BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e


Desenvolvimento) tinha como tarefa inicial financiar a reconstrução dos países
europeus destruídos durante a Segunda Guerra Mundial, mas atualmente, sua
incumbência fundamental é o incentivo ao desenvolvimento de projetos de
infraestrutura em países em desenvolvimento. Essa tarefa é desempenhada por
meio de financiamento e empréstimos aos países em desenvolvimento que
apresentem rendas médias e possuam bons antecedentes de crédito.

Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) almejava zelar pela


estabilidade e garantir o bom funcionamento do sistema financeiro mundial por
meio do monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, o
que é feito com amparo técnico e financeiro. Mas o que seria exatamente esse
monitoramento?

Bem, o FMI fiscaliza a taxa de câmbio dos países na intenção de


evitar que eles a desvalorizem intencionalmente. Isso mesmo: desvalorizem,
eu não escrevi errado!!!

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Os Estados intervêm em suas economias desvalorizando suas próprias
moedas a fim de importar menos e exportar mais, contribuindo para geração de
um superávit na balança comercial, entenderam? Porém, isso é uma medida
protecionista chamada de “desvalorização competitiva”, que o FMI busca
impedir para que os países não prejudiquem um suposto livre funcionamento do
mercado.

Foi a partir dessa conferência, também, que o Capitalismo foi


reconhecido como o melhor sistema econômico a ser utilizado na
contemporaneidade e teve difundidos os seus conceitos pelo mundo, adquirindo
significativas zonas de influência política.

Para estabelecer uma efetiva influência sobre os países da Europa que


foram arrasados pela guerra, os EUA lançaram o Plano Marshall, a fim de
reconstruir o que a guerra havia destruído. Assim, a partir de 1947, a nova
potência do pós-guerra passou a injetar bilhões de dólares no velho continente,
impulsionando a sua reconstrução.

Pois é, amigos, com diz a música, “tudo muda no mundo o tempo


todo”. Se antes da Primeira Guerra Mundial, o nosso “tempo” era influenciado
pelo grupo de cinco potências formadas por Reino Unido, França, Alemanha,
Império Austro-Húngaro e Rússia, a partir da Segunda, não são mais eles que
determinam os rumos de outras nações. Deste modo, o quadro de forças
internacionais, no qual a Europa reinava soberana, foi dissolvido, dando origem
a um “novo reinado”: o dos Estados Unidos da América.

E foi assim que tudo fluiu para que se consolidasse o sistema


capitalista que temos hoje, caracterizado pelo crescente avanço da
Globalização e do poder das classes empresárias dominantes, ou seja, das
multinacionais.

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Bem, amigos, agora seria o momento de falarmos das áreas que
foram influenciadas pelo capitalismo. Porém, como o domínio desse sistema foi
bastante extenso, é mais fácil enumerarmos os socialistas do que os
capitalistas.

Porém, antes de elencar os países sob a influência comunista,


precisamos saber o que é esse regime? Onde surgiu? O que ele defende e por
quê? Nesse sentido, uma vez que já entendemos a lógica dominante no
capitalismo, certamente será mais fácil compreendermos a doutrina socialista,
que foi constituída para combatê-lo, não é mesmo?

Entretanto, antes de entrarmos nisso, vamos ver algumas questões


de concursos anteriores que trabalharam com esses eixos de poder mundial.

3) (CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública - Advocacia –


EBC / 2011 / com adaptações) O duplo ataque que deixou dezenas de
mortos na Noruega chamou a atenção da Europa para um perigo ofuscado nos
últimos anos pelo terrorismo islâmico: a ameaça e o crescimento de grupos
políticos de extrema direita. Com um discurso ultranacionalista, contra a
globalização e a União Europeia, os partidos extremistas vêm alcançando
projeção nas eleições no rastro da crise econômica.

O Globo, 25/7/2011 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a


multiplicidade de aspectos que ele suscita, julgue os itens seguintes.

I – O ódio expresso no discurso político do autor do atentado ocorrido na


Noruega, que, certamente, encoraja a prática da violência individual, assustou a
opinião pública mundial pelo seu ineditismo na história da Europa, continente
até então imune a práticas políticas ideologicamente extremadas.

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II – Mencionada no texto como um dos alvos dos partidos políticos europeus
extremistas, a globalização pode ser entendida como o estágio a que chegou a
economia mundial contemporânea, caracterizada, entre outros aspectos, pela
ampliação do sistema produtivo e dos mercados, pela acirrada competição e
pelas incessantes inovações tecnológicas.

III – Atualmente, o euro, moeda adotada em todos os países integrantes da


União Europeia, passa por crise de grande dimensão, principalmente em razão
da instabilidade econômica em alguns países do bloco, como Grécia, Portugal e,
em especial, Rússia.

IV – Elemento presente no discurso de grupos políticos europeus de extrema


direita, como comprovam os recentes atentados na Noruega, a xenofobia
traduz-se, entre outros aspectos, na vigorosa oposição à imigração.

V – Apesar de apresentar índice de desenvolvimento humano relativamente


modesto em comparação com os dos países líderes da União Europeia Alemanha
e França, a Noruega é considerada um país historicamente pacífico, fato que
torna ainda mais surpreendentes os atos terroristas de que foi vítima em julho
de 2011.

VI – Infere-se do texto que os atos terroristas no país escandinavo foram


praticados por grupos identificados com causas religiosas, étnicas e culturais,
provavelmente integrantes da mesma rede que se responsabilizou pelos ataques
que, em 2001, causaram a destruição das torres do World Trade Center e de
parte das instalações do Pentágono nos Estados Unidos da América.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) II e IV.

b) I, VI e V.

c) I e V.
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d) I, III e VI.

e) I, III e V.

COMENTÁRIOS

A Afirmativa I está incorreta. Ok, pessoal, vamos retroceder um


pouco na história europeia e encontrar um fato que invalida a última parte desta
afirmativa, “continente até então imune a práticas políticas ideologicamente
extremadas.” Alguém se lembra da Segunda Guerra Mundial? Claro, né
(estamos falando dela e de seu fim em algumas passagens de nossa aula)! Qual
foi o principal cenário de desenvolvimento do conflito? Foi a Europa,
principalmente a Europa Central. Pois então, qual foi uma das principais causas
da guerra? A expansão nazista. E, em poucas palavras, o que foi o nazismo?
Uma prática política ideologicamente extremada! Portanto, aqui está a
prova de que a afirmativa está incorreta.

Deste modo, o que assustou a opinião pública mundial, não foi o


ineditismo do discurso político de Anders Behring Brevik, o autor dos atentados
na Noruega, porque este tipo de discurso não é inédito nem na Europa, nem em
outras partes do mundo. O que pode ter assustado a opinião pública mundial,
foi a profundidade deste discurso e o seu alcance, em um mundo em que se
discute políticas de inclusão e de igualdade, além da defesa do
multiculturalismo.

A afirmativa II está correta. Vou usar aqui uma definição de


Globalização que apresentei nesta aula: “Globalização é um fenômeno de
aprofundamento do intercâmbio político, econômico, social e cultural entre as
diversas nações do planeta atualmente intensificado pelas profundas
transformações e inovações científicas e tecnológicas na área da comunicação e
nos transportes.” Alguma semelhança com o que está descrito na questão? Acho
que sim! Portanto, a afirmativa está certa.

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Mas, antes de passarmos para a próxima assertiva gostaria de
destacar ainda que a globalização tanto se amplia por causa das inovações
científicas e tecnológicas, quanto possibilita que essas inovações aconteçam em
ritmo cada vez mais acelerado. É como uma bola de neve e não tem como
desvincular um fato do outro, entendido?

A afirmativa III está incorreta. Existem alguns erros que invalidam a


afirmação apresentada. Primeiro erro: não são todos os 27 países que fazem
parte da União Européia (UE) que adotaram o euro. Exemplos de membros da
UE que não adotam atualmente o euro: Bulgária, Dinamarca, Suécia, entre
outros. Segundo erro: a Rússia não faz parte nem da UE, nem da zona euro.

De resto, o euro realmente passa por crise propiciada principalmente


pela instabilidade econômica e dívidas públicas de alguns países. Entre eles
estão Portugal, Espanha, Itália, principalmente, Grécia, o que apresenta crise
mais agravada até agora.

A assertiva IV é outra que está correta. A xenofobia é aversão a


pessoas e às coisas estrangeiras. Muitas vezes o alvo da xenofobia também se
refere a culturas diferentes, subculturas ou sistema de crenças, sempre no
sentido de desprezar, inferiorizar e/ou desejar eliminar o outro. Como a
imigração é marcada pela entrada de pessoas vindas de fora, do estrangeiro,
possuidoras de crenças e culturas diferentes, a oposição extremada a ela é uma
das marcas da xenofobia, portanto, a afirmativa está correta.

A afirmativa V está errada. Na verdade, a Noruega é considerada o


país com maior índice de desenvolvimento humano, estando, portanto, à frente
da Alemanha e da França, que ocupam respectivamente, 10º e 14º lugares.

O índice de desenvolvimento humano (IDH) é uma medida


comparativa de riqueza, alfabetização, educação, expectativa de vida,
natalidade, além de outros fatores relacionados com os aspectos sociais. É uma

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medida padronizada para avaliar e acompanhar o desenvolvimento do bem-
estar social de um país, especialmente o bem-estar infantil. Serve, ainda, para
medir o impacto de políticas econômicas na qualidade de vida. O índice foi
desenvolvido em 1990 pelos economistas, Mahbubul Haq (paquistanês) e
Amartya Sen (indiano). O Brasil ocupa, pelos dados de 2011, o 84º lugar numa
lista de 187 países.

A afirmativa VI está incorreta. Como o próprio texto indica, os


atentados na Noruega estão relacionados com a extrema direita e seus
discursos anti-globalização e ultranacionalistas, portanto, também xenofóbicos.
Ao contrário do que diz a afirmativa acima, foi a preocupação com o “terrorismo
islâmico” – ligado a causas religiosas, que tem ocultado o avanço dos discursos
radicais de alguns grupos da extrema direita. Discursos estes defendidos pelo
próprio autor dos ataques na Noruega.

Gabarito: A

___X___

1.2 – Socialismo

O sistema socialista pode ser entendido como:

“Um conjunto de teorias socioeconômicas, ideologias e


políticas, que postulam a abolição das desigualdades entre as
classes sociais.”

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Apesar de ter surgido na França, em contraposição a uma realidade
específica, o socialismo desenvolveu-se para além do seu lugar de origem e foi
se moldando de acordo com as necessidades do local onde era veiculado.
Portanto, muitas configurações desse sistema foram cunhadas para dar vazão a
toda angústia das classes menos favorecidas e, por isso, essas teorias
começaram a ganhar influência, sobretudo, entre estas.

Muito embora existam diferentes linhas socialistas, a base de todas


elas abarcava, como principais símbolos, a defesa da limitação do direito à
propriedade privada e o controle dos principais recursos econômicos
pelos poderes públicos – para, a partir daí, promover a igualdade social,
política e jurídica.

A maior parte dos defensores do socialismo acredita que o seu


opositor capitalismo incita a concentração de riquezas e poder nas mãos de uma
minoria. Segundo eles, toda essa opulência só se mantém às custas da
exploração do trabalho alheio, criando assim uma sociedade injusta e desigual.
Portanto, os críticos do capitalismo sempre ressaltam que esse sistema não
oferece oportunidades iguais para todos, dificultando com que todos maximizem
suas potencialidades.

Ora, é claro que essas ideias de igualdade foram muito bem aceitas,
principalmente naquelas regiões onde a industrialização era menos desenvolvida
e a pobreza era crescente, como no caso da Rússia. Foi nesse país que, após
uma forte crise política e econômica, apareceu a primeira concretização das
teorias socialistas. Nesse sentido, foi no governo de Lênin que a sociedade
soviética viveu a primeira experiência socialista do mundo, materializando
conceitos como a Reforma Agrária e a estatização de bancos e fábricas
como principais métodos para se acabar com as desigualdades sociais
existentes.

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Até agora eu só tenho utilizado o termo socialismo, não é mesmo?
Muitos de vocês devem ter dúvidas a respeito da diferença entre socialismo e
comunismo, e isso é muito normal, já que muita gente se confunde exatamente
neste aspecto! Até porque esses dois conceitos são utilizados, com muita
frequência, como sendo uma coisa só. Todavia, eles não o são!

As ideias socialistas surgiram na França em contraposição à nova


realidade que a Europa vivia com a Revolução Industrial. Já as ideias
comunistas passaram a existir somente após a Revolução Russa. Assim, embora
ambas as teorias caminhem para o mesmo objetivo – luta contra a desigualdade
social – existem certas diferenças conceituais entre as duas palavras.

O socialismo parte do pressuposto de que os problemas sociais só


existem porque existem desigualdades entre os indivíduos. Como assim? Os
meios de produção são o que diferenciam um individuo do outro e, portanto, a
socialização dos meios de produção resolveria o problema. Por isso, o sistema
socialista visa à extinção da propriedade privada.

Para tanto, o governo se encarregaria de cuidar do cidadão desde seu


nascimento e, posteriormente, esse indivíduo seria obrigado a seguir regras
rígidas e a trabalhar para todos, sempre sob a coordenação do Estado. Deste
modo, a existência do Estado para coordenar a socialização dos meios de
produção e defender os interesses da coletividade ainda é necessária.

Do mesmo modo, no comunismo também não existem classes sociais


e propriedade privada, mas também não existe a figura do Estado
regulador e protetor do bem comum, e essa é a grande diferença! Como
costumam dizer, é como se o Comunismo fosse uma evolução do socialismo, em
que não há mais a obrigação de existência de um Estado para tomar as decisões
políticas, que seriam assumidas pelo povo. Nenhum país do mundo atingiu essa
etapa, pois nenhuma sociedade moderna nunca foi regida sem um Estado.

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A primeira experiência socialista vivida no mundo só foi possível após
a Revolução Russa, ou seja, ela se materializou no momento em que se
formulavam conceitos comunistas, fazendo com que o senso comum tratasse os
dois conceitos como sendo a mesma coisa!

Essa certa “confusão” é algo muito comum entre as pessoas, pois


como já disse, o senso comum, geralmente, costuma tratar uma coisa pela
outra. Todavia, apesar de serem regimes políticos/econômicos muito próximos e
com alegorias muito semelhantes, o socialismo deve ser pensando como uma
espécie de “estágio” anterior imprescindível para que se chegasse ao
comunismo.

Costumo fazer uma analogia sempre com noivado (socialismo) e


casamento (comunismo). Durante o noivado, tem sempre os pais "de olho" na
filha e interferindo nos seus passos, no que ela pode ou não pode fazer. Em
contrapartida, depois de casada, a filha toma suas próprias decisões sem
precisar que o pai a guie a sua vida, não é mesmo? Assim, o pai durante o
noivado seria o Estado durante o Socialismo – que ainda existe forte e com a
função de regulamentar todas as demandas sociais desse regime. Uma vez
que a sociedade já esteja "enquadrada" no ritmo do Estado, ele perde a sua
função existencial e aí passaríamos ao próximo estágio que seria o Comunismo.

Todavia, o mundo nunca viveu uma experiência comunista – que ficou


sempre apenas na teoria e na retórica de muitas pessoas que lutavam pela sua
instalação.

“Mas professora e Cuba? Rússia? Também não viveram o


comunismo?”

Não!!

Pessoal, a formação da União Soviética ocorreu em 1922, portanto,


após o socialismo já ter sido implantado na Rússia. Especialmente nesse país,
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o sistema político/financeiro foi modificado através de um movimento
revolucionário que resultou na detenção do poder político por defensores do
Socialismo.

Assim, a URSS foi formada a partir da junção da antiga Rússia com


várias pequenas nações, o que conferiu um pioneirismo a esse país, que se
tornou o principal e mais forte representante do socialismo no mundo.
Apesar dessas pequenas nações terem aceitado se vincular à Rússia, a grande
maioria dos países que compuseram o bloco socialista somente tiveram o novo
sistema efetivado ao final da Segunda Guerra Mundial.

Foi após a Guerra que a URSS se fortaleceu ainda mais e polarizou,


no cenário mundial, uma ferrenha disputa com os EUA, que também buscava
ampliar sua influência no mundo co o sistema capitalista.

Deste modo, enquanto a Europa Ocidental se beneficiava do Plano


Marshall – principalmente Reino Unido, França, Alemanha Ocidental, Bélgica e
Holanda – o socialismo se alastrava pelo Leste Europeu. Com exceção da
Iugoslávia, que se insurgiu em 1948, todas as democracias populares dessa
região foram forçadas a admitir a interferência de Stalin, que não hesitou em
usar a força repressora para ter o controle político e econômico desses países.

Assim, foi por meio de coação e investimentos que a URSS dominou a


região oriental da Europa e deu força política aos partidos stalinistas na Albânia,
Bulgária, Romênia, Hungria, Tchecoslováquia e Polônia. Além desses, temos
como símbolos socialistas a China, Cuba, Laos, Coreia do Norte e Vietnã. Bem
pessoal, mas estou falando esses nomes todos só pra explicação ficar completa,
mas não precisam se preocupar em decorar nada disso, pois certamente isso
não ser cobrado na prova, tá ok?

Vocês se lembram que em novembro de 2009, o mundo comemorou o


aniversário de 20 anos da queda do muro de Berlim?

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Pois é, pessoal, em 1989, quando o Muro de Berlim veio abaixo, era
claro e notório o descontentamento popular dentro dos países onde reinava o
modelo socialista. Esse sentimento tinha como origem principal as inúmeras
propagandas que o bloco capitalista fazia de si mesmo como um sistema quase
perfeito, com liberdade e boas condições de vida para todos. E por que estou
falando desse tal muro agora? Porque a sua queda é o grande símbolo do início
das mudanças no espaço socialista.

Se, outrora, o muro “escondia” as belezas e monstruosidades do


mundo capitalista, após sua queda os habitantes do outro lado puderam
conhecer de perto as inúmeras mudanças pelas quais o mundo havia passado
nas duas últimas décadas em que o muro os isolava.

Assim, em 9 de novembro de 1989, o mundo abandonou a


bipolarização que viveu durante a Guerra Fria entre comunismo e capitalismo e
adentrou numa nova fase, em que o sistema capitalista era o grande vitorioso.

Porém, pessoal, uma vez em contato com os “mistérios” do mundo


capitalista, muitas pessoas que acreditavam ser possível usufruir apenas do lado
bom desse sistema ou o enxergavam como um modelo de sistema equilibrado,
começaram, em pouco tempo, a sentir os problemas do desemprego, do
desequilíbrio social e da frustração profissional.

Assim, com o declínio do stalinismo na ex-URSS, houve uma


deterioração das condições de vida da grande maioria da população. Do dia para
a noite, a economia socialista, que antes era conduzida e protegida de forma
quase paternalista pelo Estado, foi colocada diante das turbulências do mercado.
Essa exposição teve como principal consequência uma forte instabilidade nas
áreas da educação, saúde, habitação e principalmente, emprego. Além disso,
todas as transformações que ocorreram no Leste Europeu fizeram com que o
mapa político desse continente fosse modificado em decorrência do nascimento
de um grande número de novos Estados Nacionais.

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Assim, a desintegração da URSS e o fim da política de bipolaridade
trouxeram profundas mudanças econômicas para aqueles países que haviam
optado por uma economia planificada. Com a reunificação da Alemanha, novos
paradigmas foram firmados e a mundialização da economia capitalista levou
também ao Leste Europeu integração pela interdependência e uma relativa
uniformização das condições de existência das sociedades humanas. Como
assim? Empresas multinacionais foram para o centro da produção material
daqueles países, houve uma mudança na estrutura de produção, distribuição e
consumo dos bens e serviços, etc.

Mas, afinal, o que levou à derrocada do comunismo?

Nos anos 80, a URSS vivia uma situação econômica muito


complicada, em que a população e os movimentos sociais e trabalhistas
estavam à beira de um verdadeiro colapso. Os níveis de produção caiam a cada
ano e o desemprego aumentava cada vez mais – apesar do governo não
divulgar. Assim, a qualidade de vida tornava-se cada vez pior para a maior
parte da população. Tanto a falta de alimentos e produtos básicos
quanto a precariedade da prestação de serviços (luz, água, telefone) atingiram
a URSS, evidenciando que algo precisava ser mudado pelo governo antes que os
movimentos sociais ganhassem ainda mais força. Foi por isso que as mudanças
ocorreram!

Vocês já ouviram falar da glasnost e da perestroika?

A glasnost (transparência) e a perestroika (restauração da economia)


foram reformas lançadas pelo presidente da URSS Mikhail Gorbatchev em 1985.
Dentre as principais medidas levadas a cabo, se destacam a redução dos gastos
com defesa, o fim do monopólio do Partido Comunista e maior liberdade de
expressão à população. Tais reformas levaram ao desfacelamento da URSS,
sendo que as repúblicas que a constituíam, juntamente com a Federação Russa,
formaram a CEI (Comunidade dos Estados Independentes).

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“Mas, professora, então quer dizer que o socialismo não mais existe
hoje em dia?”

Ótima pergunta, amigo! Atualmente, existem algumas controvérsias


em como considerar os casos do socialismo de Cuba, China, Coreia do Norte e
Vietnã, por exemplo. É preciso uma análise cuidadosa de cada um deles, por
terem características peculiares, como a indústria do turismo em Cuba ou a
existência de salário e lucro na China.

Mas, afinal, por que precisamos saber que houve essa polarização do
mundo em dois sistemas e que essa disputa se acirrou ainda mais depois da
Segunda Guerra Mundial?

Bem, para compreendermos os conflitos geopolíticos atuais será


fundamental que tudo o que lemos até aqui esteja bem claro para, a partir
disso, compreendermos melhor o cerne das disputas que ainda hoje fazem parte
da nossa realidade.

4) (CESPE / ABIN / 2008 – Questão adaptada) A ONU, criada em um


momento bastante distinto do de hoje, vem sofrendo forte pressão por
reforma institucional para agregar mais legitimidade política ao sistema
multilateral de segurança coletiva. Com base nessa afirmação podemos
afirmar que o Conselho de Segurança da ONU é órgão responsável pela
manutenção da paz e segurança internacionais e possui 15 membros,
sendo 5 membros permanentes e 10 membros temporários.

COMENTÁRIOS

A assertiva está correta. Sobre esse órgão, é importante sabermos


que ele possui 15 membros, sendo 5 membros permanentes e 10 membros
temporários, conforme afirma a questão. Para que uma decisão importante seja

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tomada por esse órgão é preciso que haja quórum de 9 votos, incluindo,
necessariamente, votos afirmativos de todos os membros permanentes do
Conselho de Segurança, que possuem o chamado “poder de veto”. Assim, se
14 membros do Conselho de Segurança da ONU votarem a favor de uma
questão, mas um membro permanente votar negativamente, a decisão não será
adotada.

Gabarito: Certo

2 – DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTO NO SÉCULO XX

Bem, pessoal, não é possível entender o século XX sem falar no


antagonismo de realidades que parece ter ficado ainda mais explícito no mundo
globalizado! Se antes da globalização, grande parte da população dos países
ricos não tinha muita ideia de como era a realidade num país subdesenvolvido,
hoje isso não é verdade. Eu já falei em vários momentos de países
desenvolvidos, países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Mas, afinal, o
que determina que classifiquemos cada país em um patamar diferente? Pierre
Salama possui uma definição sobre este assunto, que vale a pena lermos
cuidadosamente, na qual ele afirma:

“O subdesenvolvimento não pode ser explicado por si mesmo. Qualquer


tentativa de estudo do subdesenvolvimento sob um prisma automático,
separado da evolução da economia mundial, das necessidades dos seus
centros dominantes, está destinada a fracasso porque afasta o
problema essencial: o da gênese do subdesenvolvimento.”

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Em outras palavras, o conceito de subdesenvolvido só existe se
pensarmos no seu opositor. O mesmo acontece quando pensamos o que é a
escuridão! A ideia de escuridão só existe em razão de conhecermos o que é a
claridade, não é mesmo? Da mesma forma, o conceito de subdesenvolvimento
só existe diante do conceito de desenvolvimento! Mas será que estamos certos
de que sabemos identificar o que é um e o que é outro? Vamos ver! Observem
as figuras que seguem

Figura 1 - EXCLUSÃO X INCLUSÃO

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Figura 2 – PRECARIEDADE X DESENVOLVIMENTO

Exclusão, precariedade e pobreza aparecem sempre em oposição às


oportunidades, à fartura e ao desenvolvimento, não é mesmo? Bem, o fato é
que quando observamos certas situações que são muito mais comuns num tipo
do que no outro, imediatamente, associamos a realidade vista com a de um país
desenvolvido e um subdesenvolvido. Mas, afinal, como classificamos esses
países? O que determina, formalmente, que eles sejam enquadrados como um
ou outro tipo?

Geralmente, são considerados países em desenvolvimento aqueles


que outrora foram colônia ou dependentes de outros. Com um desenvolvimento
econômico débil, se comparado ao de países capitalistas altamente
industrializados, eles ainda estão engatinhando para, quem sabe no futuro,
andarem lado a lado com as grandes potências mundiais.

Apesar desse contínuo esforço para se desenvolverem, a destruição e


desestabilização gerada pela constante exploração do sistema colonial nesses
países ainda apresenta profundas marcas econômicas e sociais. São vários os

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fatores que caracterizam um país como subdesenvolvido, mas duas palavras
sempre estarão presentes: deficiência e dependência.

Deficiência de redes de transportes, meios de comunicação,


tecnologia, conhecimento científico, de empregos e indústrias são marcas de
países subdesenvolvidos. Do mesmo modo, também são indicativos de
subdesenvolvimento a dependência econômica, política e cultural em relação às
nações desenvolvidas, o crescimento populacional elevado, a baixa expectativa
de vida e a elevada taxa de natalidade e mortalidade infantil.

Na contramão dessa lógica, os países mais ricos do mundo – os


desenvolvidos – apresentam uma estrutura industrial completa, produzindo
todos os tipos de bens. Esses países são marcados tanto pela existência de
grandes indústrias, quanto pela eficiência e desenvolvimento da agropecuária,
dos conhecimentos científicos e tecnológicos, dos meios de transporte e
comunicação etc. Pois é, amigos, ao contrário dos países subdesenvolvidos,
estes outros têm sucesso com seu sistema político-econômico capitalista.

A tendência de mostrar essa nova realidade social mundial como uma


divisão simplista entre pobres e ricos pode servir como uma nova camuflagem
para esconder as contradições que estão na base da sociedade capitalista, uma
vez que capitalismo e exclusão são conceitos diferentes, mas que definem uma
realidade interligada. O primeiro conceito assinala as características atuais do
processo de desenvolvimento do mundo; o segundo, sua consequência mais
aparente e imediata.

Um mundo cada vez mais unificado economicamente não significa


necessariamente um mundo mais igualitário ou empenhado na resolução de
problemas básicos. Assim, pessoal, temos como uma importante característica
do estágio atual do capitalismo o fato de sua expansão estar diretamente ligada
ao crescimento de empresas privadas internacionais – verdadeiras detentoras
do poder econômico, político e militar atualmente. Outra "novidade" é que a

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modernização tecnológica acarretou inúmeros impactos sobre os sistemas
produtivos, os serviços e os meios de comunicação, tornando-os mais eficientes
e dinâmicos, como a internet. Mas, não se preocupem, pois, na nossa aula sobre
tecnologia falaremos muito mais sobre este assunto, certo?

Mas o fato é que, quando falamos de novidade, temos a tendência


de pensar em alguma coisa boa, não é? Ledo engano! No nosso caso, a
“novidade” vem acompanhada de coisas boas, mas também apresenta vários
efeitos negativos. Isso porque tamanha integração de economias acaba
atrelando uma à outra de tal forma que o abalo de uma pode significar o caos
em outra, ocasionando as grandes crises mundiais. Mas isso já é assunto para
nossa próxima aula quando aprofundaremos muito mais em vários dos temas do
edital!

Um forte abraço a todos! Espero vocês em nossa próxima aula!!!

___X___ ___X___ ___X___

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Questões usadas nesta aula:
(CESPE/TRT 10ª REGIÃO – Analista Judiciário/2012) A desintegração
social é tanto uma condição quanto um resultado da nova técnica de poder.
Para que o poder tenha liberdade de fluir, o mundo deve estar livre de cercas,
barreiras, fronteiras fortificadas e barricadas. Os poderes globais se inclinam a
essa desintegração em proveito de sua contínua e crescente fluidez, principal
fonte de sua força e garantia de sua invencibilidade.
Zygmunt Bauman. Modernidade líquida. Rio de
Janeiro: Zahar, 2001, p. 21-2 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos
aspectos por ele suscitados, julgue os itens a seguir.

1) Atualmente, o poder de regular diferentes esferas da vida pública e


privada não se encontram mais concentrado apenas em algumas poucas
instituições políticas; ele se difunde ou é diluído também entre
corporações empresariais, instituições internacionais e associações de
toda ordem, envolvendo interesses coletivos e particulares.

2) Nas sociedades contemporâneas, o intenso processo de


individualização, alimentado por mecanismos cibernéticos de
comunicação, revela-se pela ausência, nos últimos dez anos, de
manifestação social contestatória ou de resistência, tanto em âmbito
local quanto internacional.

3) (CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública - Advocacia –


EBC / 2011 / com adaptações) O duplo ataque que deixou dezenas de
mortos na Noruega chamou a atenção da Europa para um perigo ofuscado nos
últimos anos pelo terrorismo islâmico: a ameaça e o crescimento de grupos
políticos de extrema direita. Com um discurso ultranacionalista, contra a
globalização e a União Europeia, os partidos extremistas vêm alcançando
projeção nas eleições no rastro da crise econômica.

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O Globo, 25/7/2011 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a


multiplicidade de aspectos que ele suscita, julgue os itens seguintes.

I – O ódio expresso no discurso político do autor do atentado ocorrido na


Noruega, que, certamente, encoraja a prática da violência individual, assustou a
opinião pública mundial pelo seu ineditismo na história da Europa, continente
até então imune a práticas políticas ideologicamente extremadas.

II – Mencionada no texto como um dos alvos dos partidos políticos europeus


extremistas, a globalização pode ser entendida como o estágio a que chegou a
economia mundial contemporânea, caracterizada, entre outros aspectos, pela
ampliação do sistema produtivo e dos mercados, pela acirrada competição e
pelas incessantes inovações tecnológicas.

III – Atualmente, o euro, moeda adotada em todos os países integrantes da


União Europeia, passa por crise de grande dimensão, principalmente em razão
da instabilidade econômica em alguns países do bloco, como Grécia, Portugal e,
em especial, Rússia.

IV – Elemento presente no discurso de grupos políticos europeus de extrema


direita, como comprovam os recentes atentados na Noruega, a xenofobia
traduz-se, entre outros aspectos, na vigorosa oposição à imigração.

V – Apesar de apresentar índice de desenvolvimento humano relativamente


modesto em comparação com os dos países líderes da União Europeia Alemanha
e França, a Noruega é considerada um país historicamente pacífico, fato que
torna ainda mais surpreendentes os atos terroristas de que foi vítima em julho
de 2011.

VI – Infere-se do texto que os atos terroristas no país escandinavo foram


praticados por grupos identificados com causas religiosas, étnicas e culturais,

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provavelmente integrantes da mesma rede que se responsabilizou pelos ataques
que, em 2001, causaram a destruição das torres do World Trade Center e de
parte das instalações do Pentágono nos Estados Unidos da América.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) II e IV.

b) I, VI e V.

c) I e V.

d) I, III e VI.

e) I, III e V.

4) (CESPE / ABIN / 2008 – Questão adaptada) A ONU, criada em um


momento bastante distinto do de hoje, vem sofrendo forte pressão por
reforma institucional para agregar mais legitimidade política ao sistema
multilateral de segurança coletiva. Com base nessa afirmação podemos
afirmar que o Conselho de Segurança da ONU é órgão responsável pela
manutenção da paz e segurança internacionais e possui 15 membros,
sendo 5 membros permanentes e 10 membros temporários.

Gabarito:

1 Certo

2 Errado

3 A

4 Certo

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BIBLIOGRAFIA

Artigos disponíveis em < http://www.sep.org.br/artigo > Acessado em


18/03/2010

GREGORY, Derek, et alli. Geografia Humana. Sociedade, Espaço e Ciência


Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

GREMAUD, Amaury Patrick. Economia brasileira contemporânea. São Paulo:


Atlas, 2009.

MAGNOLI, Demétrio. Geografia para ensino Médio. São Paulo: Atual, 2008.

ROSS, Jurandir Sanches (org). Geografia do Brasil. - 6ª- edição - São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Editora da Universidade
de São Paulo, 2008.

_____________. O Espaço dividido: os dois circuitos da Economia urbana


dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2008.

SILVEIRA, Maria Laura (org.). Continente em Chamas. Globalização e


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