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Módulo 1- Caracterizando o Transtorno do Espectro Autista

Neste primeiro módulo do nosso curso, contextualizamos o Transtorno do


Espectro Autista. Vimos que esse transtorno é caracterizado por prejuízos na
interação social, dificuldades severas de comunicação verbal e não verbal e
ausência de atividades imaginativas, substituídos por comportamentos
repetitivos e estereotipados.
Por meio de um breve retrospecto histórico, percebemos que sua descrição
enquanto quadro clínico é relativamente recente, sendo descritos inicialmente
na década de 1940, e que ainda existem aspectos sem respostas, tais como
suas causas.
Também percebemos a importância das Políticas Públicas voltadas à inclusão,
pois, assim como todas as crianças e jovens, os(as) com TEA tem direito a
uma educação de qualidade, com apoio pedagógico especializado quando
necessário, não podendo ser excluídos ou segregados do processo de ensino
e aprendizagem.
Por último, conhecemos um pouco de abordagens de atendimento para alunos
com TEA, através das abordagens histórico-cultural, psicanalista e
comportamental, sendo que esta última será aprofundada nos próximos
módulos.
Avaliação pelo professor especializado
COMUNICAÇÃO

Verificar se o aluno possui habilidades para compreender e expressar informações por


meio de comportamentos simbólicos ou não simbólicos; se ele consegue se comunicar por
mensagens verbais, gestuais, expressões corporais e faciais;
É importante registrar se ele possui clareza da comunicação, ou seja, se consegue se
fazer entender e compreende o que é dito/informado a ele; se tem coerência e coesão na
comunicação;
É necessário observar se a criança/jovem tem a capacidade de elaborar frases com estru-
tura lógica de fatos (começo, meio e fim), se compreende as respostas de seus interlocu-
tores e se consegue adequar seus discurso a diferentes contextos (como por exemplo, em
situações formais, como durante a aula e em momentos descontraídos, como a hora do in-
tervalo, por exemplo).

AUTOCUIDADO
Relatar se o educando possui independência/autonomia em relação a higiene pessoal
(banhar-se, secar-se, lavar as mãos, etc.); em relação ao controle do esfíncter e para
vestir-se e alimentar-se.

VIDA NO LAR
Averiguar se aluno possui autonomia para realização de tarefas domésticas (limpar a casa,
lavar louça, passar roupa, fazer compras, preparar refeições, etc) e alimentação (abrir a
geladeira, pegar o alimento, preparar a refeição ou esquentá-la)

HABILIDADES SOCIAIS
Verificar as relações do aluno com familiares, com o grupo e com os estranhos. Averiguar
os estabelecimentos de vínculos, bem como a questão de liderança, autodefesa e
autocrítica.

DESEMPENHO NA COMUNIDADE
Verificar se o aluno tem conhecimento de seus deveres e seus direitos e se é visto e
reconhecido como membro da comunidade.

INDEPENDÊNCIA NA LOCOMOÇÃO

Verificar se o aluno se desloca com independência em casa, na escola, na rua. Averiguar


se o aluno possui independência e autonomia nos transportes (carros, ônibus, trem, avião,
etc).
SAÚDE E SEGURANÇA
Neste item é necessário verificar o cuidado que o aluno tem com a própria saúde
(consciência, autonomia e independência para cuidar da própria saúde); administração de
medicamentos; e preservação de sua vida e a do outro.

LAZER
Verificar a manifestação de preferência do aluno por alguma atividade de lazer (jogos,
brincadeiras, danças , etc), sendo necessário também verificar o entendimento das regras
dos jogos.

HABILIDADES ACADÊMICAS

INTERESSE

Como vimos durante nosso curso, pessoas com TEA podem apresentar focos muito
específicos de interesse. Compreendendo esses focos, podemos encontrar estratégias de
ensino que os valorizem, fazendo com que o aluno desenvolva os conceitos que queremos
ensinar por intermédio do que lhe é interessante.

ATENÇÃO

Perceber o que chama a atenção do aluno e o que faz com que ele mantenha-se atento
durante a execução de uma atividade é muito positivo, assim podemos evitar distratores
ou fatores que provoquem comportamentos inadequados.

CONCENTRAÇÃO

Cada aluno tem um determinado período de concentração, que vai depender de sua faixa
etária e de suas características individuais. Conhecendo esse período, podemos elaborar
atividades que ele consiga realizar, sem dispersar ou perder o foco. Não é interessante
elaborarmos uma atividade que exija duas horas de concentração para uma criança de
sete anos, por exemplo.

COMPREENSÃO E ATENDIMENTO ÀS ORDENS

Este item também pode ser complexo de avaliar por conta da dificuldade de comunicação.
Algumas vezes, o aluno com TEAentendeu um determinado comando ou ordem, mas não
consegue expressar seu entendimento. É preciso prestar atenção aos detalhes, como
postura corporal e/ ou gestos.

HABILIDADE SENSÓRIO-MOTORA

Neste item, precisamos nos atentar aos distúrbios de integração sensorial, estudados no
módulo anterior. Ao percebermos os sistemas sensoriais em que o aluno apresenta
dificuldades, poderemos utilizar estratégias e metodologias com vistas a estimulá-los.

HABILIDADES MOTORAS

As habilidades motoras podem ser percebidas em sala de aula, em atividades de corpo e


movimento e nos mais variados momentos do contexto educacional. Os professores de
Arte e Educação Física em muito podem auxiliar nesse item!
PENSAMENTO LÓGICO

Ao entendermos a lógica como o aluno com TEA desenvolve suas atividades e atende às


solicitações, podemos estabelecer estratégias que facilitem seu aprendizado.

EXPRESSÃO CRIATIVA

Alunos com TEA apresentam grandes dificuldades para desenvolver sua expressão


criativa. É necessário estimulá-los, mas sem exigir demais deles, sempre respeitando suas
características individuais.

LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: ORAL E ESCRITA

Algumas pessoas com TEA não desenvolvem a linguagem oral e os que a desenvolvem,


não a utilizam de maneira eficiente, com vistas a se comunicarem. É importante
estimularmos a fala de alunos que possuem linguagem oral, respeitando os limites do
aluno. A escrita pode ser uma grande aliada no processo de comunicação. Indivíduos
com TEA podem utilizá-la eficazmente para estabalecer comunicação.

Após a observação e o registro de todos os itens relacionados, é necessária a elaboração


de um parecer conclusivo para a avaliação, contendo uma síntese das potencialidades e
das dificuldades do aluno, além de apontar estratégias a serem seguidas. Este parecer
deve ser elaborado por todos que participaram do processo de avaliação. É uma
construção coletiva!

Características do Plano de Atendimento Individual


A elaboração do Plano deve contar com a participação de toda a comunidade escolar, do
professor da Educação Especial, caso o aluno frequente a Sala de Recursos, da família e,
dependendo da faixa etária e das características individuais, do próprio aluno.
O Plano constitui-se de um registro avaliativo escrito, que a partir da avaliação inicial do
aluno, busca respostas educativas adequadas para atender as necessidades específicas
de um determinado aluno. Ele tem como características:

O Plano de Atendimento Individual e a avaliação inicial


A elaboração do Plano deve contemplar tanto adaptações curriculares específicas, quanto
momentos de inserção daquele aluno em atividades propostas para toda a turma, pois pre-
cisa ser propiciada a oportunidade de ele se relacionar com os colegas, participando das
mesmas propostas e situações de aprendizagem.
É preciso compreender o que o aluno já sabe, como se dá a sua comunicação (se ele
possui linguagem verbal ou se se comunica através da escrita, se utiliza algum programa
de Ensino Estruturado), assuntos de interesse e possíveis fontes causadoras de estresse,
para que seja possível determinar suas necessidades educacionais específicas, para que
o Plano tenha sentido.
Início do texto destaque.
Ou seja, para que o Plano de Atendimento Individual tenha funcionalidade e aplicabilidade,
a avaliação inicial deve ser muito bem elaborada, pois é a partir dela que todos os profissi-
onais envolvidos vão ter uma real compreensão do nível de desenvolvimento e aprendi-
zagem daquele aluno.
RESULTADOS

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