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RESOLUÇÃO Nº 2, DE 1º DE JULHO DE 2015

Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação
pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada
A Importância do Ato de Ler - em três artigos que se completam
Paulo Freire

“importância do ato de ler”  importância da recuperação da humanidade do oprimido


Dignidade da pessoa humana, que na opressão ou na libertação, atinge uma dimensão de universalidade.
Insere o leitor num “círculo de cultura”leitor participa, enquanto sujeito, de uma experiência real.
 Aprender a ler, escrever, alfabetizar-se, é antes de tudo aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto
 não numa manipulação mecânica de palavras
numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade.
Não somente do ponto de vista cientifico e estético, mais também do ponto de vista estético e político.
Em uma sociedade que exclui dois terços de sua população da questão da leitura e escrita, esse debate é altamente
considerável. Um autor que se pronuncia no mundo.
A importância do ato de ler é na compreensão crítica deste ato
 Não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na
inteligência do mundo A leitura do mundo precede a leitura da palavra
 Linguagem e realidade
 A compreensão do leitura crítica implica percepção das relações entre o texto e o contexto.
O ato de ler, na experiência existencial, vem primeiramente como a “leitura” do mundo, depois a leitura da palavra.
Infânciao mundo das atividades perspectivas, das primeiras leituras.
• Capacidade de perceber os textos, as palavras, as letras daquele contexto  percepção experimentada  quanto mais o
fazia, mais aumentaAumenta com as relações entre os irmãos mais velhos e pais.
•O mundo imediato: universo da linguagem dos mais velhos, expressando as crenças, gostos, gestos, receios e valores.
Momentos em que ainda não se lê a palavra
•Na medida em que se torna íntimo com o mundo particular de cada um, fica mais fácil a percepção e a compreensão da
leitura que dele se faz.
•Somos introduzidos na leitura da palavra a decifração da palavra flui naturalmente da leitura do mundo particular.
•A leitura da palavra não significa uma ruptura do mundo (palavra-mundo).
•Na época da adolescência, a compreensão crítica da importância do ato de ler é constituída através de sua prática.
•Experiência pessoal de Paulo Freire Essa percepção crítica dos textos lidos em classe, não era momentos puros de
exercícios, como pedaços de conhecimentos que devessem ser engolidos pelos estudantes, tudo isso, pelo contrário, era
proposto.Curiosidade dos alunos de maneira dinâmica e vivaMemorizar mecanicamente a descrição do objeto, mais
aprender a sua significação profunda.

CRITICA DO AUTOR:
•A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos, e não
mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita.
•A quantidade de páginas lidas ainda supera a qualidade da leitura. Contudo, é importante também lembrar que não
•podemos tirar a importância da necessidade que temos educadores e educandos, de ler, sempre e seriamente, os clássicos
neste ou naquele compõem especial.
•A ALFABETIZAÇÃO É A CRIAÇÃO OU A MONTAGEM DA EXPRESSÃO ESCRITA , DA EXPRESSÃO ORAL.

•ESTA MONTAGEM NÃO PODE SER FEITA PELO EDUCADOR PARA OU SOBRE O ALFABETIZANDO.

• MOMENTO DE SUA TAREFA CRIADORA

•A LEITURA DO MUNDO PRECEDE A LEITURA DA PALAVRA “ESCREVÊ-LO” OU DE “REESCREVÊ-LO”.

MOVIMENTO DINÂMICO É UM DOS ASPECTOS CENTRAIS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.


A ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS E AS BIBLIOTECAS POPULARES PROBLEMA DA LEITURA E DA ESCRITA

A COMPREENSÃO CRÍTICA DA ALFABETIZAÇÃOCOMPREENSÃO CRÍTICA DA LEITURACOMPREENSÃO CRÍTICA DA


BIBLIOTECA.

 O MITO DA NEUTRALIDADE NA EDUCAÇÃO LEVA À NEGAÇÃO DA NATUREZA POLÍTICA DO PROCESSO EDUCATIVO


• FAZER PURO (EM QUE NOS ENGAJAMOS A SERVIÇO DA HUMANIDADE
• COMO UMA ABSTRAÇÃO

UMA PRÁTICA INGÊNUA, UMA PRÁTICA ASTUTA E OUTRAS CRÍTICAS

NÃO É POSSÍVEL PENSAR, SEQUER, A EDUCAÇÃO, SEM QUE SE ESTEJA ATENTO À QUESTÃO DO PODER

O fato do educador não ser um agente neutro, não significa, que deve ser manipulador.
A opção realmente libertadora nem se realiza através de uma prática manipuladora, nem tampouco por meio de uma prática
espontaneista licencioso, irresponsável. O que deve ser feito pelos educadores é aclarar, assumindo a opção política e ser
coerente a ela, na prática.
Sabendo que não é o discurso que ajuíza a prática, mais a prática que ajuíza o discurso.
•Os educadores precisam saber ouvir os alunos, escutá-los correspondente ao direito de falar.

•Não é aceitável de forma algum impôr a compreensão em nome da libertaçãoe é como aceitar soluções autoritárias como
caminhos de liberdade.

•É necessário que assumam a ingenuidade dos educandos. A educação modela as almas e recriam os corações, ela é a alavanca
das mudanças sociais.

• O analfabeto, porque não a tem, e é um “homem perdido”, cego, quase fora da realidade. É preciso, pois, salvá-lo e sua
salvação está em passividade receber a palavra.

• Do ponto de vista nevrálgico e democrático, o alfabetizando e não o analfabeto, e se insere num processo criador de que ele é
também sujeito.

•O Brasil foi “inventado” de cima para baixo. Precisamos reinventá-lo em outros termos. O povo diz a sua palavra é a parte
importante da pratica da educação.
•Experiência de alfabetização de alunos em São Tomé e PríncipeÉ relatado que seria impossível fazer uma campanha de
alfabetização de adultos promovida por um governo antipopular e a colaboração não pode ser uma invasão disfarçada, tem que
ser um terreno comum entre ambos.
•Os cadernos não são livros neutros, nem manipuladores estimulam o educando a participação crítica e democrática no
ato de conhecimento de que são também sujeitos.
alfabetização de adultos e na pós-alfabetização a serviço da reconstrução nacionalcontribuam para que o povo,
tomando mais e mais a sua história nas mãos, se refaça na feitura da história e no reverso da história.

•Para se fazer uma história mais consciente é estar presente nela e não simplesmente estar representado.

• Na etapa da alfabetização o que se pretende não é uma compreensão profunda da realidade que se está analisando

• Desenvolver e estimular a capacidade crítica dos alfabetizandos enquanto sujeitos do conhecimento, desafiados pelo
objeto a ser reconhecidoExperiência sistemática  relação
•Estudar é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema em seu primeiro ato.

•Estudar exige disciplina é criar e recriar é não repetir o que os outros dizem.
•O ato de estudar, de caráter social X não apenas individual X independentemente de estarem seus sujeitos conscientes
disto ou não.
• RECONSTRUÇÃO NACIONAL  é um esforço no qual o nosso povo está empenhado para criar uma sociedade nova. Uma
sociedade de trabalhadores. Exige – unidade, disciplina, trabalho e vigilância.
1 - De acordo com Paulo Freire quando trata da importância do ato de ler, para a construção da visão crítica são
indispensáveis:

(A) Trabalhar a alfabetização espontânea, totalmente ligada aos setores político e social.
(B) Trabalhar a alfabetização, neutralizando a política e as classes sociais.
(C) Trabalhar a alfabetização, considerando a política com coerência, vivenciando, na prática, o reconhecimento
óbvio, sabendo ouvir, falar e assumindo a ingenuidade dos educandos para poder saber o que estão aprendendo.
(D) Trabalhar a alfabetização, assumindo a ingenuidade dos educandos, partindo do ensino da realidade social de
seus alunos para, posteriormente, ensinar o desconhecido.
2- “A leitura do mundo precede a leitura da palavra.”

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Ed. Cortez, 1992.

Essa ideia é central no conceito que Paulo Freire desenvolveu de:

a) Letramento.
b) Psicogênese da língua escrita.
c) Aquisição da linguagem.
d) Alfabetização.
e) Oralidade.
3 - Leia o texto

(…) Mas, é importante dizer, a “leitura" do meu mundo, que me foi sempre fundamental, não fez de
mim um menino antecipado em homem, um racionalista de calças curtas. A curiosidade do menino
não iria se distorcer pelo simples fato de ser exercida, no que fui mais ajudado do que desajudado
por meus pais. E foi com eles, precisamente, em certo momento dessa rica experiência de
compreensão do meu mundo imediato, sem que tal compreensão tivesse significado malquerenças
ao que ele tinha de encantadoramente misterioso, que eu comecei a ser introduzido na leitura da
palavra.

A decifração da palavra fluía naturalmente da “leitura" do mundo particular. Não era algo que se
estivesse dando superpostamente a ele. Fui alfabetizado no chão do quintal de minha casa, à sombra
das mangueiras, com palavras do meu mundo e não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o
meu quadro-negro; gravetos, o meu giz (…)

(Freire, Paulo. A importância do ato de ler).


3- Sobre o texto é correto afirmar:

I. O autor foi aprendeu a ler escrevendo no chão.


II. A palavra sublinhada na primeira frase do texto é pronome demonstrativo e retoma a palavra mundo.
III. A leitura do mundo e a da palavra aconteciam de forma concomitante para o personagem da narrativa.
IV. Na frase: “que eu comecei a ser introduzido na leitura da palavra", temos um verbo conjugado no
pretérito perfeito do indicativo.
V. A palavra “experiência é acentuada graficamente por se tratar de uma oxítona terminada em ditongo.

Estão CORRETAS:

a) II, III, V.
b) IV, V.
c) I, III, IV
d) II, III.
e) I, II, V.
4- Paulo Freire afirma que o educador deve ler sempre e seriamente livros que interessem,
que favoreçam a mudança de sua prática, procurando adentrar nos textos, criando aos
poucos uma disciplina intelectual que o levará, enquanto professor, não somente a fazer
uma leitura do mundo, mas escrevê-lo ou reescrevê-lo, ou seja, transformá-lo por meio de
sua prática consciente.

Nesse sentido, o autor afirma que:

(A) a leitura do mundo e a leitura da palavra estão dinamicamente juntas.


(B) a leitura do real deve ser a repetição da visão da maioria das pessoas.
(C) as palavras devem vir carregadas da experiência do educador no processo de
alfabetização.
(D) a alfabetização deve ser um processo de memorização desenvolvido a partir da leitura.
(E) o professor é sujeito do processo de alfabetização que deve ser centrada na
compreensão da palavra.
5. Para Paulo Freire, ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de
discriminação, o que significa que o professor deve estar livre de qualquer pré-conceito, de rejeitar
qualquer proposta que não seja válida para seus alunos.

Para o autor, pensar certo:

(A) é transferir, depositar, oferecer, doar ao outro tomado como paciente de seu pensar, a
inteligibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos.
(B) implica a existência de sujeitos que pensam mediados por objeto ou objetos sobre que incide o
próprio pensar dos sujeitos.
(C) corresponde à sensibilização para a aprendizagem e à exploração do conteúdo a partir de um
material de apoio.
(D) compreende a exploração do conteúdo a partir das vivências dos alunos e a avaliação dos
conhecimentos adquiridos.
(E) está dividido em dois momentos, o primeiro, aquele no qual o professor ensina um determinado
conteúdo, e o segundo, aquele no qual o aluno aprende.
6 - Para Freire, a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir
da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser
alcançada por sua leitura crítica implica a:

(A) observação do mundo interior e do entorno.


(B) percepção das relações entre o texto e o contexto.
(C) decodificação das palavras e frases.
(D) percepção entre palavra e ação.
(E) observação das relações existentes no ser humano.
7. Paulo Freire reafirma, em sua obra A importância do ato de ler em três artigos que se completam (Cortez, 1991), a
necessidade de que educadores e educandos se posicionem criticamente ao vivenciarem a educação, superando as
posturas ingênuas ou “astutas”, negando a pretensa neutralidade da educação. Destaca o autor, ainda:

(A) a importância da compreensão crítica do ato de ler centrada na decodificação pura da palavra escrita.
(B) que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, e a posterior leitura desta implica a continuidade da leitura
daquele.
(C) a necessidade de se considerar a dicotomia presente no ato de ler e de escrever.
(D) que a memorização mecânica da descrição de um objeto, quando da leitura de um texto, constitui-se em real
leitura, da qual resulta o pleno conhecimento do objeto.
(E) que a necessária aquisição de uma visão mágica da palavra escrita pelos estudantes pressupõe que os professores
insistam na leitura de muitos capítulos de livros por semestre letivo.
8. Para Paulo Freire, a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra; por sua vez, a leitura da palavra implica a
continuidade da leitura do mundo. Para o autor, esse movimento dinâmico é um dos aspectos centrais do processo de
alfabetização. Nesse sentido, enfatiza o autor que as palavras a serem trabalhadas em um programa de alfabetização
deveriam vir:

(A) do universo vocabular do grupo de alfabetizadores, expressando a sua real linguagem.


(B) carregadas da cultura da instituição, da norma culta da sociedade.
(C) carregadas da significação e experiência do educando e não da experiência do educador.
(D) das experiências dos educadores, expressando seus valores e anseios.
(E) da vontade dos pais, expressando seus sonhos, suas inquietações e suas vontades.

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