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CURSO DE DIREITO
Rio de Janeiro
2021.2
MICHELLE DA SILVA ONOFRE MEIRELES
Orientador(a):Profº(a)ULISSES PESSOA
Rio de Janeiro
Campus Recreio
2021
MICHELLE DA SILVA ONOFRE MEIRELES
Professora
Professor
Rio de Janeiro
Campus Recreio
2021.2
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
"Nullum crime sine lege" significar dizer que não existe crime sem previsão
legal. O princípio da legalidade, pertencente ao âmbito penal. Onde o Estado exerce
seu poder punitivo, coibindo o mal sofrido pelas vítimas.
O princípio da dignidade humana é um direito previsto em lei ao condenado, e
vem sendo reprimido. O mais preocupante, contudo, é constatar que existem
grandes discussões, entre estudiosos e operadores do direito, ao tratar do assunto,
como objeto de sensibilidade.
CAPEZ (2012) Diz que o Estado é responsável pela aplicação e sanção da lei
aos culpados por cometer tais atos ilícitos. O Estado deve sim cumprir com seu
papel, objetivando, ressocializar trazendo que o apenado seja dignamente tratado.
A pena restritiva de liberdade é meio punitivo, imposta ao apenado a viver
temporariamente, em um lugar onde o sistema não é ressocializador, expondo a
situações degradantes.
Fica claro que no Brasil, o sistema prisional está em uma verdadeira crise, a
superlotação de presos, as precárias condições as quais são submetidos e a má
administração do Estado, é nítida a sua falência em muitos sentidos.
Pode-se dizer que pena é a sanção, ou seja, é uma forma de castigo,
aplicada ao apenado através Estado autoridade competente. Neste contexto, fica
claro que o sistema prisional brasileiro ainda precisa melhorar, através de politicas
públicas visando ressocializar de forma ampla e humanitária.
O mais preocupante, contudo, é constatar que ainda é grande o número de
reincidência em nosso País pleno século 21, pois pesquisas comprovam que mais
de 42% dos egressos retornam ao sistema. Não é exagero afirmar que o sistema
prisional brasileiro é uma escola do crime.
Pode se dizer que o sistema prisional não recupera, não transforma e nem
ressocializar aqueles que um dia estiveram sob sua custódia.
Bittencourt (2011), nos mostra que Todo esforço prisional na realidade causa
um enorme distanciamento entre o preso e o meio social, o que gera duvidas se
realmente há ressocialização, por instituição total absorvendo a vida do recluso.
Conforme explicado acima para muitos o sistema prisional é o meio mais
eficiente em recuperar e gerar mudanças ao indivíduo apenado. E não percebem
que a cada ano que se passa a população carcerária aumenta, causando
superlotação e um grande percentual de reincidência resultado de um trabalho
ineficaz do Estado. Geralmente a falta de imposição de obrigações como o ensino e
o trabalho por parte do estado ao apenado, faz com que mentes vazias virem
oficinas do crime contribuinte para o aumento na reincidência.
Alexandre Magela Silva, O autor deixa claro, que no sistema prisional
brasileiro não há alcance de sua pretensão através privação da liberdade Trata-se
inegavelmente do surgimento de problemas ao longo dos anos que se agravam até
hoje.
É notório que vários são os problemas da população carcerária, o principal é
a exclusão social, outro que cabe falar são os de cunho sexual, do qual é
incontrolável, o individuo está obrigatoriamente em abstinência comprometendo
psicologicamente, pois a responsabilidade do Estado é a recuperação do apenado.
Para ZAFFARONI, "sistema penal não apenas viola, mas está estruturalmente
preparado para violar a todos os princípios” (1991. p.237; 1989. p.439) Assim, é de
suma importância olhar ao assunto de forma mais humanitária quando existem
vários pontos a serem a serem colocados em pauta ganha particular relevância
quando falamos do ensino e trabalho como meio recuperador.
O que fica claro atualmente é que os presídios do país se tornaram depósitos
de pessoas, sem possuir as mínimas condições de recuperar os presos. No entanto
vale esclarecer que a sociedade possui a sua parcela de culpa na degradação do
preso e coopera para que o mesmo não volte se reinserir em sociedade.
2.3 Pena
2.4 Reincidência
1
https://www.politize.com.br/reincidencia-criminal-entenda/
É importante considerar que, o Brasil é um dos países que mais se
encarceram segundo o CNJ, cerca de 858.815 pessoas estão privadas de sua
liberdade (BRASIL, 2020). Conforme explicado acima, compreender esses índices
nos leva a perceber a importância do tema e a enxergar a falência do Estado como
garantidor ao apenado. Ressocializar, através da educação e do trabalho, por
exemplo, contribui para banir o condenado da exclusão social, ajuda a não ser
reincidente, e retirar de seus ombros o peso do erro e lhe dando uma nova chance
perante a sociedade.
A primeira legislação penal de origem brasileira foi o nosso código 1830, que
visava tratar, regular o direito penal em nosso país, ao olhar da sociedade era
sinônimo de esperança e segurança, com sua previsão no Art.16, (BRASIL,1830).
O tema ganhou novos adereços com a chegada do código de 1890, que
previa e especificava, que para ser reincidente deveria a condenação transitar em
julgado e se cometer delito da mesma natureza (art.40).
Ora, na prática, a reincidência é um assunto importante tanto no meio jurídico,
quanto no campo de pesquisa. Caso contrário, não seria fundamental o que hoje
trazemos em pauta a necessidade não somente de políticas eficazes, mas também,
diminuir a população carcerária e automaticamente diminuir sua superlotação em
nosso país, lamentavelmente, este assunto não é de interesse do estado, pois se
contrário fosse a nossa realidade seria diferente da hoje exposta.
É importante considerar que ressocializar, conforme explicado acima é
dignificar, cumprir direitos e deveres com os indivíduos sob responsabilidade do
Estado, é fazer com que a criminalidade tenha uma diminuição e não aumento, com
base, por exemplo, em pesquisa do CNJ, que mostra de forma clara que quanto
mais tempo o condenado passa no cárcere ao invés de recuperar ele passa pela
escola do crime e lá aprender coisas que nunca em liberdade pensara um dia.
Julião (2009, p. 383) diz que reincidir é a “a situação em que o indivíduo, após
ter cumprido pena e sido libertado, foi novamente recolhido à prisão para
cumprimento de nova pena”. A característica que levam a reincidência é visível e as
mesmas em todo o sistema carcerário. Segundo (GRECO, 2015), os presídios que
não zelam em cumprir pelo menos o mínimo previsto em lei como direito no
tratamento ao condenado, a tendência a esse egresso ser reincidente, são maiores,
pois o mesmo está cheio de revoltas e traumas causados por aquele que tem o
dever de resguardar, e pelo contrário, descaracterizar, acaba com o condenado.
Ora, em tese, a reincidência tem sua origem devido ao excesso na sua
capacidade, ou seja, a superlotação chegando a um percentual entre três e cinco
vezes a capacidade normal. É importante considerar que a comissão de direitos
humanos em suas visitas constatou além do excesso dentro das celas muitos outros
graves problemas. Inclusive que em algumas instituições do sistema prisional
brasileiro, não havia prestação de mão de obra (trabalho), e nem mesmo qualquer
forma de ensino educativo aos condenados.
Conforme explicado acima, alguns fatores contribuem, a falta trabalha de
ensino educativo ou mesmo profissionalizante, por partes dos detentos, com intuito
de ressocializar, o não cumprimento dos direitos básicos dos apenados causam
essa terrível reincidência, por exemplo, a alimentação em alguns presídios que são
ofertada está estragadas ou alimentos com prazos de validade vencidos, a falta de
talheres fazendo com os presos comam com a mão ou improvisar o talher com
papelão. Outro fator triste é a visita a fim de dar um convívio social ao apenado
coma amigos e familiares a fim de que não entrem em depressão, mas os mesmo
são expostos a revistas vexatórias. (GRECO, 2015).
Fica evidente, diante desse quadro, que ressocializar é preciso e mais que
necessário, pois com as condições desumano que vemos no atual sistema prisional
ressocializar não só não funciona como se cresce cada dia mais a escola do crime e
o individuo que deveria se recuperar, para volta a viver em sociedade acaba ficando
pior do que entrou. O tempo ideal é aquele necessário, fazendo valer de forma
humanitária seus direitos, diminuindo assim o sentimento de injustiça e a revolta dos
detentos. Aonde os seus direitos não são suprimidos, onde não são esquecidos,
onde os Poderes e as medidas são administrados de forma coordenada, por parte
do Estado.
O Estado deve garantir esses direitos, deve também contribuir para diminuir a
desigualdade social, inserindo medidas efetivas, que ao serem tomadas promova o
bem estar coletivo, levando a toda população direitos e garantias mínimas para sua
existência de forma digna.
2.6 Ressocialização
Ressocialização é o processo ao qual o egresso deve passar para ser
inserido novamente na sociedade. Utilizado para que aquele que outrora vivia
socialmente e por causa de uma atitude delitiva, teve a sua liberdade retirada foi
retirado do convívio social.
Tornar a socializar é importante para manter o bem estar social, a ordem
pública, permitindo de forma eficaz, ao apenado voltar viver em sociedade sem
entrar na estatística da reincidência.
É evidente que diante dessa situação para que a ressocialização aconteça de
forma eficaz precisa de um programa de inclusão social impondo o ensino e trabalho
no dia a dia do apenado como forma de progressão de pena e inclusão do mesmo
no mercado de trabalho.
Greco Rogério (2015) A ressocialização do egresso é uma tarefa quase que
impossível, pois não existem programas governamentais para a reinserção social
além do fato de a sociedade, hipocritamente, não perdoar aquele já foi condenado
por ter praticado uma infração penal.
O art. 1° LEP (1984) como forma de incluir socialmente dispõe que: “A
execução penal tem a finalidade de tornar eficaz, sentenças, decisão criminal para
que de forma harmônica o apenado se integre na sociedade”.
Ressalta-se que a pena aplicada pelo juiz, tem duas finalidades, são elas
reparar o injusto cometido pelo apenado e intuito na ressocialização do mesmo para
que não seja reincidente quando egresso.
Conforme explicado acima é interessante, afirmar que a ressocialização
também é o meio pelo qual o egresso não só tenha seus direitos garantidos, mas
também inserido em sociedade. Existem alguns fatores que se sobrepõe mesmo
com lei vigente muitos desses direitos são suprimidos. A ressocialização é o meio
pelo qual o indivíduo apenado não seja incluído em sociedade, mas também não
reincida. O ensino e o trabalho são as formas mais concretas e eficazes de mudar a
história do apenado e inseri-lo na sociedade.
Goffman tem a visão da penitenciária como "instituição total" onde há um
grande grupo que compartilham entre eles a sua existência, e que são controlados
por um grupo menor que são os agentes penitenciários "os carcereiros" numa
instituição totalmente dirigida e administrada pelo Estado vislumbrando a
ressocialização do apenado, (GOFFMAN, 1990, p.18).
O Art. 41, inciso II da LEP, dispõe que é direito do preso à atribuição do
trabalho e sua remuneração, à jornada de trabalho deve ser igual ou próxima
daquela exercida em trabalho livre, assim, não será inferior a seis, nem superior a
oito horas conforme estabelece o Art. 33 da Lei de Execução Penal.
Parece-nos que a sociedade não concorda, infelizmente, pelo menos à
primeira vista, com a ressocialização do condenado. O estigma da condenação,
carregado pelo egresso, o impede de retornar ao normal convívio em sociedade.
(GRECO, 2015)
O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do
Trabalho, segundo o Art. 28, § 2º da LEP, mas deve-se salientar que o trabalho deve
ser remunerado, cujo valor não será inferior a três quartos do salário mínimo, e esta
remuneração deve atender à reparação do dano causado pelo crime, assistência à
família, pequenas despesas pessoais.
O autor deixa claro, que a ressocialização é fator fundamental na vida do
egresso. Trata-se de um direito imprescindível e de uma necessidade primordial na
vida do ser humano como um princípio garantidor.
A ressocialização é um tema que já vem sendo discutido há algum tempo,
sejam por doutrinadores, graduandos estudiosos, é uma problemática com diversas
opiniões, sabemos que vivemos em meio a uma sociedade preconceituosa.
Quando se fala em ressocializar, em oferecer oportunidade de emprego e
qualificação para aquele que é recém-saído do sistema prisional, sempre há uma
manifestação inerente ao egresso; a classe trabalhadora quase sempre se revolta, e
se manifesta, argumenta sobre a dificuldade de diversas pessoas que nunca
cometeram um delito e têm dificuldade em se inserir no mercado de trabalho,
conseguir estudar se qualificar e até mesmo chegar há uma universidade é algo aos
seus olhos, ainda difícil.
Conforme menciona pelo autor Rogério Greco a dificuldade já começa dentro
do cárcere, quando os seus direito primordiais lhe são furtados e se desrespeita o
princípio da dignidade humana.
De que adianta ensinar um ofício ao condenado durante o cumprimento da
pena se, ao ser colocado em liberdade, não conseguirá emprego e, o que é pior,
muitas vezes voltará a mesmo ambiente que lhe proporcionou o ingresso na "vida do
crime"? (GRECO, 2015)
Conforme explicado acima, o Estado agente garantidor, não educa não
ressocialização e nem presta serviços necessários ao egresso, no processo
ressocializador. O primeiro passa a ser cumprido, por exemplo, é o princípio da
dignidade humana inerente ao preso. Deve-se lhe dar o direito á saúde educação e
um acompanhamento durante um período de tempo até ele conseguir de fato andar
sozinho de cabeça erguida e conquistar o seu lugar na sociedade.
De acordo com Greco (2015, p. 335). O Estado é omisso aos direitos do
egresso e dos princípios que lhe asseguram.
O Estado não educa, não presta serviço de saúde, não fornece habitação
para população carente e miserável, enfim é negligente em todos os
aspectos fundamentais no que diz respeito á preservação da dignidade da
pessoa humana. A ideia minimalista aliviaria o problema da ressocialização.
Sabemos que quanto maior o número de condenações que conduzam ao
efetivo cumprimento da pena de privação de liberdade, maiores serão os
problemas posteriores. Como vimos anteriormente, o ideal seria afastar, o
máximo possível o condenado do convívio carcerário, facilitando dessa
forma sua ressocialização. (Greco, 2015, p. 335).
O autor deixa claro na citação acima que o Estado é omisso, e sendo mesmo
garantidor desses apenados, sendo ele responsável pelo papel ressocializador, o
mesmo não cumpre com seu importante papel. Por esse motivo é importante
mostrar que uma vez ressocializado o egresso tem uma nova oportunidade de vida e
a sociedade corre um risco menor, de violência e na reincidência do egresso.
Fica evidente, diante de estudos leituras e alguns questionamentos, qual a
função da ressocialização? Qual o seu papel? A ressocialização possui um papel
importante na sociedade? Não cabe, um método específico quer responda e
solucione tais questionamentos. A ressocialização, quando não realizada, ou pelo
menos não planejada e tentada impede que a sociedade viver de forma onde a
criminalidade diminui e aumenta a reincidência de crimes e não ressocializar faz com
que aumente a criminalidade e que novas leis sejam criadas, .
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.º 7.210, de 11 de julho de 1984. Lei de Execução Penal. Brasília:
Senado Federal, 1988.
MOREIRA Neto, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. 16. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2014.
https://www.politize.com.br/reincidencia-criminal-entenda/
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/anAlise-processo-ressocializacao-
com-foco-a-reinsercao-individuo.html.acesso em: 15 ago.2021.