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NEOPLASIA PULMONAR

DRA. KAROLINE BENTO RIBEIRO


EPIDEMIOLOGIA
• 2008 - 1.600.000 novos casos diagnosticados
e 1.380.000 óbitos em todo o mundo.

• Atualmente, é a principal causa de morte por


neoplasia em todo o mundo.

• A maioria dos casos se apresenta entre os 50 e


70 anos.
DEMORA NA PROCURA DE ASSISTÊNCIA MEDICA APÓS INÍCIO
DOS SINTOMAS
Fatores de Risco
• Carga tabagica de 30 anos/maço : risco 20
vezes maior em comparação a um não
fumante.

• Com o abandono do tabagismo, estima-se


uma queda progressiva do risco ao longo de
15 anos, com estabilização do mesmo no
dobro em relação ao não fumante.
Tipos Histológicos
• Adenocarcinoma (38%):
• Constitui o câncer do pulmão mais comum em
mulheres e homens.
• Associação com cicatrizes pulmonares, e
menor associação com o fumo.
• Massa periférica.
• Seus aspectos microscópicos característicos
incluem formação glandular, geralmente com
produção de mucina.
Tipos Histológicos
• Carcinoma de células escamosas (20%):

• Exibe a maior correlação observada com o tabagismo.

• Esse tumores surge, em sua maioria, no hilo ou próximo a ele. Geralmente


origina-se em um brônquio central, tem crescimento endobrônquico e,
por isso, pode apresentar sintomas clínicos locais, tais como tosse e
hemoptise, e tem maior probabilidade de ser diagnosticado nas suas
formas iniciais pela citologia do escarro.

• Geralmente disseminam-se para os linfonodos regionais e, em torno de


dez por cento dos casos, apresenta-se com cavitação.

• Microscopicamente varia desde neoplasia ceratinizante bem diferenciada


a tumor anaplásico com diferenciação ceratinizante apenas focal.
Tipos Histológicos
• Carcinoma de pequenas células (13%):

• Tumor altamente maligno do pulmão é derivado de células


neuroendócrinas da mucosa brônquica.

• Manifesta-se na forma de tumor central e hilar e tende a estenosar


os brônquios por compressão extrínseca.

• Está fortemente associado ao hábito de fumar.

• Os aspectos microscópicos incluem a presença de pequenas células


semelhantes aos grãos de aveia, com pequena quantidade de
citoplasma, sem diferenciação escamosa ou glandular e com
grânulos neurossecretores.
Tipos Histológicos
• Carcinoma de grandes células (5%)
Representa carcinomas de células escamosas ou
adenocarcinomas pouco diferenciados, em
certas ocasiões com elementos histológicos
peculiares: células gigantes, células claras,
células fusiformes.
Síndromes paraneoplásicas
• Osteoartropatia hipertrófica: baqueteamento digital, proliferação periostal dos
ossos longos e artrite. É uma das síndromes paraneoplásicas mais comuns
associadas ao câncer do pulmão. Embora sua presença esteja associada à
neoplasia pulmonar em mais de 80% dos casos, principalmente ao carcinoma
escamoso e ao adenocarcinoma, ela pode ser encontrada também em doenças
não-neoplásicas, como processos pulmonares supurativos, fibrose pulmonar
idiopática, tuberculose, proteinose alveolar, pneumoconioses e fibrose cística;

• Hipercalcemia não metastática: pela secreção de proteínas relacionadas ao PTH,


calcitriol ou outras citocinas. Geralmente ocorre em pacientes com doença
avançada e manifesta-se com anorexia, náuseas, vômitos, constipação, letargia,
poliúria, polidpsia, desidratação e, em fases mais avançadas, confusão mental e
coma;

• Síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético: manifesta-se como


hiponatremia, com sintomas que incluem anorexia, náuseas, vômitos e aqueles
relacionados com edema cerebral, tais como irritabilidade, alteração de
personalidade, confusão mental, rebaixamento de consciência, coma, convulsão e
parada respiratória;
Síndromes paraneoplásicas
• Síndromes neurológicas: síndrome miastênica de Eaton-Lambert, ataxia cerebelar,
neuropatias sensitivas, encefalomielites, neuropatias autonômicas, retinopatias;

• Estados de hipercoagulabilidade: tromboflebites superficiais migratórias (síndrome


de Trousseau), trombose venosa profunda e embolia pulmonar, coagulação
intravascular disseminada, microangiopatia trombótica;

• Alterações hematológicas: anemia, leucocitose, trombocitose, eosinofilia;

• Acantose nigricans;

• Cushing: ocorre pela produção ectópica de ACTH e determina fraqueza muscular,


hipertensão, hirsutismo, osteoporose, hiperglicemia e hipocalemia;

• Dermatomiosite e polimiosite: manifestam-se com fraqueza muscular.


NÓDULOS PULMONARES
NPS
DEFINIÇÃO DE NPS
• Opacidade pulmonar arredondada única ,
bem circunscrita
• Envolta por parênquima pulmonar normal
• Diâmetro menor ou igual a 3 cm
• Não associada à linfoadenomegalia
mediastinal, pneumonia, atelectasia ou
derrame pleural
DADOS RADIOLÓGICOS
• Na maioria das vezes a radiografia de tórax é o
primeiro exame que identifica o NP,
geralmente ao ser realizada por outro motivo

• Limitações
– Pseudonódulos
– Baixa acuidade – benigno x maligno
– Menor sensibilidade
Pseudonódulos
• Mamilos
• Eletrodos
• Lesões cutâneas
• Fratura de costelas
• Osteófitos
http://www.mbeneumologia.org/
CAUSAS
CAUSAS
DADOS RADIOLÓGICOS
• CT de tórax
– Deve ser sempre solicitada para complementar
avaliação radiográfica de NP
– Avalia melhor características do nódulo
– Identificada lesões adicionais
– Permite estudo de mediastino
DADOS RADIOLÓGICOS
• Tamanho
• Bordas
• Calcificação
• Densidade
• Crescimento
DADOS RADIOLÓGICOS
• Calcificação

– 47% das lesões benignas não têm calcificação


PRIMEIRA AÇÃO: PERGUNTAR
• “... O senhor(a) tem uma radiografia de tórax
anterior?”

• O tempo de duplicação tumoral é de:


• Cerca de 200 dias
• Seguimento seguro 5 anos
NPS – PROTOCOLO FLEISCHNER
SOCIETY
Tabela 3. Estadiamento do câncer de pulmão (7ª edição)
T1 – Tumor ≤ 3 cm de diâmetro, circundado por pulmão ou
pleura visceral, sem invasão mais proximal do que o brônquio
loba
T1a – Tumor ≤ 2 cm de diâmetro
T1b – Tumor >2 e ≤ 3 cm de diâmetro

T2 – Tumor > 3 cm e <7 cm de diâmetro ou de qualquer


tamanho com uma das seguintes características:
No brônquio principal, >2cm distal à carina
Invade a pleura visceral
Associado a atelectasia ou pneumonite obstrutiva que estende
ao hilo, mas não envolve todo o pulmão
T2a – Tumor > 3 cm e ≤ 5 cm de diâmetro
T2b – Tumor > 5 cm e ≤ 7 cm de diâmetro
T
Tumor primário
T3 – Tumor > 7 cm de diâmetro ou de qualquer tamanho com
uma das seguintes características:
Invasão direta de qualquer das seguintes estruturas: parede
torácica, diafragma, nervo frênico, pleura mediastinal,
pericárdio parietal, brônquio principal a <2 cm da carina (sem
envolvimento da carina)
Atelectasia ou pneumonite obstrutiva de todo o pulmão
Nódulos tumorais separados no mesmo lobo

T4 – Tumor de qualquer tamanho, com invasão de qualquer


das seguintes estruturas: mediastino, coração, grandes vasos,
traqueia, nervo laringo recorrente, esôfago, corpos vertebrais,
carina principal ou com nódulos separados em um outro lobo
ipsilateral.
N0 – Sem metástases para linfonodos regionais
N1 – Metástases para linfonodos peribrônquicos, hilares ou
intrapulmonare do mesmo lado ou ambos, incluindo extensão direta
N N2 – Metástases para linfonodos mediastinais do mesmo lado e/ou para
Linfonodos os subcarinais
N3 – Metástases para linfonodos mediastinais contralaterais, hilares
contralaterais, supraclaviculares ou pré-escalênicos do mesmo lado ou
contralaterais
M0 – Sem metástases a distância conhecidas
M1 – Metástases à distância presentes
M
M1a – Outro tumor em lobo contralateral, nódulos pleurais, derrame pleural ou
Metástases
pericárdico malignos
M1b – Metástases extratorácicas
Estadiamento
Tabela 4. Estadiamento por grupos (7ª edição)
T N M
IA T1a / T1b N0 M0
IB T2a N0 M0
T1a / T1b / T2a N1
IIA M0
T2b N0
T2b N1
IIB M0
T3 N0
T1a / T1b / T2a
N2
T2b
IIIA N1 / N2 M0
T3
N0 / N1
T4
T4 N2
IIIB M0
Qualquer N3
IV Qualquer Qualquer M1a / M1b
Tratamento
• A escolha do tratamento do câncer de pulmão baseia-se em:

• Tipo histológico: a separação entre pequenas células e não


pequenas células (adenocarcinoma, células escamosas e
indiferenciado de grandes células);

• Estadiamento;

• Estado funcional (“status performance”): estado de saúde geral do


paciente, que permitirá avaliar a possibilidade de aplicação do
tratamento proposto (ex. cirurgia, quimioterapia);

• Escolhas do paciente e/ou da família.


ESTÁDIO I

•Tratamento cirúrgico
• Indicado para todos os pacientes com condições clínicas adequadas.
•Quimioterapia
• Não indicada para o estádio IA, pode ser empregada no IB, embora ainda haja
controvérsias sobre sua necessidade.
•Radioterapia
• Indicada após a cirurgia quando as margens da ressecção cirúrgica se mostram
positivas;
• Indicada em recidivas locais após ressecção cirúrgica, em pacientes sem
metástases a distância;
• Tratamento para pacientes que não têm condições clínicas para cirurgia ou a
recusam como tratamento.
ESTÁDIO II

•Tratamento cirúrgico
• Indicado para todos os pacientes com condições clínicas adequadas.
•Quimioterapia
• Habitualmente recomendada após o tratamento cirúrgico.
•Radioterapia
• Indicada após a cirurgia quando as margens da ressecção cirúrgica se mostram
positivas;
• Indicada em recidivas locais após ressecção cirúrgica, em pacientes sem
metástases a distância;
• Tratamento para pacientes que não têm condições clínicas para cirurgia ou a
recusam como tratamento.
ESTÁDIO III

Este grupo de estadiamento é muito heterogêneo e as opções de tratamento devem sem


individualizadas paras as diferentes situações.
•Tratamento cirúrgico
• Não é a opção na maioria dos casos, mas deve ser considerada nos pacientes com T3N1
ou T4N0-1.
•Quimioterapia
• Indicada em todos os pacientes neste estágio, com a possibilidade dos seguintes regimes
mais comuns:
• Quimioterapia e radioterapia concomitantes: regime preferível, desde que o
paciente tenha condições clínicas;
• Quimioterapia seguida de radioterapia;
• Após o tratamento cirúrgico, quando este foi indicado.
•Radioterapia
• Indicada em todos os pacientes neste estágio, com a possibilidade dos seguintes regimes
mais comuns:
• Concomitantemente com a quimioterapia: regime preferível, desde que o paciente
tenha condições clínicas;
• Após a quimioterapia;
• Após tratamento cirúrgico;
• Como tratamento isolado em pacientes sem condições clínicas para outras terapias.
Tratamento
• Pequenas células:

• Doença limitada
– Quimioterapia e radioterapia concomitantes.

• Doença disseminada
– Quimioterapia.

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