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RESUMO BASES DIAGNÓSTICAS EXAMES BIOQUÍMICOS

Prof. Nayara
Aluna: Luciene Aparecida da Silva
Enfermagem Noite B. Sala: D208

Sódio (Na)
Como explicado, o sódio é o íon extracelular mais abundante na corrente sanguínea (Na =
135 a 145 mEq/L), tendo um papel fundamental de equilíbrio hídrico do organismo. Uma
série de fatores está relacionada ao distúrbio do Na e será apresentada a seguir.
Hiponatremia: é definida como a diminuição da concentração sérica do íon sódio. É um
distúrbio hidroeletrolítico, que requer internação e está associado ao aumento da
mortalidade. A velocidade de instalação determina a gravidade, sendo que em casos
crônicos, há uma adaptação cerebral e menor lesão tecidual. São considerados
emergências os casos de instalação aguda (< 48 h) e graves (< 125 mEq/L). A hiponatremia
pode se apresentar de três formas, pseudo-hiponatremia: a osmolaridade sérica é normal
ou elevada. Essas situações não representam distúrbios no metabolismo da água e não
necessitam de medidas direcionadas para correção do sódio sérico; hiponatremia
hipertônica: ocorre hiperosmolalidade no plasma (> 295 mOsm/kg H2O) na presença de
solutos osmoticamente ativos, como manitol, sorbitol, contraste e glicose com consequente
translocação de água do espaço intra para o extracelular com perda de sódio pela diurese
osmótica. Acontece na cetoacidose diabética, por exemplo;
hiponatremia hipotônica: ocorre hiposmolalidade (< 280 mOsm/kg H2O), sendo necessária
a avaliação da volemia. Hiponatremias agudas e graves costumam ser sintomáticas,
podendo levar a crises convulsivas (edema cerebral). O clínico deve procurar remover a
causa: reverter a hipovolemia, suspender o medicamento suspeito, interromper ingestão
excessiva de água, repor um hormônio que esteja deficitário (hipotireoidismo, insuficiência
suprarrenal) e adequar o tratamento da doença de base (insuficiência cardíaca, cirrose).
Hipernatremia: é a concentração sérica de sódio > 150 mmol/L. Desenvolve-se a partir de
um ganho de sódio ou pela perda de água livre (desidratação), ou pela combinação desses
fatores. Está sempre associada à hiperosmolalidade plasmática. O aumento da
concentração de sódio sérico leva a um desvio da água do intra para o extracelular,
situação grave quando se considera o sistema nervoso central, no qual a hipotonicidade nos
capilares sanguíneos (barreira hematoencefálica) leva a um desvio de água do líquor,
interstício e neurônios com consequente desidratação neuronal.

Potássio (K+)
O potássio é o principal cátion do compartimento intracelular. No compartimento extracelular
sua concentração é baixa, variando normalmente entre 3,5 a 4,5 mEq/l. Devido à grande
diferença entre as concentrações intra e extracelular de potássio, os fatores que controlam
sua distribuição transcelular são críticos para a manutenção de níveis séricos normais.
Os principais fatores são, acidose-provoca a saída de potássio do meio intra para o
extracelular, aumentando sua concentração sérica;
insulina-exerce um papel importante na manutenção da distribuição sérica normal do
potássio. Indivíduos diabéticos possuem menor tolerância à infusão de potássio, por
apresentarem mecanismos de defesa debilitados. A insulina exerce seu efeito protetor na
hiperpotassemia através do aumento da captação de potássio pelas células hepáticas e
musculares; aldosterona: o principal efeito da aldosterona ocorre através da modificação da
excreção renal de potássio. Sua ação ocorre no duto coletor, abrindo canais de Na+, o que
aumenta a reabsorção desse cátion, com consequente secreção de K+. O valor de
referência do potássio sérico é de 3,5 a 4,5 mEq/L, podendo haver pequenas diferenças
entre laboratórios. As seguintes alterações podem ser encontradas:
hiperpotassemia ou hipercalemia: concentração plasmática do íon potássio acima de 5,0
mEq/1. Deve-se excluir a pseudo-hiperpotassemia, que ocorre na leucocitose (> 105/ml),
plaquetose e hemólise. O aumento do potássio pode manifestar-se desde a ausência de
qualquer sintoma até parada cardíaca. As células excitáveis são as mais sensíveis aos altos
valores de potássio, entre elas estão as células miocárdicas e as neuromusculares;
hipopotassemia ou hipocalemia: quando a concentração do potássio no soro é inferior a 3,5
mEq/l. Embora possa ser assintomática, talvez ocorram sinais sutis de fraqueza muscular
até quadros mais graves, como paralisia da musculatura esquelética. É um distúrbio
eletrolítico comum em pacientes pós-ressuscitação cardiopulmonar por fibrilação ventricular.

Cálcio (Ca+)
O cálcio encontra-se em maior concentração nos ossos e em menor concentração no
plasma e no meio extracelular. Sua importância no organismo se resume em manter a
integridade da membrana celular, condução de estímulos cardíacos, coagulação sanguínea
e formação óssea. É considerado um dos cinco elementos mais comuns dentro do corpo
humano, apresentando-se no plasma sob três formas físico-químicas: cerca de 50% na
forma ionizada ou livre, 40% ligado às proteínas (albumina e globulinas) e 10% formando
complexos com íons difusíveis como lactato, fosfato, citrato e bicarbonato. A forma
biologicamente ativa é o cálcio livre ou ionizado. A manutenção dos níveis séricos de cálcio
ionizado tem importante papel no tratamento de pacientes em estado crítico. Há várias
situações nas quais o quadro clínico requer que a dosagem de cálcio ionizado seja maior do
que a calcemia total. Dentre elas, citam-se: transplantes hepáticos, transfusões sanguíneas
e durante o ato cirúrgico em tireoidectomias para avaliação das hipocalcemias. O valor de
referência do cálcio iônico é de 1,17 a 1,32 mg/dL, já o cálcio total varia de 8,5 a 10,5
mg/dL, podendo ocorrer pequenas variações desses valores entre laboratórios. Os
distúrbios do cálcio encontrados são,
hipercalcemia a necessidade de tratamento em urgência ocorre, quando o nível de cálcio
total está acima de 14 mg/dL. As repercussões gastrintestinais mais frequentes são
dispepsia, constipação, anorexia, náusea e vômito, sendo rara a ocorrência de pancreatite.
Os sintomas urinários são poliúria, polidipsia e litíase renal. As manifestações neurológicas
podem variar entre dificuldade para concentração, sonolência, confusão mental e,
finalmente, coma. As manifestações cardiovasculares mais frequentes são hipertensão
arterial, bradicardia e bloqueio atrioventricular de primeiro grau, hipocalcemia, aredução dos
níveis séricos de cálcio iônicoaumenta a permeabilidadede membrana ao sódio e amplia a
excitabilidade neuromuscular. Os achados clínicos dependem da rapidez da instalação do
déficit e correlacionam-se com a hipomagnesemia, mas geralmente não aparecem até um
cálcio total de 7,0 a 7,5 mg/dL. As manifestações mais frequentes, são: parestesia periférica
e perioral, cãibras, podendo ocorrer nos casos mais graves laringoespasmo,
broncoespasmo, convulsão e óbito.

Magnésio (Mg++)
O magnésio é o segundo cátion mais prevalente no meio intracelular. É essencial para a
função enzimática, metabolismo energético celular, estabilização de membranas, condução
nervosa, transporte iônico e atividade dos canais de cálcio. O rim é o principal órgão
envolvido na homeostase do magnésio corporal total, pois 95% do magnésio filtrado é
reabsorvido pelo néfron e o rim pode diminuir até 0,5% sua excreção devido a diminuição
da ingestão, aumentos de perdas intestinais ou com a redistribuição do espaço extra para o
intracelular.
Os níveis de magnésio sérico estão entre 1,5 a 2,5 mEq/L, sendo sua regulação
influenciada por fatores hormonais e não hormonais como paratormônio, calcitonina,
glucagon, vasopressina, restrição de magnésio, distúrbios acidobásicos e depleção de
potássio.
Cuidados na fase pré‐analítica
Os seguintes cuidados são recomendados para a coleta do magnésio: • jejum por pelo
menos 4 horas;
utilizar tubo com tampa amarela contendo gel separador;
A não ter praticado exercícios vigorosos antes da coleta.
Os distúrbios a seguir, relacionados ao nível sérico do magnésio, podem ser identificados:
hipermagnesemia: pacientes com níveis séricos de magnésio aumentado podem exibir
sinais e sintomas, incluindo náuseas, vômitos, reflexos tendinosos profundos abolidos,
hipotensão, bradicardia e alterações do ECG (aumento do intervalo PR, QRS alargado);
hipomagnesemia: as causas clínicas estão associadas a perdas gastrintestinais ou renais.
Os sinais e sintomas mais comuns são hiperirritabilidade do sistema nervoso central e
neuromuscular como flapping (tremores amplos), balismos, nistagmo, sinal de Babinski,
delírios, apneia, taquicardia, arritmias ventriculares, hipertensão e distúrbios vasomotores.

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