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Índice

1. Introdução......................................................................................................................................2
2. A Função da auditoria interna e compliance...................................................................................3
2.1. Conceito de auditoria interna......................................................................................................3
2.2. Objetivos da auditoria interna....................................................................................................3
2.3. Funções e importancia da Auditoria Interna...............................................................................3
2.4. Compliance................................................................................................................................6
2.4.1. Funções do Departamento de Compliance..............................................................................6
Vantagens do Compliance......................................................................................................................7
3. Enquadramento de compliance.......................................................................................................7
4. A Relação da auditoria interna e compliance..................................................................................8
5. A Função de auditoria interna numa politica anti-fraude................................................................9
5.1. Exemplos de fraude no setor public..........................................................................................10
5.2. Responsabilidade dos Auditores Internos relacionadas a fraude.............................................10
5.3. Indicadores de Fraude 1: Alerta Vermelho...............................................................................10
5.3.1. Indicadores de Fraude 2: Alerta Vermelho...........................................................................10
5.3.2. Papel do Auditor Interno na Investigação da Fraude............................................................11
6. Comites de auditoria e governação corporativa............................................................................11
6.1. Importância do Comité de Auditoria........................................................................................11
6.1.1 Por que os comitês de auditoria são importantes?.....................................................................11
6.1.2. Atribuições Gerais do Comitê de Auditoria................................................................................12
6.1.3. O que é governança corporativa?..............................................................................................13
6.1.4. Qual a relação entre governança corporativa e compliance?....................................................14
6.1.5. Quais as diferenças entre governança corporativa e compliance?.............................................14
7. Conclusões...................................................................................................................................16
8. Ficha bibliográfica………………………………….…………………………………………………………………………………17

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1. Introdução

O presente trabalho de Auditoria Financeira, aborda os temas da, função da auditoria interna
e compliance, enquadramento de compliance, a Relação da auditoria interna e compliance, a
Função de auditoria interna numa politica anti-fraude, comites de auditoria e governação
corporativa.

A realização deste trabalho foi possivel atravês de consulta de obras literaris, disponiveis nas
partileiras das bibliotecas da cidade de Quelimane, assim como no recurso a internet. O
mesmo tem como objectivo contribuir na formação sólida do futuro administrador público,
pois esta figura precisa de se munir de conhecimentos básicos para a realização do seu
trabalho quotidiano.

A extrutura do presente trabalho se baseia na seguinte organização: introdução, nesta parte


faz-se uma breve apresentação do trabalho e dos objectivos do mesmo, desenvolvimento,
nesta parte aborda-se com clarividencia todos aspectos dos temas que constituem o trabalho e
por fim a conclusão, onde os elementos do grpo mostram a sua percepção quanto ao temas
abordados.

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1. A Função da auditoria interna e compliance
1.1. Conceito de auditoria interna

Segunco Phillipe (2010, p.24), Pode-se conceituar auditoria interna como um controle
gerencial que funciona por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de outros
controles. Deve ser entendida como uma actividade de assessoramento à administração
quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada área da empresa, mediante as
diretrizes políticas e objetivos por aquela determinados.

Para o mesmo autor, a auditoria interna cumpre um papel fundamental na empresa: subsidia o
administrador com dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às atividades para
cujo acompanhamento e supervisão que este não tem condições de realizar; e ela o faz
mediante o exame.

1.2. Objetivos da auditoria interna

Para Mara (1998, pp.45-50), os principais objetivos de um auditor interno são:

 Verificar a existência, a suficiência e a aplicação dos controles internos, bem como


contribuir para o seu aperfeiçoamento;
 Verificar se as normas internas estão sendo seguidas;
 Verificar a necessidade de melhoramento das normas internas vigentes;
 Avaliar a necessidade de novas normas internas.

1.3. Funções e importancia da Auditoria Interna

Nos apontamentos de Phillipe (2010, p.57), a auditoria Interna tem por finalidade desenvolver
um plano de ação que auxilie a organização a alcançar seus objetivos adotando uma
abordagem sistêmica e disciplinada para a avaliação e melhora da eficácia dos processos de
gerenciamento de riscos com o objetivo de adicionar valor e melhorar as operações e
resultados de uma organização.

O objetivo geral da Auditoria Interna é avaliar e prestar ajuda a alta Administração e


desenvolver adequadamente suas atribuições, proporcionando-lhes análises, recomendações e
comentários objetivos, acerca das atividades examinadas.

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O auditor interno deve, portanto, preocupar-se com qualquer fase das atividades da empresa
na qual possa ser de utilidade à Administração. Para conseguir o cumprimento deste objetivo
geral de serviços à administração, há necessidades de desempenhar atividades tais como:

 Revisar e avaliar a eficácia, suficiência e aplicação dos controles contábeis,


financeiros e operacionais;
 Determinar a extensão do cumprimento das normas, dos planos e procedimentos
vigentes;
 Determinar a extensão dos controles sobre a existência dos ativos da empresa e da
sua proteção contra todo tipo de perda;
   Determinar o grau de confiança, das informações e dados contábeis e de outra
natureza, preparados dentro da empresa;
 Avaliar a qualidade alcançada na execução de tarefas determinadas para o
cumprimento das respectivas responsabilidades;
 Avaliar os riscos estratégicos e de negócio da organização.

A Auditoria Interna é mais uma função assessorial que de linha.

Por isso, o Auditor Interno não exerce autoridade direta sobre os outros membros da
organização, cujo trabalho revisa.

O Auditor Interno deve ter liberdade para revisar e avaliar as normas, os planos,
procedimentos e registros; mas seu trabalho de modo algum isenta os demais membros da
Organização das responsabilidades que lhes foram designadas. 

Independência é condição essencial para se obter resultados positivos nos trabalhos


desenvolvidos pela Auditoria Interna.

Esta independência tem 02 (dois) aspectos principais:


A categoria de Auditor Interno dentro da Organização e o apoio que lhe delega a
administração são fatores determinantes do valor e da amplitude dos serviços que a mesma
obterá da função de Auditoria Interna. 

Por conseguinte, o Gerente da área de Auditoria Interna deverá atuar sob as ordens de um
administrador de grau suficiente dentro da empresa que lhe assegure um amplo campo de
ação e atenção adequada aos resultados de suas investigações e recomendações, e a efetivação
das medidas sugeridas pelo Auditor.

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Assessoramento e Consultoria A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva,
que presta serviços de avaliação, assessoramento e consultoria e tem como objetivo adicionar
valor e melhorar as operações de uma organização. A auditoria auxilia a organização a
alcançar  seus objetivos por meio de uma abordagem sistêmica e disciplinada para a avaliação
e […]

Como mostra Mara (1998, pp 56-60), A auditoria interna cumpre um papel fundamental na
empresa: subsidia o administrador com dados e informações tecnicamente elaborados,
relativos às atividades para cujo acompanhamento e supervisão que este não tem condições de
realizar; e ela o faz mediante o exame da:

a) adequação e eficácia dos controles;

b) integridade e confiabilidade das informações e registros;

c) integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a observância das


políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e regulamentos, e da sua efetiva
aplicação pela empresa;

d) eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização dos recursos; dos


procedimentos e métodos para salvaguarda dos ativos e a comprovação de sua existência,
assim como a exatidão dos ativos e passivos; e

e) compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e meios de execução


estabelecidos.

Ainda sobre o mesmo autor, Não deve haver limitação, no âmbito da empresa, para atuação
da auditoria interna. O auditor interno deve ter acesso a todas as áreas e informações, terreno
no qual e para o qual desenvolverá seu trabalho. Naquelas áreas cuja tecnologia desconhece,
no todo ou em parte, deve ele assessorar-se de profissionais habilitados, a fim de entender o
processo, para poder avaliá-lo e julgá-lo, possibilitando, assim, que seu relatório seja emitido
corretamente. Podemos exemplificar esta condição com referência a um trabalho
desenvolvido numa área de Produção.

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Neste caso, o auditor interno se assessorará de um engenheiro, qualificado tecnicamente para,
quando solicitado e autorizado pela Diretoria, julgar determinada operação ou opinar sobre
ela.

1.4. Compliance

Segundo Moreira (2007, p.56), compliance é o conjunto de disciplinas a fim de cumprir e se


fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as directrizes estabelecidas
para o negócio e para as actividades da instituição ou empresa, bem como evitar, detectar e
tratar quaisquer desvios ou inconformidades que possam ocorrer.

O termo ompliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo
com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido.

1.4.1. Funções do Departamento de Compliance

Para começar, o departamento deve contar com uma boa equipe. A liderança, chamada de
CCO (Chief Compliance Officer), precisa ser escolhida criteriosamente.

Além dela, serão necessários assistentes e analistas. Em grandes empresas, a divisão pode se
estender a coordenadores ou gestores, que dividem as responsabilidades da área.

Depois de bons treinamentos, a equipe estará preparada para colocar o compliance em prática.
Algumas de suas principais funções, portanto, serão:

 Analisar riscos operacionais;


 Conhecer e interpretar leis que se relacionem à empresa;
 Elaborar manuais de conduta;
 Gerenciar os controles internos;
 Fazer auditorias periodicamente;
 Desenvolver projectos de melhoria contínua;
 Disseminar o ompliance por toda a cultura organizacional;
 Monitorar a segurança da informação.

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1.4.2. Vantagens do Compliance

Ter uma área de compliance na empresa traz diversos benefícios. Alguns deles são:

 Ganho de vantagem competitiva em relação à concorrência;


 Atracção de investidores e investimentos;
 Identificação de riscos e prevenção de problemas;
 Ganho de credibilidade;
 Melhoria da eficiência e qualidade dos serviços/produtos;
 Aumento da governança;
 Consolidação de uma cultura organizacional;
 Sustentabilidade;
 Correcção efectiva de não-conformidades.

2. Enquadramento de compliance

No início, os departamentos de compliance eram formados por profissionais de finanças e do


direito. Atualmente, os gestores buscam por profissionais que tenham formação e experiência
na área.

Dessa forma, um Programa de Compliance deve ser elaborado por uma equipe ou um
departamento específico dentro da organização, que se torna responsável por desenvolver,
coordenar e monitorar suas atividades.

Ao criar o departamento, é necessário já ter desenvolvido um código de conduta da empresa,


que alinha a missão, visão e os objetivos globais da empresa às práticas de compliance.

Este código de conduta deve ser disseminado pela empresa por estratégias de comunicação
interna eficazes. Por exemplo, estimular a prática de denúncias diante de má conduta por meio
de um canal seguro e sigiloso.

A execução do código de conduta é algo imprescindível para obter bons resultados. Portanto,
dê o exemplo: os colaboradores espelham suas atitudes nas de seus superiores.

Por fim, é importante ressaltar o perigo que as empresas correm ao participar de atos imorais
ou ilegais, ou até mesmo fazer “vista grossa” ao ver algo de errado.

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Lembre-se: um ato isolado ou um grande esquema podem acabar com a reputação e sucesso
da empresa da mesma maneira!

A Siteware desenvolve um software de gestão empresarial – o STRATWs ONE – intuitivo e


fácil de operar que visa a transparência no fluxo de informações, aumentando a produtividade
e a governança em busca de resultados. (Moreira, 2007, p.78).

3. A Relação da auditoria interna e compliance

Arena e Azzone (2009), argumentam que as duas ferramentas são complementares na gestão
empresarial e ajudam a coibir práticas de corrupção, irregularidades e fraudes nos negócios.
Gerenciar uma empresa é uma empreitada com desafios diários, que vão desde a
administração do caixa da empresa até a criação de normas que estabeleçam regras de
funcionamento, o que faz parte do controle interno chamado compliance. Antes visto como
um diferencial, a técnica agora é imprescindível para as empresas e junto à auditoria interna
estabelece o ciclo que aumenta a segurança das operações no negócio. No entanto, as duas são
importantes na mesma proporção em que são diferentes. Apesar de exercerem papel bastante
distinto nas empresas, ainda é comum que haja confusão entre os dois conceitos. Entender a
diferença entre eles é o primeiro passo para usar os recursos gerenciais com o máximo de
precisão para colher melhores resultados no empreendimento. Os benefícios das ferramentas
vão além de melhorar o ambiente empresarial, entregando mais segurança virtual também
para os consumidores.

Sobre os mesmos autores, as vantagens do compliance são tantas que agora os governos de
alguns estados, como o Rio de Janeiro, exigem que as empresas contratadas para prestar
serviço ou comercializar produtos tenham um programa de integridade instituído. O objetivo
da exigência é justamente limar práticas fraudulentas, desvios de condutas e irregularidades,
ou seja, tornar os processos mais transparentes e promover maior segurança. Entre os
fornecedores estão incluídos, claro, prestadores de serviços em TI. Baixar agora Muitas falhas
operacionais acontecem dentro da empresa quando não há procedimentos a seguir. Sem as
ferramentas necessárias para a detecção de fraude e de outros vícios de operação, os
resultados institucionais são impactados negativamente. Uma vez que a tarefa de estabelecer
quais funções o controle interno terá, entra outra forma de fiscalização, a auditoria interna.
Complementarmente ao compliance, ela visa periodicamente avaliar os resultados do negócio,
apontando possíveis melhorias a serem implementadas, e também cumprir o papel de

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fiscalizador das operações para a detecção de fraudes, irregularidades e gargalos. Em suma,
enquanto uma estabelece as políticas, informa toda a rede de interessados sobre o
funcionamento do negócio, com treinamentos e ações para conscientizar cada elo envolvido,
de funcionários ao mercado como um todo, a outra vem para checar se o que foi implantado
está funcionando na prática. Mercado em ascensão O momento vivido pela sociedade costuma
gerar reflexos na indústria de maneira bastante ampla. Às vezes, o ambiente regulatório pode
tanto acelerar quanto matar um setor, assim como o modus operandi de determinado
segmento pode ser completamente transformado. Por exemplo, o cenário político brasileiro
exerceu bastante influência no crescimento da oferta e procura de serviços como o compliance
e a auditoria interna. Os vários casos de corrupção investigados por operações como a Lava
Jato tiraram da inércia empresas que até então não tinham as duas competências como um
processo contínuo, é o que diz os especialistas.

A atividade de auditoria interna geralmente é desempenhada por departamento de uma


entidade incumbido pela direção de efetuar verificações necessárias e de avaliar os sistemas e
procedimentos da entidade, com vista a minimizar as probabilidades de fraudes, erros ou
práticas ineficazes. A auditoria interna deve ser independente no seio da organização e
reportar diretamente à direção. (in Glossário dos Termos Comuns das Instituições Supremas
de Controle da CPLP).

4. A Função de auditoria interna numa politica anti-fraude

Princípios da Política Antifraude

Segundo Arena e Azzone (2009), os princípios da política Antifraude baseiam-se no seguinte:

Tolerância Zero
A actividade fraudulenta não será tolerada pela empresa.

Investigação Total
Qualquer actividade fraudulenta suspeita deverá ser imediatamente investigada.

Não sendo possível analisar internamente as actividades suspeitas a empresa pode recorrera
consultoria externa ou às autoridades judiciais.

Conformidade com o regime jurídico aplicável

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A execução das medidas relacionadas com a PAF deverá estar sempre em conformidade
com normas legais e regulamentares aplicáveis.

Reporte Interno
O reporte interno das situações de suspeita de Fraude será realizado de acordo com
instruções descritas seguidamente, nos pontos5. .4.1, 5.4.2 e 5.4.3.

4.1. Exemplos de fraude no setor public

Contratação de Bens e Serviços Suborno e corrupção Contratação de Pessoal Roubo


de dados e propriedade intelectual Golpe Gestão da folha de pagamentos e dos gastos

4.2. Responsabilidade dos Auditores Internos relacionadas a fraude

Papel do Auditor Interno – Responsabilidade dos Auditores Internos relacionadas a fraude A


avaliação objetiva sobre o quadro de governança, gestão de riscos e controle interno da
organização Aplicar o devido zelo profissional e ceticismo profissional Prevenir e detectar
fraude e corrupção não é um papel primário da auditoria interna Não se espera dos auditores
internos que ajam como investigadores profissionais.

4.3. Indicadores de Fraude 1: Alerta Vermelho

Alerta Vermelho – um sinal de aviso ou dica sobre algo que necessite de atenção extra para
descartar ou confirmar a fraude potencial. Alertas vermelhos relacionados a pessoas Estilo de
vida luxuoso sem compatibilidade com a renda Aumento repentino de riqueza (carros
luxuosos, casa de campo, jóias) Relutância em tirar férias Recusa de mudança de cargo,
responsabilidades, arquivos Mudança de personalidade, oscilações de humor, mudança de
comportamento

4.3.1. Indicadores de Fraude 2: Alerta Vermelho

Alertas vermelhos relacionados à Organização Controles internos ineficazes Clima


organizacional pobre em relação à ética Sem ‘exemplo que vem de cima’ Procedimentos de
recrutamento deficientes Rotatividade alta ou muito baixa para cargos com funções sensíveis

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4.3.2. Papel do Auditor Interno na Investigação da Fraude

A função da Auditoria Interna não é prevenir, detectar ou investigar fraudes A Auditoria


interna deve estar alerta para a possibilidade de fraude na condução dos seus trabalhos: isto é,
estar atenta aos ‘alertas vermelhos’ Se a fraude for descoberta, o auditor deve alertar a gestão
e/ou os serviços especializados Exceções Atuação específica sobre fraude (deve estar no
Regimento) Auditoria Forense (para coletar evidências de fraude para casos na justiça)
Auditor interno pode ser solicitado a auxiliar os investigadores de fraudes (mas deve possuir
conhecimento suficiente)

5. Comites de auditoria e governação corporativa

5.1. Importância do Comité de Auditoria

Segundo Arena e Azzone (2009), o comitê de auditoria é concebido como uma parte essencial
no processo de supervisão – sempre em nome do conselho de administração – da integridade
dos controles e procedimentos de apresentação de relatórios financeiros implantados pela
administração para proteger os interesses dos acionistas e outras partes interessadas. Sua
principal responsabilidade é de supervisionar em nome do conselho de administração. Cabe-
lhe exercer a função de órgão de supervisão da gestão e dos processos internos para o
conselho de administração. Essa sua função não deve ser confundida com a função do
conselho fiscal, pois a função deste, conforme a lei é a de fiscalização do acionista.

6.1.1 Por que os comitês de auditoria são importantes?

Nos apontamentos de Arena e Azzone (2009), os comitês de auditoria exercem um papel


importante – por meio de supervisão eficaz e informada – quando contribuem para assegurar a
confiança do mercado, na qualidade dos relatórios financeiros de responsabilidade da
administração. Quando instalados, os comitês de auditoria têm a função de, em nome do
conselho de administração, assegurar o equilíbrio, a transparência e a integridade das
informações financeiras publicadas para os investidores. Recomenda-se que os conselhos de
administração instituam comitês de auditoria, em nome do conselho de administração.

A importância do Comitê de Auditoria está relacionada com a necessidade de a empresa


demonstrar transparência ao mercado através dos atos praticados pela administração.

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6.1.2. Atribuições Gerais do Comitê de Auditoria

1. Responsabilidade sobre os relatórios emitidos pela empresa: deve estabelecer com clareza
como as responsabilidades sobre os relatórios produzidos para o mercado são articuladas e
como o comitê e a administração da empresa entendem essas responsabilidades, assegurando
que as informações prestadas ao mercado são fidedignas.

2. Supervisão do processo de divulgação de informações: controles internos e


responsabilidadesdaadministração:
Os relatórios produzidos e divulgados pela companhia devem derivar da eficácia dos
controles que o geraram, devendo ser decorrente do domínio dos processos por parte do
Comitê de Auditoria.

3. Supervisão do gerenciamento e do monitoramento de riscos: necessidade do Comitê de


Auditoria atentar-se para os processos de controle de riscos, verificando se a companhia
possui mecanismos internos capazes de identificá-los e monitorá-los, como forma de
gerenciar o perfil de risco da organização.

4. Supervisão dos controles internos: Implica na avaliação da “cultura de controles” por parte
do Comitê de Auditoria, no entendimento dos controles e processos relativos à produção e
divulgação dos relatórios e das informações da empresa para os investidores, na avaliação da
eficácia dos controles internos e no controle à prevenção de fraudes.

5. Supervisão do cumprimento das leis, normas e regulamentações: o Comitê de Auditoria


deve revisar o sistema de supervisão do cumprimento das leis e regulamentações de que a
empresa possui, além de certificar-se que na elaboração das demonstrações financeiras, todos
os assuntos relativos ao cumprimento de regulamentações foram considerados. O
acompanhamento dos processos de quaisquer exames efetuados pelas autoridades regulatórias
também fazem parte do escopo de supervisão do Comitê.

6. Relacionamento com a auditoria independente: o comitê de auditoria deve ser o


responsável por selecionar e avaliar os trabalhos da auditoria independente, garantindo total
independência do auditor e do auditado.

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7. Pré-aprovação dos trabalhos de auditoria independente e não-auditoria: como os auditores
independentes devem reporta-se ao Comitê de Auditoria, todos os seus serviços, de auditoria
ou não, devem ser pré-aprovados pelo comitê de auditoria.

8. Supervisão dos trabalhos dos auditores independentes: o Comitê de Auditoria e a auditoria


independente devem trabalhar no sentido de cooperação mutua. Ao mesmo tempo em que
cabe ao Comitê de Auditoria a discussão do plano de trabalho dos auditores, não lhe é
permitido exigir dos auditores independentes qualquer relação de subordinação. A
responsabilidade do plano de trabalho é prerrogativa exclusiva da auditoria independente,
cabendo ao Comitê de Auditoria, proposta de ajustes a este plano em face das necessidades
impostas pela complexidade da companhia.

9. Supervisão dos trabalhos da auditoria interna: a toda empresa de capital aberto, é


recomendada uma auditoria interna atuante com poderes e independência total no exercício
das suas atividades. Ao Comitê de Auditoria cabe a tarefa de assegurar que a empresa
implemente uma auditoria interna atuante. A supervisão periódica da auditoria interna
também deve ser prerrogativa do Comitê de Auditoria.

10. Supervisão do funcionamento de um canal de denúncias: ao Comitê de Auditoria cabe a


responsabilidade de criar mecanismos de recebimento de reclamações e denúncias sobre a
contabilidade, controles internos contábeis ou assuntos relacionados com a auditoria, bem
como sobre fraudes. Tais mecanismos devem assegurar o anonimato para aquelas pessoas que
tomam a iniciativa de informar ao Comitê de Auditoria.

6.1.3. O que é governança corporativa?

Segundo Arena e Azzone (2009), a governança corporativa trata do relacionamento entre


stakeholders internos – sócios, diretoria, conselho de administração – e externos – órgãos de
fiscalização, controle, regulamentação, governo, legislação. Em outras palavras,

reúne as estratégias que uma empresa tem para demonstrar seu valor. Nesse aspecto, são
consideradas:

 as práticas que visam a transparência da organização;


 a igualdade no tratamento de sócios e demais membros da diretoria executiva;
 a responsabilidade corporativa dos resultados e obrigações perante a Justiça.

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Entre os objetivos da governança corporativa está garantir que os interesses dos sócios sejam
mantidos, convertendo-os em ações palpáveis e mensuráveis.

6.1.4. Qual a relação entre governança corporativa e compliance?

No atual contexto econômico e social, em que a transparência é uma exigência cada vez maior
do mercado e da sociedade como um todo, é fundamental que as organizações trabalhem os
conceitos de governança corporativa e de compliance como dois lados de uma mesma moeda.

As práticas de governança ajudam a empresa a comprovar o seu comprometimento com a


ética. O compliance, por sua vez, é a ferramenta pela qual uma organização garante que a sua
atuação está seguindo as normas do mercado.

Sem um programa de compliance, a governança corporativa corre o risco de ser falha e


ineficiente. As empresas que incorporam esses conceitos são mais transparentes com os
acionistas, com o mercado e com a gestão interna.

Um projeto de compliance contempla as especificidades de cada empresa, pensando no seu


setor e local de atuação. Assim, garante que a organização explore todo o seu potencial dentro
do que determina a lei.

É difícil para uma empresa progredir sem ter uma governança corporativa sólida e bem
estruturada. É por meio dessa prática que organizações pavimentam um crescimento
consistente, com redução de inadimplência, melhorias constantes nos seus produtos ou
serviços e possibilidade de obtenção de outras fontes de capital — quando necessário.

6.1.5. Quais as diferenças entre governança corporativa e compliance?

O compliance tem a ver com a conformidade às regras, enquanto a governança tem por
objetivo mudar o mindset dos gestores.

Não há como negar a proximidade dos termos em questão. Porém, uma das grandes
diferenças entre eles é a relação com certos valores empresariais. A governança corporativa
está intimamente ligada com as questões éticas, com a moral objetiva. Basicamente, a
relevância maior é a imagem que a empresa passa para os stakeholders.

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A governança engloba ações voltadas para o reforço da reputação da organização, garantindo:

 Os benefícios internos de se trabalhar em regularidade ética;


 Competitividade por ser reconhecida como empresa íntegra e confiável.

Por outro lado, o compliance tem uma forte relação com a transparência nas atividades. O fato
é que, hoje, grande parte dos escândalos de corrupção e fraudes empresariais acontecem nos
bastidores das empresas. As companhias se aproveitam da ocultação e obstrução do acesso às
informações relacionadas a sua condução.

O compliance trabalha apoiado não apenas na regularidade com as leis, mas sobretudo com a
transparência de dados e informações do negócio, apresentando tudo aquilo que é útil para
comprovar que a empresa honra com suas obrigações e cumprimento das normas.

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7. Conclusão

Com a realização do presente trabalho de pesquisa buscou-se alcançar a eficiência do


procedimento da Função da auditoria interna e compliance, enquadramento de compliance, a
Relação da auditoria interna e compliance, a Função de auditoria interna numa politica anti-
fraude, bem como os Comites de auditoria e governação corporativa nas organizações
públicas e privadas perante o contexto actual Moçambicano em particular e internacional em
geral. Para que a pesquisa fosse realizada foi necessário a consulta de várias obras literárias e
com recurso as informações disponíveis na internet.

Com base na análise das informações colhidas concluiu-se que, o contexto dos temas
abordados, mostra que o cenário económico, social e político está em constante mutação.
Com isso, os crimes económicos também estão evoluindo. A corrupção e fraude empresarial
inovaram as técnicas, tecnologias e meios de obscuridade para pratica de actos lesivos. Além
disso, tem-se os factores que levam a realização da fraude empresarial e actos de corrupção
como a oportunidade no meio organizacional, a busca por um status social elevado,
interesses pessoais entre outros analisados no presente trabalho de pesquisa.

A enorme existência de quadros ou seja técnicos mal qualificados, contribui grandemente


para que os instrumentos da auditoria financeira e compliance não sejam eficientes na
resolução dos problemas verificados no contexto actual, embora existam instituições de
renome no campo de auditoria financeira interna, como é o caso da KMG e Ernest Young.

Em conformidade com a presente pesquisa realizada, pode-se inferir que existe um


delineamento eficiente para a implementação do mecanismo de compliance. Uma espécie de
“passo-a-passo” que direcciona o mecanismo da seguinte forma, inicialmente a ideia deve
partir do topo hierárquico da organização para que sirva de exemplo para os demais sectores,
conhecido como “tone at the top”, o segundo passo é o mapeamento dos possíveis riscos na
organização, como por exemplo algum sector da organização não estar em conformidade
com as leis vigentes no momento ou regimento interno/código de ética, e até mesmo a
execução laboral de algum funcionário pode estar sendo realizada com falta de
honestidade/transparência.

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8. Referências bibliográficas

Philippe, C.W. Corrupção no Brasil: a perspectiva do sector privado. Relatório de


Pesquisa da Transparência Brasil, São Paulo, 2005.

Marra, W. Steve: Introdução a Auditoria Financeira, Disponivel em: www. Ist.pt. Acesso
as 18h do dia 28 de Junho de 2019;

Moreira ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS INTERNACIONAIS. Disponível em:


<http://www.abbi.com.br>. Acesso em 20 de Maio 2007.

BEZERRA, M.O. Corrupção: um estudo sobre o poder público e relações pessoais no Brasil.
Rio de Janeiro: Anpocs/ Relume Dumara, p.220, 1995.

Arena e Azzone. Compliance e Governança Corporativa: atualizado de acordo com a Lei


Anticorrupção (Lei 12.846) e Decreto-Lei 8.421/2015. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
p.228, 2019.

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