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As atividades humanas e os recursos hídricos

As águas superficiais e subterrâneas sofrem enormes pressões provenientes


da excessiva exploração dos recursos e de diferentes atividades humanas, o
que se reflete negativamente na sua qualidade e/ou quantidade.

Principais causas dos impactes negativos:

 atividades económicas – produção de energia, indústria, agricultura,


produção animal, aquicultura e turismo.

 alterações climáticas e outros usos do solo – com destaque para o


desenvolvimento urbano, sobretudo no litoral.

No entanto, relativamente às águas superficiais, os aquíferos apresentam vantagens:

• não se reduzem devido à deposição dos detritos;


• estão mais protegidos da poluição, o que reflete uma melhor qualidade da água;
• não sofrem evaporação.
Degradação dos recursos hídricos

Ocorre, sobretudo, em áreas calcárias, nas orlas costeiras, onde os aquíferos estão em
contacto com o mar.
Eutrofização

Tem origem na escorrência de águas de atividades agrícolas, para rios e lagos (águas mais
paradas, com ausência de corrente ou correntes muito fracas), com elevadas concentrações de
detritos orgânicos, pesticidas, fungicidas, nitratos, etc .
A presença de tais elementos tóxicos na água, levam ao desenvolvimento de muitas algas
aquáticas que tapam a superfície impedindo a luz solar de chegar às outras plantas aquáticas,
que deixam de produzir oxigénio pela ausência da fotossíntese.
Em consequência da falta de oxigénio, as plantas e os animais aquáticos morrem, degradando-
se todo o ecossistema.
Poluição hídrica

Poluição da Ribeira dos Milagres - Leiria

Pode ter origem na pecuária, devido à ausência de tratamento dos efluentes provenientes
das explorações agrícolas.

Desflorestação
Tem origem na destruição da cobertura
vegetal por ação do Homem, ou por
causas naturais.
O desaparecimento da cobertura
vegetal acaba por fazer diminuir a
infiltração da água da chuva, no solo,
comprometendo a recarga dos
aquíferos.
Poluição hídrica urbana
Tem origem na produção de resíduos sólidos
urbanos que não são devidamente recolhidos e
tratados.
A falta de civismo, a marginalização, a pouca
sensibilidade das pessoas face às questões
ambientais, a par da falta de infraestruturas
próprias para a recolha, acondicionamento e
posterior tratamento destes resíduos podem
levar à contaminação hídrica.

Poluição hídrica industrial

A atividade industrial, é responsável por grande


parte da poluição hídrica. A água utilizada nos
processos produtivos, quer como matéria
prima, quer como meio de arrefecimento dos
mecanismos mecânicos, é muitas vezes
lançada no meio ambiente sem qualquer tipo
de tratamento, o que causa a morte dos seres
vivos aquáticos e a alteração dos ecossistemas
fluviais e marinhos.
Poluição hídrica associada ao turismo

A falta de civismo das pessoas e a falta de recipientes para recolha de resíduos em locais
turísticos, leva a situações de indesejável poluição.
Importância da gestão partilhada e sustentável dos recursos hídricos
Os crescentes problemas relacionados com a distribuição, a exploração e a
qualidade dos recursos hídricos, em geral, e com o consumo da água, em
particular, levam à necessidade de um planeamento articulado com esforços à
escala local, nacional e internacional, uma vez que a água é um recurso global.

Toda a legislação desenvolvida (nacional e europeia) no âmbito dos recursos


hídricos tem como objetivo a proteção das:

- águas superficiais interiores (rios e albufeiras);


- águas de transição (estuários, lagoas);
- águas costeiras;
- águas subterrâneas.

As bacias hidrográficas luso-espanholas ocupam 64% do território nacional, o


que traduz a dependência do nosso país em relação a Espanha ao nível dos
recursos hídricos.
Desde 2000 está em vigor a Convenção sobre a Cooperação para a Proteção
e o Aproveitamento Sustentável das águas das Bacias Hidrográficas Luso-
Espanholas (normalmente designada por Convenção de Albufeira).
O que existe na prática para proteger e gerir a utilização da água ?

A nível comunitário: Diretiva – Quadro Água

 Estabelece um quadro de ação comunitária no domínio da política da água.

 Apresenta uma abordagem integrada de proteção das águas (superficiais,


águas subterrâneas, águas de transição e águas costeiras)

Objetivos:

 Evitar a continuação da degradação, proteger e melhorar o estado


dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas;
 Promover um consumo de água sustentável, baseado numa proteção
a longo prazo dos recursos hídricos disponíveis;
 Proteger e melhorar o ambiente aquático;
 Assegurar a redução gradual da poluição das águas subterrâneas e
evitar o agravamento da sua poluição;
 Contribuir para mitigar os efeitos das inundações e das secas.
A nível nacional: Lei da água

A Lei da água transpõe a diretiva comunitária – Quadro Água e estabelece as


bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas no
território nacional.
Nem toda a água utilizada pelos diferentes setores é realmente aproveitada. Há
ineficiência de uso e perdas (por deficiências nas infraestruturas e aparelhos).

O Plano Nacional da Água integra o Programa Nacional para o uso Eficiente


de Água (PNUEA). Este programa consagra medidas adequadas à proteção e
valorização dos recursos hídricos de modo a assegurar a sua utilização
sustentável.

Eficiência de utilização de água: relaciona, em percentagem, o consumo útil


com a procura efetiva.
Mede até que ponto a água captada é utilizada para que haja otimização da
produção com eficácia do serviço desejado, nos setores agrícola, industrial e
urbano.
Programa Nacional para o Uso Eficiente de Água

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