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Atos de Investigação são todos aqueles produzidos durante a investigação preliminar.

É tudo
que foi produzido durante o inquérito policial. Tem como principal finalidade dar, para o órgão
acusador, subsídios para a formação de sua opinio delicti, e consequentemente o
oferecimento ou não da denúncia. Esses atos de investigação não servirão, por si só, como
base para condenar uma pessoa, visto que, em relação a eles não se impõe a obrigatória
observância do contraditório e ampla defesa. O inquérito policial é apenas um procedimento
administrativo, tendo como função desvendar e esclarecer fatos ocultos contidos na notitia
criminis, irá dizer se existe, de fato, um crime e sua possível autoria. Ou seja, irá fornecer
apenas indícios de autoria e materialidade. Como no inquérito são produzidas apenas
probabilidades, e no processo penal não se admite a condenação por indícios, e o Estado
Democrático de Direito garante a necessária participação da dialética durante a produção de
provas, não se admite, em regra, que esses atos sejam usados como provas para a condenação
de um indivíduo, exceto quando há um incidente de antecipação de provas ou quando essa
prova for irrepetível.

O ato de prova são elementos de convicção produzidos, em regra, no decorrer do processo


judicial, e com a necessária participação dialética das partes, sob o princípio do contraditório e
da ampla defesa. então, o contraditório funciona como uma condição de existência e validade
das provas. Em suma, só poderá ser considerada como prova tudo aquilo que for produzido
durante o processo criminal a luz do contraditório e ampla defesa, com a participação das
partes e na supervisão de um órgão julgador, ao passo que com a inserção do princípio da
identidade física do juiz no processo penal, o juiz que presidir a instrução deverá proferir a
sentença.

A presunção de inocência ou não culpabilidade é um dos princípios que regem o processo


penal, por força da regra probatória – in dubio pro reo – a parte acusadora é que tem o ônus
de demonstrar a culpabilidade do acusado, além de qualquer dúvida razoável, e não o acusado
provar sua inocência. Se existir duvidas sobre os fatos apresentados no curso do processo, será
preferível a absolvição de um culpado à condenação de um inocente, pois em um juízo de
ponderação, absolver um culpado acaba sendo menos grave que culpar um inocente. O in
dubio pro reo deve ser utilizado no momento da valoração das provas, na dúvida a decisão
terá que favorecer o réu, pois ele não tem a obrigação de provar que não praticou
determinado crime. O Estado Democrático de Direito não admite sacrifícios pessoais para um
bem comum, ele não admite que inocentes sejam presos em busca de um bem comum.

O Poder Público está impedido de tratar um acusado como culpado, o juiz deverá iniciar o
processo convencido que o réu é inocente, isso implica que o juiz deve tratar o acusado como
inocente desde o início do processo até o seu trânsito em julgado. Portanto, a regra de
presunção de inocência tem como objetivo tratar os acusados como se inocentes fossem, a
missão de provar que o réu é culpado é única e exclusivamente do Ministério Público que é o
órgão acusador. Se o promotor não conseguir provar aplica-se o in dubio pro reo.

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