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EFEITO FOTOELÉTRICO – A CONSTANTE DE PLANCK

Thiago Fonseca dos Santos - 21951726


Victor Vinicius Borges - 21850640
Departamento de Física – Universidade Federal do Amazonas
Manaus, AM – Brasil
Email(s): thiagof.1997@gmail.com; vtborges78@gmail.com
Setembro, 2022

TEÓRIA
O efeito fotoelétrico
Heinrich Hertz, após comprovar experimentalmente as equações de Maxwell, se
deparou com os primeiros indícios da quantização da luz, após produzir descargas
oscilantes, gerando faíscas entre dois eletrodos. Se percebeu que no seu circuito de
antenas, o modo receptor tinha mais dificuldades em gerar faíscas quando estava sujeito
a luz, advinda do circuito emissor. Deste circuito vinha bastante luz violeta e ultravioleta.
Hertz nada mais que observava o efeito fotoelétrico pela primeira vez. Analisando
percebeu que a luz poderia facilitar a fuga de elétrons para as superfícies próximas dos
metais das antenas, fazendo assim, emitir faíscas.

Figura 1. Aparato de Lenard

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Figura 2. Funções da Fotocorrente e Tensão

Seu Aluno Philipp Lenard, deu prosseguimentos as investigações do efeito,


algumas características eram bastante contraditórias em relação a física clássica. Em um
arranjo (Figura 1) onde tinham uma ampola de quartzo evacuada, dois eletrodos ligados
a fonte de tensão e o medidor de corrente. Lenard insidio luz sobre a superfície do catodo.
Em seu gráfico (Figura 2), obteve a intensidade da luz variando com a fotocorrente i e
não com a tensão de corte 𝑉𝐹 . Esta tensão de corte (Pensando Lenard) seria o limite a ser
vencido pela força de atração entre os elétrons excitados e a placa deste eletrodo, assim,
indo de encontro com as teorias de Maxwell do eletromagnetismo clássico. Esta
‘anomalia’ foi percebida após a variação da intensidade I da fonte de luz incidente devida
à mudança das frequências 𝜈 da luz. Agora, dada estas inconsistências é que Albert
Einstein em 1905 propôs em seu artigo “Um ponto de vista heurístico sobre a produção
e transformação da Luz” uma resposta ao efeito, usando o, a época, recente (e aparente)
efeito discreto da luz proposto por Max Planck em 1900. A relação de Planck tem a
Energia da fonte proporcional à frequência.
E = 𝑛ℎ𝜈
Assim, imaginou Einstein, que a luz tendo característica discreta, se propagaria
em pequenos pacotes, ou em quantus de energia. A ideia mais simples, nas palavras de
Einstein “é que um quantum de luz transfere toda a sua energia a um único elétron: vamos
supor que é isto que acontece”. Para limites de 𝑣 ≪ 𝑐, podemos trabalhar com a mecânica
clássica, mais precisamente o teorema da conservação da energia. A energia do elétron se
movimentando indo de um eletrodo a outro é dado por T = (1/2)𝑚𝑣 2 , energia cinética.
Para frear o elétron, de energia cinética T, deve se a associar a tensão de corte 𝑉𝐹 tal que
𝑒𝑉𝐹 = T. Lembrando que a energia proveniente da luz teria de vencer a atração do elétron
a placa, o que ficou conhecido como função trabalho W. As relações de energia do sistema
idealizado por Einstein implicado no experimento de Lenard fica:
E=T+W
Fazendo as substituições ficamos
ℎ𝜈 = 𝑒𝑉𝐹 + W
Isolando a tensão em função da frequência, temos:

2
ℎ W
𝑉𝐹 = 𝜈−
𝑒 𝑒
A relação proposta por Einstein, indica uma proporcionalidade linear e direta entre
a Tensão de corte 𝑉𝐹 e a frequência 𝜈 da luz incidente. Ou seja, para cada frequência de
luz incidente no catodo feito de um material especifico, se associa uma tensão de corte,
ficando com uma equação linear (Figura 3). A reta só corta o eixo das abcissas em pontos
diferentes, quando mudamos o material de que é feito os eletrodos, mas o coeficiente
angular permanece constante.

Figura 3. Funções da equação de Einstein

Esta proposição foi testada a muitos, por Robert A. Millikan. Tentando demonstrar
que a predição de Einstein estava incorreta. Nas suas palavras: “... contra todas as minhas
expectativas, vi-me obrigado em 1915 a afirmar sua completa verificação experimental,
embora nada tivesse de razoável, uma vez que parecia violar tudo o que conhecíamos
sobre a interferência da luz”.

EXPERIMENTO
Procedimento Experimental

Em geral, o experimento feito no Laboratório de Física Moderna, do


DEPARTAMENTO DE FÍSICA da UFAM, consiste em semelhanças ao procedimento
esquemático da Figura 1, experimento feito por Lenard. A fonte de luz é uma Lâmpada
de vapor de mercúrio, a luz proveniente é direcionada e colimada por lentes até a outra
ponto do banco optico, onde estará a fotocélula. Antes do trajeto da luz incidir na
fotocélula, coloca-se a rede de difração para obter o espalhamento das composições da
luz. Para cada tipo de luz a fotocélula irá emitir determinado número de elétrons que irão
para o outro eletrodo, fechando o circuito. À medida que aumenta a exposição a luz o
anodo começa a ficar negativamente carregado e impedindo a passagem da fotocorrente.
Os elétrons não se deslocam o circuito se abre em uma tensão limite ou de corte. Esta
tensão é justamente a que será recolhida para cada frequência de luz (cor). Abaixo temos
a fotografia do experimento
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Figura 4: Aparato Experimental Montado

Para averiguarmos as determinadas cores podemos girar o banco optico e colocar a


fotocélula de frente para a luz desejada. Um pouco da luz ultravioleta é espalhado entre
as cores visíveis, alterando a informação das intensidades. Para isso é utilizado dois filtros
UV, que ‘limpa’ a possível interferência da luz ultravioleta nos outros espectros.

Analises dos Dados

Dando início ao procedimento, conseguimos obter os espectros esperados, e


colocamos em uma tabela:

Tabela 1: Dados Experimentais

Linha
Espectral 𝝀[𝒏𝒎] 𝝂 × 𝟏𝟎𝟏𝟒 [𝑯𝒛] 𝑽𝑪𝑶𝑹𝑻𝑬 [𝑽](𝑻𝒆ó𝒓𝒊𝒂) 𝑽𝑪𝑶𝑹𝑻𝑬 [𝑽](𝑬𝒙𝒑. )
(Cor)

Ultravioleta 365,01 8,19 1,010 0,74

Violeta 398,30 7,50 0,850 0,67

Azul 435,83 6,86 0,640 0,56

Verde 546,07 5,47 0,078 0,208

Amarelo 567,71 5,26 0,032 0,143

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Os Valores teóricos foram tirados de um trabalho anterior exposto no banner do
experimento (Figura 5). Com isso, vamos poder comparar com os valores encontrados
pela nossa medição.

Figura 5: Tabela do Banner de Exposição

Os resultados foram postos em uma tabela no Excel, e feito o gráfico tanto para
os valores experimentais quantos para os teóricos, segue o gráfico abaixo:

1,2

y = 0,3497x - 1,8058
1

Teória
0,8
V (Volts[V])

Experimento
0,6
Linear (Teória)

0,4
Linear
y = 0,2118x - 0,9453 (Experimento)
0,2

0
4 5 6 7 8 9
Frequência ν X 10^14 (Hertz[Hz])
Figura 6: Gráfico da Tensão pela Frequência

Constante de Planck

Segundo a equação linear de Einstein e a equação encontrada pelo Excel, podemos


tentar encontrar o valor da constante de Planck (h), comparando os coeficientes angulares
das duas retas, com os coeficientes da reta teórica da relação de Einstein:

ℎ𝑇
= 0,3497 × 10−14 ⟹ ℎ𝑇 = 𝑒 ∙ 0,3497 × 1014
𝑒
5
Sendo ℎ𝑇 a constante de Planck referente aos valores teóricos. Como 𝑒 =
1,602 × 10−19 C, então o valor da constante fica:

ℎ𝑇 = 5,602194 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠

Segue o mesmo procedimento para o valor experimental, obtendo

ℎ𝑒 ≅ 3,4 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠

CONCLUSÃO
Ao analisarmos os valores das duas constantes percebemos, que os valores foram
muito distantes do esperado. Inclusive o dito valor teórico, que apresentou um desviou
alto em relação ao verdadeiro (considerado pela academia) valor teórico da constante de
Planck ℎ = 6,626 × 10−34 J ∙ s.

Segue a tabela das diferenças e dos erros relativos das duas medidas em relação
ao verdadeiro valor teórico:

Tabela 2: Diferenças com 𝒉 = 𝟔, 𝟔𝟐𝟔 × 𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝐉 ∙ 𝐬

Constantes Diferenças [× 𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝐉 ∙ 𝐬] Erro relativo (%)

ℎ𝑇 0,1545140 15,45%

ℎ𝑒 0,4879203 48,80%

Com estes resultados, chegamos à conclusão de que é inconclusivo encontrar o


valor da constante de Planck ℎ, pelos valores adotados experimentalmente. Os erros
indicam um desviou muito alto do que seria indicado tanto pela bibliografia quanto pelo
enredo do experimento. Esses valores, que apareceram desproporcionais são devidos a
possivelmente desgastes dos equipamentos, mais precisamente a fotocélula poderia está
apresentando algum dano e assim interferindo drasticamente o experimento.

REFERÊNCIAS

MOYSÉS NUSSENZVEIG, H. Curso de Física Básica, vol.: 4 - Ótica, Relatividade e


Física Quântica - 4º reimpressão; Edgar Blücher LTDA, São Paulo, 2006.

Halliday, D; Resnick, R; e Walker, J. Fundamentos de Física, vol.:3 -


Eletromagnetismo – 10 edição; LTC Grupo Gen., Rio de Janeiro, 2020.

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