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Luís Júlio Carlos Pires

Neurose e Psicose
(Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações)

Universidade Rovuma
Nampula
2021

Luís Júlio Carlos Pires


Avaliação da Criatividade

O presente trabalho de caracter avaliativo da


cadeira de Psicopatologia, 2º Ano, 2º
Semestre. A ser entregue no departamento de
Educação e Psicologia, leccionada pela
Docenta MA: Lúcia Maurício

Universidade Rovuma

Nampula

2022
Índice
Introdução
Todo trabalho científico merece uma nota introdutória, para fazer valer este conhecimento o
presento trabalho por me elaborado ira falar da Neurose e Psicose. Neurose é uma doença
emocional, afectiva e de personalidade e acontece quando o sistema nervoso de uma pessoa reage
com exagero a uma determinada experiência já vivida. Este termo costumava ser utilizado para se
referir a distúrbios psicológicos e doenças nervosas, como Alzheimer e Parkinson, as quais
interferem na personalidade. Ao longo da história, foram levantadas diversas hipóteses sobre a
origem da neurose. Freud acreditava que esta surgia de um conflito entre o eu e o id, sendo que as
necessidades do eu devem ser protegidas a todo custo dos impulsivos irracionais do id. 

De seguida, Como forma de assegurar a melhor organização do trabalho, este seguiu uma ordem
logica:

Capa, Contracapa, Índice, Introdução, Desenvolvimento, por fim a Conclusão e página de


Referencias Bibliográficas.
I. Revisão de Literatura

1.1. Neurose

Neurose é uma doença emocional, afectiva e de personalidade e acontece quando o sistema


nervoso de uma pessoa reage com exagero a uma determinada experiência já vivida. Este termo
costumava ser utilizado para se referir a distúrbios psicológicos e doenças nervosas, como
Alzheimer e Parkinson, as quais interferem na personalidade. Foi usado pela primeira vez em
1769, pelo médico escocês William Cullen. Ele acreditava que essas patologias estavam
associadas à má gestão emocional.

Todavia, em 1893, Sigmund Freud redefiniu o conceito para fazer referência à forma como as
pessoas relacionam-se consigo mesmas e como reagem à vida.  A neurose é um dos pontos
principais da psicanálise freudiana. Freud acreditava que a angústia e sofrimento são causados
pelo inconsciente. São as perturbações preservadas nele que alimentam este estado psíquico. 

Ele definiu três categorias de psiconeuroses, transtornos emocionais enraizados em traumas de


infância: neuroses atuais (resultantes de impedimentos da satisfação sexual), neuroses de
transferência (mecanismo de defesa, como histeria ou fobia) e neuroses narcísicas (quadros
psicóticos).  Porém, este termo já era compreendido há muito tempo. Pelo menos, como uma
definição inicial de comportamentos considerados anormais. Pessoas ansiosas, nervosas e
depressivas eram vistas como um empecilho para a sociedade e para si mesmas. Assim, suas
condutas incomuns eram interpretadas como desordens mentais incuráveis, definidas como
neuroses. 

1.2. As Causas da Neurose

Ao longo da história, foram levantadas diversas hipóteses sobre a origem da neurose. Freud
acreditava que esta surgia de um conflito entre o eu e o id, sendo que as necessidades do eu
devem ser protegidas a todo custo dos impulsivos irracionais do id.  Ou seja, o nosso eu, a nossa
personalidade, devem se manter afastados das vontades impulsivas (gritar com o chefe, agredir
alguém no trânsito) que não condizem com a realidade.  Outra teoria é que a neurose está
relacionada a um conflito psíquico possivelmente originado na infância. Este conflito é recalcado
o que, na psicanálise, é o fenómeno que actua como mecanismo de defesa contra ideias que sejam
prejudiciais ao eu. Em outras palavras, são situações, memórias ou sentimentos que nós
reprimimos para proteger a nós mesmos.

Quando o neurótico passa por uma situação negativa que afeta a sua saúde mental, ele procura
substituir o evento passado com uma realidade mais satisfatória. Neste mundo fantasioso, ele
procura aliviar suas angústias e satisfazer seus desejos. Mas, como este não é real, existe o
conflito entre a fantasia e a realidade. Logo, as causas da neurose são diversas e sujeitas de
investigação psicológica para determinar fatores específicos. 

1.3. Tipos de Neurose  

Com a expansão da psicanálise, foram surgindo vários tipos de neurose. Após a morte de Freud,


diversos psicanalistas, como Winnicott e Kohut, desenvolveram novas versões das neuroses com
base no self – representação do “eu”. 

Porém, primeiramente, devem ser compreendidas as definições criadas por Freud, pois essas
foram base para muitos estudos e novas classificações dentro da área. 

 Neurose de transferência: novas formas de neurose podem surgir ao longo do processo


de psicanálise. O paciente transfere seus sentimentos de um relacionamento passado para
um do presente. O analista está sujeito a ser um alvo nesses casos. Na teoria freudiana,
este é um passo necessário para o processo de cura.  
 Neuroses atuais: Freud afirmou que toda neurose baseia-se na vida sexual do paciente.
As práticas que atualmente regem a vida do indivíduo referente à sexualidade associam-se
a modalidades de repressão da sexualidade. Esta definição, porém, foi suspensa à medida
que Freud desenvolveu as suas hipóteses sobre angústia. Então, estabeleceu dois tipos de
neurose: a neurastenia (enfraquecimento do sistema nervoso central) e a psiconeurose
(histeria e obsessões, como hipocondria). 
 Neuroses narcísicas: resultantes do conflito entre o ego e o superego. A pessoa sofre com
sentimento de inadequação e exílio do mundo. A aparição desse tipo de neurose foi
registrada na década de 50, no pós-guerra, época em que as pessoas estavam dominadas
pelo pessimismo. A melancolia, por exemplo, foi definida por Freud como neurose
narcísica, pois o melancólico não consegue se identificar com o outro. 

Além dessas três, há diversos tipos de neurose. Veja algumas abaixo: 


 Neurose Traumática
Originada de acontecimentos violentos ou assustadores que deixam marcas no emocional
da pessoa.

 Neurose Obsessiva
Caracterizado por ideias compulsivas que tomam conta da pessoa, como de limpeza e de
perigo. Assim, a pessoa fica sempre alerta para as situações que lhe trazem desejo de
compulsão. É o caso da hipocondria e do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
 
 Neurose Fóbica
Presença de uma fobia ou medo de locais, objectos, situações e pessoas. Comportamentos
de esquiva, isolamento social e de fuga são comuns. É constante o desejo de se livrar da
situação indesejada.

 Neurose Histérica
Relacionado ao desejo de chamar atenção e de conquistar a piedade alheia, ou a pacientes
que são incapazes de encontrar a verdadeira causa de suas frustrações. Ao estudar esta
neurose, Freud notou também frequência maior nas mulheres. Ele defendia que pacientes
que apresentavam histeria tinham sofrido algum abuso sexual.

 Neurose do Fracasso
Sofrimento derivado de consecutivas situações de fracasso.

 Neurose de Destino
Repetição de situações infelizes, muitas vezes causadas pelos próprios indivíduos. As
pessoas não percebem que estão causando essa repetição por estarem alheias aos seus
próprios comportamentos.

1.4. Características da neurose 

A instabilidade emocional e preocupação em excesso com determinados objectos e cenários são


características intrínsecas da neurose. A pessoa neurótica imagina um resultado desastroso de
uma situação simples, frustrando-se com seus próprios pensamentos ruins e explodindo com
quem está próximo. 

Logicamente, a fantasia nesses casos raramente se concretiza. O sofrimento antecipado é, então,


em vão. Sua única utilidade é trazer ainda mais angústia e aflição para o paciente. 
Alguns sintomas da neurose são:

 Fobias.
 Ansiedade.
 Sensação de vazio e não pertencimento.
 Paranoia.
 Isolamento social.
 Apatia.
 Insônia.
 Pessimismo.
 Angústia.

 Melancolia. 

Eventualmente, as pessoas neuróticas se tornam intolerantes com experiências sociais os quais


consideram desagradáveis. Por conta de suas reacções excessivas aos eventos cotidianos, passam
a ser indesejadas pelos demais. 

Vale ressaltar que o termo “neurótico” passou a ser costumeiramente usado para se referir a
pessoas com determinadas condutas desgostáveis. Algumas pessoas até mesmo se referem a si
mesmas como neuróticas por gostarem de limpeza ou organização. Porém, esta expressão
coloquial é diferente da definição clínica de neurótico.

1.5. Tratamento para neuroses

As neuroses são tratadas com psicoterapia e/ou psicanálise. A abordagem cognitiva-


comportamental é a mais recomendada para o tratamento, pois trabalha na forma como a pessoa
vê, sente e pensa em relação ao sofrimento e a dor emocional.Gostou do post? Então assine
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II. PSICOSE

Psicose é um transtorno mental que faz com que as pessoas percebam ou interpretem as coisas de
maneira diferente das pessoas que as rodeiam. Isso pode envolver alucinações ou delírios.

A palavra psicose é usada para descrever condições que afectam a mente, onde houve alguma
perda de contacto com a realidade. Durante um episódio psicótico, os pensamentos e percepções
de uma pessoa são perturbados e o indivíduo pode ter dificuldade em entender o que é real e o
que não é. Os sintomas da psicose incluem delírios (falsas crenças) e alucinações (ver ou ouvir
coisas que os outros não vêem ou ouvem).

Outros sintomas incluem discurso incoerente ou sem sentido e comportamento impróprio para a
situação. Uma pessoa em um episódio psicótico também pode apresentar depressão, ansiedade,
problemas de sono, isolamento social, falta de motivação e dificuldade de funcionamento geral.

2.1 Fatos rápidos sobre a Psicose

Separamos alguns pontos-chave sobre psicose:

 A psicose não é uma doença em si mesma, é um sintoma;


 Um delírio psicótico comum é a crença de que o indivíduo é uma figura importante;
 Diagnóstico precoce de psicose melhora os desfechos em longo prazo;
 A psicose é classicamente associada a transtornos do espectro da esquizofrenia e, embora
existam outros sintomas, um dos critérios definidores para a esquizofrenia é a presença de
psicose.

2.2. Sintomas de psicose

Os dois principais sintomas da psicose são:

a) Alucinações – onde uma pessoa ouve, vê e, em alguns casos, sente, cheira ou saboreia
coisas que não estão lá; um tipo de alucinação comum é ouvir vozes
b) Delírios – onde uma pessoa tem crenças fortes que não são compartilhadas por outras
pessoas; uma ilusão comum é alguém acreditando que há uma conspiração para prejudicá-
los.

A combinação de alucinações e pensamento delirante pode causar sofrimento severo e uma


mudança no comportamento. Experimentar os sintomas da psicose é muitas vezes associado a um
episódio psicótico.

2.3. Causas da Psicose

As causas exactas da psicose não são bem compreendidas, mas podem envolver:

Genética – estudos mostram que a esquizofrenia e o transtorno bipolar podem compartilhar uma


causa genética comum.

Alterações cerebrais – alterações na estrutura cerebral e alterações em certas substâncias


químicas são encontradas em pessoas com psicose. Varreduras cerebrais revelaram redução da
massa cinzenta no cérebro de alguns indivíduos com história de psicose, o que pode explicar os
efeitos no processamento do pensamento.

Hormônios ou sono – a psicose pós-parto ocorre logo após o parto (normalmente dentro de 2


semanas). As causas exactas não são conhecidas, mas alguns pesquisadores acreditam que pode
ser devido a mudanças nos níveis hormonais e padrões de sono interrompidos.

2.4. Tipos de Psicose

Vários distúrbios podem exibir sintomas psicóticos, incluindo:

1. Esquizofrenia – um distúrbio sério de saúde mental que afecta a maneira como alguém se


sente, pensa e age. Os indivíduos acham difícil distinguir entre o que é real e o que é
imaginário.
2. Transtorno esquizoafetivo – uma condição semelhante à esquizofrenia, que inclui
períodos de distúrbios do humor.
3. Transtorno psicótico breve – os sintomas psicóticos duram pelo menos 1 dia, mas não
mais que 1 mês. Muitas vezes, ocorre em resposta a um evento de vida estressante.
Depois que os sintomas desaparecem, eles podem nunca mais voltar.
4. Transtorno delirante – o indivíduo tem uma forte crença em algo irracional e muitas
vezes bizarro, sem base factual. Os sintomas duram 1 mês ou mais.
5. Psicose bipolar – os indivíduos apresentam sintomas de transtorno bipolar (altos e baixos
intensos de humor) e também experimentam episódios de psicose. A psicose ocorre mais
comumente durante as fases maníacas.
6. Depressão psicótica – também conhecida como transtorno depressivo maior com
características psicóticas.
7. Pós-parto (também chamado de pós-natal) psicose – uma forma grave de depressão pós-
parto.

8. Psicose induzida por substâncias – incluindo álcool, certas drogas ilegais e alguns
medicamentos prescritos, incluindo esteróides e estimulantes.

Estas são as principais causas dos sintomas psicóticos, mas a psicose também pode ser secundária
a outros transtornos e doenças, incluindo:

 Tumor cerebral ou cisto


 Demência – doença de Alzheimer, por exemplo
 Doença neurológica – como doença de Parkinson e doença de Huntington
 HIV e outras infecções que podem afetar o cérebro
 Alguns tipos de epilepsia
 Acidente vascular encefálico

1.5. Caracteristicas de Psicose

Sobre as principais características clínicas das psicoses, pode-se afirmar:

 são psicologicamente incompreensíveis (segundo Jaspers);


 apresentam vivências bizarras, como delírios, alucinações, alterações da consciência do eu;
 não existem alterações primárias na esfera cognitiva. Memória e nível de consciência não
estão prejudicados, se isto acontece é devido a outras alterações clínicas (delirium), bem
como devido a substâncias psicoativas.

1.6. Tratamentos para quadros psicóticos

O tratamento para psicose envolve o uso de uma combinação de:

 Medicação antipsicótica – que pode ajudar a aliviar os sintomas da psicose;

 Acompanhamento psicológico – a terapia cognitivo comportamental provou ter sucesso


no tratamento clínico de pessoas com psicose;

 Terapia familiar –  um formato de terapia que pode envolver parceiros, familiares e
amigos íntimos. Alguns estudos indicam que ela é capaz de reduzir a necessidade de
tratamento hospitalar em pessoas com psicose.

 Apoio psicosocial – apoio a necessidades sociais, como educação, emprego ou


acomodação

Depois de um episódio psicótico, a maioria das pessoas que melhora com a medicação precisa
continuar administrando a medicação por pelo menos um ano. Cerca de 50% das pessoas
precisam tomar medicação a longo prazo para evitar que os sintomas se repitam.

Se os episódios psicóticos de uma pessoa são graves, eles podem precisar ser internados em um
hospital psiquiátrico para tratamento.

1.7. Complicações da Psicose

Pessoas com histórico psicótico são mais propensas do que outras a ter problemas de abuso de
drogas ou álcool, ou ambos. Algumas pessoas usam essas substâncias como uma maneira de
gerenciar sintomas psicóticos. No entanto, o abuso de substâncias pode agravar os sintomas
psicóticos ou causar outros problemas.
Conclusão

Depois de varias pesquisas bibliográficas e com ajuda da investigação na Internet do trabalho por
me elaborado concluo que a Neurose é uma doença emocional, afectiva e de personalidade e
acontece quando o sistema nervoso de uma pessoa reage com exagero a uma determinada
experiência já vivida.

Por sua vez Psicose é um transtorno mental que faz com que as pessoas percebam ou interpretem
as coisas de maneira diferente das pessoas que as rodeiam. Isso pode envolver alucinações ou
delírios.

E importante salientar que quando o neurótico passa por uma situação negativa que afecta a sua
saúde mental, ele procura substituir o evento passado com uma realidade mais satisfatória.
Referencias Bibliográficas

1. ↑ Kelly, Evelyn B. (2001). Coping with schizophrenia 1st ed. New York: Rosen


Pub. p. 25. ISBN 9780823928538
2. ↑ Maio, Dr Vincent Di; Franscell, Ron (2016). Morgue: A Life in Death (em
inglês). [S.l.]: St. Martin's Press. p. 236. ISBN 9781466875067
3. ↑ Bogousslavsky, Julien; Boller, François (2005). Neurological Disorders in
Famous Artists (em inglês). [S.l.]: Karger Medical and Scientific Publishers.
p. 125. ISBN 9783805579148
Barbosa, I. M. R., Dias, M. R., & Moya, C. I. S. (1999). Diferenças estruturais e sintomáticas
entre neurose e psicose segundo a psicanálise. In XIII Encontro Latino
Americano de Iniciação Cientifica (pp. 1–5). UniversIdade do Vale do Paraíba.

Freud, S. (1925). Além do princípio do prazer , psicologia Volume XVIII (Vol. XVIII).
Free-eBooks.net.

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