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A Revolução Liberal Portuguesa

Maria Martins, nº15


Professor Carlos Ferreira
Disciplina: História A
Turma 10º11

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Introdução

Este trabalho é realizado no âmbito da disciplina História A e irei falar e explicar cada um dos
três temas escolhidos.

Índice

Contexto da situação de Portugal prévio à revolução liberal 3

O processo revolucionário português 5

Consequências da Revolução Liberal em Portugal 10

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A conjuntura de Portugal prévia à Revolução Liberal
No início de 1800, Portugal encontrava-se exatamente
no mesmo estado monárquico ligado ao Antigo
Regime (Monarquia Absoluta – total autoridade
política do Rei), com D. João (futuro D. João VI)
como regente (perante a insanidade mental de sua mãe,
D. Maria I, causada pela perda do seu marido e do
príncipe herdeiro).

O absolutismo, auxiliado pela Inquisição, encontrava-


se completamente “controlado”. De referir que D.
Maria I tinha permitido ao Clero e à Nobreza recuperar
os seus direitos (que perderam com o ministro marquês
de Pombal), o que aconteceu, libertou presos e
reabilitou a memória de condenados (por exemplo, o
marquês de Távora).
A situação económica da altura era grave. O Povo (quem trabalhava e pagava impostos) tinha,
de dia para dia, uma situação cada vez mais precária, passando fome e sem qualquer poder,
continuavam a trabalhar as terras dos Nobres fazendo com que a sua insatisfação fosse
aumentando.
Nos pequenos centros urbanos, a Burguesia comercial, já ligada ao Brasil (importações)
pretendia mais riqueza e mais poderes.
Culturalmente, os intelectuais da sociedade, que se juntavam em certos cafés, vão difundindo
mensagens contra os privilégios sociais de alguns, promovendo o exercício da liberdade igual
para todos (o lema francês: “Liberté, Egalité, Fraternité”). O pensamento iluminista e a
maçonaria deram um grande impulso a esta corrente de pensamento (destaco Almeida Garrett
e Alexandre Herculano). O jornal “A Gazeta de Lisboa” era um grande veículo destas ideias,
tendo sido considerada a forma mais importante de difusão da mensagem.
Todo este cenário tornou Portugal permeável às transformações liberais, abrindo caminho às
três tentativas de invasões napoleónicas (entre 1807 e 1811).
No final de 1806, Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental, como forma de travar
o poder que Inglaterra já detinha. Este bloqueio ordenava (sob pena de se tornar inimigo de
França) que nenhum país (Portugal incluído) estabelece-se relações comerciais com
Inglaterra.

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“Nenhum povo nem governo tem maior razão de queixa da Inglaterra do que o povo e o
governo de Portugal. Sua Majestade, o Imperador Napoleão, vê-se por isso obrigado a
constranger o Governo de Portugal. Portanto, se […] o Príncipe Regente de Portugal não
declarar guerra à Inglaterra, retendo como reféns os ingleses estabelecidos em Portugal,
confiscando as mercadorias inglesas, fechando os seus portos ao comércio inglês, entender-se-
á que o Príncipe Regente de Portugal renuncia à Coroa do continente, isto é, que se declara
inimigo da França.”
Carta de Napoleão ao Príncipe Regente D. João, julho de 1807 1

Assim, D. João VI optou por manter as relações comerciais com Inglaterra, mas, por forma a
não se confrontar com Napoleão, foge para o Brasil e declara o mesmo como Reino, passando
a reinar no Rio de Janeiro, ao invés de em Lisboa. O Brasil passou de colónia a Sede de
Governo.
Napoleão cumpre, então, a sua promessa e
invade Portugal, sucessivas vezes, até 1810,
sendo que quem acabou por combater o
exército francês foi o exército inglês. Ou seja,
na realidade, Portugal fica sob o comando da
Inglaterra (durante a permanência da
monarquia no Brasil).
Todos estes acontecimentos devastam Portugal. As guerras napoleónicas e o comando político
e económico inglês, conduziram a um país destruído e na miséria. A agricultura e a indústria
perecem e o património altamente saqueado.

O exército inglês (comandado pelo marechal Beresford), que controlava Portugal, chegou ao
limite de executar 12 oficiais do exército (entre eles o General Gomes Freire de Andrade), por
suspeita de conspiração (esta conspiração existiu na realidade e o seu objetivo era expulsar os
ingleses e promover a independência nacional). Muito provavelmente, considerando que o
General Gomes Freire de Andrade era Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, todos os
outros seriam também eles maçons.
Com a abertura dos portos, onde Portugal perde a exclusividade das relações comerciais com
o Brasil, que abastecia, de uma forma significativamente barata, a metrópole da maioria dos
bens essenciais (arroz, café, açúcar, peles e couros, algodão, tabaco, madeira, etc), muitos
reexportados (o que gerava riqueza) e já a Burguesia começava a ter sérios prejuízos e a ficar
muito descontente. Já não era só o povo que sofria.

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1 –Manual Escolar “Um novo Tempo da História”, História A, 11º Ano, página 72

O Processo Revolucionário Português

Ao mesmo tempo que Portugal se via a braços com uma gestão inglesa, no Porto (cidade com
uma atividade mercantil significativa, Manuel Fernandes Tomás funda o Sinédrio, associação
composta essencialmente por maçons, que tinha por objetivo conjeturar uma revolução, assim
que houvesse uma oportunidade, o que se verificou em 1820.
Espanha já tinha restaurado a Constituição de 1812 e tornou-se mais um foco de divulgação
de propaganda liberal.
Beresford embarca para o Rio de Janeiro, com o propósito de solicitar dinheiro para despesas
militares e mais poderes, criando ao Sinédrio a oportunidade esperada para levarem a cabo a
revolução desejada.
Então, a 24 de agosto de 1820, no Porto, os militares e a Burguesia, conduzem a revolução
começando por:
- Recusa do domínio inglês;
- Respeito pela monarquia;
- Exigir o regresso do rei e da
família real;
- Defesa da religião católica;
- Convocar as cortes;
- Aprovar uma constituição.
Esta operação militar foi coordenada pelo coronel e general de infantaria, Bernardo Sepúlveda
e pelo coronel e general da artilharia, Sebastião Cabreira e deu origem à formação de ma
Junta Provisional do Supremo Governo do Reino.

“Soldados! Acabou-se o sofrimento. A pátria em ferros, a vossa consideração perdida, vossos


sacrifícios baldados, um Soldado Português próximo a mendigar uma esmola!...Camaradas
vinde comigo. Vamos com os nossos irmãos de armas organizar um governo provisional, que
chame as Cortes a fazerem uma Constituição, cuja falta é a origem dos nossos males.”2
Proclamação lida aos soldados pelo coronel Sepúlveda, no Campo de Santo Ovídio, 24 de agosto de 1820

Imediatamente a seguir, a 15 de setembro, em Lisboa, os militares destituíram os


governadores e deram início à constituição de um Governo Interino, e 28 de setembro, a Junta
do Porto e o Governo Interino de Lisboa uniram-se para formar a Junta Provisional do

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Governos Supremo do Reino. A revolução vintista era bem sucedida, não tinha existido
sangue e todos se encontravam focados (até o Brasil) em criar uma Constituição respeitadora
da monarquia e do catolicismo.
Este Governo criado manteve a ordem, orientou a política externa, preparou as eleições para
as Cortes Constituintes (eleições estas que ocorreram em dezembro).
Mas o que parecia garantido, não seria tão fácil de concluir como se previa.
D. João VI apercebeu-se que para continuar a ser rei de Portugal, teria que regressar. Para esse
efeito, regressou, deixando D. Pedro a governar o Brasil.
Beresford já tinha sido impedido de entrar no país, seguindo rumo a Inglaterra, como já
tinham feito os oficiais britânicos que tinham ficado integrados no exército português.
Reúnem, então, as Cortes, entre janeiro de 1821 e Novembro de 1822 para elaborarem a
Constituição de 1822 (aprovada em Setembro de 1822 e jurada por D. João VI no mês
seguinte); criar a Lei Geral do Reino; consagrar os direitos e deveres dos cidadãos
(igualdade, segurança, liberdade e propriedade);
extinguir a Inquisição e a censura; liberdade
de imprensa e de ensino; fundação do Banco de
Lisboa; supressão do pagamento do dízimo
à Igreja; Lei dos Forais (reduzindo para
metade as rendas aos agricultores; e
consagrar o exercício do poder (supremacia
do poder legislativo, reduzir os poderes do rei
mas manter-lhe o direito de veto, e

2 –Manual Escolar “Um novo Tempo da História”, História A, 11º Ano, página 79

o sufrágio direto e universal embora que com exceções). A Constituição de 1822 foi de
extrema importância porque contém os mais importantes princípios liberais: o direito à
propriedade individual (liberdades individuais do cidadão) e o reconhecimento da nação
portuguesa.
É também em 1822 que algo que “fere” Portugal acontece. D. Pedro declara a independência
do Brasil (embora só reconhecida por Portugal em 1825). Esta situação, considerando a tão
importante, e já falada, relação comercial entre estes países, compromete seriamente a

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recuperação financeira de Portugal e volta a levantar-se uma onde de descontentamento e
consequente desenvolvimentos de focos de oposição.
Muito embora os vintistas terem consagrado o respeito pela monarquia e a defesa da religião
católica, a nobreza e o clero estavam descontentes com as perdas de privilégios e
aproveitaram o apoio de D. Carlota Joaquina e do infante D. Miguel para se revoltarem (em
Espanha a monarquia absolutista já tinha sido restaurada). Com este apoio, a rainha D. Carlota
Joaquina viu “todos os direitos civis e políticos, inerentes tanto à qualidade de cidadão como à
dignidade de rainha”3 e, com a benesse da certidão de um médico, ficou a residir na Quinta do
Ramalhão (Sintra). Portanto, se os liberais tinham conquistado os seus direitos viam-se, agora,
a braços com uma larga maioria de descontentes, espalhados por todo o país, o que originou
uma revolta em Vila Franca (Vilafrancada), com o infante D. Miguel a assumir o seu
controlo, e que só termina quando o rei D. João VI convoca o seu filho, retoma o controla da
situação e sugere uma nova alteração à
Constituição. D. João VI não tinha o menor
desejo de deter o poder absoluto.
Em abril de 1824 os ânimos permaneciam
exaltados e o movimento de
contrarrevolução não estava extinto. D.
Miguel prende os membros do Governo e
tenta levar o seu pai a abdicar, passando a
regência para a sua mãe, mas, mais uma
vez, D. João VI consegue colocar um termo ao golpe (Abrilada) e conduz o seu filho ao exílio
em Viena de Áustria.

3 – Vilafrancada, in parlamento.pt

Com a morte de D. João VI a 10 de março de 1826, a sua sucessão é, provisoriamente


conduzida pela infanta D. Isabel Maria (D. Pedro era imperador do Brasil e D. Miguel estava
exilado). D. Pedro considera-se, desta forma, herdeiro legítimo da coroa, a 26 de abril
confirma a regência
provisória de sua irmã, a 29 de abril estipula um novo diploma Constitucional (A Carta
Constitucional). Mas logo a 2 de maio, abdica a favor da sua filha mais velha, a infanta D.

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Maria da Glória (7 anos de idade), que casaria com o seu tio D. Miguel que, por sua vez,
juraria cumprir a Carta Constitucional.
Apesar das boas intenções de D. Pedro (favorável ao liberalismo), a Carta Constitucional
apresentava lacunas que permitiram a D. Miguel voltar a implantar um regime absolutista.
Existiam duas câmaras (de Deputados, eleita por sufrágio indireto, por homens com pelo
menos 100$ de renda líquida anual e dos Pares, composta pela alta nobreza, alto clero,
príncipe real e infantes, e cuja nomeação era hereditária e vitalícia. D. Miguel tinha, uma vez
mais, todo o poder.
Muitos liberais tiveram que fugir para França e
Inglaterra, onde iniciaram a formação de uma
nova força revolucionária e, contando com o
apoio de D. Pedro, este regressa do Brasil, dirige-
se aos Açores determinado a devolver o trono a
sua filha, e cria um pequeno exército que
desembarca no Mindelo em 1832, ocupando a
cidade do Porto, e este terá sido o momento mais
dramático do início de uma guerra civil (o Cerco
do Porto).

Lutaram durante dois anos (Batalhas de Almoster e Asseiceira) e recuperaram Lisboa, não
restando outra hipótese a D. Miguel que a de assinar o a Convenção de Évora Monte e partir,
uma vez mais, para o exílio. A Convenção de Évora Monte previa: “a imediata e
incondicional rendição de D. Miguel e de todas as suas forças, com a entrega das armas;
amnistia geral para todos os crimes políticos cometidos desde 1 de Agosto de 1826; licença
para que os amnistiados pudessem sair livremente do Reino e dispor dos seus bens, mediante
o compromisso de não mais intervirem nos negócios públicos do Reino de Portugal; a
promessa, da parte dos liberais, da não perseguição dos apoiantes de D. Miguel e o pagamento
anual ao infante D. Miguel de uma pensão vitalícia no valor de 60 contos de réis, podendo o
príncipe dispor livremente de todos os seus bens particulares; D. Miguel deveria, porém,
abandonar a Península Ibérica ad æternum dentro do período de quinze dias subsequente à
assinatura da convenção, a bordo de um navio estrangeiro, devendo ainda assinar uma
declaração pela qual se comprometia a jamais regressar a território português, metropolitano
ou colonial, nem a intervir nos negócios políticos do Reino ou, de qualquer outra forma,
contribuir para desestabilizar o País”4
Desta vez o liberalismo constitucional instala-se para sempre em Portugal.

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4 – wikipedia.org
Consequências para Portugal e transformações verificadas
pela Revolução Liberal

Assumindo a regência liberal a 3 de março de 1832, D. Pedro empenhou-se em construir um


“Portugal Novo”, contribuindo para isso com o cartismo (projeto político do liberalismo
moderado, defensor da Carta Constitucional).
Foi Mouzinho da Silveira que grandes reformas legislativas criou, por forma a consolidar o
liberalismo (ministro da Fazenda e da Justiça), libertando terras e trabalho para o povo, o
comércio, o fim de privilégios económicos e de monopólios (sabão e vinho do Porto). Foi
terminada a entrega dos impostos à nobreza e do clero, criou o Tribunal do Tesouro Público e
os impostos coletados eram para os fundos do Estado. Deu-se uma forte nacionalização de
bens, que foram vendidos em hasta pública, facilitando o pagamento de dívidas.

Em 1833 foi publicado o primeiro Código Comercial


(Ferreira Borges foi o seu autor) essencial para a edificação de
uma nova organização administrativa (dividindo o país em
províncias, comarcas e concelhos, que eram chefiados por
funcionários nomeados pelo rei).
Reformou-se o sistema judicial. Criaram-se distritos da
relação, comarcas, julgados e freguesias. Parte dos juízes eram
nomeados pelo rei e parte elegidos pelos seus pares. O
Supremo Tribunal da Justiça (em Lisboa), era quem tinha a
jurisdição de todo o reino e era composto por juízes-conselheiros. Foi criado, também, o
direito de petição e a lei era aplicada a todos da mesma forma.
Em termos da Igreja, retiraram-se os poderes ao clero. Os Jesuítas foram expulsos, puseram
fim aos noviciados, extinguiram-se conventos, mosteiros, colégios e hospícios das ordens
religiosas masculinas e os seus bens foram confiscados e englobados na Fazenda Nacional.
Todo o cenário era favorável ao desenvolvimento do país, até em 1836 a Revolução de
Setembro deitar tudo por terra. Foi uma revolução civil que, posteriormente contou com a

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participação do exército. As motivações do povo e da pequena e média burguesia que, apesar
das boas intenções do cartismo, não alteraram a sua condição de vida e quem tinha
beneficiado (porque tinha títulos e riqueza), fora a fora a alta burguesia e a nobreza.
Pretendia-se o regresso da Constituição de 1822. Foi nos dias 9 e 10 de setembro que a rainha
D. Maria II, com noção que não tinha o apoio do povo, da Guarda Nacional e do Exército,
entregou o poder aos radicais.
O novo Governo seria mais democrático e valorizando a Nação, e retirando ao monarca o seu
papel moderador e eliminando a Câmara dos Pares (eleita pela realeza) e criando a Câmara
dos Senadores (eleita pelos cidadãos. Era a Constituição de 1838.
Em termos económicos, este Governo libertou o país das relações com Inglaterra
(praticamente impostas pelo passado da relação entre estes países) e criou o imposto
alfandegário, particularmente severo em bens que fizessem concorrência aos de fabrico
nacional (10 de janeiro de 1837). Esta decisão obrigou o Governo a explorar África
(colonialmente, pois tínhamos “perdido” o Brasil) e proibiu-se o tráfico de escravos nas
colónias a sul do equador.
O ensino era outra preocupação porque se pretendia a formação dos cidadãos. Para esse
efeito, reformou-se o ensino primário, secundário e superior e criaram-se escolas médico-
cirúrgicas e politécnicas (Porto e Lisboa), reformou-se a Universidade e criou-se o
Conservatório de Artes e Ofícios. Os Liceus, criados com muita motivação por Passos
Manuel, seriam frequentados por todos, mas a falta de professores não permitiu que isso fosse
algo imediato.

É difícil fazer tanta mudança sem alguma falha e as mais significativas (neste Governo) foram
a não abolição de certas taxas aos pequenos agricultores nem a criação de impostos os grandes
proprietários. Houve falta de capital, vias de comunicação e instabilidade política.
Não obstante todo o esforço deste Governo, com mérito reconhecido, em fevereiro de 1842
deu-se um golpe de Estado pacífico, levado a
cabo pelo ministro da Justiça Costa Cabral, que
pôs termo à Constituição de 1838 e para a sua
governação (cabralismo) fez uso da Carta
Constitucional.
Fomentou-se a indústria, as obras públicas e a
reforma administrativa e fiscal. Criou-se o
Código Administrativo, a Companhia das Obras

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Públicas (edificando estradas e pontes), o Tribunal de Contas (para fiscalizar as receitas e
despesas do Estado) e reformou-se a Saúde.

Mas estas medidas


ousadas, juntamente
com um carácter um
pouco autoritário e
aliado ao facto de a
rainha lhe ter
concedido o título de
conde de Tomar e a
ostentação de uma
repentina riqueza, juntou contra Costa Cabral, cabralistas, setembristas, cartistas e
miguelistas, em Juntas Revolucionárias (revolta da “Maria da Fonte”), no Minho, em Abril de
1846. Costa Cabral e o seu irmão, fugiram para Espanha e o Governo foi dissolvido. A Lei da
Saúde, que previa a proibição de enterramentos nas igrejas e a Lei das Estradas, que obrigava
os camponeses a oferecer quatro dias por ano do seu trabalho sem remuneração, acabou
mesmo por conduzir o país a uma nova guerra civil que se estendeu de outubro de 1846 a
junho de 1847. A deposição de D. Maria II levou a ponderar a instauração de uma república,
para solucionar esta nova crise.
O Governo não viu outra situação que não a de pedir auxílio a Espanha e Inglaterra (ao abrigo
da Quádrupla Aliança, de 1834) que, na impossibilidade de chegar a uma solução de acordo,
criou a Convenção de Gramido, que propunha uma amnistia geral e a criação de um Governo
sem representantes dos grupos que estavam em luta. Mas o setembrismo não reuniu força
política suficiente e em 1849 Costa Cabral regressa a presidir ao Governo, embora mais
moderado, não logrando uma conciliação das diferentes fações políticas e a estabilidade da
Nação. Esse feito só viria a ser alcançado na década de 50, pelo duque de Saldanha, num
movimento apelidado de “Regeneração”.

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Bibliografia
Manual Escolar – Um novo Tempo da História, História A, 11º ano
Site: parlamento.pt
Wikipédia
A Revolução Liberal de 1820, de José Luís Cardoso
História de Portugal, organização de José Tengarrinha
Infopedia.pt
PowerPoint

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