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Introdução
Freud talvez seja mais lembrado, sendo certo que a importância de Jung em nossa
cultura, é resumida por Marie-Louise Von Franz: “No tocante a Jung, a originalidade e
a criatividade de suas descobertas e ideias se relacionam com todo o ser humano,
tendo portanto ecoado nas mais variadas áreas exteriores à psicologia: seu conceito de
sincronicidade, por exemplo, refletiu-se na física quântica e na sinologia; sua
interpretação psicológica dos fenômenos religiosos, na teologia; sua concepção
fundamental do homem, na antropologia e na etnologia; sua contribuição para o
estudo dos fenômenos ocultistas, na parapsicologia – para mencionar uns poucos
casos” (VON FRANZ, 1997).
Ressalte-se, de antemão, que a separação entre Freud e Jung gira em torno do que é
religioso/místico ou metafísico na psique.
Quanto às razões para ser fazer uma terapia junguiana pode-se destacar que essa é
uma pergunta muito frequente. A avaliação de quanto tempo vai durar a terapia ou o
se ela vai proporcionar algo de diferente no sujeito ou na coletividade, em termos de
mudança e autoconhecimento, é tão variável quanto são os indivíduos.
Contudo, podemos salientar que todos nós acumulamos uma vasta experiência
psíquica que se torna inconsciente, podendo resultar em distúrbios como: neuroses,
depressão, manias, problemas com a sexualidade, intentos suicidas, personalidade
voltada para o crime e instintos suicidas. Inicialmente estabelecemos como premissa
que as pessoas são extremamente diferentes. Frequentemente nos deparamos com
isso e achamos que “todo homem é igual”, que “toda mulher faz ou pensa assim” ou
então pensamos que existem tipos ou grupos de pessoas parecidas, assim como fazia
webber.
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padrão emocional, ligado a uma palavra ou um grupo de palavras (as palavras com
alteração na resposta). De acordo com o autor: “Os complexos devem sua relativa
autonomia à sua natureza emocional, sua expressão sempre depende de uma rede de
associações agrupadas em torno de um centro carregado de afeto” (JUNG, 1991, 601)
A criação do conceito de complexo foi a primeira contribuição de Jung à área da
psiquiatria e influenciou a psicanálise e a psicologia.
Ainda no que diz respeito a diferença metodológica entre Freud e Jung pode-se dizer
que o método analítico, ou redutivo, nos moldes aristotélicos, procura dividir as partes
de um conteúdo psíquico – como um sonho ou sintoma – em várias partes e analisar o
sentido existente ali; trata-se de um modelo cartesiano, portanto, encontrando na
análise de cada parte a chave da interpretação. O método sintético ou hermenêutico
de Jung procura fazer uma síntese de todo o conteúdo, sem analisar cada parte com
associações livres, já que associar livremente a partir de um material levaria à outros
conteúdos.
Por exemplo, se o paciente havia sonhado com um leão em sua casa junto da presença
de sua mãe, a interpretação da psicanálise dividiria cada parte do conteúdo, buscando
associações para cada parte: para o leão, para a casa, para a mãe. Assim, o paciente
iria pensar livremente primeiro sobre o significado de leão (tudo o que lhe ocorresse),
depois sobre o sentido de casa, e assim por diante. Possivelmente, a interpretação
correta estaria mais nas associações retiradas de cada parte do que do próprio
conteúdo. Já a interpretação sintética visa não fugir do conteúdo. Um leão é um leão e
não deve ser associado com qualquer outro conteúdo.
Outra diferença é que Freud, em sua interpretação, retrocedia à história anterior do
indivíduo, indo, frequentemente, parar na infância do paciente. Para Jung (assim como
para Alfred Adler), era igualmente importante considerar o para que, o sentido
teleológico do conteúdo psíquico, ou seja, considerar não apenas as causas, mas
também as finalidades, a direção que o conteúdo tomaria ou poderia tomar no futuro.
(Jung, 1985, 16)
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Sandplay é uma atividade terapêutica que proporciona a oportunidade de brincar (trickster). Ao fazê-
lo, as crianças desenvolvem o humor, a imaginação, a curiosidade, a espontaneidade, a invenção;
imitando, contando, sentindo e vivenciando histórias, estabelecendo relações de tempo e espaço.
Aproxima-se de um modelo de “story telling” onde ela é a protagonista da sua história e cúmplice do
enredo metafísico, de sonho ou imaginação ativa que desenvolve seu espírito ou alma. A psicoterapia
que utiliza o Sandplay propicia um tipo de brincar simbólico.
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Trata-se de uma camada mais profunda do inconsciente que não tem sua origem em conteúdos
reprimidos ou experiências pessoais – como um trauma de infância p. ex. – o termo “coletivo” denota o
fato de essa parte inconsciente ser compartilhada de forma simbólica e universal. Assim,
contrariamente a psique individual, essa estrutura universal possuí conteúdos e modos de
comportamento, os quais cum grano salis são os mesmos em toda parte e em todos os indivíduos.
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São formados por determinados padrões emocionais, sentimentos inconscientes, aromas, imagens,
ideias, formas e percepções carregados de determinada energia e informação. O arquétipo se relaciona
com a simbologia e não esgota seu sentido por meio de uma observação, ele sempre apresenta um
conteúdo inconsciente, o qual se modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo
matizes que variam de acordo com a consciência individual na qual se manifesta. Exemplificando: Para
um ser “primitivo”, não basta ver o Sol nascer e declinar; esta observação deve corresponder – para ele
– a um acontecimento anímico ou metafísico, isto é, o Sol deve representar em sua trajetória o destino
de um deus ou herói que, no fundo, habita unicamente a alma do homem.
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do que queremos ou através dos nossos sonhos escrita e desenhos, quando lemos
mitologia, literatura ou contos de fada. Esta é a linguagem do inconsciente. Através
dos símbolos, da mitologia, histórias ou da religião acionamos maneiras criativas de
solucionar conflitos, contidas nos próprios arquétipos.
A função do símbolo é ser um intermediário, um “mediador” entre o consciente e o
inconsciente. Uma vez que o símbolo surge do lado criativo do arquétipo, ele vem
prenhe de significado. A parte consciente da psique capta esse significado para utilizá-
lo na solução de conflitos, ou no próprio processo de amadurecimento do indivíduo.
Além disso, o símbolo também é um transformador psíquico de energia. Isto significa
que ele possui um caráter de cura e restauração. É ele o responsável pelo movimento
da psique, uma vez que alivia as tensões de um conteúdo do inconsciente coletivo que
quer se manifestar, dando sentido e atingindo o consciente, evitando, desta forma a
formação de novas aglomerações de energia.
Em determinados momentos de vida, torna-se difícil encontrar esta comunicação com
o inconsciente por estarmos muito envolvidos com atividades cotidianas e
burocráticas, ou por termos vivenciado algum sofrimento profundo, ou porque esta
comunicação nunca foi valorizada em nosso ambiente.
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A geometria fractal é o ramo da matemática que estuda as propriedades e comportamento dos
fractais. Descreve muitas situações que não podem ser explicadas facilmente pela geometria clássica, e
foram aplicadas em ciência, tecnologia e arte gerada por computador. As raízes conceituais dos fractais
remontam as tentativas de medir o tamanho de objetos para os quais as definições tradicionais
baseadas na geometria euclidiana falham.
Um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao
objeto original. Diz-se que os fractais têm infinitos detalhes, são geralmente autossimilares e de escala.
Em muitos casos um fractal pode ser gerado por um padrão repetido, tipicamente um processo
recorrente ou iterativo. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fractal
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6. Os Complexos
Jung percebe que um mesmo caso pode ser visto através de dois ângulos: sob o ponto
de vista de Freud (sexualidade – complexo de édipo) e sob o ponto de vista de Adler
(poder – complexo de inferioridade). Adler insiste que a principal questão que o
psicanalista deve lidar não é o complexo de Édipo, mas o complexo de inferioridade, no
qual os sentimentos infantis de ser inferior – física e psiquicamente – são
contrabalanceados com a vontade de poder, o desejo de ser superior aos demais.
Jung percebe que um mesmo caso poderia ser analisado e ter bons resultados se fosse
interpretado sob o ponto de vista de Freud ou de Adler. Surge então uma questão que
será recorrente em sua obra: a questão dos tipos psicológicos. Pois, não somente cada
paciente possui um tipo psicológico – como Freud e Adler são representantes de tipos
psicológicos totalmente opostos, ou que, no mínimo, não podem ser explicados pelos
mesmos princípios.
O segundo grande livro de Jung após o rompimento, Tipos Psicológicos (1920), procura
responder à problemática dos diferentes tipos de personalidade e é seu livro mais
conhecido e vendido. Nele, há a definição de termos que serão conhecidos por todos
como introversão e extroversão, além dos tipos pensamento, sentimento, sensação e
intuição.
7. O inconsciente coletivo e o DNA
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Embora Jung seja considerado muitas vezes um místico – por estudar os símbolos de muitas religiões –
ele se autoconsiderava um empirista, um cientista que trabalhava com material psíquico produzido e
que poderia ser visto, descrito e comparado.
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Murray Stein o mapa da alma.
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Outra questão crucial é a diferença feita por Jung entre o inconsciente pessoal –
conceito que, apesar de já existir de certo modo antes de Freud, foi praticamente
elaborado e divulgado por ele – e inconsciente coletivo. No livro Os arquétipos e o
inconsciente coletivo, Jung define inconsciente coletivo: “Uma camada mais ou menos
superficial do inconsciente é indubitavelmente pessoal. Nós a
denominamos inconsciente pessoal. Este porém repousa sobre uma camada mais
profunda, que já não tem sua origem em experiências ou aquisições pessoais, sendo
inata. Esta camada mais profunda é o que chamamos inconsciente coletivo” (JUNG,
2000, p. 15). Para psicanalistas mais contemporâneos, como Murray Stain 13, esses
conhecimentos ou imagens arquetípicas podem ser observados pelo código genético
do DNA das espécies, assim como pássaros aprendem, intuitivamente, as rotas
migratórias, ou como as tartarugas marinhas conhecem o caminho para depositar os
seus ovos a salvo de predadores hostis.
O inconsciente pessoal seria objeto de pesquisa da psicanálise, tudo o que foi
reprimido ou recalcado e que faz parte da história pregressa de cada um de nós. O
inconsciente coletivo, por sua vez, constituí um dos temas mais estudados em
psicologia junguiana e diz respeito à determinados conteúdos simbólicos que podem
ser encontrados em culturas totalmente diferentes ou em tempos remotos, conteúdos
que são arquetípicos. Na autobiografia de Jung, Memórias, Sonhos e Reflexões, há a
definição de arquétipo: “O conceito de arquétipo (…) deriva da observação reiterada
de que os mitos e os contos da literatura universal encerram temas bem definidos que
reaparecem sempre e por toda parte. Encontramos esses mesmos temas nas fantasias,
nos sonhos, nas ideias delirantes e ilusões dos indivíduos que vivem atualmente”
(JUNG, 2006, p. 485).
as Terry Lectures. No que diz respeito ao termo religião, Jung utiliza-se da etimologia
proposta por Cícero, a religião como oriunda da palavra latina relegere14: “Antes de
falar de religião, devo explicar o que entendo por este termo. Religião é – como diz o
vocábulo latino relegere – uma acurada e conscienciosa observação daquilo que
Rudolf Otto acertadamente chamou de numinoso, isto é, uma existência ou um efeito
dinâmico, não causados por um ato arbitrário. Pelo contrário, o efeito se apodera e
domina o sujeito humano, mais vítima do que seu criador” (JUNG, 1995, p. 9).
Encaro a religião como uma atitude do espírito humano,
atitude que de acordo com o emprego ordinário do termo:
‘religio’, poderíamos qualificar a modo de uma consideração e
observação cuidadosa de certos fatores dinâmicos concebidos
como “potências”: espíritos, demônios, deuses, leis, ideias,
ideais, ou qualquer outra denominação dada pelo homem a tais
fatores; dentro de seu mundo próprio a experiência ter-lhe-ia
mostrado suficientemente poderosos, perigosos ou mesmo
úteis, para merecerem respeitosa consideração, ou
suficientemente grandes, belos e racionais, para serem
piedosamente adorados e amados (JUNG, 1991, p. 10).
Diante disso, o religioso15, para Jung é extremamente importante, desde que seja
definido de forma correta, é uma questão que não pode ser ignorada por uma teoria
psicológica. Como as culturas são muito variadas e, neste sentido, cada cultura
apresenta sua forma de lidar com o religioso de forma particular, faz-se necessário um
amplo estudo. Com o conceito de inconsciente coletivo, este estudo passa a ser
importante não apenas para a antropologia, história da religião ou ciências da religião,
mas igualmente importante para a psicologia. Pois conteúdos simbólicos, as metáforas
e alegorias que foram elaborados ou expressos em culturas totalmente diferentes,
aparecem em sonhos e sintomas dos pacientes na clínica, como resultado de
paranoias, manias de perseguição, transtornos obsessivos compulsivos, psicoses e
neuroses.
Nesse sentido, Jung passa a desenvolver uma concepção totalmente diferente da
psique e da energia psíquica. Expandindo-a para outros conteúdos, tendo sempre em
mente o conceito de inconsciente coletivo e arquétipo e, também, uma outra forma de
interpretação que não reduza tais conteúdos à história de vida de cada um, mas
relacione-os com a história da humanidade, já que fazem parte do inconsciente
coletivo.
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Que significa religar-se com o todo
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Espiritualidade e autoconhecimento.
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Com o texto de 1912, Jung passa, então, a pensar a libido não como uma “força”
psíquica apenas sexual. Para ele, a libido deveria ser pensada como uma energia em
geral, que poderia ser transformada ou reutilizada em outros âmbitos e áreas. Como
trabalho, a música, a arte, a poesia e a escrita.
9. Os arquétipos
No inconsciente coletivo encontram-se todos os arquétipos. Eles representam todas as
situações emocionais/espirituais tipificadas da nossa vida e são ativados dependendo
das situações que vivenciamos. Por exemplo: arquétipo materno e paterno – quando
vivenciamos a relação com nossos pais ou nossos filhos; arquétipo do casamento –
quando nos unimos amorosamente a alguém; arquétipo do velho sábio – ao nos
depararmos com uma situação de ensino/aprendizagem; arquétipo da criança –
situações que despertam o lúdico dentro de nós; e assim por diante.
Todo arquétipo possui um lado positivo e um lado negativo e dependendo das nossas
vivências pessoais, valorizamos mais um ou o outro polo. Este desequilíbrio é
prejudicial à nossa saúde psíquica além de atrapalhar nossas relações sociais e
pessoais. A consciência, segundo Jung “propicia um trabalho bem ordenado de
adaptação, isto é, põe freios aos instintos e, por isso, é indispensável. Só quando o
homem possui a capacidade de tomar consciência daquilo que é arquetípico é que se
torna verdadeiramente homem” (Os arquétipos e o inconsciente coletivo, p.147).
A função do símbolo é ser um intermediário, um “mediador” entre o consciente e o
inconsciente. Uma vez que o símbolo surge do lado criativo do arquétipo, ele vem
carregado de significado. A parte consciente da psique capta esse significado para
utilizá-lo na solução de conflitos 16, ou no próprio processo de amadurecimento do
indivíduo.
Além disso, o símbolo também é um transformador psíquico de energia. Isto significa
que ele possui um caráter de cura e restauração. É ele o responsável pelo movimento
da psique para um ou outro lado, uma vez que alivia as tensões de um conteúdo do
inconsciente coletivo que quer se manifestar, dando sentido e atingindo o consciente,
evitando, desta forma a formação de novas aglomerações de energia. Podemos utilizar
o símbolo do anzol mental como algo que nos mantém presos a um pensamento ou
centro de consciência que não corresponde a quem realmente somos ou a uma
situação que não queremos permanecer.
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Aqui é preciso delimitar bem a diferença entre ser e significar, caso contrário pode-se romper com a
barreira da realidade e ingressar em um estado de confusão mental. A questão se torna mais complexa
ao passo que o paciente descobre a dualidade onda/partícula e descobre o véu de Isis, acreditando,
sentindo e se comunicando em outras frequências e linguagens estranhas aos padrões convencionais;
confundindo e questionando a “realidade da matéria”.
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10. A cura
O terapeuta junguiano, por meio de métodos expressivos verbais e não verbais –
sonhos, desenhos, sand play, simbologia, contos de fada, entre outros – ajuda o
paciente a acessar seu inconsciente, encontrando o caminho da cura. Esses métodos
precisam ser utilizados justamente porque a linguagem do inconsciente é simbólica e
os dois juntos – terapeuta e paciente – vão decodificá-la, aproximando-se do
inconsciente e gerando um processo de verdadeira transformação.
Conclusão
Conclui-se, destarte, que Jung buscou entender como determinados símbolos
psíquicos, não são sexuais, ou relacionados ao poder, devem ser compreendidos
hermeneuticamente diante de sua relação com os símbolos da tradição histórica,
literária ou religiosa, não apenas de nossa cultura, como também de todos as demais.
Uma dada concepção do que transcende o cotidiano e as experiências do dia a dia está
e estará sempre presente e deve ser objeto da psicologia analítica cultural.
Voltando à nossa questão sobre as razões para se fazer uma terapia analítica –
igualmente – de que modo termina ou para onde vai, pesquisei em diversos livros e
fontes essa resposta. Como sou um estudioso da obra de C. G. Jung, não podia deixar
de escolher um trecho de seu livro “A Psicologia e a Alquimia” (no qual ele analisa mais
de 800 sonhos de um paciente de sua clínica). Neste trecho, ele diz o seguinte:
“No processo analítico, isto é, no confronto dialético do
consciente e do inconsciente constata-se um desenvolvimento,
um progresso em direção a uma certa meta ou fim cuja
natureza enigmática me ocupou durante anos a fio. Os
tratamentos psíquicos podem chegar a um fim em todos os
estágios possíveis do desenvolvimento, sem que por isso se
tenha o sentimento de ter alcançado uma meta.
Certas soluções típicas e temporárias ocorrem:
1) depois que o indivíduo recebeu um bom conselho;
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