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É tudo
que foi produzido durante o inquérito policial. Tem como principal finalidade dar, para o órgão
acusador, subsídios para a formação de sua opinio delicti, e consequentemente o
oferecimento ou não da denúncia. Esses atos de investigação não servirão, por si só, como
base para condenar uma pessoa, visto que, em relação a eles não se impõe a obrigatória
observância do contraditório e ampla defesa. O inquérito policial é apenas um procedimento
administrativo, tendo como função desvendar e esclarecer fatos ocultos contidos na notitia
criminis, irá dizer se existe, de fato, um crime e sua possível autoria. Ou seja, irá fornecer
apenas indícios de autoria e materialidade. Como no inquérito são produzidas apenas
probabilidades, e no processo penal não se admite a condenação por indícios, e o Estado
Democrático de Direito garante a necessária participação da dialética durante a produção de
provas, não se admite, em regra, que esses atos sejam usados como provas para a condenação
de um indivíduo, exceto quando há um incidente de antecipação de provas ou quando essa
prova for irrepetível.
O Poder Público está impedido de tratar um acusado como culpado, o juiz deverá iniciar o
processo convencido que o réu é inocente, isso implica que o juiz deve tratar o acusado como
inocente desde o início do processo até o seu trânsito em julgado. Portanto, a regra de
presunção de inocência tem como objetivo tratar os acusados como se inocentes fossem, a
missão de provar que o réu é culpado é única e exclusivamente do Ministério Público que é o
órgão acusador. Se o promotor não conseguir provar aplica-se o in dubio pro reo.