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GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013. p.

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FICHAMENTO

RESUMO
A História Antiga surgiu como uma escolha deliberada de estudo para desenvolver uma
narrativa teleológica acerca do nacionalismo, desenvolvida desde o século X. A Antiguidade
não era vista como algo valorizado, somente um passado remoto. Com o movimento
Renascentista, começou-se a valorizar os vestígios documentais. As narrativas sobre a
antiguidade serviram aos narradores para legitimar as identidades (ou identificações)
nacionais, as dominações, a superioridade intelectual e posteriormente, étnica, socia e
econômica.

História Antiga e Memória Social (sub. cap. I)

Com o advento do movimento Renascentista, buscou-se nos modelos antigos algo de “novo”
para agregar na sociedade contemporânea. Por conseguinte, os grupos com poderes políticos
desenvolveram uma narrativa para dar identidade as nações, ou seja, justificar os meios e fins
daqueles poderes vigentes, consolidá-los com exemplos passados, de um momento glorioso já
vivenciado e que fora esquecido. Assim, cria-se uma escolha da memória a ser lembrada,
enfatizando aquelas que melhor justificassem os modelos sociais e econômicos vigentes.

A história da História Antiga (sub. cap. II)

Dado todo o processo até então destacado, os estudiosos buscaram entender essas sociedades
e demarcá-las, delimitar temporalmente suas formações e características “globais”. A Grécia,
que à época não tinha noção de ser Grécia, foi uma determinação dos estudiosos
contemporâneos (século XV em diante) para organizar e dar sentido a história desses grupos.
Inicialmente, a história da Grécia e Roma, ademais, as outras civilizações, eram contadas
como unitárias, com uma língua única, cultura única, e Estado único; criando uma ideia
hegemônica das sociedades antigas, para assim, embasar o ideal de uma identidade nacional
hegemônica, unitária. Esse raciocínio encontrou dificuldade com os estudos de Charlie
Darwin sobre a Teoria da Evolução e os estudos arqueológicos e geológicos na metade do
século XX, a qual despertou um novo senso de progresso e desenvolvimento. Ou seja, nada
mais era imutável, mas tudo passou a ser adaptativo; mutável.

História Científica (sub. cap. III)

O autor destaca que a história, hoje, como é trabalha tornou-se científica, pois faz uso de
ferramenta, técnica e metodologias. Diferentemente da estória que busca contar somente uma
narrativa, fictícia ou não, a História apresenta embasamento científico por meio da
documentação usada para análises socias e, dentro da metodologia, as teorias que visam dar
sentido e coesão aos acontecimentos históricos.

A Nova História Antiga (sub. cap. IV)

A História antiga é estudada, desde as últimas décadas, por meio de novos olhares. Atentam-
se ao uso de termos que podem vir a serem anacrônicos para as sociedades pré-clássicas, pois
isso deturpa o sentido próprio das populações (e suas culturas) que viveram no recorte
temporal que a História antiga propõe estudar.

A história da História Antiga (cap. II)

O conceito de História Antiga foi desenvolvimento durante um movimento artístico chamado


Romantismo (séc. XIX), o qual enfatizada o ideal de nação, pertencimento; e esse ideal foi
procurado na dita antiguidade ocidental para fortalecer laços de memórias sociais criado na
contemporaneidade medieval. Os “restos” documentais deixados pelas ruínas do passado não
era visto como algo valorizado, sendo, por muito, banalizado. Esse pensamento só foi
moldando-se no século XII.

A criação do antigo (sub. cap. I)

Durante o século XII os estudiosos passaram a enxergar a “antiguidade” como algo “novo”,
diferente do processo em que estavam passando. Viram lá algo “pré-cristianismo”, longe dos
domínios da igreja, algo laico. Portanto, reviveram obras antigas, revitalizaram a importância
das ruínas de Roma e outros locais considerados por eles importantes e desenvolveram uma
narrativa que valorizasse a cultura, a arte e conhecimento isento das intervenções da igreja
católica. Esse processo foi denominado de Renascimento (séc. XIV-XVII), e junto a ele os
artistas e cientistas elaboraram uma perspectiva negativa ao período anterior vivo pelos
“modernos”, o qual denominaram “Idade Média” ou “Idade das Trevas”. Seguinte este
caminho, um outro movimento concomitante ao Renascimento, surgiu para solidificar as
ciências e separá-las da religião. O conhecimento, por meio dos grupos sociais, viabilizou à
procura do conhecimento “puro”, laico. A esse processo foi denominado de Iluminismo.

O nascimento da História Científica (sub. cap. II)

A história científica surgiu a partir de alguns processos, entre os quais, a valorização dos
documentos e ruínas pré-clássicas. O romantismo fez com que os historiadores buscassem nas
sociedades pré-clássicas a noção de nação, e por via disto, denotou-se Estado Romano e
Grécia. Essas cidades não eram estados. Foi, portanto, neste processo que moldou-se o início
da História Científica.
Um novo olhar para o passado (sub. cap. III)

Durante o séc. XIX, com a publicação do livro A origem das Espécies, a noção de
temporalidade mudou. Entretanto, este foi um acessório; a antropologia, arqueologia e a
sociologia, trouxe, também, uma nova noção de temporalidade. O anglicano bisco Ussher
calculou o início da história humana em 4004 a.p. Essa nova noção de temporalidade mudou
todas as perspectivas, contribuindo para as cosmovisões de civilização e progresso.

I. Max Weber acerca da cidade antiga: a cidade antiga era voltada para o acúmulo de
riqueza e produção cultural.

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