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Brasil foi responsável por 40% de perda de

florestas nativas no mundo em 2021, diz relatório


Monitoramento do Global Forest Watch mostra que país foi líder
na perda de florestas tropicais no último ano. Dados foram
publicados nesta quinta-feira (28).
Por g1

28/04/2022 09h09

Brasil é responsável por quase metade da destruição das florestas tropicais no


mundo, diz estudo

Em 2021, mais de 40% da perda de floresta nativas ocorreu no Brasil, segundo dados
do Global Forest Watch, plataforma de monitoramento de florestas desenvolvida pela
Universidade de Maryland. Os dados foram publicados nesta quinta-feira (28).
O país perdeu cerca de 1,5 milhão de hectares nas chamadas de florestas tropicais
primárias. A maior perda foi na região Norte. As florestas primárias, ou virgens, são
aquelas que se encontram em seu estado original — não afetadas, ou afetadas o
mínimo possível, pela ação humana. Por serem mais antigas, elas têm mais
diversidade de espécies, armazenam mais carbono e são consideradas essenciais
no combate à mudança climática.
 E se a Amazônia virar savana e o planeta aquecer demais?
 Mais de 75% da Floresta Amazônica estão perdendo resistência, mostra estudo
 IPCC alerta que é possível reduzir emissões em todos os setores
Esse mapeamento é feito há duas décadas a partir de análises de imagens de
satélite. Os dados apontam que o Brasil vem destruindo áreas gigantes de floresta,
com taxa acima de 1 milhão de hectares, desde 2016.
"A taxa de perda de florestas primárias no Brasil tem sido persistentemente alta nos
últimos anos. A perda relacionada a incêndios flutuou dependendo do nível de
incêndios florestais fora de controle, mais recentemente com um pico em 2020 na
Amazônia e no Pantanal", diz o relatório.
O relatório também alerta que a Floresta Amazônica está perdendo a resistência. A
vegetação está mais seca e demora mais para se recuperar, e mais da metade da
floresta corre o risco de virar savana em questão de décadas, com reflexos na
biodiversidade e no clima.
"A perda de floresta primária no Brasil é especialmente preocupante, dada a nova
evidência de que a Floresta Amazônica está perdendo resistência e pode estar mais
perto de um ponto de inflexão do que se pensava anteriormente, onde as interações
entre desmatamento, mudanças climáticas e incêndios levam à transformação
irreversível de grandes áreas da Amazônia para uma savana", completa o estudo.
Esse processo não acontece só no Brasil. Em todo o mundo, foram 3,75 milhões de
hectares que foram perdidos por conta da ação do homem. Em segundo lugar na
lista dos maiores desmatadores está a República Democrática do Congo. Em
seguida estão Bolívia, Indonésia e Peru.

Brasil é o país que mais perdeu florestas tropicais no mundo

Desmatamento em 2022
Janeiro e fevereiro de 2022 acumularam recordes de desmatamento no Brasil. Segundo
especialistas, os números são alarmantes porque é justamente nesta época do ano
que a Amazônia costuma sofrer um pouco menos com a ação de tratores e de
motosserras.
Normalmente, o período entre dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas
menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados
do bioma. No entanto, as taxas atuais se comparam aos registros da estação seca
em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.
Veja os números dos recordes em destaques:
 Em janeiro foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento, de acordo com o
sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A média para
janeiro no período entre 2016 e 2021 é de 162 km²; a taxa atual foi 165% maior;
 Em fevereiro foram 199 km² de áreas sob alerta de desmate, segundo o Inpe ; a
média entre 2016 e 2021 é de 135 km²: o número registrado neste ano é 47% maior;
 Monitoramento independente feito com outra metodologia pelo Imazon, divulgado na
sexta-feira (19), aponta 70% de alta no desmatamento no mês passado; foi o pior
fevereiro em 15 anos.

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