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TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES

Autoria: Renata Maria Silva Costa

1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:


Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci

Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri

UNIASSELVI – Indaial.

C837t

Costa, Renata Maria Silva

Tendências e inovações. / Renata Maria Silva Costa. – Indaial:


UNIASSELVI, 2020.

131 p.; il.

ISBN 978-65-5646-240-0
ISBN Digital 978-65-5646-241-7
1. Tendência. - Brasil. 2. Inovação. – Brasil. II. Centro Universi-
tário Leonardo da Vinci.

CDD 658.4013

Impresso por:
Sumário

APRESENTAÇÃO.............................................................................5

CAPÍTULO 1
Tendência: um Olhar Para o Futuro............................................ 7

CAPÍTULO 2
Inovação: Conceito, Tipos e Intensidade................................... 47

CAPÍTULO 3
Alguns Influenciadores de Tendências e Inovação................ 87
APRESENTAÇÃO
C APÍTULO 1
TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA
O FUTURO

A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes


objetivos de aprendizagem:

 discorrer sobre o conceito de tendências;


 diagnosticar as vantagens competitivas das tendências no mercado;
 analisar o mercado para identificar tendências;
 pesquisar possíveis tendências para o segmento de atuação.
Tendências e inovaçÕes

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao final do ano 2019, o mundo não imaginava que, em 2020, muitas coisas
mudariam, inclusive a desaceleração de algumas tendências e a aceleração de
outras. Diversas consultorias, como Fjord, divisão da Accenture, a Euromonitor
Internacional e a McKinsey & Company lançam ao final de cada ano relatórios de
estudos e pesquisas do que podemos esperar como tendência em diversas áre-
as no ano seguinte. Com 2019 não foi diferente. Acompanhamos as divulgações
das novas tendências que estavam por vir e logo nos primeiros meses do ano de
2020, atônitos, vimos o mundo parar. Se nossas questões pessoais como planeja-
mentos, metas e objetivos tiveram que ser repensadas, imagine o que aconteceu
com as grandes previsões para o mundo dos negócios.

Nosso ambiente familiar virou nosso escritório; a sala de aula de nossos fi-


lhos; o parque de diversão; o restaurante do final de semana e todo e qualquer
outro entretenimento que estávamos acostumados a fazer em outros locais. Com
o isolamento social tivemos que nos reinventar e criar novas formas de viver e
conviver com nossos filhos, pais, companheiros, amigos, irmãos, sobrinhos, cole-
gas de trabalho, entre outros. E, neste cenário, algumas das tendências previstas
pelas grandes consultorias de inovação sofreram desaceleração, e assim como
nós, tiveram que repensar o novo mundo.

O que tudo isto tem a ver com nossos estudos? Tudo. As tendências são di-
tadas com base no comportamento do consumidor e nós somos os consumidores.
O coolhunter, ou caçador de tendências, observa o consumidor para diagnosticar
novas tendências e, portanto, este nosso novo modelo de vida tem influência di-
reta nos conceitos que vamos estudar nas próximas páginas. Dialogaremos diver-
sas vezes sobre tendências, megatendências, modismos e tendências emergen-
tes, e você compreenderá que podemos prever as tendências para um período de
dois até dez anos, mas que o mundo COVID-19 de 2020 nos limitou, a princípio, a
previsões – mais incertas do que certas – para os próximos doze meses.

Coolhunter é o pesquisador de tendências. É um profissional


crítico e curioso.

Como o consumidor passou por um processo de ressignificação econômica,


social e familiar, essa “nova” forma de ser influencia diretamente os estudos e as

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Tendências e inovaçÕes

pesquisas das grandes consultorias, elas tiveram que redesenhar seus relatórios com
base em uma previsão do que está por vir no mundo pós-pandemia. E em nosso
estudo, não faríamos diferente. Redesenhamos nossa linguagem para apresentar a
você o que estava previsto, o que poderá mudar e o que as novas pesquisas nos
proporcionarão de previsão. Assim, no início de nosso livro, você terá uma ideia geral
dos conceitos e fundamentos sobre tendências, o ciclo de vida de tendências, saberá
mais sobre o papel do caçador de tendências e suas práticas.

Você observará que, no decorrer deste livro, apresentaremos diversas


matérias de blogs e revistas eletrônicas que ora foram postadas antes do ano
de 2020 e ora neste ano vigente. A intenção é que você compreenda o que
poderíamos ter tido e o que teremos sobre tendências no mundo pós-pandemia.
Compreendemos que assim ficará mais fácil para você, enquanto caçador de
tendência, ou profissional em formação em seu mercado, analisar de forma crítica
o seu setor de atuação e possa observar os seus pares de forma a diagnosticar
ou prever tendências que lhe tornarão um profissional inovador e diferenciado.

Ao final, apresentaremos a você um compilado do White Paper sobre as dez


prováveis tendências de mercado, segundo a consultoria Inova. Neste resumo,
são apresentadas tendências que vão desde o estar encapsulado em nossas
residências, perpassando por mídias sociais; home office; família; revolução
tecnológica; solidariedade, até o fortalecimento dos mercados locais. Entende-se
que as novas tendências, pós-COVID-19, preveem não somente fortalecimento
do uso de ferramentas digitais, o empreendedorismo local e criativo dos pequenos
comércios, os novos países como celeiro de concentração e distribuição de
inovações, mas também as relações humanas.

White Paper: “De acordo com o Hubspot, o Whitepaper é um


documento que aprofunda determinado problema, trazendo suas
causas, conceitos e, principalmente, sua solução. Ele é indicado
para estratégias de marketing de conteúdo mais avançadas, ou seja,
deve ser aplicado em clientes que já passaram algum tempo com a
sua empresa (em outras palavras, costuma trazer mais valor em con-
teúdos de fundo de funil), recebendo conteúdo de valor, mas sem
ser tão focado”.

FONTE: <https://marketinganalitico.com.br/o-que-e-um-whitepaper-
e-como-ele-pode-me-ajudar/>. Acesso em: 30 ago. 2020.

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

É neste contexto dialógico em seu processo de ensino e aprendizagem que


convidamos você a um processo de reflexão profunda sobre o novo mundo que
nos aguarda! Aproveite! Bons estudos!

2 O QUE SÃO TENDÊNCIAS?


Em algum lugar, você já ouviu a frase: “isto é uma tendência de mercado!”
ou algo semelhante a: “você terá que se adaptar, é uma tendência!”. Tanto uma
frase ou outra – ou outras – fez você imaginar um caminho a seguir ou uma
predisposição a uma determinada vocação a ser seguida. Isto é, basicamente, o
que chamamos de tendência. Essencialmente, pois:

O conceito de tendência nem sempre reúne consenso, uma


vez que vários profissionais e empresas o utilizam para
diferentes aplicações, no entanto podemos assumir e afirmar
que tendências se centram na análise e mapeamento do
comportamento do consumidor, bem como mentalidades
emergentes desse comportamento (RASQUILHA, 2015, s.p).

Essa afirmativa se dará aqui em nossos estudos, pois a tendência pode ser
aplicada também em situações que não envolvam diretamente o comportamento
de um consumidor, pois a terminologia pode ser empregada em outros sentidos,
tais como: “ele tem tendência a mentir” ou “ela tem uma tendência a ser conserva-
dora em suas colocações”. Desta forma, vamos conceituar tendência como sendo
“[...] um processo de mudança que resulta da observação do comportamento dos
consumidores e que origina a criação e desenvolvimento de novas ideias: de ne-
gócio, de produto ou de serviço, de marcar ou de ação” (RASQUILHA, 2015, s.p.).

Michaelis on-line. Definição de Tendência. Disponível em https://


bit.ly/3l07pNY.

Portanto, vamos considerar que tendência é um processo comportamental


relacionado a negócios. Para você compreender um pouco mais sobre o que é
tendência, vamos pensar na década de 1990? Ao relembramos aquela época,
na área de moda (vestimenta), por exemplo, muitos usavam pochetes. Aquelas
bolsinhas de zíper que normalmente estavam amarradas à cintura. Serviam como
cinto e para armazenar documentos e outros pertences pessoais. Na tecnologia é

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Tendências e inovaçÕes

fácil lembrar das fitas cassetes dando espaço aos CDs. Era possível ouvir música
nos anos 1990 a partir do Discman, um aparelho que, comumente, funcionava à
pilha e que acabou substituindo o walkman – o aparelho portátil de som que toca-
va as fitas cassetes.

FIGURA 1 –FITA CASSETE

FONTE: A autora

Este cenário era a tendência dos anos noventa. Se hoje olharmos, parece
indiferente, mas estas duraram o tempo necessário – vamos falar de ciclo de vida
de tendência na sequência – ou até serem esquecidas ou melhoradas por no-
vas. No caso da moda, dizem que as pochetes estarão de volta em 2020. Vamos
aguardar os grandes estilistas e eventos fashion. Já no caso da música, hoje as
ouvimos em nossos celulares com auxílio da internet. Temos mais liberdade de
escolha, temos aplicativos livres que nos auxiliam na montagem de listas de mú-
sicas. De lá para cá, a indústria musical mudou muito, um exemplo é que o cantor
ou o grupo musical – na década de 1990 – precisava de uma gravadora e havia
um suspense muito grande nos lançamentos musicais. Hoje em dia, vazar uma
nova música na web é, muitas vezes, uma jogada de marketing. Além disso, o
artista e sua música só precisam cair no gosto do público, não precisam mais (ou
somente) de um produtor ou uma gravadora influente.

Nestes exemplos, é possível perceber que uma tendência realmente “é um


processo de mudança comportamental que está assente em mentalidades emer-
gentes e que é suportada, posteriormente, em interpretações passíveis de gerar
insights capazes de serem convertidos em negócios” (RASQUILHA, 2015, s.p.).

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

Ainda assim, na atualidade, as tecnologias tendem a influenciar novos caminhos


e comportamentos, estimulando o fator tendências e suas relevâncias para o mer-
cado consumidor.

“[...] Insights é tudo o que, do ponto de vista do consumidor,


traz uma nova e relevante forma de ver, criar, produzir e vender uma
campanha, marca, produto ou serviço” (RASQUILHA, 2015, s.p.).

Para você conhecer um pouco mais a história da música e sua


evolução em relação às tecnologias, leia o artigo da revista eletrônica
Tecmundo sobre a indústria musical. Boa leitura!

TECMUNDO. Como a tecnologia transformou a indústria da


música. Disponível em: https://bit.ly/3esf7y1. Acesso em: 25 fev. 2020.

Outro artigo interessante para você ler é o da Giovanna Cappola,


que está publicado no Blog Geek, intitulado de 10 tecnologias dos
anos 90 que as crianças de hoje não conhecem. Disponível em:
https://bloggeek.com.br/tecnologias-dos-anos-90/. Acesso em: 25
fev. 2020.

Atividades de Estudo:

1) Com base em Rasquilha (2015, s.p.), analise as sentenças a se-


guir sobre o conceito de tendência:

I- A tendência é “um processo de mudança que resulta da observa-


ção do comportamento dos consumidores”.
II- O comportamento do consumidor “origina a criação e desenvolvi-
mento de novas ideias: de negócio, de produto ou de serviço, de
marcar ou de ação”.

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Tendências e inovaçÕes

III- A tendência pode originar a criação de novas ideias, que podem


se aplicar a negócios ou marcas, por exemplo.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) I, II e III estão corretas.
b) ( ) II e III estão corretas.
c) ( ) I e III estão corretas.
d) ( ) Somente I está correta.
e) ( ) Somente II está correta.

2.1 MODISMO X TENDÊNCIA X


MEGATENDÊNCIA
Até o momento, dialogamos sobre exemplos do passado para entendermos
um pouco mais o sentido e significado de tendência. Mas você percebeu que al-
gumas tendências são modismos? Observe o caso da pochete, ela teve o pico de
uso na década de 1990 (podendo ou não retornar nos anos 2020), mas foi uma
moda momentânea. É uma tendência, contudo, caracterizada por Kotler (2000,
p. 327) como sendo um modismo, pois “o modismo é um elemento de aspecto
singular e imprevisível como o piercing ou a tatuagem. O modismo não sobrevive,
uma vez que não atende a uma forte necessidade” (GOMES, 2008, p. 21).

Outro exemplo de modismo – vinculado à tecnologia – é o famoso jogo Poké-


mon Go. O jogo, que reunia tecnologia de ponta como realidade aumentada e
geolocalização, teve seu auge entre os anos de 2016 a 2017. Segundo a Niantinc
(2017), nesse período, foram mais de 750 milhões de cópias baixadas por todo o
mundo. O Pokémon Go atraiu o público de todas as idades e foi um jogo que, de
certa forma, estimulou as atividades físicas (ou pelo menos os movimentos cor-
porais), mas também gerou acidentes e perturbações nas áreas públicas das pe-
quenas e grandes cidades. O Pokémon Go, realmente, foi uma febre, mas o seu
ápice no ciclo de vida de tendências durou meses, por isso é também considerado
um modismo.

Para relembrar ou conhecer um pouco sobre a história do Poké-


mon Go leia o artigo Como o Pokémon Go pode mudar sua vida -
Pode ser só o joguinho da moda – ou o elemento que faltava para uma

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

nova tecnologia invadir seu dia a dia, de julho de 2016, da Revista


Época. Acesse https://glo.bo/2TToeyf.

Ainda, para Kotler (2000), além do modismo temos tendência e megaten-


dência. No caso da tendência, a conceituação se refere a como será o futuro. A
tendência “é uma sequência de eventos com certa força e durabilidade, revelam
como podem ser o futuro e oferecem oportunidades para as empresas” (KOTLER,
2000, p. 327). Um exemplo de tendência no empreendedorismo é o mercado de
cosméticos e/ou estéticos para o público masculino. Segundo o site da Cosmetic
Innovation (2019, s.p.), com base no Euromonitor, o Brasil “representa 13% do
total de vendas [...]. Em valores, isto representou US$ 6,2 bilhões em 2017 [...]” no
consumo de cosméticos por homens brasileiros.

Euromonitor é uma consultoria Internacional com “escritórios em


todo o mundo, analistas em mais de 100 países, as mais recentes
técnicas de ciência de dados e pesquisa de mercado aplicadas a to-
das as principais tendências [...]”.

FONTE: <https://www.euromonitor.com/>. Acesso em: 10 set. 2020.

Atenção, é importante que você compreenda a diferença básica entre o


modismo e a tendência. Lembre-se de que o modismo, segundo Kotler (2000,
s.p.), “é imprevisível, de curta duração. Não tem significado social, econômico
e político. É efêmero”. Já a tendência é algo mais duradouro, resistente, seu
ciclo de vida é maior. Além disso, seus impactos são culturalmente muito mais
significativos e agregam valor comercial.

Efêmero é um termo de origem grega (em que “ephémeros”


significa “apenas por um dia”) usado para designar uma situação que
dura muito pouco tempo. É antônimo de duradouro, permanente.

FONTE: <https://www.significados.com.br/efemero/>. Acesso em: 10 set. 2020.

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Tendências e inovaçÕes

Outro exemplo de tendência é o coworking. Em específico, o exemplo da


Spacious, que em dezembro de 2019 encerrou suas atividades.

Coworking é um movimento de pessoas, empresas e comunida-


des que busca trabalhar e desenvolver suas vidas e negócios juntos,
para crescer de forma mais rápida e colaborativa.

FONTE: <https://coworkingbrasil.org/o-que-e-coworking/>. Acesso em: 30 ago. 2020.

A Spacious é uma startup de Nova York (que foi comprada pela The We Com-
pany em 2016) que integrou o conceito de coworking, tecnologia e espaços fecha-
dos – que no caso eram bares e restaurantes nova-iorquinos que funcionavam
somente no período noturno. Como os restaurantes ficavam fechados durante o
dia, a startup criou um aplicativo (app) móvel que integrava os espaços fechados
ao conceito de coworking e as pessoas que atuavam com home office. Assim, os
profissionais que optavam por trabalhar nestes espaços mais agradáveis utiliza-
vam os recursos disponíveis dos estabelecimentos – mobiliários e internet, por
exemplo – em contrapartida, além do marketing indireto, os restaurantes e bares
se beneficiavam com parte da receita da locação dos espaços pela Spacious.

A última característica de Kotler (2000) é a megatendência. As megatendên-


cias “são as grandes mudanças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas que
se formam lentamente e uma vez estabelecidas, nos influenciam por algum tem-
po” (KOTLER, 2000, p. 327). Ainda assim, as megatendências são quase sem-
pre coerentes a outros indicadores da época. Observe o caso dos aplicativos de
mobilidade. Vivemos em um mundo conectado, em que a sociedade – ou pelo
menos as gerações mais novas – valoriza o que é coletivo, compartilhado e eco-
nomicamente criativo. Isto são influenciadores que incentivaram os aplicativos de
mobilidade a serem uma megatendência.

Um exemplo atual, de provável, megatendência, que foi acelerada pela CO-


VID-19 é o home office. Este formato de trabalho é uma das alternativas ao com-
bate da propagação do contágio – que proporciona continuidade econômica, do
emprego e auxilia o isolamento social. Afinal, a incerteza de que as empresas vão
adotar esse modelo de atividade ainda é grande, porém é uma megatendência a
se considerar para os próximos anos. Pensando nisso, a startup Outra Coisa criou
um site interativo, baseado em games, chamado Remoto, para auxiliar as pesso-
as nas melhorias e práticas em home office.

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

Acesse o Remoto: https://remoto.joco.com.br/.

Leia Conheça tendências que irão revolucionar o mundo do


trabalho em 2020. Link disponível em https://bit.ly/2zXN4Gs.

Outro exemplo de megatendência (que está ligado à mobilidade) são os


carros inteligentes que estão sendo desenvolvidos por empresas como Google,
Tesla e Uber. Esses carros são considerados autônomos, pois não necessitam
de um motorista para seguir uma trajetória. São projetados com base em
tecnologia de ponta, como inteligência artificial, agregada a outras inovações,
como GPS, radar e câmeras. É um conjunto de sensores computadorizados que
em consonância dão autonomia ao carro inteligente. Essa é uma megatendência
prevista para os próximos anos e que, segundo a revista Techtudo, movimentará
até 2026 mais de 556 milhões de dólares na economia.

FIGURA 2 –GPS

FONTE: A autora

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Tendências e inovaçÕes

FIGURA 3 – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

FONTE: A autora

Para saber mais sobre os carros inteligentes e suas tecnologias,


leia os artigos a seguir:

• Carro inteligente: veja como funcionam os modelos sem motorista


- Entenda como funciona a tecnologia que promete veículos mais
seguros e eficientes. Disponível em https://glo.bo/32dZ3LD.
• Veja como a Tesla treina a ‘inteligência’ de seus carros autôno-
mos. Disponível em https://bit.ly/34VjZbM.

As megatendências são hábitos duradouros dos consumidores que impac-


tam, consideravelmente, na economia, nos negócios e na sociedade em geral.
Seu ciclo de vida, em média (ou mais), dura de sete anos a dez anos. A Apex-Bra-
sil (Agência Brasileira de promoção de exportações e investimentos) publicou em
seu site, em 2018, um artigo sobre As 8 megatendências que influenciarão o con-
sumo até 2030, e faz ponderações importantes sobre o relatório da Euromonitor
Internacional. Segundo a Apex-Brasil (2020, s.p.), “as análises de megatendên-
cias ajudam as empresas a antecipar o desenvolvimento do mercado e impulsio-
nar mudanças nos setores econômicos”.

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

Antes de prosseguirmos com outros assuntos, vale a pena você ler o artigo
da Apex-Brasil que resume o relatório da Euromonitor Internacional de 2018 e
conferir um encarte produzido pela própria Euromonitor, que apresenta as 10 prin-
cipais tendências globais de consumo em 2019. É importante frisar que “A Euro-
monitor International é uma empresa global de pesquisa de mercado, oferecendo
inteligência estratégica sobre os setores de bens de consumo e serviços, empre-
sas e consumidores ao redor do mundo (ANGUS; WESTBROOK, 2019, p. 77).

ANGUS, A.; WESTBROOK, G. 10 principais tendências glo-


bais de consumo em 2019. Disponível em: https://bit.ly/3cJV2lD.
Acesso em: 9 mar. 2020.

APEX-BRASIL. Agência Brasileira de promoção de exportações


e investimentos. As 8 megatendências que influenciarão o consu-
mo até 2030. 2020. Disponível em: https://portal.apexbrasil.com.br/
noticia/AS-8-MEGATENDENCIAS-QUE-INFLUENCIARAO-O-CON-
SUMO-ATE-2030/. Acesso em: 10 set. 2020.

Outra informação importante que você precisa conferir da Apex-


-Brasil é o documento Mercados Globais e Coronavírus – Relatório
de inteligência de mercado – Edição 2, que foi lançado em meio à
pandemia de 2020. Este documento traz uma visão geral das pro-
váveis tendências para a inteligência de mercado pós-pandemia. O
acesso a este relatório poderá ser feito por meio da inscrição no site:
https://portal.apexbrasil.com.br/noticia/apex-brasil-lanca-o-relatorio-
-sobre-mercados-globais-e-coronavirus/.

Atividades De Estudo:

1) Com base nos conceitos de tendência, megatendência e modismo


relacione seus termos as suas respectivas características:

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Tendências e inovaçÕes

Termo Numeração Característica ou definição


1- Modismo ( ) É um elemento de aspecto singular e imprevisível.
2- Tendência ( ) Seu ciclo de vida, em média (ou mais), dura de sete anos
3- Megatendência a dez anos.
( ) É uma sequência de eventos com certa força e
durabilidade, revelam como podem ser o futuro e
oferecem oportunidades para as empresas.
( ) Hábitos duradouros dos consumidores que impactam,
consideravelmente, na economia, nos negócios e na
sociedade em geral.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) 1, 3, 2, 3.
b) ( ) 1, 1, 2, 3.
c) ( ) 1, 2, 2, 3.
d) ( ) 1, 3, 1, 3.
e) ( ) 1, 3, 1, 3.

Em síntese, podemos observar que, independentemente se temos modismo,


tendência ou megatendência, os influenciadores estão sempre relacionados ao
consumidor. Isso se deve ao fato de o consumidor ser “a pessoa que identifica
uma necessidade ou desejo, realiza uma compra e depois descarta o produto [...]”
(SOLOMON, 2016, p. 6). Ainda assim, o consumidor do século XXI está cada vez
mais exigente. Segundo Mintel (2017, p. 7), “[...] os consumidores procuram por
alternativas mais seguras, saudáveis e sustentáveis” [...]. Seu comportamento,
portanto, influencia diretamente nas tendências, consequentemente, no mercado.

Mas o que vem a ser o comportamento do consumidor? Segundo Solomon


(2016, p. 6-7):

É o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou


grupos selecionam, compram, usam ou descartam produtos,
serviços ideias ou experiências para satisfazerem necessidades
e desejos. Os consumidores assumem várias formas, desde
uma criança de oito anos [...] a um executivo de uma grande
corporação que escolhe um sistema de computador de vários
milhões de dólares [...]. O comportamento do consumidor na
verdade é um processo contínuo e não se restringe ao que
ocorre no instante em que o consumidor entrega o dinheiro ou
apresenta seu cartão de crédito e recebe em troca a mercadoria
ou serviço.

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

Nesse universo de consumo, aos poucos, o comportamento do consumidor


é integrado à tendência. Para tanto, empresas especializadas acompanham,
monitoram e analisam as tendências a partir das inovações, sejam elas
tecnológicas, sociais ou econômicas, a fim de estarem à frente das necessidades
dos consumidores. Essas empresas diagnosticam e preveem as tendências de
mercado. “[...] O resultado esperado dos estudos de tendências é a apresentação
de possibilidades futuras e não, de modo antagônico, a homologação de uma
única diretriz correta” (RECH; SILVEIRA, 2017, p. 6).

Uma prática interessante de se observar sobre como o comportamento do


consumidor está impactando o consumo é acompanhar as fases do COVD-19.
É possível compreendermos este comportamento com base em uma pesquisa
desenvolvida pelo Nielsen (2020), em que são identificadas etapas sobre o
consumo: compras proativas para a saúde, gestão de saúde reativa, preparação
da despensa, preparação da vida em distanciamento social, vida restrita e vivendo
uma nova normalidade. A pesquisa mostra, além do aumento de consumo de
comida, o aumento pelo uso de produtos de higiene pessoal, álcool em gel e
máscara. O que não é muita surpresa, não é mesmo?

Para conferir a pesquisa, você poderá acessar o link https://bit.


ly/2Tq0QbJ.

Nielsen é uma consultoria que estuda “consumidores em mais de


100 países para lhe oferecer a visão mais completa das tendências e
dos hábitos ao redor do mundo”. Disponível em https://www.nielsen.
com/br/pt/about-us/.

Outra pesquisa interessante a analisar sobre o consumidor e a pandemia


é a feita pela R/GA Network Global. Essa pesquisa nos mostra dez impactos na
cultura de vida que tendem a ser permanentes na sociedade. Entre elas estão a
reinvenção do espaço de casa, que teve que ser reorganizado para atender a toda
uma família que agora divide o mesmo local para trabalhar home office e estudar.
O outro impacto importante é o sentimento de coletividade que a COVID-19

21
Tendências e inovaçÕes

causou nas pessoas e empresas e este deverá influenciar novos modelos de


negócios pelo mundo.

Para você conhecer esta pesquisa acesse https://bit.ly/2TtO24b.

“A Network Global é uma empresa de soluções de marketing


digital da nova era que fornece soluções que fazem uma diferença
real nas iniciativas on-line de nossos clientes. Somos especializados
em WEB, Mobile, Social, Conteúdo e Tecnologia”. Disponível em
https://www.networkglobal.net/aboutus.html.

Agora que já conhecemos a conceituação de tendência, compreendemos


um pouco o comportamento do consumidor e diferenciamos as características
das tendências segundo Kotler (2000) – modismo, tendência e megatendência –,
que tal analisar o ciclo de vida de uma tendência? O ciclo de vida representa as
fases de consumo de um produto ou serviço no mercado, perpassando pelo seu
surgimento, crescimento, ápice, declínio e, em diversos casos, desaparecimento.
Assunto muito interessante que discorrermos a seguir.

Atividades de Estudo:

1) Com base no conceito de tendência e suas características, analise


as sentenças apresentadas a seguir:

I- Segundo Gomes (2008), o modismo é uma tendência previsível e


sobrevive ao tempo. Um exemplo são os carros inteligentes.
II- Segundo Rasquilha (2015, s.p.), modismo é “[...] um processo
de mudança que resulta da observação do comportamento dos
consumidores [...]”.

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Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

III- Para Gomes (2008, p. 21) e Rasquilha (2015, s.p.), o modismo “é


um elemento de aspecto singular e imprevisível como o piercing
ou a tatuagem”.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) I, II e III estão corretas.


b) ( ) I e III não estão corretas.
c) ( ) II e III estão corretas.
d) ( ) I, II e III não estão corretas.
e) ( ) I e II estão corretas.

3 METODOLOGIA E CICLO DE VIDA


DE TENDÊNCIAS
Quando você pensa em ciclo, o que vem a sua mente? Provavelmente, você
imagina um círculo, em movimento contínuo e em sentido horário. Algo parecido
com a figura a seguir:

FIGURA 4 – METÁFORA DE CICLO

FONTE: A autora

Se formos verificar no dicionário on-line Dicio da língua portuguesa, a de-


finição para a terminologia ciclo seria algo como: “espaço de tempo durante o
qual ocorre e se completa, com regularidade, um fenômeno ou um fato, ou uma

23
Tendências e inovaçÕes

sequência de fenômenos ou fatos”, ou ainda: “série de fenômenos, fatos ou ações


de caráter periódico que partem de um ponto inicial e terminam com a recorrência
deste” (DICIO, 2020, s.p.).

De fato, um ciclo é um fenômeno que ocorre em um período de tempo e parte


de um ponto inicial. Se agregarmos o termo ciclo com o conceito de vida, teremos
algo parecido com: um período de existência. Portanto, o ciclo de vida corres-
ponde ao processo de desenvolvimento de alguma coisa ou espécie desde o seu
nascimento até sua morte. Para a tendência, podemos pensá-la “[...] como huma-
nas: elas têm um ciclo de vida. Isto é, são semeadas ou fertilizadas, germinam,
crescem, amadurecem, envelhecem e um dia morrem” (CALDAS, 2004, p. 10).

Para Rasquilha (2015, s.p.):

As tendências, embora de relativa duração, não são estáveis


nem se comportam da mesma forma ao longo da vida do seu
ciclo de vida. Nem são, como já referido, adoptadas da mesma
forma pelos grupos de consumidores. A manifestação inicial e
emergente de uma tendência acontece num grupo restrito de
consumidores que normalmente são os primeiros a adoptar
determinado comportamento de mudança e que não excedem
2,5% da população.

Adoptado vem do verbo adoptar. O mesmo que: escolhido,


usado, assumido, admitido, filiado.

FONTE: <https://www.dicio.com.br/adoptado/>. Acesso em: 10 set. 2020.

Ainda segundo Rasquilha (2015, s.p.), “a vida de uma tendência é em tudo


semelhante ao ciclo de vida dos produtos perspectivado pela teoria do marketing”.
Antes de detalharmos sobre o ciclo de vida de uma tendência nas perspectivas
de Rasquilha (2015), e para compreendermos melhor a vida de uma tendência,
vamos considerar os estágios de um ciclo de vida de um produto.

Para Silva (2005, p. 115), o ciclo de vida de um produto é configurado em


quatro estágios (de venda): introdução, crescimento, maturidade e declínio. Na
sequência, apresentamos um gráfico baseado nos estudos do autor:

24
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

GRÁFICO 1 – ESTÁGIO DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO

FONTE: Adaptado de Silva (2005)

Ao observar o gráfico, com base em Silva (2005, p. 116), temos:

1. Introdução: nesta fase, o produto é introduzido no mercado. É “um


período de crescimento lento da demanda após o produto ser lançado
no mercado. A rentabilidade baixa, com o possível lucro negativo ou
inexistente, em virtude do elevado gasto proveniente do lançamento”.
2. Crescimento: o produto começa a ter aceitação pelo público. “Um
período de rápida aceitação de mercado e melhoria substancial do lucro
ou rentabilidade. Nesse estágio, os adotantes imediatos gostam do
produto, e a média dos consumidores começa a segui-los”.
3. Maturidade: nesta fase, a venda do produto está estável ou diminui.
“A oferta permanece bastante estável. Não há mais motivação para as
empresas entrarem no mercado”.
4. Declínio: o produto passa a perder o interesse do público. “O produto
encontra-se em um processo de declínio e poderá, eventualmente,
desaparecer. [...] a demanda apresenta uma forte queda e faz com que a
rentabilidade caia, e o lucro desapareça”.

Agora que compreendemos uma pouco mais o ciclo de vida de um produto,


podemos retomar ao ciclo de vida de tendência segundo Rasquilha (2015).
Observe o gráfico a seguir:

25
Tendências e inovaçÕes

GRÁFICO 2 – COMO SÃO IDENTIFICADAS E ACOMPANHADAS AS TENDÊNCIAS

FONTE: Adaptado de Rasquilha (2015)

Para Rasquilha (2015), as tendências não se comportam ao longo do ciclo de


vida de forma estável, bem como os consumidores. Para o autor, uma tendência
inicialmente conta com 2,5% dos consumidores – Innovation Lovers. Estes
são os que experenciam as tendências e que apesar de serem os primeiros,
as empresas começam a entender o verdadeiro potencial da tendência de seus
produtos ou serviço no mercado quando os chamados Early Adopters, ou seja,
os entusiastas entram em cena. Estes são os que aumentam exponencialmente
a tendência para o novo segmento de consumidores, que são os Early Majority
e Late Majority, que fazem com que o sucesso da tendência se torne, realmente,
verdadeiro. No final do ciclo, encontramos os consumidores denominados de
Laggards. Entre o início e fim do ciclo de vida de uma tendência – innovation
lovers a laggards – podem (ou não) se passar um tempo de 18 a 24 meses.
Observe o gráfico a seguir para entender a representatividade de cada consumidor
no ciclo de vida de uma tendência:

26
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

GRÁFICO 3 – CICLOS DE TENDÊNCIAS PARA CONSUMIDORES

FONTE: Adaptado de Rasquilha (2015)

Para uma melhor compreensão, acompanhe a seguir o quadro explicativo


sobre os tipos de consumidores no ciclo de vida de uma tendência, segundo
Rasquilha (2015):

QUADRO 1 – QUADRO EXPLICATIVO SOBRE OS TIPOS DE CONSUMIDORES NO


CICLO DE VIDA DE UMA TENDÊNCIA

Consumidor % Características
Innovation lovers 2,50% Inovadores. Cosmopolitas. Aventureiros.
Early adopters 13,5% Primeiros adotantes. Líderes de opinião em sua sociedade.
Early majority 34,00% Maioria inicial. Interagem frequentemente em sua sociedade. Tam-
bém são líderes de opinião.
Iate majority 34,00% Maioria tardia. São os céticos, mas adotam as tendências em
virtude da pressão social e econômica.
Laggards 16,00% Retardatários. São os sem opinião ou liderança em uma sociedade.

FONTE: Adaptado de Rasquilha (2015)

Um exemplo sobre ciclo de vida de tendência é o da moda. “As ten-


dências da moda são as ideias de estilo que as grandes coleções têm
em comum; elas indicam o rumo que a moda está tomando” (FRINGS,
2012, p. 91). No ramo da moda, uma tendência muitas vezes é comum
aos diversos estilistas ou designers e “o ciclo de vida de uma tendência
pode durar entre cinco meses a dois anos. Para o mercado jovem, o
ciclo pode ser de apenas dois ou três meses” (FRINGS, 2012, p. 91).

27
Tendências e inovaçÕes

Atividades de Estudo:

1) Com base no conceito de ciclo de tendência, associe a coluna


consumidor com suas respectivas características:

Nº Consumidor Associar Características


1 Early majority ( ) Aventureiros.
2 Innovation lovers ( ) Líderes de opinião em sua sociedade.
3 Laggards ( ) Interagem frequentemente em sua sociedade. Também são
líderes de opinião.
4 Iate majority ( ) Os céticos
5 Early adopters ( ) São os sem opinião ou liderança em uma sociedade.

4 O PESQUISADOR DE TENDÊNCIAS
Agora que já conhecemos um pouco sobre tendência, seu ciclo e até já
dialogamos sobre consumidores, vamos conhecer um pouquinho de quem são os
pesquisadores de tendência? Mas já vamos avisando, o pesquisador de tendência
é um profissional antenado, com diversas habilidades técnicas e comportamentais
desenvolvidas e tem um trabalho focado na observação e muita facilidade em
conhecer os mercados e seus influenciadores. Para se tornar um caçador de
tendência, você precisará de muita determinação e foco, mas não é impossível.

Antes de prosseguir com nosso diálogo, leia a matéria da revista eletrônica


Isto é Dinheiro, indicada na sequência.

Isto é Dinheiro. 20 previsões para 2020. Na tecnologia, na


inovação, na cultura digital. Edição nº 1152, de 20 dez. 2019.
Disponível em https://bit.ly/3bVej1P.

Se você observar a leitura que acabou de fazer, sua publicação é datada em


20 de dezembro de 2019, antes de sabermos que, em 2020, passaríamos por

28
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

um momento de isolamento mundial em virtude do COVID-19. Não estamos aqui


para dizer que Edson Rossi, responsável pela matéria, com base nos estudos das
grandes consultorias como a Accenture, EY, Gartner, KPMG, McKinsey e PwC,
do instituto de pesquisas Nielsen, e das gigantes Cisco, Ericsson e IBM tenha
clarividência (nem mesmo os estudos), mas o certo é que muitas tendências
elencadas por ele na matéria – mesmo diante das incertezas da pós-pandemia
– são, sem sombra de dúvidas, a realidade de inovação e cultura digital que
estamos e vamos vivenciar.

Um exemplo disso é a overmobilidade, com o aumento de pessoas


estudando e trabalhando em suas residências, espera-se as “conexões de alta
performance em qualquer lugar, a qualquer hora, com qualquer dispositivo, tanto
no 4G quanto no 5G” (ROSSI, 2019, s.p.). Outra tendência apontada é o e-sports.
O isolamento acelera a possibilidade de as pessoas aderirem aos videogames, se
antes as consultorias previam que no ano de 2020, o uso do de jogos teriam uma
alta de 22%, imagina agora e com a pós-pandemia?

Para finalizarmos nossa exemplificação, vamos falar das pessoas líquidas:


“um dos efeitos mais fascinantes e cada vez mais evidentes da cultura digital [...].
O que está além do consumismo? Trabalho é simplesmente um meio de ganhar a
vida? Esses questionamentos não apontam para o fim do consumo, mas para sua
transformação” (ROSSI, 2019, s.p.). Observou como estes são questionamentos
que diversas pessoas a sua volta – e você mesmo – fizeram (ou fazem) em
um mundo pandêmico? O pensamento e as atitudes dos consumidores estão
mudando e cabe ao pesquisador de tendências analisar e diagnosticar novas
possibilidades e necessidades deste e para este consumidor.

Afinal, e conforme, Rasquilha (2015, s.p.):

[...] quando o nosso objetivo é identificar novas tendências


emergentes, devemos começar por compreender/olhar/obser-
var as características “genéricas” das tendências. As tendências
são criadas por pessoas, logo, para caçar tendências devemos
começar por observar os indivíduos que criam e estão perma-
nentemente preocupados com as novidades, estilos inovado-
res. Caçar tendência é possível porque o elemento-chave no
desenvolvimento de qualquer tendência é a observação. O que
os caçadores de tendências observam, nós também podemos
observar se o fizermos com espírito focado nas mudanças.

Você leu isso mesmo, o que um caçador de tendência faz, nós também pode-
mos fazer, desde que estejamos aptos à mudança e à observação. Para Gomes
e Francisco (2013, p. 4), a pesquisa ou estudo de tendência é uma “[...] análise
transversal da sociedade, de modo a obter pistas que suportem o desenvolvimen-
to de estratégias de inovação. Neste caso, as potencialidades de inovação envol-
vem tanto as empresas, como a economia e todo o tecido social”.

29
Tendências e inovaçÕes

Para finalizarmos, é importante ressaltar que habilidades comportamentais


como observação, organização, foco e as técnicas, tais como conhecimento em
economia, filosofia e sociedade, são possíveis de desenvolver. Como conversa-
mos no início deste diálogo, e muito bem ressaltado pela citação de Rasquilha
(2015), todos nós podemos ser caçadores de tendência, basta estarmos antena-
dos ao principal indicador da tendência: o consumidor.

Você acredita que a era Startup terminou? Não? Segundo


Carl Rohde, famoso pesquisador de tendências, em entrevista ao
Consumidor Moderno, disse que acredita que a era de startups
acabou. Para ele, “o modelo de garagem, do pensamento de “eu
sou incrível e vou colocar meus amigos em uma garagem para fazer
coisas brilhantes” não funciona mais. Os problemas do mundo são
muito grandes para startups. O problema agora é aperfeiçoamento
humano” (JANKAVSKI, 2017, s.p.). Para você ler a polêmica matéria
na íntegra, acesse o artigo eletrônico Conheça Carl Rohde, o caçador
de tendências, disponível em https://bitlybr.com/9nzn0.

Carl Rohde é holandês, sociólogo e antropólogo. É um espe-


cialista respeitado no mercado de estudo de tendências, criou a AY-
RWW AYR Consulting Worldwide e a Sciense of the time – a mais
antiga rede de pesquisa sobre tendência.

Para desenvolver habilidades e competências técnicas e com-


portamentais é sempre bom observar uma grande personalidade e
saber de suas histórias inspiradoras. Para isso, indicamos a você a
leitura do seguinte livro:

RODRIGUES, Jorge Nascimento; CARDOSO, Jaime Fidalgo;


NUNES, Catarina; EIRAS, Ruben. 50 Gurus da Gestão do Sec.
XXI. Portugal: Centro Atlântico Ltda., 2005. Disponível em: https://
bitlybr.com/zjB6r. Acesso em: 25 fev.2020.

30
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

Atividades de Estudo:

1) Considerando a reportagem de Edson Rossi (2019), em Isto é


Dinheiro – 20 previsões para 2020. Na tecnologia, na inovação,
na cultura digital –, assinale a melhor definição para e-sports:

a) ( ) Fórmula 1 e futebol somente em videogames.


b) ( ) Simulador de Fórmula 1.
c) ( ) O fim das torcidas de futebol nos grandes estágios por causa
da pandemia.
d) ( ) O futebol por videogames.
e) ( ) É quando videogames ganham espaços de interação no
mundo físico.

5 TENDÊNCIAS NA PRÁTICA
Com base no que estudamos até o momento, fica evidente que “a descober-
ta de novos comportamentos de consumo é facultada pelos Estudos de Tendên-
cias, ao evidenciar a aguda realidade social e cultural que, por intermédio de uma
mentalidade individual, detecta o inconsciente coletivo” (RECH; SILVEIRA, 2017,
p. 5). Para tanto, neste subtópico, vamos dialogar sobre as tendências na prática,
mostrando o que você pode desenvolver enquanto profissional para ser um caça-
dor de tendências.

O coolthunter, ou caçador de tendência, é um profissional que, com base em


pessoas, lugares, planos culturais e projetos vem mudando a pesquisa de merca-
do, pois este observa e analisa primeiro o consumidor, seus locais de convivência,
seu modo de viver e conviver, para depois observar o produto em si e seus impac-
tos no local em que eles serão inseridos.

Ainda assim é fundamental que o pesquisador de tendência conheça assun-


tos relacionados à área de humanas e sociais, precisa ser uma pessoa comunica-
tiva, observadora, analítica para redes sociais, com visão estratégica ampla e que
tenha muito conhecimento de mercado – seja o dele de atuação, como também
um pouco dos demais para que ele consiga inter-relacionar assuntos, necessida-
des e oportunidades. Inicialmente, o pesquisador de tendência atuava mais no
mercado da moda, porém, na atualidade, existem diversas áreas que contratam
este profissional, tais como: design, gastronomia, marketing e psicologia.

31
Tendências e inovaçÕes

O trabalho do coolhunter é colher diversos materiais,


“É importante como fotografias, anúncios, músicas ou páginas
diferenciar o da web sobre aquilo que lhes chama a atenção,
coolhunter do para depois mandar a um centro de estudos, que
coolsearching. As envia a pesquisa para empresas clientes. [...] O
entrevistas com trabalho do coolhunter é integrado a um escritório
especializado, que faz a coolsearching, que é a
clientes são feitas
pesquisa de tendências” (CASTRO et al., 2018,
pelo coolsearching s.p.).
[...]. O coolhnter não
faz nada disto; ele
apenas observa” “É importante diferenciar o coolhunter do coolsearching. As entre-
(CASTRO et al., vistas com clientes são feitas pelo coolsearching [...]. O coolhnter não
2018, s.p.). faz nada disto; ele apenas observa” (CASTRO et al., 2018, s.p.).

Neste sentido, o coolhunter, ou caçador de tendências, que no caso poderá


ser você, deverá entender o mercado, suas tendências, diagnosticar o nascimen-
to de uma possível tendência e saber quais serão seus impactos. É importante
que o coolhunter conheça o mercado, o público-alvo e o comportamento do con-
sumidor. Além disso, ele deve aprender técnicas para mapear comportamentos e
ferramentas para registrar os dados observados, analisar as informações obtidas
ou, ainda, para lhe auxiliar na busca de prováveis comportamentos do seu públi-
co, tais como o Google Trends ou Audience Insight.

Considerando que o coolhunter observa, as técnicas para mapear comporta-


mentos são, naturalmente, pura observação de dados ou fatos do mercado, so-
ciedade, economia e outros setores relacionados. Mesmo que o coolhunter vá
a campo, ele só observa, não faz entrevistas com o seu consumidor, pois como
vimos é a responsabilidade de uma empresa especializada (coolsearching), pois
“a pesquisa de campo envolve a visita [...] e pode significar a realização de entre-
vistas diretas com potenciais clientes, agentes e distribuidores” (WESTWOOD,
2013, s.p.). Assim, as técnicas para mapear comportamentos pelo caçador de ten-
dências podem ser baseadas na pesquisa documental (desk research), que:

[...] envolve a recolha de dados já disponíveis em fontes


existentes. Há muita informação sobre a maioria dos mercados.
Grande parte desta informação é gratuita ou relativamente
barata. As viagens a outros países podem ser dispendiosas,
por isso, é importante obter a maior quantidade possível de
informação publicada antes de visitar realmente o mercado
que tem em vista (WESTWOOD, 2013, s.p.).

Sendo assim, cabe a você pesquisar o que já existe, observar e detectar


as prováveis tendências do mercado. Não é necessário que você imagine as
tendências para os próximos 100 anos, mas é fundamental que você invista em
pesquisa, observe os mercados e vislumbre, pelo menos, as tendências para o
intervalo de dois a dez anos. Mas, atenção, é possível prever a tendência para até
dez anos (megatendência), porém no atual cenário mundial – em consequência
32
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

do COVID-19 –, é importante que consideremos, a princípio, os próximos doze


meses, as chamadas tendências emergentes, que segundo Rasquilha (2020, p.
5), são os “acontecimentos que se materializam de forma rápida e escalável no
curto-prazo e que condicionam e direcionam a realidade dos negócios”.

Portanto, você, como coolhunter, neste cenário pandêmico, precisará


observar e acompanhar as mudanças e tendências emergentes do mundo.
Sabemos que, e conforme Rasquilha (2020, p. 4), “não há uma resposta objetiva
para esta questão, mas uma coisa é certa: a dinâmica de transformação do mundo
não é apenas tecnológica [...]. Então, quais impactos futuros e quais as tendências
principais deverão emergir no pós-pandemia [...]?”. Ainda para Rasquilha (2020),
existem dez tendências pós-pandemia possíveis e que você, como um coolhunter,
precisa analisar para verificar as possíveis e prováveis tendências de seu mercado
de atuação. As tendência de Rasquilha (2020, p. 7-17), de forma resumida, são:

1. Cocooning & Encapsulamento 2.0: Voltaremos aos escritórios, às


fábricas, às escolas e universidades, mas poderemos escolher quan-
do e como, uma vez que nos readaptamos a uma vida mais caseira.
(Cocooning = encapsulamento. Conceito criado por Faith Popcorn
nos anos 70, quando se referiu ao maior tempo que as pessoas
passariam dentro de casa).
2. Social Mídia: Com mais pessoas conectadas maior será o impac-
to e a disseminação das informações. Todos são hoje consumido-
res e produtores de conteúdos. E isso muda radicalmente a forma
como os líderes de opinião (pessoas ou empresas) são vistos afe-
tando a sua credibilidade e reputação.
3. Trabalho e Educação remotos: Continuaremos a trabalhar e a
aprender presencialmente, mas com a possibilidade de tornar es-
ses momentos remotos quando entendermos que serão momen-
tos melhores para nossas vidas e bem-estar pessoal.
4. Conectividade & Infotech: A infotech (revolução tecnológica) re-
presenta o crescimento exponencial do poder computacional ao
serviço das pessoas e dos negócios. Com a previsão de 100% da
população mundial conectada à internet até 2022 é clara a influên-
cia que esta Tendência terá.
5. Humanismo & Solidariedade: Um dos legados deste momento
do mundo será a maior consciência e preocupação com o outro
dando sentido à expressão: o futuro do ser humano é ser humano.
E o papel de cada um de nós e sua obrigação só aumenta daqui
para a frente, na busca de um mundo melhor.

33
Tendências e inovaçÕes

6. Família em 1º: Com diferentes ênfases, dependendo do país, do


sistema econômico e político vigentes, da cultura, religião e da
própria história, a família liderará o mundo futuro.
7. Novos Modelos Econômicos: Não se chegou ainda a uma con-
clusão ou modelo, mas uma coisa é certa: esta pandemia acelera
a discussão sobre a dependência industrial de um país ou de um
grupo de empresas, relança a discussão sobre temas como rendi-
mento universal, aposentadoria aos 75 e 80 anos ou o significado
de riqueza e dinheiro.
8. Novos Hubs Globais: Aqueles que antes eram países não estraté-
gicos estão mudando a tabela da classificação, seja pela adoção de
novas tecnologias, seja pela mudança de mindset e maior capacida-
de de adaptação e flexibilidade. Israel, Norte da Europa, algumas ci-
dades na América Latina sem esquecer a sempre imprevisível Áfri-
ca terão papéis importantes. O mapa-múndi terá novos desenhos.
(Hubs são concentradores).
9. GlocaLização: Voltarão, e em força, os pequenos empreendedo-
res, os microempresários e as iniciativas locais, que com qualida-
de e serviços globais mudando a agulha do poder mundial e des-
centralizando o poder que as grandes multinacionais têm.
(Integração de características locais (sociais e culturais), capazes
de determinar um lugar menor, que se juntam com os conceitos
e tendências disseminados e conhecidos mundialmente, de modo
global: glocalização do mercado rural. Referência: https://www.di-
cio.com.br/glocalizacao/).
10. Mudança na matriz empresarial global: Dependerá da habili-
dade da gestão a capacidade de recuperar os que mais sofrem e
manter em alta os que se beneficiam com o atual momento”.

Para saber mais sobre as dez tendências, segundo a consultoria


Inova, leia, na íntegra o White Paper disponível em https://bit.
ly/3mT5NX8.

Outra interessante matéria sobre as tendências pós-pandemia


está disponível em https://glo.bo/2ysRkxw. RASQUILHA, Luiz.
Coronavírus: 7 tendências para o mundo pós-pandemia. São Paulo,
Revista Época Negócios, 2020.

34
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

Agora que você conhece um pouco mais sobre as práticas de um coolhunter,


as possíveis tendências globais que poderão influenciar o comportamento do
consumidor nos próximos doze anos, cabe a você analisar os impactos ocorridos
em seu mercado de atuação e prever as tendências que poderão vir. Mas atenção,
por “mais do que fazer emergir novas tendências, o Covid-19 antecipa algumas já
previstas e apresentadas. Ainda estamos no meio do furacão e o cenário futuro
ainda está se desenhando” (RASQUILHA, 2020, p. 18).

Atividades de Estudo:

1) Analise as sentenças a seguir e marque V para as verdadeiras ou


F para as falsas.

( ) Segundo a tendência emergente social mídia, as pessoas divul-


gam mais informações, pois estão mais dentro de casa.
( ) Segundo a tendência emergente social mídia, alguns consumido-
res são produtores de conteúdo, pois estão home office.
( ) Segundo a tendência emergente Família em 1º, a família liderará
o mundo futuro.
( ) Segundo a tendência emergente Família em 1º, a família liderará
o mundo futuro, pois tem sua própria história e são de diferentes
culturas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V, V, V, F.
b) ( ) F, F, F, F.
c) ( ) V, F, F, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) F, F, V, F.

6 COOLHUNTER FAZ COOLHUNTING


Agora que já sabemos o que é um coolhunter e suas possíveis tendências
para estudo de mercado na era COVID-19, que tal dialogarmos um pouco sobre

35
Tendências e inovaçÕes

o que ele realmente faz? Na prática, um coolhunter faz coolhunting. “Numa tradu-
ção livre, a origem da palavra vem do termo inglês ‘Cool’ que significa Legal, Fres-
co, ‘na moda’, e ‘Hunting’, que significa Caçar, Buscar. Sendo assim, o conceito
é a busca por algo legal, algo novo, mas a técnica não se resume apenas a isso”
(MARKETING DIGITAL, 2016, s.p.).

Segundo Rasquilha (2015), o processo de coolhunting é estruturado em 3 Is:


identificação, interpretação e implementação.

A identificação está relacionada às observações de mudança e de tendência.


No caso da mudança, a observação é informal e “[...] envolve observação a dis-
tância, inquéritos profundos, fotografias, etnografia e vox pop. As técnicas de ob-
servação formais oferecem um elevado rigor e uma sistematização do processo.
[...] a segunda observação [...] é obtida por dados de sondagens e de mídia como
complemento da primeira observação” (RASQUILHA, 2015, s.p.).

O segundo I, a interpretação:

[...] analisa e julga a tendência, de modo a predizer como


esta vai se desenvolver é o 2º passo do processo. Se não se
executar essa tarefa, o mais provável que acontecerá é utilizar
apenas essa informação para algo criativo numa campanha
de comunicação a curto-prazo, tornando-se impossível utilizar
estrategicamente essa tendência e predizer o seu tamanho,
efeito e envolvimento (Rasquilha, 2015, s.p.).

É importante observar que a interpretação requer feeling por parte do


coolhunter, além de visão sistêmica, experiências anteriores, “[...] conhecimentos
das teorias da sociologia, da gestão e da estratégia, da inovação, do marketing e
das ciências sociais (RASQUILHA, 2015, s.p.). Ao se fazer uma interpretação é
necessário analisar indicadores ou indicativos possíveis, como o tempo provável
de duração da mudança, o gênero que será atingido, se os produtos do mesmo
segmento sofrerão influências, a faixa etária atingida, entre outros. É um trabalho
minucioso feito pelo coolhunter, a fim de se chegar ao final do processo de
coolhunting podendo-se implementar.

Feeling é uma palavra em inglês que, em português, signifi-


ca sentimento, e procura descrever a sensação física de tocar, a sen-
sação sentida de calor, de afago de parceria e cumplicidade.

FONTE: <https://www.significados.com.br/feeling/>. Acesso em: 30 maio 2020.

36
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

A implementação é a parte mais importante do processo, pois “o último obje-


tivo do coolhunting é ajudar as empresas a decidirem a melhor estratégia para o
futuro. Este último passo lida com o impacto da análise: o efeito que a tendência
terá sobre o setor individual ou comercial” (RASQUILHA, 2015, s.p.). Em verdade,
é nesta fase que o coolhunter mostra às empresas sua qualificação para fazer
coolhunting, pois, na prática, ele estará demostrando seu feeling, sua experiência
em observar o comportamento do consumidor e do mundo e suas percepções dos
impactos das influências das tendências no mercado.

Em suma, é importante ainda observarmos que o coolhunter é o profissional


que aprende de “[...] forma involuntária, sobre diversos setores quando se trata de
quesitos sociais rotineiros. A experiência que se adquire ao observar as coisas,
simplesmente da maneira que elas são, sem achismo ou visões que determinam
um conceito pré-determinado” (MARKETING DIGITAL, 2016, s.p.).

O coolhunter é o profissional que pensa, literalmente, “fora da caixinha!”, que


consegue observar de forma imparcial e absorver da melhor forma as tendências
que estão por vir.

Ah, vale lembrar que um coolhunter não é alguém que se le-


vanta um dia e diz: “vou fazer um pouco de coolhunting”, Em
geral, um coolhunter é uma pessoa com estudos universitá-
rios, que recebeu educação complementar sobre ferramentas
de mediação sociológicas. As situações cotidianas, para esse
profissional, convertem-se em observações sociológicas.

O conceito de Coolhunting está associado ao conceito de


“observação das pessoas e do mundo, servindo para descobrir
e tentar de certa forma, prever as novas tendências de mercado”.
Para saber mais, leia O que é Coolhunting? Acesse https://news.
comschool.com.br/o-que-e-coolhunting/.

Atividades de Estudo:

1) Sobre a possível tendência relacionada a Trabalho e Educação


remotos, Rasquilha (2020, p. 10) no diz que:

Continuaremos a trabalhar e a aprender presencialmente, mas


com a possibilidade de tornar esses momentos remotos quando

37
Tendências e inovaçÕes

entendermos que serão momentos melhores para nossas vidas e


bem-estar pessoal”.

PORQUE

“A adoção de ferramentas digitais para trabalho e aprendizagem


mostra que a transformação digital já aconteceu mesmo naqueles
que ainda não achavam relevante esse tema em seus negócios”.

Como base nas sentenças, assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) I e II estão corretas, a II pode ser considerada uma justificativa da I.
b) ( ) I e II estão corretas, a II não pode ser considerada uma justificativa
da I.
c) ( ) Somente I está correta, portanto a II não é justificativa.
d) ( ) Somente II está correta, portanto a I não tem como ser a sua
justificativa.
e) ( ) I e II estão corretas, mas a II se refere a modelos econômicos.

7 ALGUNS DADOS SOBRE


TENDÊNCIAS PÓS-PANDEMIA
O que podemos esperar do “novo normal”? Quais serão as tendências
para o ano de 2021? O que mudou no comportamento do consumidor? Muitos
questionamentos nos assolam, mas mesmo sendo um cenário ainda de incertezas,
o “novo normal” vem dando as caras aos poucos. Assim, já podemos, pelo menos,
considerar algumas tendências em alguns segmentos. Por exemplo, na moda. O
glamuroso mundo da moda que reúne celebridades, estilistas famosos, modelos
exuberantes, já deu sinal de mudanças e tendências para o lançamento da
coleção 2021 – e não estamos falando dos modelitos e cores não!

Estamos falando do novo formato dos desfiles, que agora aderiram à era
digital. Foi o que aconteceu com o Dragão Fashion Brasil (DFB) que reformulou sua
edição de 2020 para um formato virtual. Na edição de 2019, o DFB reuniu quase 42
mil pessoas na praia de Ipanema, agora com novo modelo, espera reunir milhares
de pessoas em plataformas diferentes: celular, notebook e smart TV.

Além do formato virtual, o DFB trouxe outras novidades, como o próprio nome.
A versão digitalizada se chama DFB DigiFest. Além disso, o festival desafia os

38
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

grandes estilistas a serem criativos na criação de máscaras, acessório essencial


no nosso novo normal. Essas máscaras serão distribuídas de forma gratuita em
bairros classificados como vulneráveis na cidade de Fortaleza, no estado do
Ceará. Para quem acompanha um pouco o mundo da moda, sabe que o grande
desafio das coleções são a criação de roupas e o próprio desfile, e, neste quesito,
com estes novos olhares, a DFB inovou no segmento.

Para ler mais sobre o assunto e verificar outras possíveis


tendências no segmento da moda, leia DFB Festival apresenta
versão virtual com criações de máscaras por estilistas e concurso de
modelos, disponível em https://bit.ly/35ZDNu0.

Outro segmento que precisamos ficar atentos é o comércio eletrônico, que


promete muitas oportunidades. Afinal, o consumidor “acostumou” a utilizar do
e-commerce nos serviços mais essenciais para se manter em isolamento social.
Segundo um levantamento feito pela Salesforce, 90% dos brasileiros apontaram
que irão continuar a utilizar as compras on-line quando voltarem ao “novo normal”.
Uma evidência nessa pesquisa é que 32% dos brasileiros entrevistados estão
preferindo comprar produtos dos pequenos comerciais locais. Uma boa notícia à
economia do bairro, da cidade, do estado, e claro, do país, não é mesmo?

“A Salesforce é uma empresa americana de software on


demand, mais conhecida por ter produzido o CRM chamado Sales
Cloud. Além desta solução, a empresa conta com outros produtos
com foco em atendimento ao cliente, marketing, inteligência artificial,
gestão de comunidades, criação de aplicativos entre outras frentes”.

FONTE: <https://www.salesforce.com/>. Acesso em: 30 ago. 2020.

Outra pesquisa, da Rohit Bhatgava, mostra que a tendência são os


conhecidos “restaurantes fantasmas”. Dessa forma, os donos de restaurantes

39
Tendências e inovaçÕes

deverão ficar atentos ao novo modelo de negócio que o novo normal vem dando
sinais. O delivery, como vimos, está em alta, é uma tendência e, neste sentido, é
preciso, pensar no consumidor, melhorar o atendimento, inovar nos processos de
pagamento e, principalmente, investir em higienização. Detalhes de como cuidar
e zelar pelos seus clientes será um diferencial dos restaurantes.

“Rohit Bhargava é um especialista em inovação e marketing


e fundador da Non-Obvious Company. Ele passou 15 anos como
estrategista de marketing para Ogilvy e Leo Burnett, é o autor do
best-seller do Wall Street Journal de seis livros de negócios e também
ensina marketing e inovação na Universidade de Georgetown”.

FONTE: <https://www.rohitbhargava.com/about>. Acesso em: 30 ago. 2020.

• Pós-covid: 90% dos brasileiros estão mais propensos a comprar


online produtos essenciais. Disponível em: https://www.
ecommercebrasil.com.br/noticias/brasileiros-propensos-comprar-
online-coronavirus/.
• Como o coronavírus vai mudar nossas vidas: dez tendências para
o mundo pós-pandemia. Disponível em: https://brasil.elpais.com/
opiniao/2020-04-13/como-o-coronavirus-vai-mudar-nossas-vidas-
dez-tendencias-para-o-mundo-pos-pandemia.html.

Outro segmento que foi acelerado pela pandemia é a educação, em


especial, a educação a distância. Essa modalidade de ensino tomou impulso
com o COVID-19 e é considerada uma tendência, segundo a pesquisa da Social
Miner em parceria com a Opinion Box, chamada de O futuro do consumo num
cenário pós-covid-19. Nesta pesquisa, 45,4% dos entrevistados apontaram que
continuarão estudando 100% on-line, pois aprovaram o modelo EAD.

40
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

Social Miner é “especializada em dados de comportamento,


[...] usa inteligência artificial, big-data e humanização para ajudar
empresas a melhorar sua performance”. FONTE: <https://socialminer.
com/>. Acesso em: 30 ago. 2020.

Opinion Box, Startup de Marketing que analisa o consumidor e


tendência.

FONTE: <https://www.opinionbox.com/>. Acesso em: 30 ago. 2020.

Outro dado importante observado em tempos de pandemia é que, em isola-


mento, as pessoas começaram a procurar por mais cursos a distância. Acredite,
segundo informações da Google, a busca por cursos de pós-graduação EaD che-
gou a 130%. Outro dado interessante no segmento foi apontado pela pesquisa do
Catho Educação, em que sua pesquisa quinzenal (março/abril) mostra que neste
período acorreu um aumento de 70% na procura por cursos a distância.

• O que esperar do comércio eletrônico pós-pandemia. Disponível


em https://bit.ly/3p5LfN5.
• Durante a quarentena, aumenta o número de buscas por cursos
em formato EAD. Disponível em https://bit.ly/3eprRpj.

Independentemente da tendência ou novas oportunidades e negócios, você,


que é investidor, precisa ficar atento à sinalização do mercado. Há uma forte ten-
dência de as empresas sofrerem calote. Esse é o reflexo do próprio isolamento,
que apresentou uma retraída na economia brasileira. O cenário econômico que
também é, de certa forma, incerto, está longe de retomar sua capacidade assim

41
Tendências e inovaçÕes

que a pandemia passar. O impacto na economia é negativo e exigirá das em-


presas muita cautela e persistência. A inovação será um diferencial de mercado!
Acredite, será preciso inovar com baixíssimo custo para se ter um retorno melhor
e fazer a economia girar.

Para saber mais sobre a economia brasileira depois do CO-


VID-19, leia Investidores devem se preparar para calotes no pós-
-pandemia, disponível em https://bit.ly/2HX1oUl.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Acreditamos que você, caro pós-graduando, tenha chegado ao final deste
capítulo com uma base sólida sobre os conceitos de tendências, sabendo
diferenciar, por exemplo, tendências de modismo, de megatendência e tendências
emergentes. Atenção, é importante que você compreenda essas diferenciações
para que possa observar de forma diagnóstica o comportamento do consumidor
e apresentar a uma empresa a implantação de um processo estruturado de
tendência que esteja de forma sólida e sustentável relacionada aos objetivos
comerciais do segmento que você está observando.

Além das conceituações, consideramos também que, como forma de você


compreender as práticas sobre as teorias apresentadas, tenha lido nossas
indicações de artigos em revistas eletrônicas e tenha feito os exercícios propostos.
Esses processos – de analisar, refletir e exercitar – o ajudam a inter-relacionar
novos conceitos e pré-conceitos, fazendo com que consiga de forma sistêmica
observar melhor os cenários que estão a sua volta, sejam eles os que refletem
inovações tecnológicas, sociais, econômicas ou políticas.

Em suma, se seu aprendizado tenha passado por essas transformações


conceituais, damos-lhe os mais sinceros parabéns! Você está, de forma gradativa,
absorvendo e assimilando as ponderações mais relevantes de nosso diálogo em
função de sua formação profissional. É com base nesse universo de novos temas
que você será capaz de desenvolver novas habilidades e competências e se tornar
um profissional diferenciado nesse novo mundo que estamos reconhecendo.

Uma atenção especial que você precisa ter são as habilidades e competências
que muitas vezes não são desenvolvidas nos bancos escolares, como as soft

42
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

skills – que são as competências comportamentais – e estas independem de


profissão, mas são esperadas pelo mercado como um diferencial competitivo e
refletem no perfil de um coolhunter de sucesso. Uma prova para a importância de
desenvolver estas habilidades é o relatório do Fórum Econômico Mundial, que foi
publicado no início do ano de 2019, em que apresentou dez competências que
serão um diferencial do profissional até o ano de 2022, entre elas, podemos citar:
pensamento inovador e analítico; aprendizado ativo e estratégias de aprendizado;
criatividade, originalidade e iniciativa e pensamento crítico e analítico.

Esses exemplos nos mostram que habilidades técnicas somente não são –
ou serão – os fatores determinantes para um profissional se destacar no mercado.
Afinal, habilidades manuais, de resistência e precisão ou de competências
verbais, auditivas, espaciais e de memória já não são suficientes para um mercado
competitivo. Ainda mais agora, pós-COVID-19 – haja vista que passamos por
um processo de aceleração nas mais diversas áreas e isso não seria diferente
para o coolhunter, principalmente por este profissional lidar diretamente com as
tendências – previsões, que na atual conjuntura de mundo são consideradas mais
incertas que na normalidade.

Esperamos que, com estes novos conceitos, você consiga despertar para um
coolhunter de sucesso e faça coolhunting da forma mais habilidosa e diferencial
que o mercado necessita. É válido lembrar que caçar e buscar tendências não
é tarefa fácil, ainda mais no pós-mundo pandêmico, porém não é impossível.
Exige muita observação, determinação e visão estratégica. Assim, esperamos
que em diversos momentos você tenha passado por reflexões profundas em
nosso diálogo, principalmente no que tange à importância de observar o outro,
não somente como consumidor final ou como coolhunter, mas também, e,
principalmente, como ser humano. Afinal, com a pós-pandemia aprendemos
ou reforçamos a importância de ações como solidariedade, empatia, convívio
familiar, cultura social, entre outras mais humanizadas, e aprendemos que estas
são influenciadoras diretas à previsão de futuras tendências, mesmo que sejam
somente emergentes.

Desejamos bons estudos! Até breve!

REFERÊNCIAS
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em 2019. Disponível em: https://bit.ly/3cJV2lD. Acesso em: 9 mar. 2020.

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43
Tendências e inovaçÕes

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QUE-INFLUENCIARAO-O-CONSUMO-ATE-2030/. Acesso em: 10 set. 2020.

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Francisco Araújo da Costa. 9. ed. Porto Alegre: AMGH Editora Limitada, 2014.

JANKAVSKI. Conheça Carl Rohde, o caçador de tendências. 2017. Disponível


em: https://www.consumidormoderno.com.br/2017/11/29/carl-rohde-o-cacador-
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44
Capítulo 1 TENDÊNCIA: UM OLHAR PARA O FUTURO

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ROSSI, E. Isto é Dinheiro. 20 previsões para 2020. Na tecnologia, na inovação,


na cultura digital. Edição nº 1152, de 20 dez. 2019. Disponível em: https://bit.
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SILVA, S. F. Marketing de serviços: fundamentos, análises e prática no setor de


saúde. Maceió: EDUFAL, 2015.

SOLOMON, M. R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e


sendo. 11. ed. Porto Alegre: Bookman Editora Ltda, 2016.

WESTWOOD, J. Iniciação à exportação. Coimbra: Actual Editora, 2013.

45
Tendências e inovaçÕes

46
C APÍTULO 2
INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E
INTENSIDADE

A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes obje-


tivos de aprendizagem:

 compreender a definição de inovação;


 reconhecer a importância do inovar para sua vida profissional e pessoal;
 saber a importância de desenvolver suas habilidades criativas;
 discorrer sobre a inovação tecnológica e contínua;
 entender a metodologia do ciclo PDCA e a importância da inovação contínua
em seu ciclo.
Tendências e inovaçÕes

48
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Na atualidade, observamos mudanças aceleradas no mercado, nas tecnolo-
gias, na sociedade e em nossas vidas. Estamos vivenciando rápidas mudanças,
consequentemente, nossa capacidade de gerar e absorver informações torna-se
um diferencial em nosso processo de inovação. A intensa competição no merca-
do de trabalho nos mostra que o conhecimento se tornou “ouro” para que possa-
mos acompanhar e estarmos aptos ao enfrentamento de tantas mudanças que
vivenciamos em nosso século. Junto ao ato de saber e conhecer os fatos, somos
levados a desenvolver nossas capacidades e habilidades em relação ao nosso
poder criativo e inovador – competências e habilidades, estas necessárias e exigi-
das pelo mercado de trabalho.

Qual sua perspectiva para o seu futuro profissional? Já pensou que para
você se manter e crescer, profissionalmente, precisa de muito empenho, dedica-
ção, esforço e mudanças de hábitos que o tirem da sua zona de conforto? Pois
bem, nosso diálogo neste capítulo o levará a refletir sobre a importância do saber
inovar na sua vida, influenciando não só sua vivência profissional, mas também
sua vivência pessoal, familiar e social. Saiba que sua realização está em suas
mãos, na sua vontade de querer se aperfeiçoar, de alcançar um diferencial, de
criar ideias, colocá-las em prática. Você precisa estar preparado para enfrentar
os possíveis obstáculos que poderão surgir no meio do caminho. Uma dica: crie
metas, objetivos, aprimore seus conhecimentos e seja persistente, essa é a chave
para seu sucesso inovador.

Mas para que inovar? É importante ressaltar que a inovação impulsiona o cres-
cimento sustentável de um país. Fica claro, para todos nós, que para o crescimento
da economia um país necessita promover os processos de inovação, formulando e
adaptando suas políticas devido às grandes mudanças mundiais aliadas ao proces-
so de globalização. Por meio da inovação, você muda a realidade social de um país
e é possível reverter as crises e mudar o seu ciclo econômico. Se inovando você
consegue mudar um país, imagine sua vida profissional e pessoal?

Assim, no decorrer de nosso diálogo, você terá uma visão do conceito de ino-
vação e refletirá sobre a importância da inovação em nossas vidas e como muitas
vezes deixamos de inovar e atingir nosso sucesso por barreiras “invisíveis” pre-
sentes em nosso comportamento. Além da inovação, vamos apresentar algumas
características para as habilidades criativas. Competência fundamental para seu
crescimento, já que inovação e criatividade estão intrinsecamente relacionadas.
Apresentaremos, ainda, conteúdos sobre a inovação tecnológica, a ciência e suas
respectivas definições. Você poderá acompanhar como a tecnologia e seus avan-
ços são impactantes em nossas vidas.

49
Tendências e inovaçÕes

Apresentaremos a metodologia de gestão mais utilizada pelas organizações:


PDCA. A partir dos conceitos, você compreenderá que a inovação contínua é um
mecanismo fundamental no processo de melhoria e qualidade das atividades de
uma organização. O ciclo PDCA fará com que você gerencie seus projetos, junta-
mente com sua equipe, de uma forma mais inovadora e com mais qualidade.

Também indicamos leitura e exercícios complementares no decorrer do nos-


so conteúdo. Sua participação é imprescindível no seu processo de aprendiza-
gem. Vamos lá, agora é com você. Preparamos este material com o intuito de
desenvolver sua visão inovadora e criativa! Não se esqueça: reflita sobre a impor-
tância desta mudança em sua vida. Basta você querer! A mudança está dentro de
você. Comece agora. Boa leitura e bons estudos!

2 VAMOS FALAR DE INOVAÇÃO?


Nos dias atuais, você deve escutar ou ler muito o termo inovação, não é
mesmo? Você saberia definir esse termo tão usado por todos nós? Antes de se-
guir sua leitura, faça uma reflexão a respeito e ao final você verá que a inovação
requer muito cuidado quanto ao seu entendimento. Uma pessoa inovadora pode
obter seu total sucesso ou, simplesmente, o seu fracasso, por não entender de
fato o que esse termo significa.

Neste primeiro momento, você entenderá o que significa inovação, expan-


dindo seus conhecimentos para uma mente inovadora e, conseguinte, para uma
pessoa de sucesso. A inovação tem muitos significados contextuais e nem todos
interpretam a palavra da mesma maneira. Se você fizer uma pesquisa em um
dicionário, você encontrará uma definição similar a: inovação é um substantivo fe-
minino, que significa o ato ou efeito de inovar. Inovar seria produzir ou tornar algo
novo, renovar, restaurar. De acordo com a pioneiríssima consultoria ABGI (2020,
s.p.), “o conceito de inovação é bastante variado, dependendo, principalmente, da
sua aplicação”. Segundo Nick Balding (2003, s.p. (apud ABGI, 2020, s.p.), “inova-
ção é a exploração com sucesso de novas ideias”.

A ABGI é hoje um grande bloco internacional de consultoria e


único grupo totalmente focado na gestão de estratégica de recursos
financeiros e processos para a inovação. Para conhecer mais sobre
a ABGI, acesse https://brasil.abgi-group.com/.

50
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

O conceito de inovação pode parecer fácil de ser aplicado, mas na realidade


é um pouco mais complexo do que imaginamos, pois toda inovação precisa gerar
um impacto. Mas afinal, para você, inovar é criar algo que nunca foi criado ou con-
cebido? No seu ponto de vista, isso seria inovação? Podemos facilmente ter este
conceito em mente, a criação de algo inédito, nunca visto, não é mesmo? Acredi-
tamos que pessoas inovadoras são como Thomas Edison, Einstein, Graham Bell,
Tesla, Jobs, entre outros. Se observarmos a história de cada um e os momentos
históricos em que estão inseridos, veremos que, por exemplo, antes de Einstein,
a ciência já existia, assim como antes de Jobs, o computador também já existia.
Dessa forma, não temos uma resposta precisa de quem criou algo completamen-
te do zero. Temos a consciência de que as coisas surgem da evolução constante
de outras coisas já existentes.

Portanto, ser inovador é pegar algo que já existe e transformar em outra coisa
ainda melhor, melhorando, assim, a forma de como fazemos o que já fazemos. É
importante que você compreenda que inovação nem sempre é a criação de algo
novo. Vamos a outros exemplos? A Apple, Facebook, Google, entre outras empre-
sas da tecnologia, são grandes inventoras que mudaram nossa maneira de interagir
e sentir o mundo. Mas não se esqueça de que todas essas são inventoras dentro de
um movimento de evolução de algo que já existia anteriormente, a internet.

Essa evolução é um movimento cíclico, que nunca parou e nunca parará. Há


20 anos, estávamos descobrindo a internet no Brasil, e, hoje, já falamos de tantas
outras tecnologias que até então nos pareciam fora da realidade. Isso é a inova-
ção! Ser inovador não é ser o inventor! Por incrível que pareça, você não precisa
ter um grande talento para inovar. Ser inovador requer visão, vontade, persistên-
cia, insatisfação em mudar algo ou algum ponto que nos causaria um bem maior.
Inovar é um processo que melhora o que já fazemos e causa impactos.

No processo de inovação, muitas pessoas confundem criatividade e inven-


ção com inovação. Para você compreender melhor a diferença dessas duas termi-
nologias, a seguir apresentamos suas definições:

• Criatividade: é a capacidade de imaginar novos conceitos. É a capaci-


dade que temos de gerar ideias. “Criatividade consiste em um processo
mental e prático ao qual uma pessoa ou um grupo, depois de ter pensa-
do ideias novas e fantasias também, consegue realizá-las concretamen-
te” (LADISLAU, 2020, s.p.).
• Invenção: a invenção nos remete à alguma coisa inventada. Algo desco-
berto, novo e desconhecido. O processo de invenção é mais complexo
que o de inovação, pois exige, por exemplo, o patenteamento do que
foi descoberto. “A invenção é [...] uma nova ideia; [...] elaborada que se
apresenta na forma de planos, fórmulas, modelos, protótipos, descrições

51
Tendências e inovaçÕes

e outros meios que permitam registrá-la e comunicá-las” (BARBIERI; AL-


VARES; CAJAZEIRA, 2009, p. 21).

Patenteamento é derivado de patentear. Significa registrar uma


ideia ou algo que você criou; é sua propriedade. O registro impede
que pessoas reproduzam o que você criou.

Atividades de Estudo:

1) Com base no conceito sobre criatividade, invenção e inovação,


analise as sentenças a seguir.

I- A capacidade de imaginar novos conceitos e gerar ideias, sem


ações são características da inovação.
II- O processo de inovação é mais complexo que o de invenção, pois
exige, por exemplo, o patenteamento do que foi descoberto.
III- A criatividade é a capacidade de imaginar novos conceitos e que
temos de gerar novas ideias.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) I, II e III estão corretas.
b) ( ) II e III estão corretas.
c) ( ) I e III estão corretas.
d) ( ) Somente III está correta.
e) ( ) Somente II está correta.

2.1 DEFININDO INOVAÇÃO


Agora que sabemos diferenciar criatividade de invenção, vamos dialogar um
pouco mais sobre inovação. Que tal começarmos pela nossa “nova” realidade?
A pandemia nos trouxe muitas mudanças. Readaptamos nosso modo de viver e
as incertezas são constantes em nossas vidas. Porém, precisamos ser otimistas,

52
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

mesmo com essa crise instalada e com o impacto causado nas organizações e
na vida das pessoas é possível inovar. Tudo mudou rapidamente no mundo, na
sua vida, na vida das pessoas e até mesmo nas pequenas coisas que antes não
precisávamos nos preocupar e hoje se tornou fundamental para nossa proteção.
Estamos em constantes mudanças, com ou sem crise, mas saiba que diante des-
sa grande mudança, a inovação se tornou uma estratégia.

É importante considerarmos que toda inovação que atinge a maioria da po-


pulação tende a se consolidar. Devido à pandemia, vivenciamos muitas inovações
em nosso cotidiano, e muitas vezes, nem nos demos conta. A educação a distân-
cia, a telemedicina, o trabalho remoto, as compras on-line, as entregas nos pon-
tos de consumo, o surgimento de empreendedores domiciliares, as interações por
videoconferência são alguns exemplos que nos mostram que viver em isolamento
social só foi possível graças à inovação.

E as inovações não pararão por aí! Inovação é algo constante, contínuo, ne-
cessário e faz parte das nossas vidas, principalmente agora no mundo pós-pan-
demia. Viveremos novos tempos. Mesmo com as dificuldades que enfrentamos,
ou que ainda podemos enfrentar, essa nova maneira de viver nos fará evoluir, não
somente nas questões humanas, sociais ou econômicas, mas também em rela-
ção à rapidez do desenvolvimento tecnológico e científico mundial. Pense sobre
isso e reflita! Você poderá ter ideias inovadoras para esse novo cenário!

Para você compreender um pouco mais o sentido de inovação, na sequên-


cia, vamos apresentar diversas definições sobre o assunto. Algumas definições
são de grandes personalidades que inovaram no mercado. Fique atento e vamos
aprender um pouco mais com elas. Uma dessas personalidades é Joseph Schum-
peter. Você sabia que, para muitos, Schumpeter é considerado o Pai da inovação?
Schumpeter é considerado um dos economistas mais importantes da história, so-
bretudo, ele é mundialmente conhecido por suas contribuições na teoria do cres-
cimento econômico, democracia, estratégias empresarias e história econômica.

Joseph Schumpeter – Nascido em 1883, no Império Austro-Hún-


garo, foi um dos mais importantes economistas do início do século XX.
Ele descreve que as inovações são fatores preponderantes para a al-
teração no estado de equilíbrio de uma economia, não sendo necessá-
rio que esta inovação seja radical. Schumpeter, em sua teoria “Destrui-
ção Criativa”, explica as atividades que levam os ciclos de expansão
e retração do sistema capitalista, descrevendo que as inovações mais
recentes substituem as inovações mais antigas. Para ele, toda introdu-

53
Tendências e inovaçÕes

ção de inovação no sistema econômico é chamada de “ato empreen-


dedor”. Entre suas principais obras destacam -se: “Business Cycles”,
“Capitalism, Socialism and Democracy” e seu excelente “História da
Análise Econômica”, publicado após sua morte, em 1954.

FONTE: <http://via.ufsc.br/schumpeter-inovacao/>. Acesso em: 12 set. 2020.

Outra personalidade conhecida é Peter Drucker. Ele é austríaco, profes-


sor, escritor, consultor administrativo e também é considerado pai, só que da
administração moderna. Para Drucker (apud REIS; ARMOND, 2012, p. 211), “a
administração é uma ciência que trata de pessoas nas organizações, deixando
várias contribuições, entre elas, a natureza do gerenciamento”. Segundo Peter
Drucker (apud REIS; ARMOND, 2012, p. 211), “Inovação é o ato de atribuir no-
vas capacidades aos recursos (pessoais e processos) existentes na empresa
para gerar riqueza”.

“Nos anos 40, Drucker conheceu a General Motors. A experiência


foi tão positiva que resultou na publicação do livro Concept of the
Corporation, em 1946”. Para conhecer mais sobre Petter Drucker,
leia o artigo Tudo sobre Peter Drucker: conheça quem foi o Pai
da Administração Moderna e autor de O Gestor Eficaz, de Renata
Freitas de Camargo. Acesse https://bit.ly/35ZIgwM.

Para Simantob e Lippi (apud BISNETO; LINS, 2016, p. 86), “a inovação é


uma iniciativa, modesta ou revolucionária, que surge como uma novidade para
a organização e para o mercado e que, aplicada na prática, traz resultados
econômicos para a empresa, sejam eles ligados à tecnologia, gestão, processos
ou modelo de negócio”.

Hoje, uma definição bem completa sobre inovação é adotada


pelo Instituto Uniemp (MORGADO, 2011, s.p.), que define a inovação
como “uma introdução no mercado de um produto ou de um processo
produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado”.

54
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

Essa definição é apoiada pelas diretrizes do Manual de Oslo (OCDE,


2005). Ampliando ainda mais este conceito, o Instituto Inovação
(MORGADO, 2011, s.p.) considera que “a inovação é a exploração
com sucesso de novas ideias”. Para ler mais sobre, acesse https://
pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/download/2248/2148.

O Manual de Oslo foi feito pela organização para cooperação e


desenvolvimento econômico (OCDE), em que os trinta países mais
ricos do mundo se juntaram para discutir o que é ou não inovação.
Esse manual serve como um norte para quando uma empresa ou
pessoas querem inovar e precisam saber se estão inovando ou não.

Atividades de Estudo:

1) Analise cada sentença a seguir e identifique se ela é verdadeira


(V) ou falsa (F):

( ) Para Peter Drucker, inovação é o ato de atribuir novas capacida-


des aos recursos (pessoais e processos) existentes na empresa
para gerar riqueza.
( ) Para Peter Drucker, a invenção é uma ciência que trata de pesso-
as nas organizações, deixando várias contribuições, entre elas, a
natureza do gerenciamento.
( ) Peter Drucker é austríaco, professor, escritor, consultor adminis-
trativo.
( ) Peter Drucker é considerado o pai da inovação.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V, F, V, F.
b) ( ) V, V, V, F.
c) ( ) V, F, V, V.
d) ( ) V, V, V, V.
e) ( ) V, F, F, F.

55
Tendências e inovaçÕes

Além da conceituação é importante que você saiba que a inovação pode ter
tipos. Em nossos estudos, vamos dialogar rapidamente sobre alguns desses ti-
pos. Então vamos lá! Segundo Saggab (2018), existe duas inovações: incremental
e disruptiva. Para o autor, a inovação incremental se baseia em melhorias peque-
nas e contínuas dos produtos da empresa. Mudanças estas nem sempre obser-
vadas pelos consumidores finais. Ela é uma inovação de melhoramentos, pois
são pequenos avanços nos benefícios, às vezes, nem percebidos, não alterando
sua forma de consumo ou o modelo de negócio. Podemos citar, como exemplo de
inovação incremental, o desenvolvimento das escovas de dentes, que podem se
tornar mais ergonômicas, feitas com novos materiais e também com maior durabi-
lidade. Outro exemplo é o tempo de duração das pilhas, como a Duracell.

A inovação disruptiva (ou de ruptura), conforme Saggab (2018), é quando


transformamos o difícil em fácil ou o caro em barato. Descobrir necessidades e
inventamos produtos e serviços que suprem e facilitam a vida das pessoas. A ino-
vação de ruptura mudou o mundo dos negócios e foi desenvolvida pelo professor
de Harvard, Clayton Christensen, na década de 1990. O conceito se popularizou
com seu livro O Dilema do Inovador, publicado em 1997. A inovação de ruptura é
diferenciada pelo fato de ser impulsionado pelo digital, afastando-se dos modelos
já estabelecidos no mercado gerando soluções novas para resolver os problemas
dos consumidores, além de criar novos valores e conceitos. A inovação disruptiva
é um novo modelo de negócio, muitas vezes, promovendo a interrupção do segui-
mento já existente no mercado. Um exemplo de ruptura na inovação é o Spotify,
em que o consumidor paga mais barato pelas músicas, tem mais comodidade ao
escutá-las e deixou de comprar CDs.

Somente para ilustramos, na sequência apresentamos de forma resumida os


tipos de inovação, segundo o Manual de Oslo (2015):

QUADRO 1 – RESUMO DOS TIPOS DE INOVAÇÃO

Inovação Descrição
Produtos A inovação de produto se relaciona com a criação ou o lançamento de algo novo
no mercado. Neste caso, a empresa oferece um novo produto ao seu cliente
ou realiza melhorias significativas nos produtos que já oferecem no mercado.
Essas mudanças são no design, na alteração de componentes, modificação de
software e hardware, entre outras.
Processo São as mudanças no processo de fabricação de bens ou na prestação de
serviço, não gerando, necessariamente, mudança final do produto, mas sim,
aumento da produtividade, da qualidade e da redução de custos.
Organizacional Compreende a otimização de processos da empresa e o investimento de so-
luções inovadoras. Estes são por meio da tecnologia ou por meio de uma es-
tratégia de abordagem. As empresas que utilizam esta inovação, geralmente

56
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

são flexíveis em seus procedimentos internos, gerando resultados satisfatórios


e maior qualidade na execução de suas atividades.
Marketing Compreende uma das principais ações por parte da empresa para que ela
garanta seu lugar no mercado. Esse tipo de inovação consiste em utilizar um
método de comercialização não utilizado antes na empresa, que pode consistir
em mudanças significativas em desenho, embalagem, posicionamento,
promoção ou preçário, sempre com o objetivo de aumentar vendas.

FONTE: Adaptado de Manual do Oslo (2015)

Manual de Oslo. Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpre-


tação de Dados sobre Inovação Tecnológica. [s.d.]. Disponível em:
https://bit.ly/38gyARd.

2.2 POR QUE DEVEMOS INOVAR


A inovação faz parte da natureza humana, seja ela pequena ou grande. Mes-
mo os seres mais irracionais lutam por sua sobrevivência por meio da inovação
– podendo obter sucesso ou não. O que você precisa ter em mente é que inovar é
fundamental para nossas vidas! É algo que ocorre constantemente e, por incrível
que pareça, inovar não necessita ser algo complexo ou surreal e nem mesmo pre-
cisa ser ligado à tecnologia. Nós podemos inovar em pequenas coisas!

Se você leu o artigo Tudo sobre Peter Drucker: conheça quem foi o Pai da
Administração Moderna e autor de O Gestor Eficaz, de Renata Freitas de Camar-
go (2017, s.p.), pôde perceber que, para Peter Drucker, “inovamos para nos man-
ter grandes, vivos, para saltarmos perante barreiras, antes intransponíveis, para
beneficiarmos, a todos e a nós mesmos, para seguirmos adiante”. Então, atenção,
pois o mundo está mudando cada vez mais rápido, assim, inovar é preciso. Inovar
é a busca pelas necessidades humanas e ela está em todos nós. Acreditamos
que o poder inovador e a criatividade estão presentes em todo ser humano. Mui-
tas vezes, deixamos de acreditar em nosso potencial, seja pela nossa inseguran-
ça, pelo medo do fracasso, pela falta de estímulo e seguimos na reprodução de
padrões já existentes.

57
Tendências e inovaçÕes

Seja inovador! Você pode, é capaz e é mais fácil do que você imagina. Ino-
vando ou não, o que importa é tentarmos, e ao errar, devemos admitir o erro e
prosseguir. Nossas ideias podem ser inovadoras. Às vezes, não as aplicamos no
momento certo ou da forma correta. O que precisamos é continuar inovando con-
tinuamente. Não tenha medo do fracasso. Seu sucesso dependerá da sua auto-
confiança, do seu aprendizado, da sua criatividade e da sua tomada de decisão
diante das grandes oportunidades. Não se esqueça de que sua criatividade, além
de outras habilidades e conhecimentos serão vitais em seu potencial inovador.

No início de nosso diálogo, mencionamos que criatividade e inovação são


termos distintos e que criatividade é a capacidade humana de gerar ideias. É im-
portante você compreender que não basta ser apenas criativo, desenvolver sua
habilidade em criar e gerar uma ideia se você não a concretizar. Só existirá de fato
uma inovação caso sua ideia seja colocada em prática. Seja persistente e desafie
os obstáculos para que você alcance o seu sucesso. E não se esqueça, seja mais
veloz que seu concorrente. Com toda certeza, ele estará procurando soluções e
na corrida contra o tempo para que sua ideia seja inovadora e de sucesso. Você
é capaz e com sua dedicação e esforço atingirá suas metas. Não seja mais um,
tenha um diferencial criativo, inovador e se destaque no mercado atual, já que
este exige, principalmente, além de colaboradores diferenciados e qualificados,
colaboradores com habilidades criativas desenvolvidas.

Lembre-se de que vivemos em um mundo cada vez mais acelerado, com um


ritmo muitas vezes difícil de acompanhar as tantas mudanças em tão pouco espa-
ço de tempo. Como já mencionamos, a pandemia nos trouxe mudanças bruscas,
mas com elas vieram novas ideias ou antigas ideias foram utilizadas de forma
diferente para diminuir a distância entre nós ou ainda para nos auxiliar na conti-
nuidade de nossas tarefas diárias, como trabalhar e estudar. Imagine, se essas
grandes ideias tivessem ficado engavetadas e não se tornassem inovação? No
mínimo, morreríamos de tédio e não teríamos nenhuma informação rápida sobre
o COVID-19 sem a internet.

Imagine como seria sobreviver em um mundo de mudanças constantes, com


tantos problemas para serem solucionados, sem que as ideias não fossem colo-
cadas em prática? Pense bem, o que hoje é um sucesso, ontem pôde ter sido um
produto ou serviço que alguém nem deu a mínima pela existência. Quem inovou,
foi insistente! Lembre-se, mais uma vez: uma inovação não necessita ser algo
grande, complexo e surreal. Simples e criativas ideias podem gerar grandes e
fantásticas inovações de sucesso. Um outro fator importante sobre inovação é
que um produto inovador pode deixar de ser inovador em virtude de se criar um
outro produto ou serviço mais inovador. Para se tornar mais inovador, basta esse
produto ou serviço cair no gosto da grande parte de seus consumidores.

58
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

Faça a leitura do capítulo Inovar é Preciso (páginas 3 a 7). Essa


leitura nos confirma que simples ideias geram grandes soluções. Re-
flita não só o que é ser um inovador, mas também a importância de
ter este potencial, de criar habilidades pessoais para se tornar um
profissional diferenciado, criativo e inovador. Leia e reflita: Quer ser
um Senhor Antônio?

Capítulo disponível em https://bit.ly/3esSZDG.

Atividades de Estudo:

1) Leia as sentenças a seguir e assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Segundo Peter Drucker, pai da inovação, inovamos para nos


manter inovadores, vivos, para saltarmos perante barreiras, an-
tes intransponíveis, para beneficiarmos, a todos e a nós mesmos,
para seguirmos adiante.
b) ( ) Segundo Peter Drucker, pai da psicanálise, inovamos para
nos manter na psique grande, vivos, para saltarmos perante bar-
reiras, antes intransponíveis, para beneficiarmos, a todos e a nós
mesmos, para seguirmos adiante.
c) ( ) Segundo Peter Drucker, pai da administração, inovamos para
nos manter grandes, vivos, para saltarmos perante barreiras, an-
tes intransponíveis, para beneficiarmos, a todos e a nós mesmos,
para seguirmos adiante.
d) ( ) Segundo Peter Drucker, pai da invenção, inovamos para nos
manter em invenções grandes, vivos, para saltarmos perante bar-
reiras, antes intransponíveis, para beneficiarmos, a todos e a nós
mesmos, para seguirmos adiante.
e) ( ) Segundo Peter Drucker, pai da criatividade, inovamos para
nos manter criativos, vivos, para saltarmos perante barreiras, an-
tes intransponíveis, para beneficiarmos, a todos e a nós mesmos,
para seguirmos adiante.

59
Tendências e inovaçÕes

2.3 COMO PODEMOS INOVAR?


Segundo Harles Duell (1883, s.p. apud ALVES; LAUREANO, 2012, p. 102),
“tudo o que poderia já ser inventado já foi inventado”. Após o que já discorremos
até aqui, sabemos claramente a que o autor se refere, com tão poucas palavras.
Não é mesmo? Inovar é essencial e de extrema importância para nossas vidas,
devendo ser constante e intensa. Somente ações nos tiram do estado de sobre-
vivência para o estado de sucesso. Sabemos também que inovar nem sempre é
uma tarefa fácil e garantia de sucesso. Inovar exige muito esforço, habilidades,
competências e que mesmo com muitos pontos favoráveis para sua realização
pode vir a dar errado. Mas, se não houver tentativas e empenho, as inovações de
sucesso jamais existiriam.

Não fique desestimulado, observe que queremos que você entenda que
inovar é muito possível e até menos complicado do que muitos imaginam. Você
precisa estar preparado para solucionar e superar obstáculos que possam surgir
durante todo o processo. Só a ideia e a vontade não são suficientes para inovar,
você precisa estar preparado para criar soluções. Soluções fáceis todos nós po-
demos ter, mas soluções criativas, somente um verdadeiro inovador. Pense nisso!
Muitas vezes, a simples falta de incentivo e colaboração pode gerar o fracasso de
uma inovação e muitos talentos são perdidos, desnecessariamente, no meio do
caminho. Além disso, uma ideia malsucedida no passado não deve ser vista como
uma ideia fracassada, pois não souberam como guiá-la corretamente ou a época
era imprópria para o caminho de uma grande inovação.

Portanto, antes de desistir, questione quais foram as causas e fatos que tor-
naram essas ideias impróprias de uma inovação. Não seja burocrático, medroso,
acomodado em regras, em padrões que o aprisionam na mesmice. Que isso sirva
também para sua vida pessoal, familiar e não somente profissional. Um talento
inovador, além de criativo, não vive em sua zona de conforto, não tem medo de
mudanças, medo do fracasso, não é inseguro, não gosta da mesmice e está dis-
posto a correr riscos para inovar.

Você mexeria em um time que está ganhando? Muitas pessoas nos diriam
que não. Tivemos este ensinamento: o que está bom e funcionando bem, deixa
como está. Triste mentalidade. Se não mexemos constantemente em um time que
esteja ganhando, com certeza este time irá perder em algum momento. Pense: se
não mexemos, como vamos ter novas ideias, novos caminhos e inovações? Mexa
no seu time, mantenha-o, mas estimule e aprimore nele o espírito vencedor e só
assim você terá novas conquistas inovadoras de sucesso.

O que acontece em determinadas situações é o fato de que não abrimos mão


de nossos hábitos. Por toda vida criamos muitos deles e deixamos que eles nos

60
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

limitem diante de situações que teriam soluções fáceis e mais inteligentes. Muitos
hábitos são necessários na nossa rotina e não necessitam ser abandonados ou
mudados, como por exemplo, quando estamos dirigindo ou atravessamos uma
rua. Muitas vezes, também os criamos para nosso bem comum. Observe quantos
novos hábitos tivemos que criar devido à pandemia. São hábitos necessários e
não prejudiciais. Mas quando nos limitamos a costumes tradicionais, limitamos
também nosso poder criativo, nossa capacidade de resolução de problemas e nos
acomodamos ao rotineiro. Podemos, assim, perder grandes oportunidades.

Analise seus hábitos e permaneça com aqueles que não tragam frustações
em sua vida pessoal e profissional. Não se torne prisioneiro de hábitos que podem
ser limitadores do seu potencial criativo e inovador. Pense fora da caixinha e crie
respostas diferentes para propor soluções e concretizar seus objetivos inovado-
res. Além de nossos hábitos nocivos, o insucesso é gerado pelo simples fato de
sentirmos medo do incerto ou também pela nossa falta de conhecimento e nega-
tivismo. Já notou como nos sentimos inseguros, em situações novas ou das quais
não temos a real certeza de que estamos no caminho certo?

Ainda assim, mesmo que tenhamos conhecimento suficiente para prosseguir


em nossos ideais, muitas vezes somos influenciados inconscientemente por pen-
samentos negativos, comodistas, que acabam nos estagnando e impedindo de
enfrentar o que poderia nos levar à prosperidade e a nossa realização. Pois bem,
essas barreiras presentes no comportamento humano geram a perda de grandes
talentos e, como consequência, perdemos grandes inovações que poderiam ser a
solução de muitos problemas enfrentados pela sociedade. Não tenha medo, con-
fie em seu potencial, seja persistente e siga em frente.

Por que inovar? O contrário de sobreviver é morrer. Inovação


é uma característica daquilo que está vivo. Basta ver uma planta.
Como distinguimos uma planta viva, da morta? As vivas se renovam
diariamente. Sempre há algo novo nelas que não havia ontem: um
broto, uma folha que nasceu, cresceu ou caiu, um botão que abriu
etc. Uma planta viva é aquela que está sempre se renovando. Não
inovar significa estar morto. Desta forma, uma pessoa ou empresa
que não se inova é como se estivesse morta. Na realidade, já está
na UTI, aguardando o fim. Texto completo em https://www.clientesa.
com.br/artigos/52988/por-que-inovar/imprimir.aspx.

61
Tendências e inovaçÕes

Atividades de Estudo:

1) Com base no subtópico anterior – Como podemos inovar – preen-


cha as lacunas das sentenças a seguir.

Observe quantos novos ___________ tivemos que criar de-


vido à pandemia. [...]. Mas quando nos limitamos a cos-
tumes______________, limitamos também nosso po-
der____________, nossa capacidade de ______________ e
nos acomodamos ao rotineiro. Podemos, assim, perder gran-
des_________________.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) Hábitos/ criativos/ criativo/ resolução de soluções/ importuni-


dade.
b) ( ) Inventos/ tradicionais/ inovar/ resolução de problemas/ inven-
ções.
c) ( ) Hábitos/ tradicionais/ inventivo/ resolução de soluções/ inova-
ções.
d) ( ) Hábitos/ modernos/ criativo/ resolução de problemas/ solu-
ções.
e) ( ) Hábitos/ tradicionais/ criativo/ resolução de problemas/ opor-
tunidades.

2.4 O QUE VOCÊ PRECISA PARA


INOVAR?
Será que essa resposta para a pergunta acima é fácil? Com o que conver-
samos até aqui, você, provavelmente, responderia: determinação, coragem, cria-
tividade e novas ideias. Sim, você está certo, mas uma coisa é fundamental para
você desenvolver todas essas habilidades: o conhecimento. Muito conhecimento
sobre assuntos diversificados, tecnologia, sociedade, política, economia, entre
outros. É importante lembrarmos de que conhecimento é o fato de percebermos
ou compreendermos por meio da razão ou de experiências e deve ser aplicado

62
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

para criar e experimentar algo novo. O conhecimento é o “entendimento obtido


através da inferência realizada no contato com dados e informações que tradu-
zam a essência de qualquer elemento” (CRUZ, 2007, p. 26).

Com toda certeza, você já deve ter escutado que conhecimento nunca é de-
mais! Essa é a mais pura realidade. O conhecimento não o faz somente uma pes-
soa mais inteligente e informada, mas também o ajuda a desenvolver habilidades,
como visão sistêmica. O conhecimento sempre foi necessário, mas o que temos
observado nas últimas décadas é que com o avanço da ciência e da tecnologia, o
conhecimento se tornou algo mais importante: “o novo ouro”.

Segundo Cruz (2007, p. 26):

[...] conhecimento é saber o que uma coisa é, e porque ela é o


que é. É o que nós conseguimos desenvolver quando entramos
em contato com dados e informações sobre um determinado
objeto. Isso significa que os dados e as informações, quando
entram em contato conosco por meio de um dos nossos cinco
sentidos, irão aumentar nosso nível de conhecimento na propor-
ção direta do reconhecimento que tais elementos tenham tido
dentro de nós. Absorvidos e entendidos dados e informações
vão continuamente aumentar nosso nível de conhecimento.

O conhecimento intelectual é uma categoria exclusiva do ser humano, pois


envolve um raciocínio mais elaborado, pressupondo um pensamento e uma ló-
gica. Seu conhecimento é provindo de suas experiências, observações, percep-
ções, aprendizagens, crenças, valores e de sua trajetória de vida. É um processo
complexo de informações que você absorve e assimila. Para você utilizar o co-
nhecimento, você precisa de sabedoria.

A sabedoria é você saber usar seus conhecimentos de forma útil e prudente.


Você adquire sabedoria enfrentando os erros e os acertos de suas escolhas, se-
jam elas profissionais ou pessoais. As suas escolhas se baseiam no conhecimen-
to que você tem sobre determinados assuntos. Lembre-se: conhecimento e sabe-
doria darão subsídios para você ter uma visão sistêmica sobre os assuntos que
permeiam suas ideias inovadoras. Assim, não desista de suas ideias pela falta de
conhecimento sobre elas. Pesquise, busque novas informações.

Outro fator muito importante que você precisa saber para aprender a inovar é
se manter longe das pessoas que tentam desestimulá-lo. Seja como os grandes e
afaste-se dos pequenos. Sempre existirá pessoas que irão questioná-lo negativa-
mente em relação as suas ideias. Pensar diferente, positivamente, estar rodeado
das pessoas certas e não se deixar envolver pela negação alheia são pontos es-
senciais que o levarão ao caminho do sucesso. Não se esqueça do dito popular:
“Diga-me com quem andas e te direi quem tu és”. Fica a dica!

63
Tendências e inovaçÕes

Esperamos que você tenha percebido a importância da inovação em nossas


vidas. Inovar é preciso! Inovar é uma necessidade humana. É se realizar, evoluir e
prosperar não somente como profissional, mas como pessoa. Seja inovador e não
desista de suas ideias! Inove.

Atividades de Estudo:

1) Leia as sentenças a seguir e assinale a alternativa CORRETA


sobre o conceito de conhecimento, segundo Cruz (2007, p. 26):

α) ( ) É saber o que uma coisa é, e porque ela é o que é. É o que


nós conseguimos desenvolver quando entramos em contato com
sabedoria e inovação sobre um determinado objeto.
β) ( ) É saber o que uma coisa é, e porque ela é o que é. É o que
nós conseguimos desenvolver quando entramos em contato com
informação e sabedoria sobre um determinado objeto.
χ) ( ) É saber o que uma coisa é, e porque ela é o que é. É o que
nós conseguimos desenvolver quando entramos em contato com
dados e informações sobre um determinado objeto.
δ) ( ) É saber o que uma coisa é, e porque ela é o que é. É o que
nós conseguimos desenvolver quando entramos em contato com
inovação e invenção sobre um determinado objeto.
ε) ( ) É saber o que uma coisa é, e não porque ela é o que é. É o
que nós conseguimos desenvolver quando entramos em contato
com sabedoria e informações sobre um determinado objeto.

2.5 PROFISSIONAIS CRIATIVOS E


EMPRESAS INOVADORAS
Como foi mencionado em outros momentos, a criatividade é uma habilidade
única e exclusiva do ser humano. Graças a ela surgem novas possibilidades que
substituem antigas soluções. Falar de inovação e não falar de criatividade seria,
no mínimo, incoerente. Afinal, criatividade e inovação são conceitos diferentes,
mas estão intrinsicamente relacionados. O que os torna diferentes é a ação, en-
quanto a criatividade tem a ver com o ato de criar algo novo, a inovação tem a ver

64
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

com o que se faz com aquilo que se criou.

Ter ideias não torna a pessoa bem-sucedida. Ter novas ideias torna a pessoa
criativa. O que torna uma pessoa criativa e inovadora é a ação em criar algo dife-
rente. Uma pessoa inovadora transforma suas ideias em protótipos que são tes-
tados pelo mercado, por meio da interação do consumidor. Isso faz com que sua
ideia criativa se torne um negócio inovador. Normalmente, não faltam pessoas
com ideias novas, o que falta são pessoas que executem as ideias e as coloquem
em prática. A criatividade, muitas vezes, é subjetiva e difícil de ser mensurável, já
a inovação não, pois ela é a prática, é o protótipo.

É importante considerarmos que a criatividade é inerente ao ser humano,


erroneamente, ouvimos que tal empresa é criativa. Observe que não é a empresa
que é criativa, mas sim, os colaboradores que a compõem. Quem faz dela uma
empresa criativa e inovadora são seus funcionários. Como sabemos, a instabili-
dade econômica e política causa nas pessoas a necessidade de desenvolver seu
espírito criativo e inovador, e essas habilidades e competências humanas garan-
tem às empresas o espírito inovador.

Uma empresa que incentiva o processo inovador precisa manter em seus


colaboradores o espírito criativo. Afinal, a criatividade é a base das ideias que
conquistam resultados, alcançam metas e mantém os seus clientes. Inspirar a
criatividade em seus colaboradores é a chave para que uma empresa seja reco-
nhecida como inovadora. A empresa consegue garantir sua estabilidade e seu
crescimento no mercado competitivo, pois a criatividade possibilita a inovação.

Um colaborador criativo agrega valor à empresa. A mente criativa de um indi-


víduo visionário potencializa ideias e novos conceitos ao trabalho coletivo dentro
de uma organização. E o mercado procura por essas pessoas criativas. Você já
parou para pensar nisso? Será que é possível se tornar mais criativo? Criativida-
de é uma habilidade que pode ser desenvolvida? Saiba que é possível desenvol-
ver a criatividade. Exercitar seu cérebro e se tornar mais criativo. Como? Você é
capaz de pensar com mais lógica e agilidade, basta querer.

A criatividade vem de dentro para fora, sendo estimulada e canalizada por


cursos, atividades e hábitos, que farão com que você pense de forma mais dinâ-
mica. “[...] algumas pessoas são naturalmente mais criativas do que outras. [...]
você pode [...] melhorar sua criatividade da mesma forma que [...] desenvolve
habilidades importantes, como liderança, tomada de decisões ou comunicação”
(HOFRICHTER, 2020, p. 6).

Você, como pessoa, pode se desenvolver, mas será que cabe a uma empre-
sa estimular seus colaboradores a serem mais criativos? O êxito de uma empresa

65
Tendências e inovaçÕes

no mercado será garantido também no investimento de seus talentos, por meio de


aprendizado e desenvolvimento de habilidades e competências – não somente de
conhecimento. Criar ambientes motivacionais dentro das empresas motiva seus
colaboradores a se automotivarem, tornando-se mais leais e mais compromissa-
dos. A motivação empresarial é vista como meio de trabalho, uma filosofia perma-
nente, uma estratégia na gestão de talentos.

Mas o que uma empresa pode fazer para criar um ambiente que motive seus
colaboradores a desenvolverem a criatividade?

• Criar um ambiente diferenciado: o ambiente onde você está inserido


influencia significativamente sua capacidade de ser criativo. Assim, cabe
às empresas adaptarem-se a tantas mudanças e ao novo perfil das ge-
rações que estão entrando no mercado de trabalho. Criar um ambiente
estimulador e de bem-estar para que seus colaboradores se expressem
propicia um clima favorável a funcionários mais felizes e menos estres-
sados. Um ambiente sem barreiras, com mais flexibilidade nos horários,
autonomia, liderança, com incentivos financeiros, oferecendo cursos,
eventos, agrega competências e habilidades criativas e inovadoras aos
colaboradores, conseguinte, impacta profissionais mais participativos e
responsáveis com seu empenho no trabalho.
• Experimentar novas abordagens: se na empresa, o processo de lide-
rança for tradicional, da mesma forma, de maneira mecânica e progra-
mada dentro de padrões antigos, os colaboradores tendem a permane-
cer da mesma forma. Eles não se arriscarão, não sairão da sua zona de
conforto. Não terão ideias criativas ou pensarão de forma diferente dian-
te dos problemas. Criar dinâmicas, como reuniões de brainstorm, com
metodologias como de Design Thinking, poderão permitir que os funcio-
nários se comuniquem sem receios, gerem mais ideias, tragam mais so-
luções e ajam de forma mais coletiva e colaborativa.
• Oferecer cursos: cabe aos líderes, que visam a uma empresa criativa,
a oferta de cursos aos seus colaboradores. Apostar em cursos diferen-
ciados voltados a áreas de criatividade e inovação, além de facilitar o
desenvolvimento dessas habilidades pelos conhecimentos em si, pode
motivar seus colaboradores a melhorarem seu desempenho criativo e a
satisfação dentro das empresas. É sempre bom lembrar que pessoas es-
timuladas a desenvolverem suas capacidades criativas e inovadoras são
mais produtivas.

“Para ser criativo, um lugar não precisa ser maluco, excêntrico e localizado
no norte da Califórnia. O pré-requisito é um ambiente – social e espacial – em
que as pessoas saibam que podem fazer experimentos, assumir riscos e explorar
todas as suas aptidões” (BROWN, 2010, p. 30).

66
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

Brainstorm “[...] é um método de criatividade usado geralmen-


te em grupo. Fundamenta-se na ideia de que cada indivíduo possui
uma combinação de experiências e conhecimentos única, sendo ca-
paz de contribuir de forma exemplar e peculiar para a resolução de
problema específico. [...] é composta por um grupo heterogêneo e
multidisciplinar de indivíduos, movidos pelo objetivo comum de pro-
duzir ideias para a resolução de um problema ou desafio” (LADIS-
LAU, 2020, s.p.).

Sugerimos a leitura de Desvendando os mistérios da criatividade


e inovação nas empresas. Se você considerar todas as organizações
onde estudou e trabalhou ao longo dos anos, não terá dúvida: criati-
vidade e inovação são destruídas com muito mais frequência do que
costumam ser incentivadas. Para a maior parte das empresas, isso
não ocorre porque seus líderes e gestores odeiam, declaradamen-
te, o pensamento criativo. Pelo contrário, a maioria acredita no valor
das novas ideias. No entanto, a criatividade é prejudicada involunta-
riamente todos os dias – sempre por boas razões – em ambientes
de trabalho que foram estabelecidos para maximizar imperativos dos
negócios, como a microgestão e a cobrança desestruturada por pro-
dutividade. Para ler mais sobre a criatividade e inovação nas empre-
sas acesse o link a seguir: https://blog.runrun.it/criatividade-e-inova-
cao-nas-empresas/. Boa leitura!

Como vimos, é possível se tornar uma pessoa criativa e inovadora! Para


aperfeiçoar seu potencial basta que você tenha coragem e vontade de se tornar
uma pessoa mais criativa e inovadora. Vamos lá, crie uma rotina diferenciada para
estimular seu processo criativo. Comece por acordar cedo; exercitar-se e organi-
zar sua agenda. Seja ativo, estude o comportamento, observe e analise diferentes
cenários, entenda sobre arte, reserve momentos de ócio, mantenha-se antenado
e anote todas as suas ideias. Crie desafios e abra sua cabeça para novos conteú-
dos e sensações. Lembre-se sempre, inspire criatividade e respire inovação!

67
Tendências e inovaçÕes

Atividades de Estudo:

1) Sobre criatividade, analise as sentenças a seguir:

I- Segundo Hofrichter (2020, p. 6), “[...] você pode [...] melhorar sua
criatividade da mesma forma que [...] desenvolve habilidades im-
portantes, como liderança, tomada de decisões ou comunicação”.

PORQUE

II- Criatividade está relacionada à genética e não é possível desen-


volver essa habilidade. Afinal, as pessoas nascem, naturalmente,
com a competência criativa.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. A sentença II é a explicação


da I.
b) ( ) A sentença I está correta. A sentença II não está correta e não
justifica a I.
c) ( ) A sentença I não está correta. A sentença II está correta e jus-
tifica a I.
d) ( ) A sentença II está correta. A sentença I é a explicação da II.
e) ( ) A sentença I não está correta. A sentença II não é a explicação
da I.

3 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: O
MELHOR INDICADOR DE INOVAÇÃO?
Como já mencionamos, inovar não está diretamente relacionado à tecnolo-
gia, mas como o mundo segue tecnológico, fica mais compreensível entendermos
o processo de inovação de uma nova ideia se observarmos o mercado tecnológi-
co. Nesse sentido, vale, portanto, ressaltar que existem vários tipos de inovação
e neste subtópico falaremos sobre a inovação tecnológica, que se trata da adição
de novas tecnologias a um produto ou serviço. A inovação tecnológica aprimora
ou desenvolve um produto, um processo ou um serviço, para atendimento a inte-
resses empresariais ou sociais.

68
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

A inovação tecnológica pode ser caracterizada como uma ferramenta básica


para que qualquer empresa possa se manter competitiva no mercado, não so-
mente pela sua sobrevivência, mas por apontar novos caminhos mais lucrativos
do que os já existentes. A internet, as redes sociais, o GPS, os Drones, as impres-
soras 3D, o Machine Learning, os assistentes virtuais, o conceito de blockchain, o
pagamento e compras on-line, Cloud computing, BI (Bussines Intelligence), entre
outras tecnologias emergentes são exemplos de grandes inovações tecnológicas
que mudaram as operações organizacionais e nossas vidas.

O blockchain ou protocolo de confiança é uma tecnologia ponto


a ponto que registra as transações financeiras e, como medida de
segurança, descentraliza as transações. O blockchain surgiu com o
Bitcoin em meados de 2008.

Machine Learning ou aprendizagem de máquina é um campo da


ciência da computação que estuda a aprendizagem computacional
por meio da inteligência artificial.

Computação em nuvem ou Cloud Computing são centros de da-


dos (armazenamento de dados), normalmente, disponibilizados na
internet.

O BI ou Business Intelligence é a inteligência do negócio que


organiza, analisa, coleta e monitora informações para apoio às toma-
das de decisões mais inteligentes.

Este processo de desenvolvimento da inovação tecnológica passa por


diversas fases. Somente para elucidarmos, na sequência discorreremos de forma
objetiva essas fases, que ora serão baseadas no conceito de Design Thinking, pois
“o design thinking é o contrário de pensar em grupo, mas, de forma, paradoxal,
ocorrem em grupo. O efeito normal da “identidade do grupo “[...], é suprimir a
criatividade da pessoa. Já o design thinking busca liberar a criatividade” (BROWN,
2018, s.p.).

Ainda assim, o design thinking é uma metodologia utilizada por diversas


empresas que buscam inovação em seus produtos ou serviços e que [...] utiliza a
sensibilidade e métodos do designer para encontrar/descobrir o que as pessoas

69
Tendências e inovaçÕes

necessitam, [...] o que é tecnologicamente praticável e o que é viável para os


negócios, assim sendo pode transformá-las em valor para o cliente e oportunidade
de mercado” (BROWN, 2018, p. 86).

FIGURA 1 – CONCEITO-BASE DE DESIGN THINKING

FONTE: Adaptada de Brown (2018, s.p.)

O início da etapa é o surgimento de uma oportunidade para a criação de uma


nova ideia e o processo perpassa o uso pelo cliente ou seu descarte ao fim de
seu ciclo de vida. Para que uma inovação tecnológica seja criada é necessário
obter informações de mercado, elas são a base para todo esse processo. Nesse
sentido, é fundamental ter uma equipe de inteligência de mercado acompanhando
as tendências, analisando os indicadores e identificando as oportunidades. Ainda
assim, essa equipe e outros colaboradores devem passar por um processo de
ideação. Todos, sem exceção, precisam opinar e expor suas ideias nessa fase.

Tendência e ciclo de vida de uma tendência poderão ser revistos


no capítulo anterior. Faça uma releitura! Bons estudos!

70
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

Observe que a maioria das inovações tecnológicas surge pelas necessida-


des do cliente. “Ao integrar o desejável do ponto de vista humano ao tecnológico e
economicamente viável, os designers têm conseguido criar os produtos que usu-
fruímos hoje” (BROWN, 2018, p. 3). Essas oportunidades são analisadas quando
se acompanha as inovações do mercado e o concorrente direto. É importante
também garantir a viabilidade ou não dessa inovação tecnológica, antes de sua
fabricação propriamente dita. Não pode ocorrer equívocos quanto à aceitação do
consumidor final. É necessário garantir o sucesso do novo produto ou serviço.

FIGURA 2 – ETAPAS BÁSICAS DO DESIGN THINKING

FONTE: Adaptada de Brown (2018, s.p.)

Após muita análise de mercado, estudos dos indicadores e a verificação da


ideia – e quando ela for aprovada – é necessário criar um protótipo. Esse modelo
deve ser testado de forma cíclica e contínua a fim de aferir junto ao público-alvo
sua viabilização e sua melhor versão. Esse teste usual do protótipo do produto
ou serviço minimiza possíveis riscos que podem ser diagnosticados por meio do
feedback recebido dos consumidores – garantindo a melhoria deste produto ou
serviço. Após o protótipo validado e aprovado, a próxima etapa, normalmente, a
de engenharia do produto, tem por objetivo garantir um processo escalável, repli-
cável, incluindo também o valor deste produto.

Na fase de fabricação, o produto ou serviço já passou por todo o processo de


ideação, de testes e de prototipação. É a hora de implantar e implementar o pro-
duto ou serviço no mercado. Dependendo do que foi concebido, a produção será
em larga escala. É importante considerar que na fase de venda e entrega é fun-
damental que os processos de marketing e comercial, que tiveram juntos desde o
início do projeto, estejam alinhados e funcionando conforme o planejado.

71
Tendências e inovaçÕes

Após a implantação, vem a implementação, e não pense você que com todas
essas etapas vencidas, o sucesso do seu produto ou serviço já está garantido
e estabelecido. Não está. Você precisa melhor continuamente todo o processo,
analisando a satisfação do consumidor, ideando, testando e prototipando melho-
rias. Este é um processo contínuo que o ajudará a garantir a qualidade e o suces-
so do seu produto ou serviço. Lembre-se de que inovar é um processo contínuo,
versátil, competitivo e dinâmico.

Sugerimos a leitura de Invento e Inovação Tecnológica: produ-


tos e patentes na construção. Um livro de Jorge Azevedo de Castro,
que trata da evolução e história da indústria em uma linguagem clara
e objetiva, ressaltando em diversos momentos a importância da ino-
vação tecnológica como norte para revolução industrial da era 4.0.
Vale a consulta! Disponível em https://bit.ly/2TWCiHx.

Atividades de Estudo:

1) Sobre as três premissas-base do conceito de Design Thinking,


analise as sentenças a seguir.

I- O DT é uma metodologia que não utiliza a sensibilidade e métodos


do designer para descobrir o que as pessoas necessitam.
II- O DT é uma metodologia que auxilia a concepção de produtos e
serviços que são tecnologicamente possíveis.
III- O DT é uma metodologia que auxilia a concepção de produtos e
serviços que são economicamente viáveis.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) I, II e III estão corretas.


b) ( ) II e III estão corretas.
c) ( ) I e III estão corretas.
d) ( ) Somente III está correta.
e) ( ) Somente II está correta.

72
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

3.1 INDICADORES DE IMPORTÂNCIA


DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Agora que já conversamos sobre inovação tecnológica, vamos falar so-
bre sua importância para as empresas. Com base nos estudos da consultoria
FranklinCovey (2020) e do livro Novas Ideias em Administração, organizado por
Motta, Pimenta e Tavares (2006), apresentamos algumas das vantagens e benefí-
cios para uma organização em inovar tecnologicamente seus produtos e serviços.

FranklinCovey é uma empresa de consultoria e treinamentos de


desenvolvimento de pessoas cofundada por Stephen Covey, autor de
Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes.

Para facilitar nosso diálogo, na sequência apresentamos cinco dessas


vantagens:

1. Otimização de processos: as inovações tecnológicas e a transformação


digital fizeram com novos recursos surgissem, facilitando a rotina e os
processos de atividades repetitivas em diferentes aspectos do trabalho,
possibilitando uma melhor organização das empresas.
2. Fortalecimento da cultura empresarial: as inovações tecnológicas
implantadas com o propósito de fortalecer a cultura organizacional das
empresas criam uma relação mais dinâmica entre os colaboradores e o
processo de comunicação entre os integrantes da equipe é mais claro,
gerando uma colaboração mais virtuosa entre os membros, favorecendo
uma cultura mais estável, efetiva e afetiva.
3. Agregação de valores à experiência do consumidor: toda
implementação influencia de maneira positiva a relação entre organização
e cliente. Lembre-se de que toda inovação que otimiza a relação com o
cliente, agrega valor à experiência do consumidor final.
4. Aumento da produtividade: a inovação, tecnologicamente, torna os
colaboradores mais produtivos, pois as tarefas repetitivas são feitas
pelas ferramentas tecnológicas, ficando a cargo de seus funcionários, a
inteligência e a criatividade para a produtividade com mais qualidade.
5. Estímulo à competição: as organizações não podem descuidar de seus
concorrentes, não somente visando ao lucro, crescimento e inovação, mas

73
Tendências e inovaçÕes

também pela retenção de talentos. Assim, é preciso saber como e o que


os concorrentes estão planejando. Nesse sentido, as inovações tecnológi-
cas contribuem não só para a garantia da melhoria das ofertas com mais
qualidade, como também para o progresso de crescimento da empresa.

Leia 8 motivos para utilizar a inovação tecnológica ao favor da


sua organização, disponível em https://franklincovey.com.br/blog/ino-
vacao-tecnologica/.

MOTTA, Paulo Roberto; PIMENTA, Roberto; TAVARES, Elaine.


Novas ideias em Administração. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
Disponível em: https://bit.ly/3kXGp1I. Acesso em: 30 ago. 2020.

Antes de finalizarmos este subtópico, é importante considerarmos que as


inovações tecnológicas também são importantes em nossas vidas, não somente
para as organizações. Nesse sentido, não poderíamos deixar de mencionar as
grandes e aceleradas mudanças que a atual pandemia causou em nossas vidas.
Quase tudo por que passamos e as incertezas do que ainda vamos passar só
tiveram, de certa forma, os impactos minimizados graças às inovações tecnológi-
cas. As transformações, readaptações, ajustes e mudanças em nosso processo
de isolamento – de forma negativa ou positiva – tiveram as tecnologias presentes
para atender as nossas necessidades humanas.

Pensamos, assim, que no cenário de incertezas, muitas oportunidades irão


surgir e as inovações tecnológicas continuarão presentes. Dessa forma, selecio-
namos duas leituras para que você reflita mais sobre a importância e como as
inovações tecnológicas são impactantes, necessárias e, mais do que nunca, de
forma abrupta, passamos a depender delas em quase tudo no nosso dia a dia.
Aproveite para conhecer também algumas tendências tecnológicas pós-pande-
mia. Clique nos links a seguir e boa leitura!

74
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

Coronavírus: 7 tendências para o mundo pós-pandemia, texto


de Sabrina Bezerra. Disponível em https://epocanegocios.globo.com/
Empresa/noticia/2020/04/coronavirus-7-tendencias-para-o-mundo-
-pos-pandemia.html.

A Covid-19 pode acelerar a inovação nas empresas?, texto de


Luciana Borges. Disponível em https://www.consumidormoderno.
com.br/2020/05/06/covid-19-inovacao/.

Atividades de Estudo:

1) Com base na importância da inovação tecnológica, enumere a


segunda coluna de acordo com a primeira:

Nº Indicador de importância Nº Descrição ou relação com o indicador


(1) Otimização de processos ( ) É preciso saber como e o que os concorrentes
estão planejando.
(2) Fortalecimento da cultura empresarial ( ) Gera uma colaboração mais virtuosa entre
os membros, favorecendo uma cultura mais
estável, efetiva e afetiva.
(3) Agregação de valores à experiência do ( ) A inovação, tecnologicamente, torna os cola-
consumidor boradores mais produtivos.
(4) Aumento da produtividade ( ) Inovação que otimiza a relação com o cliente,
agrega valor à experiência do consumidor final.
(5) Estímulo à competição ( ) Facilita a rotina e os processos de atividades
repetitivas em diferentes aspectos do traba-
lho, possibilitando uma melhor organização
das empresas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) 5, 1, 2, 3, 4.
b) ( ) 5, 4, 2, 3, 1.

75
Tendências e inovaçÕes

c) ( ) 5, 2, 4, 1, 3.
d) ( ) 5, 2 4, 3, 1.
e) ( ) 5, 3, 4, 2, 1.

4 PDCA NA INOVAÇÃO
Você já deve ter escutado algo sobre PDCA. Ele é uma ferramenta de
qualidade utilizada no controle de processos e tem como foco a solução de
problemas. Neste subtópico, vamos abordar seu surgimento, funcionamento
e a importância de sua utilização em uma organização. Fique atento as nossas
dicas de leituras e exercícios para você compreender melhor essa metodologia
imprescindível e que é muito útil para grandes indústrias, até mesmo para
pequenos comércios.

O PDCA surgiu na década de 1920, nos EUA. Foi criado pelo estatístico
americano Walter Andrew Shewhart. Inicialmente, era composto por três ciclos
cíclicos (Shewhart). Anos mais tarde, Willian Edwards Deming identificou a
necessidade de incorporar mais um passo, também em um ciclo contínuo, assim
nasceu a Roda ou Ciclo de Deming, que hoje é reconhecido mundialmente.

“O ciclo PDCA da melhoria contínua (Planejar, Executar, Verificar


“O ciclo PDCA da
melhoria contínua e Atuar) foi desenvolvido por Shewart e popularizado por Deming,
(Planejar, Executar, tornando-se um dos mais poderosos jargões da gestão empresarial e
Verificar e Atuar) da qualidade total” (CALÔBA; KLAES, 2016, p. 4).
foi desenvolvido
por Shewart e Gostaríamos que você soubesse que a falta de organização dos
popularizado
processos empresariais gera uma análise superficial dos problemas.
por Deming,
tornando-se um dos Um dos maiores desafios das organizações é o reconhecimento do
mais poderosos fato que o levou a não atingir suas metas, criando para isso planos
jargões da gestão de ação que muitas vezes não são efetivos na solução do problema.
empresarial e da Muitos fatores levam ao não cumprimento das metas criadas e o não
qualidade total” atingimento passa desapercebido com a realização rápida das análises
(CALÔBA; KLAES,
diárias – devido à correria e à sobrecarga de trabalho, gerando, assim,
2016, p. 4).
a desorganização de todo processo.

Nesse cenário desorganizado, entra a importância do uso de ferramentas


de organização que possibilitem análise detalhada de todas as etapas e tópicos
necessários ao processo de organização, com a mesma ordem de prioridade, ao
invés de analisar somente pontos específicos como de costume – que muitas vezes

76
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

não são a causa dos problemas existentes. Nesse caso, podemos utilizar o PDCA.
Essa ferramenta de gestão tem por objetivo promover a melhoria contínua dos
processos por meio de um circuito de quatro ações: planejar, fazer, checar e agir.

FIGURA 3 – CIRCUITO DE QUATRO AÇÕES

FONTE: A autora

O PDCA possibilita não somente saber como o problema surgiu, mas também
como solucioná-lo, focando em sua causa e não em suas consequências. A
aplicação da ferramenta busca encontrar os problemas dentro da organização,
facilitando, assim, a criação de um plano de ação de fato eficiente para a solução
do problema existente. Observe no quadro a seguir, o significado e definição de
cada letra da sigla PDCA:

QUADRO 2 – SIGNIFICADO E DEFINIÇÃO DE CADA LETRA DA SIGLA PDCA


Letra Inglês Definição
P Plan Planejamento e análise do que foi feito.
D Do Execução e aplicação do que foi feito.
C Check Verificação do que está dando certo.
A Act Agir ou incorporar o que foi feito como cultura.
FONTE: A autora

77
Tendências e inovaçÕes

Para saber mais sobre o conceito de PDCA, acesse o livro de


Guilherme Calôba e Mário Klaes. Gerenciamento de Projetos de
PDCA: conceitos e técnicas para planejamento, monitoramento e
avaliação do desempenho de projetos e portfólios. Disponível em ht-
tps://bit.ly/3p9ewqb. Acesso em: 8 ago. 2020.

4.1 ONDE PODE SER APLICADO O


CICLO PDCA?
Você deve estar pensando onde devemos aplicar esta ferramenta, a impor-
tância de utilizá-la e de que maneira ocorre seu ciclo de funcionamento. Essas
questões serão apresentadas no decorrer de nosso diálogo e esperamos que
você use esse conhecimento na sua vida profissional.

O ciclo PDCA é uma ferramenta fácil, maleável e intuitiva, que pode ser apli-
cada desde os mais simples aos mais complexos projetos. Na verdade, pode ser
aplicada, praticamente, na maioria dos projetos e em qualquer organização, tais
como escolas, multinacionais, supermercados, hospitais, tribunais, indústrias, co-
mércios locais, entre outras organizações.

Por meio da aplicação do PDCA, a equipe de trabalho será direcionada ao


desenvolvimento de melhorias contínuas dos processos organizacionais, identifi-
cando falhas, aprimorando as oportunidades e contribuindo para que toda a equi-
pe visualize as mudanças ocorridas. Em suma, o ciclo PDCA organiza e melhora
um processo, organiza as tratativas com o objetivo de evoluir o processo de forma
mais eficiente, serve como base na sistematização para a criação de um novo
produto ou serviço e ainda ajuda em suas padronizações. O interessante do ciclo
do PDCA poderá ser reiniciado quantas vezes forem necessárias as mudanças.

4.2 IMPORTÂNCIA DE UTILIZAR A


PDCA
O que muda com a aplicação do ciclo PDCA? A qualidade. O uso do PDCA
apresenta muitas vantagens que contribuem para a qualidade dos processos or-

78
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

ganizacionais, tais como: facilita a tomada de decisão; promove o trabalho em


equipe; melhora a eficiência dos processos; maior produtividade da equipe; pro-
jetos realizados de maneira mais rápida; redução de custos operacionais. Ainda
assim, propicia uma melhora da organização geral nas empresas e incentiva a
aprendizagem contínua.

Com tantas vantagens, será que há alguma desvantagem no uso do ciclo


PDCA? Não há desvantagens em utilizar o PDCA, pois além de ser uma estrutura
para qualquer sistema de gestão, é uma metodologia de qualidade. Essa metodo-
logia permite uma gestão colaborativa, afinal, a opinião dos participantes é coleta-
da continuamente, garantindo processos também racionais e de qualidade. Como
podemos perceber, essa ferramenta é imprescindível em processos organizacio-
nais, pois prima pela qualidade eficiente e eficaz da organização empresarial.

4.3 FUNCIONAMENTO DA PDCA


O ciclo PDCA é feito por fases, esse é o seu funcionamento: planejar, fazer,
checar e agir. Essas quatro fases ou quatro passos de elaboração atuam desde
a identificação das dificuldades até o resultado final de forma contínua. Caso
o resultado final não seja o esperado, o ciclo poderá ser reinicializado quantas
vezes forem necessárias. Não há restrições na quantidade de vezes que ele será
executado, contudo, exige-se muita atenção durante a sua condução da aplicação
do ciclo para que os resultados positivos sejam alcançados rapidamente.

Outro fator importante na aplicação do ciclo PDCA é a rotina de trabalho, pois


a aplicação não poderá ser aplicada na e pela pressa do dia a dia da empresa,
pois qualquer falha em uma das etapas haverá impactos negativo. Deve-se ter
atenção a cada etapa do ciclo, pois uma depende da outra, assim, todas deverão
ser realizadas com tempo, dedicação e conhecimento do significado de cada uma
delas. Ao final, pode-se obter o resultado desejado.

Atenção! Uma organização que consegue conduzir corretamente cada etapa


do ciclo PDCA com certeza terá grandes chances de alcançar seus objetivos.
Nesse sentido, quanto mais uma organização incorporar o ciclo PDCA em sua
cultura, mais benefícios surgirão com o tempo. A melhoria é contínua e esse
processo é reconhecido dentro das organizações, fazendo com que as empresas
o apliquem em todas as suas iniciativas, passando, assim, a ser um processo
natural em suas atividades diárias.

79
Tendências e inovaçÕes

4.4 ERROS MAIS COMUNS NA


APLICAÇÃO DA PCDA
Como dialogamos em outro momento, o ciclo PCDA exige tempo, dedicação
e conhecimento. Não deve ser visto como uma atividade corriqueira e trivial. Caso
seja usado de forma errada, poderá trazer resultados negativos. Para você evitar
alguns erros comuns, vamos apresentar alguns dos mais comuns ao se aplicar o
ciclo PDCA: análise superficial, falta de qualificação e verificação imprecisa, de
acordo com Calôba e Klaes (2016):

• Análise superficial: estamos nos referindo ao erro na etapa de planeja-


mento. Isso muitas vezes se dá em virtude da ansiedade para solucionar
rapidamente um problema ou mesmo a vontade de colocar as ideias em
prática. Essas atitudes geram uma análise rápida da problemática e atra-
palha as ações que devem ser executadas.
• Falta de qualificação: está relacionada à ausência de conhecimento dos
participantes do processo em relação ao ciclo PDCA. Não adianta ter um
planejamento perfeito de como executar o ciclo se as pessoas que vão
participar não são ou não possuem experiência necessária para essa ta-
refa. Assim, a capacitação deve ser um pré-requisito para a construção
do planejamento.
• Verificação imprecisa: é um possível erro que ocorre na avaliação ina-
dequada dos resultados gerados na fase da verificação, sejam eles po-
sitivos ou negativos. Esses erros fazem com que se tenha uma falha na
etapa seguinte de atuação, consequentemente, na aplicação do PDCA.

Como mencionamos, qualquer erro, em qualquer uma das etapas do ciclo


PDCA, resultará em erros indesejados. Pelo fato do PDCA ser uma ferramenta que
exige uma atuação criteriosa em toda sua aplicação e as fases são dependentes
umas das outras, precisamos evitar os erros mais comuns discorridos aqui nesse
tópico. Fique atento para não cometê-los.

4.5 FASES DO CICLO PDCA


Agora, chegamos à fase final do estudo do PDCA. Como já explicamos, esse
ciclo é contínuo e poderá ocorrer quantas vezes foram necessárias. Ele não tem
fim e está relacionado à melhoria contínua de um processo organizacional. Na
sequência, apresentamos, com base em Calôba e Klaes (2016), as características
básicas de cada uma das etapas do ciclo PDCA:

80
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

• Planejamento (Plan): etapa em que o planejamento, os objetivos e as


metas são estabelecidos. Nessa fase é importante definir a problemática
que deverá ser resolvida. Assim, você estará levantando hipóteses de
quais dificuldades está enfrentando. Você poderá criar uma estratégia
para continuidade de todo processo. Observe que você e sua equipe de-
verão definir indicadores quantitativos e qualitativos de desempenho que
serão utilizados no decorrer do ciclo. Nessa etapa, você também deverá
determinar qual metodologia de trabalho será utilizada para encontrar a
solução dos problemas. Serão criados também os planos de ações que
irão encadear as ações necessárias para cumprir o objetivo planejado.
Essa é a fase que você identifica, observa e analisa o problema e cria
o plano de ação. Inclui-se aqui também a metodologia, as metas, es-
tratégias e táticas, além dos prazos e responsáveis para cada ação e
métrica mensurada. Observe que todas as ações planejadas devem ser
roteirizadas com parâmetros para análise do andamento. Sabemos que
todas as fases são importantes no PDCA, mas a etapa do planejamento
é primordial para todas as outras. Atenção, nessa fase, você poderá utili-
zar outras ferramentas e metodologias auxiliares, como o brainstorming,
5W2H, entre outras.
• Execução (Do): nessa etapa, as ações planejadas são executadas por
cada responsável. É importante seguir as diretrizes e prazos criados no
planejamento, que todos envolvidos estejam treinados e capacitados para
sua atuação. O líder deve cumprir seu papel, direcionando todos os seus
colaboradores de forma clara e objetiva. Lembre-se de que somente uma
equipe capacitada será capaz de agir de forma coerente ao que foi pla-
nejado. Atenção, nesta fase também serão coletados dados para que os
resultados sejam aferidos. Assim, após a execução das atividades dentro
do prazo, certifique-se de que tudo esteja dentro do planejado.
• Verificação (Check): aqui temos um dos pontos mais importantes da me-
todologia do PDCA: a checagem. Nessa etapa é realizada a checagem
do que foi feito até o momento e a análise de que realmente o que foi fei-
to ajudou na solução do problema e se o plano de ação utilizado de fato
foi efetivo e gerou resultados. Atenção, porque nessa fase, os dados são
transformados em informações. Será possível ter uma avaliação com-
pleta, podendo analisar e interpretar dados, números, consequências e
produzir o conhecimento necessário para o resultado desejado.
• Agir (ACT): essa fase é o agir. Você tomará ações corretivas necessárias
para alcançar o resultado proposto. Você aplicará as mudanças que irão
melhorar todo o processo. Nos casos em que as metas foram atingidas,
nessa fase será adotado o plano aplicado como padrão, criando docu-
mentos padronizados, com ações que serão embutidas na cultura da or-
ganização, evitando a repetição desnecessária de processos. Atenção,
caso você não tenha tido o resultado planejado é hora de agir, corrigir

81
Tendências e inovaçÕes

as falhas, implantar melhorias, reiniciar o ciclo e aprimorar o desenvolvi-


mento de sua equipe. Lembre-se de que, para fechar o ciclo corretamen-
te, você deverá seguir a padronização, a conclusão do projeto e agir.

Leia Vire expert na metodologia PDCA e melhore seus


resultados. Disponível em https://bit.ly/2TUNXq8.

Atenção! Como o ciclo PDCA não prevê um fim na sua execução, pois é uma
ferramenta de melhora contínua, você precisa sempre que possível acompanhar,
treinar e motivar toda a equipe. Afinal, de nada adianta aplicar o ciclo PDCA
se todos os colaboradores não estiverem dispostos e capacitados para suas
atividades. Todo o cenário deve ser favorável para a implementação do ciclo,
tendo como requisitos fundamentais, a liderança atuante, o conhecimento teórico
e o conhecimento aplicado.

Quando utilizar?

O PDCA é uma ferramenta muito versátil que pode ser utilizada


para os mais diversos fins, inclusive, em qualquer atividade do dia a
dia. No contexto empresarial, o PDCA é muito utilizado para:

a) Melhoria de processos: organizar e melhorar um processo e suas


atividades;
b) Tratativa de não conformidades: organizar a tratativa de não con-
formidades, evoluindo o processo e consequentemente tornando-
-o mais eficiente;
c) Desenvolvimento de um novo produto: as etapas do PDCA po-
dem servir como base para construir de forma sistematizada de
um novo produto. Utilizando o PDCA durante essa construção, é
mais fácil considerar o que é preciso para que o produto atenda a
padrões de qualidade;
d) Implantação de padrões: a utilização do PDCA ajuda na padroni-
zação efetiva, pois passando por todas as etapas do ciclo é pos-
sível, ao final, saber se a implantação de um padrão foi eficaz ou
é necessário retornar ao início do ciclo e realizar mudanças ao
que havia sido definido.

FONTE: <https://ferramentasdaqualidade.org/pdca/>. Acesso em: 10 ago. 2020.

82
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

Agora que você já conhece o PDCA, algumas de suas vanta-


gens, alguns erros comuns e as suas definições, que tal conhecer o
PDCA na prática? Assim, assista ao vídeo da consultoria Brains De-
senvolvimento Profissional e conheça um pouco mais sobre o PDCA.
A Brains Desenvolvimento Profissional é a mais dinâmica e comple-
ta empresa voltada para gerar resultados a seus clientes, tanto em
forma de qualificação profissional quanto de geração de resultados
como consultoria.

PDCA NA PRÁTICA - O QUE É PDCA - COMO FUNCIONA O


CICLO PDCA: https://www.youtube.com/watch?v=h02nyBNMB5U.

Atividades de Estudo:

1) Com base no conceito sobre PDCA, enumere a segunda coluna


de acordo com a primeira:

Nº PDCA Nº Descrição
(1) Planejamento ( ) Os objetivos e as metas são estabelecidos.
(2) Execução ( ) Nessa etapa é realizada a checagem.
(3) Verificação ( ) Nessa fase aplica-se as mudanças que irão melhorar todo o
processo.
(4) Agir ( ) É importante seguir as diretrizes e prazos criados no planejamento.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) 1, 2, 3, 4.
b) ( ) 1, 3, 4, 2.
c) ( ) 1, 2, 4, 3.
d) ( ) 3, 1, 4, 2.
e) ( ) 4, 2, 1, 3.

83
Tendências e inovaçÕes

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Esperamos que nossos objetivos tenham sido alcançados com este conte-
údo. Acreditamos que tudo aquilo que foi enfatizado tenha criado uma mudança
significativa quanto aos seus conhecimentos, quanto a sua vivência profissional e
pessoal.

No início do nosso material, você pôde conferir as definições sobre inova-


ções descritas na literatura, além da visão de grandes autores, que desde o sécu-
lo passado já mencionavam a sua importância para nossas vidas. Você também
pôde compreender que inovação, invenção e criatividade são termos distintos,
mesmo que caminhem juntos. Um inovador necessita se capacitar e desenvolver
muitas outras habilidades e competências. Esteja sempre atento quanto aos seus
hábitos, não se esqueça disso, reflita e coloque em prática.

Além dos conceitos apresentados, consideramos também a importância do


inovar para o homem e para o mundo. Inovar faz parte da natureza, faz parte da
mente humana! Não se esqueça: o mundo tem mudado cada vez mais rápido e
acompanhar as tendências já não é mais uma opção, mas uma forma de sobre-
vivência. A inovação é utilizada em todos os contextos, empresarial, econômico,
social, pessoal e ambiental, entre outros, criando caminhos e estratégias diferen-
tes dos habituais.

Portanto, desenvolva habilidades para que você consiga se manter no mer-


cado e acompanhar tantas mudanças no dia a dia, afinal, somos influenciados
diretamente por todas elas. Vivemos em um mundo digital e a sociedade se inova
com a tecnologia, e essa tecnocultura está presente em nossa rotina. Um dos
exemplos que citamos para você compreender a importância do inovar em nos-
sas vidas foi como tudo mudou rapidamente com a pandemia e, graças às novas
ideais colocadas em prática, estamos conseguindo enfrentar tantos obstáculos
devido ao isolamento social.

Abordamos, ainda, a importância das inovações tecnológicas para a humani-


dade, pois todos nós sabemos que o seu desenvolvimento certamente nos trouxe
facilidades, conforto, acesso ao conhecimento, conexão, aumento da qualidade e
expectativa de vida, contribuição para a sustentabilidade, além de provocarem di-
retamente um grande crescimento e desenvolvimento socioeconômico de um país.

As inovações tecnológicas se dão por pessoas, em benefício de outras pes-


soas e juntamente com a economia, relacionam-se com o desenvolvimento huma-
no. Você acompanhou também algumas das principais tendências das inovações
tecnológicas, as quais achávamos que veríamos somente em filmes de ficção

84
Capítulo 2 INOVAÇÃO: CONCEITO, TIPOS E INTENSIDADE

científica, mas que hoje estão presentes no nosso cotidiano de maneira cada vez
mais surpreendente e real. Basta piscarmos os olhos e novas tecnologias estão
aí, nos encantando e beneficiando nossas vidas.

Por fim, selecionamos o PDCA, todo o seu processo e ciclo, uma das ferra-
mentas mais revolucionárias e práticas. Essa ferramenta é utilizada em diferentes
organizações, para diversos projetos, gerando inúmeros benefícios para o cres-
cimento e desenvolvimento não só das organizações, mas para o crescimento
profissional e pessoal de toda equipe envolvida.

Certamente, esperamos que com todo este conhecimento, conceitos e im-


portantes abordagens, você seja capaz de criar habilidades e competências pes-
soais e profissionais que o transformem em uma pessoa mais inovadora e criati-
va. Desse modo, que mergulhe de cabeça nos seus ideais de vida, contribuindo
para um mundo cada vez melhor e justo. Não se esqueça: inspire conhecimento,
criatividade e se torne um inovador de sucesso!

Desejamos que você não pare por aqui e que seus estudos sejam constantes
e crescentes, use e abuse de sua curiosidade e siga em frente. Bons estudos e
até a próxima!

REFERÊNCIAS
ABGI. O que é inovação. 2020. Disponível em: https://brasil.abgi-group.com/a-
inovacao/. Acesso em: 20 set. 2020.

ALVES, P. B.; LAUREANO, A. Investigações teóricas. Casa Elefante Domesticar


o indomesticável. 2012. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/
bitstream/1822/33107/1/15_Casa%20Elefante.pdf. Acesso em: 20 set. 2020.

BARBIERI, J. C.; ALVARES, A. C. T.; CAJAZEIRA, J. E. R. Gestão de ideias


para inovação contínua. Porto Alegre: Bookmark, 2009.

BISNETO, J. P. M.; LINS, O. B. dos S. M. Gestão da inovação: uma aproximação


conceitual. Revista Brasileira de Gestão e Inovação, v. 3, n. 2, jan./abril, 2016.
Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/RBGI/index. Acesso em:
2 ago. 2020.

BROWN, T. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim


das velhas ideias. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.

85
Tendências e inovaçÕes

CALÔBA, G.; KLAES, M. Gerenciamento de Projetos com PDCA: conceitos


e técnicas para planejamento, monitoramento e avaliação do desempenho de
projetos e portfólios. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016.

CAMARGO, R. F. de. Tudo sobre Peter Drucker: conheça quem foi o Pai da
Administração Moderna e autor de O Gestor Eficaz. 2017. Disponível em: https://
www.treasy.com.br/blog/peter-drucker/. Acesso em: 20 set. 2020.

CRUZ, T. Gerência do conhecimento. Rio de Janeiro: E-papers, 2007.

HOFRICHTER, M. Curso rápido: desenvolva a sua criatividade. 2020.


Disponível em: https://bit.ly/32j4Gbk. Acesso em: 20 set. 2020.

LADISLAU, D. Criatividade e inovação tecnológica na educação. São Paulo:


Editora Senac, 2020.

MORGADO, E. M. Inovação, novos conceitos ampliados. Revista Ciências


Gerais, v. 15, n. 21, ano 2011. Disponível em: https://pgsskroton.com.br/seer/
index.php/rcger/article/download/2248/2148. Acesso em: 20 set. 2020.

MOTTA, P. R.; PIMENTA, R.; TAVARES, E. Novas ideias em administração. Rio


de Janeiro: FGV, 2006.

OECD-OCDE. Manual do Oslo: Proposta de Diretrizes para coleta e


Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica. 2015. Disponível em:
http://s-inova.ucdb.br/wp-content/uploads/biblioteca/Manual%20de%20Oslo.pdf.
Acesso em: 20 set. 2020.

REIS, E. P. dos; ARMOND, A. C. Empreendedorismo. Curitiba: IESDE, 2012.

SAGGAB, P. Y. Inovação, estratégia, empreendedorismo e crise. Rio de


Janeiro: Alta Books, 2018.

86
C APÍTULO 3
ALGUNS INFLUENCIADORES DE
TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:

 compreender o mundo 4.0;


 conhecer as tecnologias emergente e exponencial e suas principais tendên-
cias;
 aprender sobre as startups, seus tipos, classificações e seu funcionamento;
 inspirar com as mentes brilhantes, aprimorando seu perfil criativo, por meio de
dicas e exemplos de grandes empreendedores de sucesso.
Tendências e inovaçÕes

88
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O mundo já não é mais o mesmo, nem tecnologicamente falando, nem no
modo como estamos vivendo, e com certeza teremos um futuro cada vez mais
promissor com grandes mudanças e inovações. Na verdade, temos a consciência
de que o mundo já não é o mesmo desde a primeira revolução industrial, mas as
mudanças não aconteceram de forma tão acelerada como tem acontecido de uns
tempos para cá, causando grande impacto no modo de vida profissional e pessoal
da humanidade.

Esse caminhar acelerado é reflexo da quarta revolução industrial, em que a


evolução da automação, o controle e a tecnologia da informação substitui por meio
de máquinas e chips nossas mãos e nossos cérebros para atividades repetitivas.
Pessoas, máquinas e sistemas se interagem numa velocidade nunca imaginada.
Seria impossível, em pleno século XXI, nos mantermos no mesmo estilo de vida,
já que as atividades e processos industriais acompanham toda essa revolução
tecnológica, o que de forma direta ou indireta traz mudanças na vida das pessoas.
No decorrer deste capítulo, vamos discorrer sobre o mundo 4.0 e você perceberá
que não nos basta somente o conhecimento, pois precisamos desenvolver nossa
capacidade de mudar com essas mudanças – desenvolvendo, assim, diferenciais
em relação às outras pessoas envoltas em nosso cotidiano.

A indústria da nova era, indústria 4.0, nascida da quarta revolução industrial,


a mais impactante de todas, propõe muitas modificações que afetam todo o cená-
rio mercadológico, já que as indústrias estão se tornando mais inteligentes, dinâ-
micas e ágeis, proporcionando aos seus clientes produtos e serviços inovadores.
Como profissional é importante que você se adapte às mudanças e se qualifique,
pois os trabalhos manuais estão perdendo sua força e você terá que se preparar
para as novas oportunidades profissionais.

Podemos pensar que apesar das inovações tecnológicas nos garantir tantas
facilidades e bem-estar, como ficaremos em relação ao nosso trabalho se a cada
dia as máquinas realizarão por nós as atividades respectivas? Não se preocupe
com este fato, foque o elemento essencial para esta nova realidade, sua qualifi-
cação profissional. Reflita e comece seu estudo desde já, que sem profissionais
capacitados, inovadores e criativos, não existirão máquinas nem robôs e muito
menos pessoas capazes de criar, implantar e participar ativamente neste novo
modelo industrial.

No início deste capítulo, serão abordados aspectos relevantes da revolução


industrial do mundo 4.0, com foco na quarta revolução, sua origem, característi-
cas e os pilares que a sustentam e impulsionam. Em continuação, você mergulha-

89
Tendências e inovaçÕes

rá no mundo das tecnologias emergentes e exponenciais, aprofundando seus co-


nhecimentos quanto suas definições e suas principais tendências nesta nova era.

Também, neste capítulo, você aprenderá sobre as Startups, se conscienti-


zando que é possível, sim, ser um profissional inovador e diferenciado não so-
mente na teoria, mas que a nova realidade o possibilita de colocar em prática
suas ações, planos e estratégias. Basta você querer e acreditar! Serão abordados
o perfil das startups, seus tipos, suas classificações e alguns dos passos que você
deverá seguir para que suas ideias virem ação.

Finalizando este capítulo de muito aprendizado, você ainda conhecerá algu-


mas mentes brilhantes e criativas. Você poderá se inspirar, como pessoa e profis-
sional, com as histórias dos profissionais brilhantes que vamos apresentar. Fique
atento às dicas e expanda sua mente criativa com os exemplos de grandes em-
preendedores que nos mostram que para ser brilhante e fazer sua história, sua
determinação e dedicação são a chave para o sucesso.

Agora é com você! Faça deste conteúdo dialógico a chave que abrirá novos
caminhos na sua vida pessoal e profissional. Aproveite ao máximo todo este co-
nhecimento e mãos à obra. Bons estudos e boa leitura!

2 O MUNDO 4.0
Você já tinha imaginado vivenciar a 4ª Revolução Industrial? Achávamos que
todos os avanços tecnológicos que já vimos, que vemos diariamente e ainda ve-
remos muito mais, existiriam somente nos filmes de ficção científica e seriam sur-
reais para nossa realidade. Pois bem, muita ficção virou fato real e tem gerado
grande impacto na vida de todos nós. Este é o Mundo 4.0 que iremos abordar,
mas antes disso, falaremos um pouco mais sobre inovação tecnológica.

As inovações tecnológicas refletem diretamente no progresso socioeconô-


mico de um país. Logicamente, sabemos que países mais ricos são os que mais
investem em inovações e pesquisa. Essa relação entre inovação tecnológica e
desenvolvimento socioeconômico é muita estreita, já que a tecnologia está intima-
mente ligada à qualidade de vida das pessoas. Essa qualidade de vida é medida
através de indicadores, sendo eles: aumento da expectativa de vida, redução da
mortalidade infantil e aumento no nível de escolaridade.

Os benefícios das inovações tecnológicas são inúmeros, estendendo-se a


todos os setores sociais, desde a área empresarial até a saúde. Além disso, no
atual século, a tecnologia tem como grande desafio o desenvolvimento sustentá-

90
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

vel, conciliando o crescimento econômico e demográfico com a preservação do


meio ambiente. De acordo com a ONU, até 2030, a população mundial chegará
a 8,6 bilhões de pessoas, o que pressionará a demanda de diversos bens e ser-
viços intensivos em recursos naturais (AGÊNCIA BRASIL, 2020). O mundo terá
que crescer muito para atender ao crescimento populacional e a tecnologia será
fundamental nos processos produtivos sustentáveis, principalmente na produção
de energia e alimentos.

As inovações tecnológicas são e serão condições básicas para assegurar-


mos padrões sustentáveis de produção e consumo, onde o investimento e apri-
moramento nas áreas da ciência e da tecnologia tornaram-se essenciais não só
para que um país se desenvolva e, consequentemente, sua população tenha con-
dições adequadas de vida, mas a sua capacidade de inovação é a garantia de
sua competitividade no mundo atual.

Mencionamos acima a ciência! Para você, qual a diferença entre ciência e


tecnologia, se pensarmos no mercado? Pense em sua resposta antes da explica-
ção e vamos lá. Basicamente, a ciência é o conhecimento produzido pelas univer-
sidades e instituições de pesquisa e a tecnologia é a ciência aplicada ao produto,
já que está ligada à empresa, tendo uma relação mais próxima com o mercado.
A tecnologia é o fruto da aliança entre ciência e técnica. Ciência e tecnologia, em
muitas empresas, são agregadas em seus processos, onde profissionais desen-
volvem pesquisas em muitas áreas, mesmo sem saber o que será ou não aceito
pelo mercado, podendo alguns de seus produtos saírem do campo da ciência e
adentrar nas suas próprias inovações tecnológicas. Quanto mais ciência, mais
tecnologia, gerando riqueza e, consequentemente, mais bem-estar social.

Lembrando que os reais problemas da população devem ser levados em


conta para que o desenvolvimento científico e tecnológico seja menos excluden-
te, evitando possíveis riscos que envolvem mudanças na sociedade. Não basta
somente a ciência e a tecnologia serem boas, mas também, o modo e como irão
mudar seja realmente viável para a sociedade. A ciência é movida pela curiosida-
de humana e pela busca da solução de problemas que nos afligem, que junto à
tecnologia, são responsáveis por tudo que a humanidade criou até aqui. Vivemos
cada vez mais sob o domínio da ciência e da tecnologia, onde o compromisso da
ciência é com o novo, através dos avanços em pesquisas e o compromisso da
tecnologia é com a utilidade.

Não se esqueça de que a inovação tecnológica avança diariamente, em que


as novas descobertas são constantes, como novos celulares, serviços de biome-
tria, uso inteligência artificial, e-commerce, avanços e descobertas na medicina,
novas ferramentas na área empresarial, entre outros exemplos que poderíamos
citar, sendo resultado do acúmulo de conhecimento ao longo do tempo e que gra-

91
Tendências e inovaçÕes

ças ao esforço coletivo, cumulativo e sistêmico, contribuindo de forma signifi-


cativa para que a sociedade usufrua de uma vida mais digna, justa, solidária e
sustentável.

Após falarmos brevemente sobre as inovações tecnológicas, as responsá-


veis por tantas mudanças e pelo conteúdo deste nosso capítulo, voltaremos um
pouco no tempo, já que recordar é essencial para que você entenda o Mundo 4.0
e como chegamos até aqui.

Revolução Industrial! Com certeza, você se lembra das grandes mudanças


que ocorreram no mundo e é sobre este marcante acontecimento que iniciare-
mos nossos estudos. Recordar é viver e aprender! Revolução Industrial! Quan-
tas incontáveis mudanças já tivemos desde seu início, no século XVIII, até os
dias atuais. “A revolução industrial foi um período da história da humanidade cujos
avanços tecnológicos e de processos trouxeram mudanças significativas para a
sociedade [...]” (AMARAL, 2016, p. 12). Tudo começou na Inglaterra, no ano de
1760, e de lá para cá as grandes transformações econômicas e sociais não pa-
raram e não pararão. A primeira revolução industrial foi um processo em que as
ferramentas foram substituídas por máquinas e o trabalho artesanal pelo trabalho
fabril, quando até então vivíamos praticamente da lavoura, da mão de obra hu-
mana e animal. Todo este pontapé inicial se deu ao grande inventor da máquina
a vapor, Thomas Newcomen, e, a partir daí, transformações significativas na vida
humana não pararam mais.

Partindo para a metade do século XIX, tivemos a segunda revolução indus-


trial, onde neste período, a industrialização se expandiu para muitos países, além
da Inglaterra. As indústrias foram se aprimorando cada vez mais, novas técnicas,
máquinas e meios de produção surgiram e as tecnologias introduzidas possibili-
taram a produção em massa e a automatização do trabalho. Nada parou por aqui
e cada vez mais a evolução das indústrias se expandiram, graças aos avanços
tecnológicos.

Continuando nesta volta ao tempo, chegamos à terceira revolução industrial,


que teve seu início após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o mundo
viveu o que nunca tinha vivenciado. Nesta fase, as inovações tecnológicas não al-
cançaram apenas a produção como anteriormente, mas deram início à evolução
do campo científico. Agora, a ciência se faz presente, agregando conhecimento e
pesquisa com a produção. Imagine você, quantas inovações surgiram nesta fase e
quantas mudanças ocorreram na vida humana? E assim, tivemos o surgimento dos
primeiros robôs, da eletrônica, das telecomunicações, da genética, da informática,
entre muitas outras, e sobretudo, o mundo se globalizou, mudando a relação huma-
na e do meio, onde passamos a viver conectados instantaneamente com todos os
povos, quebrando toda e qualquer barreira física e temporal entre os homens.

92
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

Vamos falar do mundo 4.0? Segundo Hofmann e Rüsch (2017), o mundo 4.0
nada mais é que a quarta revolução industrial, também chamado de indústria 4.0,
manufatura inteligente, indústria da internet ou indústria integrada. Já para Kager-
mann, Wahlster e Helbig (2013), ela surgiu a partir de iniciativas estratégicas do
governo da Alemanha para consolidar o país como líder na área de tecnologia e
fortalecer sua competitividade global.

Para saber mais sobre a revolução industrial, assista ao vídeo


do canal Historiar-te. Esse canal, feito por uma aluna, na época, do
ensino médio, desde 2018, conta de forma lúdica e artística vários
momentos históricos e políticos do Brasil e do Mundo. No vídeo
indicado, a produtora relata de forma clara e objetiva a história da
Revolução Industrial, seu surgimento, movimentos e contribuições
para o avanço tecnológico no mundo. Bom filme! Disponível em
https://youtu.be/qpxaj1XEPko.

Para seu conhecimento, em 2013, ocorreu a maior feira de tecnologia


industrial, chamada Feira de Hannover, lançando o projeto que efetivou a indústria
4.0 e de lá para cá este grande impacto tem feito com que as indústrias e os
profissionais se adaptem ao novo mundo. Como já mencionamos, as inovações
tecnológicas nunca pararam desde a primeira revolução industrial e o constante
aperfeiçoamento das máquinas criou um novo contexto industrial, as fábricas
estão cada vez se tornando mais inteligentes. As indústrias 4.0 incorporaram as
inovações nos campos de automação, controle e tecnologia da informação no seu
processo de manufatura, onde cada vez mais as mãos dos operários são e serão
substituídas pelas máquinas.

Vamos entender o que é manufatura? Segundo o dicionário, manufatura


é um substantivo feminino, que significa a produção em grande quantidade de
determinados produtos industriais. Com o aperfeiçoamento tecnológico das
máquinas, as indústrias têm se tornado mais rápidas, mais precisas, customizadas,
personalizadas, independentes, eficientes e com isso vivemos a nova tendência
de automatização das fábricas por meio de sistemas cyberfísicos. Segundo Lemos
(2017), os sistemas cyberfísicos contam com softwares que se comunicam entre
si, sendo um sistema computacional que identifica todos os sistemas de produção
e realiza uma checagem de todos os produtos para que não ocorram erros em sua
fabricação, além de detectar possíveis falhas nos robôs utilizados pela indústria.

93
Tendências e inovaçÕes

Mediante falhas e erros detectados, o próprio computador definirá o que deve ser
feito para a solução dos problemas. Isso não nos parecia surreal? Esta é a realidade
do mundo 4.0 e que, com certeza, nos surpreenderá ainda mais.

Uma coisa deixamos claro para você, esta nova revolução não se trata de
uma simples novidade no processo de fabricação e nem se deu do dia para a
noite, ela se baseia em uma tendência tecnológica que vem causando um impacto
na produção mundial. Isso é uma revolução, uma transformação radical, complexa
e impactante! Estamos vivenciando uma revolução digital, em que as máquinas
cada vez mais disputam o protagonismo humano.

Este novo modelo industrial que vem implantando em seus processos de


produção novas tecnologias digitais, físicas e biológicas, gerando indústrias
mais inteligentes e automatizadas, possui uma individualidade diferenciada de
todas as transformações ocorridas anteriormente, onde além da associação da
realidade com o digital, as indústrias 4.0 são capazes de prever e corrigir falhas
de forma automatizada e ainda terem uma produção descentralizada, ou seja,
seus processos produtivos possuem uma interligação com a rede mundial de
computadores. Isso não é fantástico?

Segundo Schwab (2019, s.p.):

[...] a quarta revolução industrial, no entanto, não diz respeito


apenas a sistemas e máquinas inteligentes e conectadas. Seu
escopo é muito mais amplo. Ondas de novas descobertas
ocorrem simultaneamente em áreas que vão desde o
sequenciamento genético até a nanotecnologia, das energias
renováveis à computação quântica. O que torna a quarta
revolução industrial fundamentalmente diferente das anteriores
é a fusão dessas tecnologias e a interação entre os domínios
físicos, digitais e biológicos.

“Indústria 4.0: as oportunidades de negócio de uma


revolução que está em curso”.

“Após cerca de 200 anos, chegamos à era da Indústria 4.0, a


4ª Revolução Industrial, marcada pela completa descentralização
do controle dos processos produtivos e uma proliferação de
dispositivos inteligentes interconectados, ao longo de toda a
cadeia de produção e logística, como explica o Empreendedor
Endeavor José Rizzo neste artigo”.

94
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

GRILLETTI, Laís. Indústria 4.0: as oportunidades de negócio


de uma revolução que está em curso. In: ENDEAVADOR, 2017.
Disponível em: https://endeavor.org.br/tecnologia/industria-4-0-
oportunidades-de-negocio-de-uma-revolucao-que-esta-em-curso/.
Acesso em: 18 out. 2020.

Nanotecnologia é a tecnologia de manipulação de átomos


e moléculas. Esta ciência se dedica ao estudo e criação de novos
materiais, produtos e processos através da reestruturação atômica.

FONTE: <https://www.significados.com.br/nanotecnologia>. Acesso em: 29 set. 2020.

Para saber mais sobre Nanotecnologia, assista ao vídeo do


canal Nerdologia, de Átila Iamarino, disponível em https://youtu.be/
aihmaB2Xgxo.

95
Tendências e inovaçÕes

Esperamos que você tenha entendido o conceito, as transformações que


muitas indústrias já tiveram e que muitas ainda terão que enfrentar, mesmo
não sendo um processo tão simples, mas necessário para que mantenham sua
competitividade nesse novo mundo 4.0. Essa nova realidade já é observada
em muitos setores da sociedade, e os países que se engajam nesta inovação
prometem inúmeros benefícios a sua nação, causando um grande impacto na
qualidade de vida.

A seguir, indicamos a leitura de um livro para que você interaja


ainda mais com todas as mudanças que ocorreram desde a primeira
revolução industrial. Boa leitura!

LEMOS, Ailton. Revolução 4.0: sua profissão irá desaparecer?


São Paulo: Scortecci, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3l4eMnA.
Acesso em: 29 set. 2020.

Para saber mais sobre esta empresa de consultoria empresarial,


acesse o site da Boston Consulting Group (BCG): https://www.bcg.
com/pt-br/.

Atividades de Estudo:

1) Segundo Amaral (2016, p. 12), “A revolução industrial foi um


período da história da _______________ cujos avanços
__________________ e de processos trouxeram mudanças
significativas para a _________________ [...]”.

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da


citação:

a) ( ) sociedade/humanidade/tecnológicos/.
b) ( ) humanidade/sociedade/tecnológicos.
c) ( ) humanidade/tecnológicos/sociedade.
d) ( ) humanidade/sociedade/ tecnológicos.

96
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

Já é de seu conhecimento, por meio do conteúdo estudado até o momento,


que todos esses avanços só foram e são possíveis graças ao desenvolvimento e às
inovações tecnológicas. Agora, você conhecerá, de acordo com Boston Consulting
Group (BCG), os nove pilares tecnológicos da indústria que impulsionaram todo
este processo. Saiba que o BCG é uma empresa de consultoria empresarial,
fundada nos Estados Unidos, em 1963.

Atenção, neste momento, vamos falar de forma resumida sobre os pilares,


pois este assunto será recorrente quando formos dialogar sobre tecnologias
emergentes e exponenciais. Então, vamos lá!

• Nove pilares da Indústria 4.0

1- A Internet das coisas ou Internet of things (IoT) é uma inovação tecnológica


que otimiza os sistemas de comunicação com pouca ou nenhuma necessidade de
observação humana. Por exemplo, um hotel consegue computar a quantidade de
quantas garrafas de água existem no frigobar, de cada quarto, ao mesmo tempo
consegue calcular o valor a ser cobrado no checkout com base no consumo
particular. Essa inovação conecta itens usados no dia a dia na rede mundial de
computadores. Você já notou como cada vez mais surgem eletrodomésticos, meios
de transportes, até mesmo objetos de uso pessoal, como nosso tênis, conectados
à internet, computadores e smartphones? Essa é a ideia desta inovação, cada vez
mais o mundo físico e o digital se tornarão um só, fazendo com que todos nós
tenhamos uma conexão com a internet de muitas maneiras, otimizando nossa
limitação de tempo e nossa rotina. Segundo Kagermann, Wahlster e Helbig (2013),
foi a IoT que deu início à quarta revolução industrial. As indústrias a utilizam em
várias aplicações, como por exemplo, na construção de cidades e nos setores de
transporte e saúde. A internet das coisas é uma constante, cada vez mais explorada,
e com certeza faz e fará parte do nosso cotidiano.

2- A computação nas nuvens ou Cloud Computing é uma poderosa inovação


tecnológica que permite às empresas armazenarem dados digitais em um
servidor independente, ou seja, ela permite a distribuição dos seus serviços de
computação e acesso on-line a eles sem a necessidade de instalar programas. Os
serviços podem ser acessados de maneira remota, em qualquer lugar do mundo
e qualquer hora, possibilitando também a redução dos custos operacionais para a
empresa e execução de projetos com maior eficiência. A computação em nuvem
é uma grande mudança da forma tradicional de pensamento adotada pelas
empresas sobre os recursos de TI.

3- A realidade aumentada ou RA surgiu para revolucionar a maneira como os


homens interagem com as máquinas, nos permitindo ver o mundo real através de
objetos virtuais. A RA aumenta a produtividade da maioria das atividades dentro

97
Tendências e inovaçÕes

das indústrias, tornando seus processos mais inteligentes, como por exemplo,
facilita as atividades no controle de qualidade na gestão de riscos, no design de
produtos e na sua logística. Veja também, quando fazemos uma compra virtual, a
RA nos garante uma boa impressão do produto ou serviço comprado, garantindo
nossa segurança ao tomar uma decisão nesse envolvimento com a empresa.
As amostras virtuais de produtos ou serviços, através da realidade virtual são
catalisadoras de grandes negócios, garantindo a fidelização da empresa com
seus clientes.

4- A Big Data é uma das inovações mais importantes da era de digital,


assim como o data-driven. A tecnologia associada a essas inovações gera uma
estrutura inteligente de coleta, categorização e manipulação de dados, otimizando
a produção, possibilitando menos gasto de energia, gerando um domínio
diferenciado de mercado para a empresa. “Em um contexto de indústria 4.0, a
coleta e a avaliação abrangente de dados de várias fontes diferentes em tempo
hábil vai se tornar procedimento padrão para apoiar a tomada de decisões em
tempo real” (RÜßMANN et al., 2015 apud ALBERTIN et al., 2017, s.p.).

5- Os robôs autônomos têm sido um dos recursos mais importantes utilizados


pelas empresas, além de interativos, não precisam ser motivados, não necessitam
de descanso, nem de alimentação e, sobretudo, são facilmente programados
para qualquer função. O diferencial dos robôs ou cobots nas indústrias 4.0 é
que se tornaram mais colaborativos, flexíveis e autônomos dos que já usados
anteriormente, realizando tarefas independentes da ajuda humana. A inteligência
artificial, a robótica, são as maiores evidências que estamos vivendo tudo em que
acreditávamos existir somente nos filmes de ficção científica.

6- A simulação é mais uma das bases para a realidade das indústrias 4.0,
sendo uma metodologia para as resoluções de problemas, proporcionando uma
visão do mundo físico construída do ambiente virtual. Ela garante uma tomada de
decisão assertiva, antes que investimentos caros e demorados sejam realizados,
otimizando os recursos empresariais. Para que você entenda de maneira clara,
a simulação, por exemplo, permite que os operadores testem a máquina para
um determinado produto no mundo virtual, antes que ocorra o processo físico,
reduzindo o tempo com maior qualidade do serviço no mundo real.

7- A manufatura aditiva é usada nas indústrias 4.0 para produzir produtos


personalizados em poucos lotes, com baixos custos. Segundo Coan (2016,
s.p.), “a manufatura aditiva permite entregar uma variedade de produtos, com
diferentes customizações, em diversos lugares, utilizando novas tecnologias
como a impressão 3D”. Como exemplo, citamos as solas dos novos tênis da New
Balance, impressas pela própria empresa.

98
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

8- O cybersecurity, mais um dos pilares da indústria 4.0, é uma proteção,


cybersegurança para os sistemas industriais e as linhas de fabricação contra
possíveis ataques cibernéticos. Você se lembra de que, em 2017, muitas
empresas sofreram um ataque cibernético? Segundo Perlroth e Sanger (2017
apud OLIVEIRA, 2019), esse ataque nos computadores e servidores de muitas
empresas bloquearam todas as informações sem a capacidade de descriptografar,
e as empresas que não realizaram backup tiveram que realizar um pagamento
como resgate para ter seus dados de volta. Portanto, imagine você o que seria das
indústrias sem a cybersegurança? Segundo Rubmann et al. (2015, p. 6), “Dentro
desse contexto, comunicações confiáveis e seguras, bem como identidades
sofisticadas e gestão de acesso de máquinas e usuários serão essenciais”.

9- Chegamos ao último pilar das indústrias 4.0, a integração horizontal


e vertical de Sistemas e Software. Segundo Rubmann et al. (2015), a maioria
das cadeias de informação das indústrias não são totalmente integradas, o
que vem mudando nas indústrias 4.0, em que os recursos se tornam mais
associados, possibilitando uma cadeia de valor mais automatizada. Ou seja,
com uma integração nos sistemas de TI, as empresas, os fornecedores e os
clientes estarão ligados, as indústrias tomarão decisões em tempo real já que
todas as suas áreas estarão conectadas, possibilitando uma melhoria contínua
em todo seu processo de produção, não perdendo seu espaço no mercado.
Para seu conhecimento, a integração horizontal é uma linha que conecta toda
a cadeia de suprimentos dentro da indústria, facilitando possíveis inovações, já
que os gestores têm acesso até mesmo às informações do chão da fábrica. Já a
integração vertical é uma pirâmide, um complemento da integração horizontal, em
que informações de forma hierárquica, desde o chão de fábrica aos gestores são
capturadas e transformadas em relatórios, processos e sistemas para a melhoria
de todo processo industrial.

Uma cadeia de suprimentos ou supply chain é um sistema


de organização de pessoas, dos serviços e recursos envolvidos
na atividade de transportar produtos ou serviços dos fornecedores
aos clientes. A logística é uma das etapas dessa cadeia, focando
no armazenamento e transporte dos produtos, já a cadeia é
responsável por todas as questões operacionais. Disponível em:
https://meusucesso.com/artigos/logistica/o-que-e-cadeia-de-
suprimentos-322/. Acesso em: 20 set. 2020.

99
Tendências e inovaçÕes

A seguir, temos duas dicas de leitura para que você conheça um


pouco mais sobre os nove pilares da indústria 4.0 ou mundo 4.0. Boa
leitura!

Conheça os pilares da indústria 4.0, acesse https://www.esss.


co/blog/os-pilares-da-industria-4-0/.

Quais são os nove pilares da indústria 4.0? Disponível em http://


www.blsistemas.com.br/quais-sao-os-nove-pilares-da-industria-4-0/.

Esperamos que você tenha se conectado ao novo mundo das indústrias


4.0, em que todas essas mudanças que vêm ocorrendo são um marco industrial,
graças às inovações tecnológicas nos campos da automação, controle e tecnologia
da informação. Não haveria possibilidade de, em pleno século XXI, as indústrias
não evoluírem seus meios de produção diante dessa revolução tecnológica que
estamos vivendo.

Atividades de Estudo:

1) Sobre os pilares da indústria 4.0, associe a primeira coluna de acordo


com a segunda:

Coluna I Associação Coluna II


1- Internet das ( ) Uma das inovações mais importantes da era de digital, assim
coisas como o data-driven.
2- Realidade ( ) Otimiza os sistemas de comunicação com pouca ou nenhuma
aumentada necessidade de observação humana.
3- Big Data ( ) Nos permite ver o mundo real por meio de objetos virtuais.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) 3, 1, 2.
b) ( ) 2, 1, 3.
c) ( ) 3, 2, 1.
d) ( ) 2, 3, 1.

100
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

3 TECNOLOGIAS EMERGENTES E
EXPONENCIAIS
Antes de iniciarmos este assunto, o que vem a sua cabeça quando falamos
emergentes e exponenciais? Primeiramente, vamos entender estes dois termos
em relação ao dicionário, assim ficará mais claro o entendimento sobre este
nosso próximo conteúdo. De acordo com o dicionário on-line da língua portuguesa
(DICIO, 2020), a definição para a terminologia emergente é um adjetivo e um
substantivo de dois gêneros que significa algo que está em desenvolvimento, em
ascensão, sendo sinônimo de resultante, procedente. Já o termo exponencial é
um adjetivo, que em relação ao nosso estudo significa elevar algo a uma potência.

Não seria nada novo falarmos aqui que estamos vivendo uma nova era, com
mudanças cada vez mais rápidas e novidades que jamais esperávamos existir,
não é mesmo? Pois bem, essa revolução tecnológica se deve ao fato de que a
tecnologia que há tempos ocorria de forma linear, está evoluindo em um ritmo
acelerado, além das grandes inovações e invenções que surgem a cada instante
diante dos nossos olhos e que prometem cada vez mais mudar a forma como
vivemos nosso dia a dia, além do mundo dos negócios. Você está preparado para
se adaptar às mudanças que ainda virão e mudarão constantemente a forma como
trabalhamos, consumimos, aprendemos e como empreendemos? Parece uma
realidade distante, mas se você analisar como nossa vida e tudo que nos cerca já
não é mais como alguns anos atrás, você certamente entenderá o que ainda nos
espera diante de tantos avanços tecnológicos. O que achávamos ficção, agora é a
realidade. Seja bem-vindo ao mundo das tecnologias emergentes e exponenciais!
Acredite, ainda teremos muita coisa sobre tecnologia para acontecer e ser
inovada. Segundo Taurion (2015, s.p.):

[...] em um futuro próximo, contemplaremos um mundo em


que máquinas e humanos serão colegas de trabalho e,
possivelmente, ainda mais dependentes um do outro. Vários
exemplos são citados. Entre eles, o de que, até 2018, as
empresas digitais vão demandar metade dos trabalhadores em
processos de negócio e 500% mais funcionários nas empresas
digitais, em comparação aos modelos tradicionais.

Para um melhor entendimento, tecnologias emergentes são aquelas com


grande potencial para transformar um ambiente após algum tempo de sua aplica-
ção, mas que ainda não se consolidaram totalmente. Por exemplo, uma nova fer-
ramenta tecnológica é aplicada dentro de uma indústria, onde ela poderá levar de
cinco a dez anos para que os seus resultados gerem mudanças na forma como
essa indústria atua no mercado, seja pelo fato de ainda não estar totalmente esta-
belecida ou não explorada o suficiente. Essas tecnologias são tecnologias emer-

101
Tendências e inovaçÕes

gentes, ou seja, inovações impactantes, com grande potencial de crescimento, já


sendo utilizadas na prática, mas que ainda seus resultados não estão totalmente
consolidados.

As tecnologias emergentes são uma promessa de que mudaremos constan-


temente nossa maneira de viver e, no caso das indústrias, elas mudarão a forma
de trabalho, mesmo que já estejam mudando, a tendência nos investimentos das
novas tecnologias será cada vez maior nos próximos anos. Elas causarão um
grande impacto no setor industrial, não só quanto à automação, mas nas empre-
sas como um todo e, consequentemente, viveremos uma nova era em todos os
sentidos da nossa vida. Estamos vivendo uma grande revolução industrial, graças
às tecnologias emergentes que já se fazem presentes e que num futuro próximo
abalarão todos os pilares da sociedade.

Antes de falarmos das tecnologias exponenciais, gostaríamos que você com-


preendesse o que é o crescimento exponencial. Citaremos um exemplo subjetivo.
Imagine um produto X que durante três meses teve seu crescimento de vendas
no mercado da seguinte forma: do primeiro mês para o segundo teve 100% em
sua base. Já do segundo mês para o terceiro, sua base de vendas caiu para 50%
e assim por diante nas próximas vendas, sua queda foi constante. Agora, imagine
um outro produto Y que a cada mês terá sua base de vendas crescente, seja du-
plicada, triplicada, quadriplicada mensalmente. Este produto Y é o que chamamos
de crescimento exponencial, ou seja, é um produto que tem seu ciclo de cresci-
mento rápido e multiplicado.

Assim, ficará mais fácil para você entender que as tecnologias exponenciais
têm como base um crescimento exponencial acelerado, ou seja, as inovações
tecnológicas desta nova era digital estão evoluindo muito mais rápido, deixando
de ter um perfil linear e lento. Compreenda, com base em Costa (2018), que as
tecnologias exponenciais usam as últimas tecnologias disponíveis, criando a partir
destas, novas tecnologias, que terão como resultado um grande salto evolutivo
e um crescimento acelerado em relação à tecnologia que ela inovou. Segundo
Desideri (2017), estamos vivendo em uma nova revolução tecnológica, pois a tec-
nologia deixa de ser linear para ser exponencial.

Conforme Costa (2018), analise os exemplos a seguir. Você conseguirá en-


tender um pouco mais a diferença de uma tecnologia linear em relação à tecnolo-
gia exponencial.

Exemplo 1:
A Netflix, em 1997, começou seus negócios sendo uma locadora de vídeos
pela internet, mas em 2007 resolveu inovar, mudando seu modelo para streaming,
ou seja, começamos a ter seu acesso também pela internet, de qualquer lugar,

102
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

com mais comodidade e sem a necessidade de baixar conteúdo. Com isso, ela
conseguiu bater recorde de assinantes, com um menor custo para os usuários
e se valorizou no mercado. Já a maior rede de locadoras de vídeo do mundo,
Blockbuster, que manteve seu modelo de negócio de forma linear, mesmo com a
capacidade de expandir, decretou falência anteriormente ao surgimento da Netflix.
Pense bem, a Netflix conseguiu expandir com muito mais velocidade e com baixo
custo, seguindo uma curva exponencial, enquanto a Blockbuster, por seguir um
modelo lento, mesmo tendo a possibilidade de inovar em todos os aspectos, per-
deu seu lugar no mercado, deixando de existir.

Exemplo 2:
Um outro grande exemplo é a Kodak. Você se lembra do caso da Kodak?
Pois bem, por justamente seguir este padrão de pensamento linear, na década de
90, a Kodak inventou a câmera digital e por receio não quis investir e prejudicar
seu crescimento no mercado dos filmes fotográficos. Com medo de concorrer com
ela mesma, a Kodak decretou sua falência em 2012. Imagine que loucura? Com
isso, nosso tão acessado Instagram levou a melhor, inovando com apenas 13 co-
laboradores, o conceito de fotografia digital e foi comprado pelo Facebook. Você
saberia responder o porquê de tudo isso? Sim, o pensamento exponencial destes
13 colaboradores foi fundamental para tamanho sucesso.

Exemplo 3:
Fechando com mais um exemplo para você, não poderíamos esquecer de
mencionar o serviço da Uber, uma organização exponencial que ganhou força
total, mesmo tendo resistência no início. Tudo isso se deu pelo pensamento ex-
ponencial, utilizando uma plataforma digital, em que por meio de um aplicativo
em nosso celular, nos deslocamos de maneira segura, com mais comodidade e
por um valor bem menor se compararmos aos serviços dos táxis, ganhando seu
espaço no mercado de maneira acelerada. Não pense que esta forma de pensa-
mento exponencial é tão simples assim, isso requer muita dedicação, conheci-
mento, estudo, treino, determinação, entre outros fatores.

Pensamento exponencial, capacidade de desenvolver habilidades criativas e


inovadoras e tecnologias exponenciais são, com certeza, a chave para o sucesso
no mundo 4.0. As tecnologias exponenciais, com este seu desenvolvimento ace-
lerado e com potencial para mudar a vida de todos nós, seja por meio da criação
de novas indústrias ou na mudança do modelo de negócio de alguma já existente,
já tinha sido prevista e hoje temos a confirmação desta previsão, em 1965, pelo
engenheiro Gordon Moore. A Lei de Moore realmente confirmou as novas tec-
nologias digitais, já que são inovações das tecnologias já existentes, causando
verdadeiros saltos evolutivos e capazes de gerar soluções em ritmo acelerado
de muitos obstáculos que ainda não tinham solução. Gordon Moore estava certo
quanto ao poder multiplicador das tecnologias emergentes.

103
Tendências e inovaçÕes

Ainda dando continuidade às tecnologias exponenciais, gostaríamos que


você conhecesse os conceitos de Peter Diamandis.

Peter Diamandis foi um dos fundadores e diretor da Singularity


Universaty, uma universidade formadora de líderes capacitados para
criar soluções para os problemas que causam impacto mundial. Em
seu livro Abundância - o futuro é melhor do que você imagina, este
grande empreendedor elaborou um conceito que define as caracte-
rísticas das tecnologias exponenciais, chamado de 6Ds das tecnolo-
gias exponenciais, nos permitindo entender os seis passos que são
percorridos para avançar em um novo mercado.

Antes de discorremos sobre os 6Ds, vamos conceituar a tecnologia exponen-


cial. Para Serrate (2017 apud DIAMANDIS, 2017, s.p.):

[...] a capacidade de impactar milhões de pessoas nunca este-


ve ao alcance de tanta gente. Todo mundo, com uma conexão
de internet e uma dose de conhecimento sobre como funcio-
nam as tecnologias exponenciais, pode produzir e consumir
conteúdos, produtos e serviços de uma forma impossível a
qualquer geração anterior.

Para Diamandis (apud SERRATE, 2017), cada D é um atributo da tecnologia


exponencial. Na sequência, para um melhor entendimento do conceito, apresen-
tamos os 6Ds das tecnologias exponenciais:

1. Digitalização: enquanto as demais tecnologias existem apenas no meio


físico, a exponencial é digitalizada, como por exemplo, as fotografias.
2. Decepção: de início, quando uma tecnologia se torna digitalizada, pare-
ce que ela não está evoluindo como o esperado, o que não é verdade.
Seu crescimento apesar de pequeno e imperceptível, na realidade está
dobrando. Pense nesta sequência: 0,01- 0,02- 0,03 e assim por diante. A
nossa impressão é de um pequeno crescimento dos números, porém a
realidade neste caso é outra.
3. Disrupção: neste passo, a nova tecnologia exponencial abala um mer-
cado que já se encontrava consolidado, podendo este deixar até mes-
mo de existir. Pense no caso da Kodak e da Netflix que relatamos ante-
riormente. Aqui, os números de crescimento desta nova tecnologia são
disparados, chamando muita atenção e com a capacidade de criar um
mercado inteiramente novo.

104
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

De acordo com Peter Diamandis (apud SERRATE, 2017), estes três primeiros
Ds mudaram nosso mundo, mas os três Ds que citaremos a seguir possuem uma
maior influência na exponencialidade das tecnologias. Confira:

4. Desmonetização: aqui é quando podemos ter acesso a uma tecnologia


sem precisar pagar o seu uso ou os serviços vão reduzindo seus custos,
já que as tecnologias se tornam mais baratas. Como exemplos, citamos
os aplicativos do Google: o Skype, que desmonetizou as chamadas a
longas distâncias, o Linkedin, que desmonetizou os cadernos de empre-
gos de jornais, entre outros.
5. Desmaterialização: pense bem, seu Smartphone é um dispositivo capaz
de carregar inúmeras funções em um único aparelho, através de vários
aplicativos instalados. Com ele, além de você ter um telefone, você tem
um GPS, uma câmera digital, uma lanterna, uma bússola, entre todas
outras funções que você conhece. Isso é a desmaterialização, em que a
digitalização supera a necessidade de termos um aparelho somente com
uma única função.
6. Democratização: acessibilidade, esta é a palavra! Graças à democrati-
zação, hoje, os benefícios de muitas tecnologias são acessíveis a várias
pessoas, independentemente de suas condições sociais. Voltamos ao
Smartphone, hoje, temos aparelhos bem mais baratos, com várias fun-
ções, facilitando o poder de compra do consumidor.

Com este estudo que tivemos até aqui, você já é capaz de compreender o
que ainda nos aguarda e quantas coisas ainda veremos e viveremos com as tec-
nologias emergentes e exponenciais. Citaremos a seguir, algumas das principais
tendências dessas tecnologias no mundo 4.0 que em poucos anos estarão de
fato consolidadas e seu conhecimento e domínio em relação a elas será a chave
de sua sobrevivência em um mundo cada vez mais digital. Você quer fazer parte
desta transformação? Então, mãos à obra!

Atividades de Estudo:

1) Assinale a alternativa que melhor define o D de Digitalização da


tecnologia exponencial:

a) ( ) Quando uma tecnologia se torna digitalizada, parece que ela


não está evoluindo como o esperado, o que não é verdade.
b) ( ) Quando podemos ter acesso a uma tecnologia sem precisar
pagar o seu uso ou os serviços vão reduzindo seus custos, já que
as tecnologias se tornam mais baratas.

105
Tendências e inovaçÕes

c) ( ) Enquanto as demais tecnologias existem apenas no meio


físico, a exponencial é digitalizada.
d) ( ) A nova tecnologia exponencial abala um mercado que já se
encontrava consolidado, podendo este deixar até mesmo de
existir.

3.1 PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DAS


TECNOLOGIAS EMERGENCIAIS E
EXPONENCIAIS
Inteligência artificial (IA)

Segundo Rich (apud COSTA, 1991, p. 52), ”Inteligência artificial é o estudo


de como fazer computadores realizarem tarefas para as quais, até o momento,
o homem faz melhor”. Sem dúvidas esta definição fica fácil para você entender
qual é o propósito da IA, não é mesmo? Pense bem, as máquinas estão cada
vez mais evoluindo para pensarem e agirem como os homens e serão capazes
de tomar decisões de forma racional em muitas situações. Para reforçar, vamos
conceituar neste tema, e segundo Ciriaco (2008, s.p.), a IA como sendo o “[...]
ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que
simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver
problemas, enfim, a capacidade de ser inteligente”.

Hoje, a IA já tem muitas aplicações em muitas empresas contribuindo em


suas atividades, produtividade e aprimoramento no mercado. Muitos desses
softwares já estão em nossas mãos, como o Google, Youtube, aplicativos de
fotos, Spotify, Netflix, Facebook, Amazon e em pouco tempo veremos os carros
autônomos circularem pelas ruas. Será que ainda perderemos muito de nossos
empregos para as máquinas? Será que os robôs serão capazes de realizar tarefas
melhores que nós, humanos? Não nos parece mais tão assustador este fato, com
tanta evolução tecnológica que já convivemos e que estamos aguardando.

Mais um detalhe para você ter conhecimento. Saiba que Machine Learning
não é sinônimo de inteligência artificial, como muitos pensam. A machine learning
(aprendizado de máquinas) é uma parte da IA, em que é capaz de acessar
um grande volume de dados e aprender com eles de forma automática, sem
a interferência humana. A IA vai muito além disso, ela inclui tecnologias, como
por exemplo, o processamento de linguagem natural, com o objetivo de atingir o

106
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

raciocínio e o modo de agir similarmente a nós, humanos. Não é fantástico tudo


isso? A inteligência artificial é a maior evidência de que estamos vivendo tudo em
que acreditávamos existir somente nos filmes de ficção científica.

Internet das coisas (IoT)

Segundo Santos (2019, p. 16), é “qualquer dispositivo que possa ser


incorporado com eletrônicos, softwares, sensores para se comunicar com outro
dispositivo [...]”. Assim, podemos definir a internet das coisas com o sendo, por
exemplo:

[...] uma pessoa com um implante de monitor cardíaco, um ani-


mal de fazenda com um transponder de biochip, um automóvel
que tenha sensores embutidos para alertar o motorista quando
a pressão estiver baixa – ou qualquer outro objeto criado pelo
homem que pode ser atribuído a um endereço IP e forneci-
do com a capacidade de transferir dados através de uma rede
(SANTOS, 2019, p. 16-17).

De maneira mais clara ainda, a internet das coisas nada mais é que a
conexão de vários itens que usamos no dia a dia, a rede mundial de computadores,
tornando os mundos físico e digital um só mundo. Pense nos eletrodomésticos,
em muitos vestuários, em muitos meios de transportes que já temos conectados
à internet e outros dispositivos. A Ford e Intel estão desenvolvendo um protótipo,
que quando entrarmos no carro, uma câmera fará nosso reconhecimento facial e
receberemos muitas informações, até mesmo uma indicação de música. Não é
incrível? Tudo isso são aplicações da internet das coisas, uma conexão inteligente
que facilitará as atividades da nossa vida.

Blockhain

É uma espécie de banco de dados em que as negociações de Bitcoins (moeda


totalmente digital ou chamada criptomoeda) ficam gravadas, ou seja, todas as
transações ficam armazenadas, não se resumindo apenas nas negociações de
compra ou venda dessa ou de outras criptomoedas. Esta inovação tecnológica
permite que todos os seus usuários tenham acesso a este grande arquivo, ficando
tudo gravado para sempre neste sistema de registro coletivo, já que todas as
informações do Blockhain não ficam gravadas em apenas um computador, mas
são distribuídas entre diversos computadores ligados a ela. O Blockhain é a maior
inovação tecnológicas dos últimos tempos em relação à proteção de dados de
um sistema dinâmico. De maneira mais simples para você entender, usaremos
dinheiro digital (bitcoins), compraremos de forma mais rápida, segura, barata,
universal e sem fronteiras, através de uma tecnologia criptográfica (Blockhain) de
transações on-line, sem intermediários, e tudo isso controlado por pessoas que
não conhecemos, mas com a garantia confiável. Não é demais?

107
Tendências e inovaçÕes

Computação nas nuvens ou Cloud Computing

Quando falamos de computação nas nuvens, falamos do acesso de arquivos


e da execução de muitas tarefas através da internet, sem precisarmos instalar
vários aplicativos em nosso computador, pois os dados não ficam nele e sim em
uma rede. Lembre-se de que “não precisa instalar aplicativos no seu computador
para tudo, pois pode acessar diferentes serviços on-line para fazer o que precisa,
já que os dados não se encontram em um computador específico, mas sim em
uma rede” (AMOROSO, 2012, s.p.). Quando você realiza suas atividades on-
line através das ferramentas do seu computador e as salva, você terá acesso a
todos esses aplicativos em qualquer lugar e de qualquer computador. Consegue
entender por que seu computador estará nas nuvens? Você o terá em suas mãos,
mesmo que ele não esteja com você. Um exemplo é o Office.com, da Microsoft,
em que você tem acesso ao word, excel, power point, sem a necessidade de
instalar nenhum software no seu computador.

Big Data Analytics

Você consegue imaginar a quantidade de dados gerados em uma empresa?


As tomadas de decisões de uma empresa, obtendo êxito nas soluções
dos problemas, dependem do armazenamento e análise constante desses
aglomerados de dados. Do que depende o sucesso de uma empresa? Com
certeza, seria atender ao desejo de seus clientes, certo? Portanto, para que ela
atenda satisfatoriamente ao seu público, ela precisa ter uma análise completa
de dados tanto de dentro como de fora dela, e ainda tomar decisões rápidas,
garantindo sua competitividade no mercado. Aí entra o Big Data Analytics, uma
tecnologia que extrai, armazena e analisa este grande volume de dados, de várias
fontes, com várias interpretações, de forma clara e veloz, otimizando os serviços
e possibilitando um planejamento adequado para que as empresas criem suas
estratégias e saibam utilizá-las da melhor forma. Citamos mais uma vez, como
exemplo, a Netflix, através do uso desta tecnologia, ela consegue antecipar os
desejos de seus clientes, ofertando assim novos produtos.

Nanotecnologias

Você se lembra de quando mencionamos que a ciência e a tecnologia


caminham juntas? Pois bem, a nanotecnologia é a tecnologia e a ciência juntas
na busca da criação de novos materiais, produtos ou serviços de tamanhos
minúsculos, nanométricos. Com qual propósito? A criação destas minúsculas
inovações permitiria a manipulação de átomos e moléculas. Por exemplo, em
um tratamento de câncer seria possível atacar somente as células cancerígenas,
poupando as células sadias desse ataque. Ou também, tomaríamos um remédio
com a certeza de que seu efeito ocorresse no local necessário do nosso corpo,

108
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

evitando reações adversas em outros locais. Não seria demais? Embora ainda a
nanotecnologia tenha um longo caminho para alcançar estes e outros objetivos,
ela já se faz presente em muitas aplicações, não só em equipamentos médicos,
mas até mesmo em produtos que limpam materiais tóxicos, limpadores de piscina,
entre outros, prometendo grande mudanças para o futuro.

Realidade virtual e aumentada

Você considera que realidade virtual e aumentada seja a mesma coisa?


Segundo Varoni (2018, s.p.), “A principal diferença entres as duas realidades está
no objeto para o qual foram criadas. A realidade aumentada inclui componentes
que podem interagir com o que já existe. Já a realidade virtual cria seu próprio
ambiente, totalmente novo e independente do mundo real”.

Como citado, essas duas tecnologias são diferentes, mas podem ser
aplicadas em conjunto. A realidade virtual (RV) nada mais é que o mundo digital,
transformando virtualmente as imagens, os sons e até mesmo as sensações
táteis como se fossem reais ao nosso redor. Este ambiente virtual gerado pelo
computador é capaz de enganar os nossos sentidos, nos envolvendo em três
dimensões, em que a ilusão se torna real, sem a conexão com o físico. Não é
isso que sentimos em jogos de videogame ou em uma transmissão de um jogo a
360º? Isso é a realidade virtual!

Já a realidade aumentada (RA) é uma tecnologia aplicada no mundo real, o


ambiente realmente existe e nele vemos objetos sobrepostos, misturando assim
o mundo virtual com o mundo real. Você se lembra da febre dos Pokémon Go?
Raras pessoas não saíram pelas ruas a sua caça. Essa diversão se deu graças
à realidade aumentada. Por enquanto, essas duas tecnologias ainda continuam
sendo usadas mais para entretenimentos, mas prometem oferecer novas formas
de interação dos clientes com as empresas do mundo 4.0.

Manufatura aditiva

Você já ouviu falar das impressoras 3D? Não pense que elas surgiram agora.
Elas já são usadas desde a década de 1980, nas indústrias que fabricavam
aditivos e ainda trarão mais novidades para o mercado industrial. Segundo Marlon
(2015, p. 11), “O início das impressoras 3D aconteceu significativamente a partir
dos anos 80, onde diversas propostas e patentes foram feitas e um grande esforço
de pesquisa e desenvolvimento foi gasto para fazer com que as impressoras 3D
fossem o que elas representam no dia de hoje”.

A manufatura aditiva ou impressão 3D é uma tecnologia que vem


transformando cada vez mais como os objetos são produzidos. Como ocorre essa

109
Tendências e inovaçÕes

produção? Simplesmente, os objetos são desenhados no computador através de


uma geometria complexa e essa modelagem passa por um processo como se
fosse uma impressão comum, porém não utilizando tinta para esta impressão,
mas um pó, metal ou plástico, obtendo assim o objeto criado. Não é incrível
tudo isso? Algumas de suas aplicações com grande sucesso no mercado atual
são: a produção de próteses de baixo custo, como os braços biônicos e moldes
dentários; protótipos de carros, peças de avião; na didática das escolas, em que
o professor pode mostrar aos alunos de forma real o que ele está aprendendo,
entre outras grandes aplicações. Você já imaginou que células da nossa pele,
que serão usadas no tratamento de pacientes queimados e órgãos humanos, que
serão usados para transplante, poderão um dia ser impressos? Pois acredite,
chegaremos lá e muito mais.

Biotecnologia

Segundo Bruno (2014, p. 2):

[...] é uma área extremamente ampla, aplicada, que se utiliza


de conhecimentos de diferentes campos e resulta em uma
combinação de ciência e tecnologia [...] abrange processos
para obter ou modificar produtos para uso da saúde humana
ou animal; [...] desenvolver microrganismos para usos
específicos; aplicar as capacidades de microrganismos,
células cultivadas de animais ou vegetais ou parte deles na
indústria, na saúde e nos processos relativos ao meio ambiente
e ao desenvolvimento sustentável; modificar e desenvolver
novos processos industriais. [...] está intrinsicamente ligada à
inovação, e, por isso, descrita como “a ciência do futuro”.

Você deve saber que bio significa vida. Portanto, a biotecnologia explora os
processos celulares e biomoleculares com a finalidade de desenvolver tecnologias
e produtos que melhorem nossa vida e saúde. Mas saiba que, atualmente, a Biotec-
nologia tem avançado cada vez mais em outras áreas, como na criação de tecno-
logias sustentáveis para a preservação ambiental. A aplicação da biotecnologia no
setor industrial é muito promissora, teremos muitos benefícios para nossa qualidade
de vida, fertilizantes serão mais produtivos, combustíveis menos poluentes, entre
outras coisas e, principalmente, tudo se dá de forma sustentável. Já imaginou gran-
des males da humanidade serem erradicados, como o câncer, doenças genéticas
e até mesmo a AIDS? Não só na área de saúde teremos essa explosão, mas a
Biotecnologia, junto a outras tecnologias, nos trará grandes surpresas.

110
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

As tecnologias aqui apresentadas são algumas das várias que


estão mudando nossa forma de conviver, viver, aprender, ensinar,
trabalhar e nos relacionar. É importante que saibamos mais sobre
elas. A referência a seguir é uma indicação de livro para você
aprofundar seus conhecimentos. Boa leitura!

DAY, George S.; SHOEMAKER, Paul J. H.; GUNTHER, Robert


E. Gestão de tecnologias emergentes. Porto Alegre: Artmed Editora,
2010. Disponível parcialmente em: https://bit.ly/38e3Joj. Acesso em:
26 set. 2020.

Atividades de Estudo:

1) Assinale a alternativa que melhor define o conceito de Blockhain:

a) ( ) É uma espécie de negociação em que as dólar de Bitcoins


(moeda totalmente digital ou chamada criptomoeda) ficam
gravadas.
b) ( ) É uma espécie de dinheiro estrangeiro em que as negociações
de Bitcoins em banco de dados (moeda totalmente digital ou
chamada criptomoeda) ficam gravadas.
c) ( ) É uma espécie de criptomoeda em que as negociações de
Bitcoins (moeda totalmente digital) ficam gravadas em banco de
dados.
d) ( ) É uma espécie de banco de dados em que as negociações
de Bitcoins (moeda totalmente digital ou chamada criptomoeda)
ficam gravadas.

4 STARTUPS: O QUE APRENDER


COM ELAS?
Você sabe o que é uma startup? Segundo Ries (2012, p. 24), em seu livro A
Startup enxuta (Lean Startup), “uma Startup é uma instituição humana projetada
para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza”.

111
Tendências e inovaçÕes

Antes de discorrermos mais sobre o conceito de startup, gostaríamos que


você conhecesse um pouco sobre a importância de Eric Ries neste mundo das
Startups. Eric Ries é americano e fundou sua primeira Startup aos vintes anos,
ainda estudante, mas fracassou em pouco tempo. Você acha que ele parou por
aí? Não, para ele, este insucesso foi visto como uma forma de aprendizado e
sua nova visão empreendedora o fez seguir diferentes caminhos na gestão de
negócios, levando ao sucesso.

Além de fundador de várias Startups, Eric Ries ministra palestras e já


publicou diversos artigos sobre o assunto. Ries também escreveu o livro A Startup
enxuta, que foi publicado em várias línguas e consagrado no mundo empresarial.
Neste livro, ele ensina os métodos de gestão para negócios iniciantes, a fim de
que se tornem efetivos e lucrativos. Ries é um grande conselheiro para negócios
em nosso século, com toda sua experiência, especialmente em Startups, suas
ideias e seu famoso método baseado em tecnologias escaláveis são seguidos por
muitas empresas, além das Startups.

Leia mais sobre Eric Ries e as startups e fique por dentro dos
conselhos deste grande empreendedor. Boa reflexão! Acesse https://
glo.bo/3jWw0SE.

Uma outra definição que gostaríamos de compartilhar com você é a de Steve


Blank, um dos pioneiros no mundo das Startups e, segundo ele, “uma startup é
uma organização formada para buscar um modelo de negócios escalável, repetiti-
vo e lucrativo” (BLANK; HOROWITZ; RIES, 2015, s.p.). O que seria este negócio
escalável e repetitivo? Vamos entender.

Conforme Blank, Horowitz e Ries (2015), escalável seria conseguir produzir


um produto ou serviço, em grande escala, mesmo que a estrutura não cresça igual-
mente. Citamos aqui, como exemplo, o Uber e o Ifood, que obtiveram seus suces-
sos, mas não precisaram de uma equipe grande para isso. Já em relação ao ne-
gócio repetitivo, a ideia central se baseia em vender o mesmo produto para muitas
pessoas, não focando, portanto, em modelos customizáveis e personalizados.

Após estas duas importantes definições, vamos entender de forma clara e


objetiva o mundo das startups. Vamos lá!

112
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

Uma startup nada mais é que uma empresa em sua fase inicial, uma empresa
jovem, em que a sua ideia central e seu foco ainda não possuem a certeza de que
será algo rentável ou não. São pessoas que trabalham juntas nesse ideal, visando a
um crescimento rápido, com retornos promissores, mesmo que incertos. Este grupo
de pessoas ainda não sabe se terão a aceitação do público-alvo, se conseguirão
cair nas graças do mercado e se realmente terão algum faturamento. Embora as
startups não se limitem somente a negócios digitais, elas precisam ter ideias inova-
doras, para que não sejam mais uma empresa com modelo tradicional.

Você pode estar achando estranho ou mesmo desestimulante trabalhar nes-


te modelo de negócio, não é mesmo? Mas, acredite, não é. Um grande empreen-
dedor trabalha com hipóteses e justamente essa incerteza e esse desafio é que
garantem um grande empenho e estímulo por parte de todos da equipe. Empreen-
der, em nossos dias, virou moda, mas lembre-se de que não se cria uma startup
sem uma inovação, sem planejamento, somente porque você reuniu um grupo de
amigos em sua garagem e pronto. Para que de fato ela futuramente se consolide
como uma empresa do mercado, você terá que se empenhar muito.

Outro fator que gostaríamos que você entendesse é que nem todo negócio
inicial é considerado uma startup. Diferente do que muitas pessoas pensam e en-
tendem, as startups têm características próprias, que as diferem de negócios tra-
dicionais. Algumas características já mencionamos anteriormente, mas para que
reforce ainda mais seu entendimento, veja o perfil geral de uma verdadeira startup
com base em Blank, Horowitz e Ries (2015):

1- Modelo de negócio inovador: nas startups não se cria um plano de


negócio com estratégias minuciosas para se bater uma meta. Nelas são
criados modelos de negócios, em que o foco gira em torno do valor do
produto ou serviço, visando à rentabilidade. Cria-se algo inovador, aten-
dendo a uma necessidade do cliente de forma lucrativa.
2- Negócio repetível e escalável: são caraterísticas de grande importância
nas startups e quando não presentes, possivelmente, elas não terão seu
sucesso. Essas características da multiplicação de um mesmo produto,
de forma ilimitada, atingindo a um grande número de clientes são fatores
responsáveis pelo lucro obtido de forma rápida.
3- Cenário de incertezas: um empreendedor trabalhará com sua equipe
na total incerteza deste negócio. Justamente é essa característica que
faz com que as startups não sigam um modelo tradicional e o caminho
percorrido até que se consolide de fato como empresa é um desafio a
ser seguido, na incerteza se amanhã ela ainda estará de pé, pois se tra-
balha com tentativas e erros.
4- Identificação da dor de determinado público: assim surgem as inova-
ções de sucesso. Você analisa as necessidades das pessoas no dia a

113
Tendências e inovaçÕes

dia e tenta encontrar soluções que as favoreçam, criando seu modelo de


negócio.
5- Time formado por pessoas com diferentes habilidades: pessoas ca-
pacitadas e com conhecimento de diferentes áreas se completam. Lem-
bre-se de que sem uma equipe boa e preparada seu negócio não terá
sucesso.
6- Funcionar em qualquer lugar: as startups não necessitam ter uma gran-
de estrutura para seu funcionamento, possibilitando com isso um baixo
custo para a empresa. Elas se adaptam a qualquer lugar e muitas funcio-
nam em coworkings, que é um local com toda estrutura de um escritório
tradicional, compartilhado por pessoas e empresas que buscam trabalhar
e desenvolver seus negócios juntos, ou seja, de forma colaborativa.
7- Saber fazer o networking: o contato com outros empreendedores e ou-
tras empresas é fundamental para o crescimento das startups, onde todo
conselho recebido e indicações de clientes são essenciais para alcançar
a prosperidade.
8- Dedicação: você acha que é simples se engajar em um novo negócio? A
dedicação, muitas vezes exclusiva e constante por parte do empreende-
dor, é necessária para que seu negócio não fracasse. Além da dedicação,
a motivação mesmo diante de todos problemas que vão surgindo pelo ca-
minho são características imprescindíveis de um inovador de sucesso.

Um questionamento que muitas pessoas também fazem é que as startups


são somente empresas on-line na internet. Isto também não é real. Muitas utilizam
a internet por ser um meio mais barato e com maior facilidade de se propagar,
mas entenda que não são todas que necessariamente seguem este modelo.

Para saber mais sobre Startup, leia o artigo Startup: Definição,


Tipos, Exemplos e Dicas Para o Sucesso da SBCoaching, de 29 de
dezembro de 2018. Acesse https://www.sbcoaching.com.br/blog/
startup/.

Você deve estar pensando de onde surgiram as startups, quando tudo come-
çou, já que atualmente elas se multiplicaram e cada vez mais o seu modelo vem in-
fluenciando grandes empresas que desejam inovar todo o seu negócio de maneira
menos burocrática do mercado tradicional, sendo as startups o caminho com menor
custo para seu investimento inovador, além de sua dinâmica veloz e visionária.

114
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

Pois bem, segundo Edgar Vidigal de Andrade Reis (2018), em seu livro Star-
tups: análises de estruturas societárias e de investimento no Brasil, mesmo que
não se tenha a precisão correta do surgimento da primeira startup e que desde o
século XVII alguns economistas já utilizavam este termo, sabe-se que de certa
forma as primeiras surgiram na Califórnia, em uma região chamada Vale do Silí-
cio. No entanto, mesmo que existissem há décadas, elas se popularizaram em
1990, graças à internet, quando foram criadas as startups “ponto-com”, em que
muitas se alavancaram, como Amazon e Yahoo, e muitas não sobreviveram. E,
assim, elas vêm influenciando o crescimento empreendedor no mundo, com apoio
de grandes empresas, possibilitando a criação de novas startups.

Você deve estar curioso para saber como se cria uma startup, não é mesmo?
Portanto, fique atento e entenda os passos a serem seguidos.

Elas são criadas com o objetivo de crescerem rapidamente e se tornarem


atrativas em poucos anos, e muitas acabam sendo vendidas muito acima do va-
lor que foi investido. As startups são um modelo de negócio com um ciclo curto,
incerto e quando alcançam seus objetivos, tornam-se empresas consolidadas no
mercado, deixando de ser uma startup. Podemos dizer que elas estão na moda,
e as grandes inovações que surgem sem parar, mudam cada vez mais as nos-
sas vidas. Elas vieram com tudo, para mudar e revolucionar os negócios, acom-
panhando as exigências da nova economia, que procura profissionais rápidos,
conectados, atualizados, inovadores, entre outras habilidades e competências.
Saiba que o crescimento atual das startups se deve a este perfil que se encaixa
na nova economia, elas são mais ágeis, assumem mais riscos, possuem uma re-
lação mais próxima com o seu cliente e enfrentam sem medo o fracasso quando
comparadas às empresas que já estão consolidadas, mantendo muitas vezes seu
padrão lento, constante e burocrático.

Tudo se inicia com um espírito empreendedor, uma ideia inovadora. Lembre-


-se de que uma ideia inovadora não é algo que surge com a inspiração, ela surge
do seu poder de observar e avaliar as pessoas ao seu redor e captar o que falta
de necessário para que tenhamos uma vida com mais qualidade e praticidade.
Suponhamos que você tenha uma ideia promissora para um problema que ainda
não foi solucionado no mercado e deseja abrir sua startup. Para que sua ideia
gere lucro, ela deve virar ação e, para isso, o orientamos, conforme Ries (2012),
quais passos você deverá seguir. Fique atento!

1- Desenvolva um protótipo: crie um protótipo que será testado com uma


pequena parte do seu público-alvo, alcançando feedbacks necessários
para o resultado final. Esta primeira versão é chamada de MVP ou
mínimo produto viável. Não se esqueça de que sua equipe deve estar
engajada desde a fase inicial. Escolha colaboradores com pensamentos

115
Tendências e inovaçÕes

diferenciados e de várias áreas. Realizem um brainstorm (tempestade de


ideias). Este é um momento muito importante, essa atividade em grupo
possibilitará explorar todo o potencial criativo de cada membro para
desenvolver seu MVP. Aqui, vocês definirão todos os pontos necessários
antes que o produto ou serviço seja testado no mercado, como por
exemplo, o seu design, sua viabilidade econômica, a escolha precisa
do público-alvo e até mesmo a sua desejada escalabilidade. Chegada a
hora! Com tudo resolvido, com metas e estratégias já traçadas, coloque
seu MVP para o primeiro teste no mercado e boa sorte. Uma dica
importante é que esta fase de criação do protótipo, seu teste e melhorias
realizadas não deve durar muito tempo, já que sua startup pode correr o
risco de ficar defasada nesse mercado tão acelerado e competitivo.
2- Validar hipóteses de mercado: o que seria isso? De maneira clara,
nesta fase você irá testar todas as possíveis hipóteses em relação ao
que planejou, observando como está sendo o seu MVP no mercado e
também a realidade econômica. Crie vários planos de negócios para as
hipóteses válidas que você elencou neste período de teste e, com isso,
saberá o que funciona ou não para sua startup.
3- Buscar parceiros: sozinhos não chegamos a lugar nenhum, não é
mesmo? Crie parcerias, além de sua equipe. Pense bem, você não
precisará de fornecedores, transportadores, uma equipe de marketing,
sócios e muitos outros? Pois bem, saiba que sem a busca de parcerias
seu negócio não será viável.
4- Captar recursos: com certeza é o que muitos de nós pensamos e muitas
vezes achamos que nossas ideias ficarão no papel pela falta de recursos
próprios ou investidores. Saiba que mesmo este sendo um grande
desafio, existem muitas formas de captar recursos, caso você não possa
ser seu próprio investidor. A opção da sua escolha para captar esses
recursos dependerá da meta que você quer alcançar e das condições
que os investidores irão lhe apresentar. Escolha o investidor que se
adéque a sua startup, corra atrás dele e use técnicas para impressioná-
lo. A seguir, você conhecerá alguns tipos de investidores que a cada dia
crescem em número neste mercado revolucionário das startups.
5- Bootstrapping: é o autofinanciamento do próprio empreendedor ou dos
empreendedores, até que consigam um outro meio de investimento.
Investimento-anjo: uma pessoa física fará o investimento, aplicando em
startups que possuem grandes chances de retornos financeiros.
Capital semente ou seed: são investimentos realizados tanto por pessoas
físicas quanto jurídicas. Aqui, as startups já têm um produto ou serviço no
mercado, mas ainda não estouraram, recebendo, portanto, apoio destes
investidores no prosseguimento das suas operações.
6- Incubadoras: representam um modelo mais tradicional, em que empresas
dão apoio às primeiras etapas de vida de uma startup ou microempresa. A

116
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

incubadora é um espaço criado, onde este empreendedor receberá todo


apoio gerencial e técnico, além de parcerias e grandes oportunidades.
De maneira mais clara, as incubadoras manterão vivos os negócios que
apoiam. A maioria dessas incubadoras estão ligadas às universidades,
sendo como uma aula prática.
7- Aceleradoras: são as incubadoras modernas das empresas, com uma
metodologia mais complexa que as incubadoras tradicionais. O processo
de participação nas aceleradoras é aberto, onde as startups receberão
todo apoio necessário para seu desenvolvimento e as aceleradoras terão
uma participação acionária como troca.
8- Venture capital: o apoio aos negócios iniciantes se dá pela compra de
uma participação acionária, com o intuito de valorizar essas ações para
que, futuramente, sejam vendidas. Apesar de ser um capital de riscos,
nesses casos, os retornos futuros serão altos.
9- Venture Building: nesse tipo de investimento ocorre uma mesclagem de
incubadora, aceleradora e venture capital, sendo também fornecida toda
a estrutura que o empreendedor necessita para seu negócio. Aqui não se
investe somente para criar um produto ou serviço, mas o foco é a criação
de um grande negócio.

Para entender um pouco mais sobre a montagem de uma startup,


leia excertos do livro Startup: Análise de estruturas societárias e de
investimentos no Brasil, de Edgar Vidigal de Andrade Reis, disponível
em https://bit.ly/2JHkG0k.

Com a leitura deste livro, você entenderá um pouco mais os


passos de como montar uma startup, desde sua fase inicial até que
ela se consolide de fato como uma empresa no mercado. Boa leitura!

Atividades de Estudo:

1) Sobre os tipos de investidores “incubadoras e aceleradoras”, ana-


lise as sentenças a seguir e marque V para as verdadeiras e F
para as falsas:

( ) As incubadoras são as incubadoras modernas das empresas, com


uma metodologia mais complexa que as aceleradoras tradicionais.

117
Tendências e inovaçÕes

( ) As incubadoras representam um modelo mais tradicional, em que


empresas dão apoio às primeiras etapas de vida de uma startup
ou microempresa.
( ) As aceleradoras são as incubadoras modernas das empresas,
com uma metodologia mais complexa que as incubadoras tradi-
cionais.
( ) A aceleradora é um espaço criado, onde este empreendedor rece-
berá todo apoio gerencial e técnico, além de parcerias e grandes
oportunidades.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) ( ) F, V, V, F.
b) ( ) V, V, V, F.
c) ( ) F, V, V, V.
d) ( ) V, V, V, V.

No Brasil, temos a Associação Brasileira das Startups (ABSTARTUPS), que


é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2011 por empreendedores
para empreendedores, apoiando o empreendedorismo das startups, elevando sua
qualidade e competitividade no mercado. As startups se diferenciam de acordo
com o seu perfil e suas ofertas de serviços e produtos. A seguir, apresentamos os
tipos de startups e o que os diferenciam, segundo Blank, Horowitz e Ries (2015):

1- Small businnes: neste modelo, o empreendedor investe em seu negó-


cio com seu próprio capital. Aqui, ele não tem expectativas de grandes
crescimentos, visa somente a um meio para sua sobrevivência com um
pequeno comércio, participando mesmo assim da economia local. Exem-
plos clássicos seriam cabelereiros, barbeiros, uma loja virtual, uma agen-
te de viagem, entre outros.
2- Lifestyle: logicamente, você conhece alguém que montou algo somente
por realização pessoal, não é mesmo? Aqui se encaixam esses empre-
endedores que não visam ao dinheiro, mas visam colocar em prática seu
desejo e sua paixão. Essa é sua motivação, montar uma startup para
realizar seus sonhos. Quer um exemplo? Mathew Jones, um famoso
surfista, realizou seu sonho sendo professor de surf e criou aplicativos
para este esporte.
3- Large company startup: inovação!! Esse é o foco destas startups, criar
produtos que as façam únicas e não somente se aprimorar. Estas star-
tups são empresas grandes, autossuficientes, criam e seguem as novas

118
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

tendências garantindo sua competitividade no mercado. Podemos citar,


como exemplo, o Google e o Facebook.
4- Buyable startup: são startups criadas através de uma grande ideia,
porém precisam de investidores para se estruturarem e crescerem no
mercado. São inovadoras e pretendem ser vendidas no futuro, como por
exemplo, startups que criam aplicativos móveis de grande sucesso e
vendem sua inovação para uma grande empresa.
5- Social startup: starpus que visam ao bem-estar social e humano. São
empreendedores com ambição social e que querem fazer uma diferença
no mundo sem pensar no retorno financeiro, mas na comunidade que pre-
tendem ajudar. Exemplos são as instituições de caridade ou beneficentes.
6- Scalable: negócio milionário! Esse é o foco destas startups, almejam ser
gigantes. Elas vivem de capital de risco, precisam de investimentos para
seu crescimento e aguardam retornos financeiros muito altos. A equipe é
sempre muita capacitada, criam grandes estratégias e trabalham de forma
escalável. Citamos, neste caso, exemplos recentes, como o Uber e Airbnb.

Por curiosidade, você já ouviu a expressão Startups unicórnio?


Caso não tenha ouvido ou se já ouviu e não soube do que se tratava,
saiba que as startups unicórnios são aquelas que se superaram e são
avaliadas em bilhões de dólares antes mesmo de abrir seu capital
em bolsas de valores, ou seja, elas conseguem arrecadar este valor
antes de vender suas ações para o público. O nome unicórnio se
refere, na mitologia, a um grande feito. Consegue imaginar tudo isso?
Acesse o link a seguir e fique por dentro dos unicórnios brasileiros
e das promissoras startups que seguem este caminho: https://
acestartups.com.br/quais-sao-os-unicornios-brasileiros/. Boa leitura!

Além dos tipos citados, as startups também possuem três tipos de


classificação que gostaríamos que você ficasse por dentro. Esta classificação se
relaciona para quem a startup visa criar uma solução. Segundo Blank, Horowitz e
Ries (2015), são eles:

1- B2B (Business to business): nada mais, nada menos, que negócio


para negócio, ou seja, as startups entregam seus produtos e serviços di-
retamente a outras empresas. Elas são a maioria, além de serem as que
mais faturam no mercado.

119
Tendências e inovaçÕes

2- B2C (Business to consumer): negócio para consumidor! Neste caso,


as startups trabalham diretamente com o seu público, como por exemplo,
nas lojas de varejo. Aqui, elas precisam investir bastante no seu marke-
ting, garantindo seus clientes, além de estarem sempre ligadas nas no-
vas tendências do mercado.
3- B2B2C (Business to business consumer): as startups são criadas com
o intuito de serem intermediárias entre uma empresa e o consumidor.
Vamos a um exemplo para que você entenda com maior clareza. Gran-
des sites, chamados marketplace, são a ponte entre grandes empresas,
como a Walmart, e nós, consumidores finais. Realizamos nossas com-
pras, geralmente de maneira virtual, neste caso, e as recebemos através
dessas startups.

Esperamos que este conteúdo tenha esclarecido para você o mundo das
startups, neste novo mundo que estamos vivenciando, com um mercado cada
vez mais competitivo na busca de grandes inovadores. O mundo das startups
é desafiador, e muitas vezes divertido, esperamos que você tenha absorvido o
incentivo para começar a sua.

A seguir, com base nas ideias de Ries (2012), apresentamos mais algumas
dicas:

• Pense como você poderia resolver os problemas do nosso dia a dia com
a criação de algum produto ou serviço.
• Não confie somente nas suas ideias, você precisa de planejamento e
execução.
• Trabalhe duro, motivado, seja persistente e flexível nos seus objetivos.
As startups necessitam de muito empenho, compromisso e dedicação.
• Selecione a dedo sua equipe, grandes talentos geram grandes resultados.
• Não se esqueça! A questão é empreender e para isso você tem que estar
preparado para seguir um caminho desconhecido, deixar seu medo de
lado e enfrentar todos os problemas e erros que possam acontecer neste
caminho.
• Não desista, seja um empreendedor de sucesso e boa sorte!

Para refletir: citações de Eric Ries, no livro A Startup Enxuta (2012).


“Errar é um pré-requisito para aprender”.
“O único jeito de ganhar é aprender mais rápido que qualquer um”.

120
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

5 MENTES CRIATIVAS
Você com certeza deve se lembrar que no primeiro capítulo do nosso estudo
abordamos o conceito e a importância da criatividade no mundo atual. A partir
de agora, você conhecerá pessoas com grande capacidade criativa e inovadora,
que se destacaram no mundo e são consideradas mentes criativas e brilhantes.
Mas, antes disso, gostaríamos de enfatizar alguns conceitos em relação ao tema.
Vamos lá!

Primeiramente, vamos relembrar o é criatividade. Segundo o dicionário on-li-


ne, criatividade é um substantivo feminino que se relaciona à qualidade da pessoa
criativa, de quem tem capacidade, talento para criar, inventar ou fazer inovações
na área que atua; originalidade (DICIO, 2020). A criatividade é conceituada por
grandes autores com várias visões diferentes, sendo complexa sua definição. Ob-
serve algumas a seguir.

Segundo Piaget (1972-2001), a criatividade envolve dois problemas: o de


suas origens e o de seus processos, ou seja, de como a criatividade ocorre. Para
Piaget (1972-2001), o primeiro problema não tem uma definição concreta, pois
alguns indivíduos são mais criativos que os outros. Para Torrance (1976, p. 34),
criatividade é “o processo de perceber lacunas ou elementos faltantes perturbado-
res; formar ideias ou hipóteses a respeito deles; testar essas hipóteses; e comuni-
car os resultados, possivelmente modificando e retostando as hipóteses”.

Como mencionado, é muito difícil termos uma definição única para este ter-
mo, mas de forma resumida, criatividade é a capacidade de criar algo. Então, se
eu não crio, não sou criativo? Respondemos que não! Todos nós temos a capa-
cidade de criar e inovar, ela já é da natureza humana. Com certeza você conhe-
ce alguém que seja criativo, ou seja você mesmo, e que nos fascina pelas suas
criações. Mas saiba que mesmo que existam pessoas com esta habilidade mais
aflorada do que outras, todos nós temos esse poder, basta você desenvolver e
potencializar suas habilidades criativas.

Muitas vezes temos ideias e as desperdiçamos por acharmos que não são
ideias criativas, nem suficientes para agradar às pessoas que nos rodeiam, dei-
xando nossas vontades de lado. Grande erro de nós, humanos, por que pequenas
ideias muitas vezes se tornam grandes ideias, e boas ideias colocadas em prática
podem se tornar grandes inovações. Lembra da frase? Inspire criatividade e respire
inovação! Nesta quarta revolução que estamos vivendo, no Mundo 4.0, ser criativo
virou uma necessidade básica, ela é uma das principais habilidades exigidas no
mercado de trabalho, pois é fundamental ao movimento do novo capitalismo.

121
Tendências e inovaçÕes

Você já observou que certos profissionais capacitados, com grande QI, entre
outras características, não alcançam cargos a sua altura dentro de uma empre-
sa? Achamos estranho, principalmente quando um outro perfil de funcionário, com
diferentes habilidades, se destaca. Você já imagina a resposta, não é? Sim, as
habilidades criativas destes funcionários se destacam e por trás delas existem um
profissional cheio de coragem, vontade, persistência, dedicação e compromisso
com o seu sucesso. Nunca se esqueça de que a criatividade é fruto de muito
trabalho e ela pode ser desenvolvida em todos nós, basta você querer e acreditar
no seu potencial. Quem sabe aí, dentro de você, adormece uma mente criativa e
brilhante? A resposta só você e sua determinação saberão.

Leia Como funciona o cérebro das pessoas criativas. Acesse


https://www.bbc.com/portuguese/geral-43148020. Boa leitura.

Atividades de Estudo:

1) Segundo Torrance (1976, p. 34), criatividade é “o processo de


perceber ___________ ou elementos faltantes perturbadores;
formar __________ ou hipóteses a respeito deles; testar
essas__________; e comunicar os resultados, possivelmente
___________ e retostando as hipóteses”.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) ideias/lacunas/hipóteses/modificando.
b) ( ) lacunas/lacunas/modificando/hipóteses.
c) ( ) hipóteses/ideias/hipóteses/modificando.
d) ( ) lacunas/ideias/hipóteses/modificando.

A primeira dica já lhe foi dada, aperfeiçoe sua criatividade e acredite em


você. Agora, vamos falar sobre as mentes criativas? O que são mentes criativas
ou brilhantes?

122
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

Pois bem, de uma forma objetiva, e com base nos estudos de Dell´isola
(2009), podemos dizer que mentes criativas ou brilhantes são mentes ilimitadas,
capazes de ver muitas possibilidades onde a maioria não vê. Aí está o diferencial!
A maioria das pessoas bloqueia sua mente pela falta de confiança em si própria
e pelo comodismo de não querer abandonar sua zona de conforto, se tornando
inflexível. Podemos dizer que isso é um desperdício de muitos talentos que pode-
riam existir, e não só se baseando em possíveis talentos, é também um desper-
dício na vida pessoal e profissional de muitas pessoas, que poderiam ser, muitas
mais, realizadas e felizes.

Neste mundo acelerado, inconstante, cheio de transformações cotidianas,


onde as inovações não só tecnológicas, não param, querendo ou não precisamos
nos adaptar a ele, cada um a sua maneira, mas com exigências que até então
não precisávamos correr atrás. Com isso, separamos algumas características de
pessoas com mentes criativas e esperamos que você as coloque em prática. Com
base em Dell´isola (2009), são elas:

• Abertura para o inconsciente: nosso cérebro, grande responsável por


tudo que realizamos é formado por milhões de células, chamadas neurô-
nios, que emitem ondas cerebrais, as quais se alteram de acordo com
nosso nível de consciência. Quando estamos em um nível de consciên-
cia mais tranquilo, já notou que temos maior possibilidade de pensarmos
em ideias que durante a agitação não pensamos? Sim, neste nível de
quietude é que surgem os grandes insigths que podem resultar em gran-
des inovações.
• Base de conhecimento essencial: pessoas que interagem com vários
assuntos, com o ambiente que as rodeia, que são curiosas em relação a
diferentes áreas e não somente a sua, com certeza possuem uma capa-
cidade criativa muito maior do que as pessoas desinteressadas.
• Capacidade de análise e síntese: analisar e sintetizar uma possível
criação é fundamental para que você tome decisões criativas perante a
solução de problemas. Pessoas menos criativas tendem a agir impulsi-
vamente, sem realmente pensar em diferentes estratégias antes de solu-
cionar o problema de maneira adequada.
• Capacidade de perceber os problemas: pessoas com mentes criativas
têm grande percepção de problemas e desafios óbvios que estão dian-
te de si, diferente de mentes pouco criativas, além de perceberem com
grande facilidade as oportunidades que os cercam.
• Curiosidade: reforçando essa característica imprescindível, mentes
criativas são curiosas, se interessam por tudo que traz benefícios, es-
tão abertas para conhecer novos lugares, pessoas, vivenciam novas
situações, ao contrário de muitas que vivem dentro de uma rotina pre-
estabelecida.

123
Tendências e inovaçÕes

• Flexibilidade: você se adapta a diferentes situações facilmente? Faça


essa reflexão. Uma mente criativa não vê problema em mudar seu ra-
ciocínio diante de situações que exigem esta mudança. Mentes criativas
gostam de avaliar e testar várias situações, imaginam muitas alternati-
vas, fazem perguntas com diferentes possibilidades antes da real esco-
lha a ser seguida.
• Fluência: o que seria isso? Veja só, uma pessoa criativa tem o poder
de resolver problemas e criar novas formas de solução diante de situa-
ções que pessoas comuns e tradicionais não criariam. Um exemplo seria
quando descartamos muitos objetos que achamos mero lixo, outras pes-
soas utilizam este objeto e conseguem criar muitas outras coisas úteis
com ele. Sim, o criativo tem essa capacidade de enxergar muitas coisas
que, para a maioria, sua serventia é única.
• Habilidades de raciocinar por metáfora: você com certeza sabe o que
é uma metáfora. Quem nunca a usou quando nos comunicamos, não é
mesmo? Porém, as mentes criativas utilizam muito esta figura de lingua-
gem, já que ela permite, ou seja, facilita compreender uma ideia através
da comparação semelhante de uma outra ideia, sendo de grande utilida-
de no trabalho criativo.
• Motivação: mentes criativas não criam algo por obrigação, mas pelo de-
sejo, pelo entusiasmo e pela sua motivação em criar algo, independente-
mente das dificuldades que terão que enfrentar. Pessoas criativas se en-
volvem inteiramente em seu trabalho já que desejam sua total realização.
• Originalidade: ser original é não ser comum! Pessoas criativas jamais
vivem em situações de mesmices, criando novas alternativas através de
novas experiências e assim quebram paradigmas.
• Perseverança e concentração: mentes brilhantes não esperam que as
coisas caem do céu, elas correm atrás de seus objetivos a fim de con-
cretizar suas ideias. Não se abalam e nem se frustram facilmente, são
pessoas disciplinadas, concentradas, perseverantes e totalmente foca-
das no que desejam.

Esperamos que você tenha assimilado as caraterísticas que diferem pessoas


com mentes brilhantes e criativas. De forma resumida, e com base no que
apresentamos até o momento, deixamos mais algumas dicas sobre como você
poderá desenvolver suas habilidades criativas:

• Saia da sua zona de conforto.


• Aprenda algo novo todos os dias.
• Comunique-se.
• Seja curioso como se você ainda fosse uma criança.
• Esvazie sua mente, relaxe, pois assim você criará somente problemas.
• Seja corajoso, determinado e dedicado.

124
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

• Vivencie diferentes culturas, leia sobre diversos assuntos, interaja com o


mundo.
• Conecte a teoria com a prática.

Lembre-se de que você pode e é capaz de ser criativo, ter seu diferencial e
se realizar como pessoa e profissional. Para você se inspirar ainda mais, listamos
a seguir exemplos de mentes criativas e brilhantes, que fizeram história. São
grandes empreendedores referenciados em jornais, revistas, aulas, palestras, em
eventos diversos e citados por Dell´isola (2009). Esses profissionais, de forma
direta ou indireta, marcaram nossas vidas e são brilhantes e criativos.

Wall Disney: apaixonado pelo que fazia, não perdia sua motivação,
conquistando o maior império de entretenimento do mundo, a mágica e fascinante
Disney World. Imagine que sua primeira empresa foi à falência e por ser julgado
como pouco criativo já foi demitido. Dá para acreditar? Mas sua persistência e
determinação o tornou um dos maiores empreendedores do mundo.

Steve Jobs: quem não conhece Steve Jobs? Empresário, americano e


fundador da gigantesca Apple. Ele revolucionou o mundo das indústrias de
computação e de celulares. Quem nunca desejou ter um iphone de última
geração? Além da criação dos iphones, graças a Steve Jobs surgiram mais
inovações, como os Ipad e Ipod, entre outras. Ele não parou por aí. Empreendeu
também em outras grandes empresas, como a estúdio de animação Pixar e a
desenvolvedora de softwares Next. Infelizmente, Steve Jobs faleceu em 2011,
mas deixou grandes ensinamentos para empreendedores, como por exemplo,
criar inovações imaginando como o usuário se beneficiaria.

Guy Laliberté: criador do famoso Cirque du soleil. Canadense, partiu para a


Europa aos 18 anos de carona e foi se aventurar tocando acordeão nas ruas. A
arte nas ruas o aproximou de outros artistas e a sua vivência de aprendizados o
levou a criar a maior companhia circense do mundo. Isso não é demais?

J. K. Rowlin: a busca pela solução de como iria sustentar sozinha sua filha
fez com que o sucesso dessa escritora explodisse nos anos 90. “Harry Potter e
a Pedra filosofal”, esta grande obra que revolucionou a sua vida. Criou um dos
personagens mais famosos da literatura e do cinema dos últimos tempos, graças
aos desafios que enfrentou e não desistiu.

Larry Page: empresário americano, ele nada mais, nada menos revolucionou
as nossas buscas na internet, criando a tecnologia Google. Como todos os
inovadores de sucesso, não desistiu de realizar seu projeto, sendo uma das mais
valiosas marcas do mundo. E além disso, não precisamos nem mencionar o
alcance do sucesso de outras de suas criações, como YouTube, Gmail e Android.

125
Tendências e inovaçÕes

Bill Gates: o que falar de Bill Gates? Fundador da Microsoft, uma das
empresas mais importantes de software do planeta. Americano, abandonou a
faculdade e juntamente com um amigo fundou a Microsoft. Aos 26 anos já era
dono de um milhão de dólares, antes mesmo de lançar o Windows, alcançando
a segunda maior fortuna do mundo. Não poderíamos deixar de mencionar que
Bill Gates é um ativista, financiando e patrocinando várias ações em prol dos
direitos humanos.

Mark Zuckerberg: jovem e talentoso. Criador do nosso querido Facebook e


que ainda com sua dedicação comprou o Instagram e Whatsapp. Não é à toa que
sua história virou filme de muito sucesso.

Wilmot Reed Hasting: ele mudou a maneira como assistimos aos nossos
filmes e séries. Criador de uns dos projetos de entretenimento mais aceitos pelo
público, a Netflix, que a cada dia é mais presente na vida das pessoas pela sua
comodidade e praticidade.

Daniel Ek: um jovem empreendedor sueco que não desistiu de seus sonhos
de adolescente. Criador do Spotify, considerada uma das pessoas mais influentes
da indústria musical.

Paulo Lemann: um dos economistas e empresários na lista dos mais bem-


sucedidos do Brasil, dono, sócio e acionista de várias empresas, como a Ambev e
Burguer king. Além de sua fortuna, seu conhecimento sobre mercado empresarial
é indiscutível.

Sílvio Santos: precisamos falar dele? Conhecido popularmente pela sua


alegria, levando animação através das telas para todos nós. Começou do zero,
como vendedor ambulante e se tornou um dos maiores empresários brasileiros.
Dono de várias empresas, como o SBT e a Jequiti Cosméticos.

Luiza Helena Trajano: inovadora e pioneira na criação de lojas virtuais.


Fundadora do Magazine Luiza, se tornou uma das mais importantes empresárias
do comércio brasileiro.

Felipe Ramos Fioravante: empreendedor moderno, tornou-se líder brasileiro


no setor de delivery on-line com a criação do ifood, caindo nas nossas graças pela
facilidade nos pedidos de comida.

Antônio Luiz Seabra: empresário do ramo de cosméticos, criando a Natura.


Além do grande sucesso alcançado, ele é admirado pela sua consciência em
relação à preservação do meio ambiente na produção de seus produtos.

126
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

Rick Chesther: fechando com chave de ouro, um dos grandes exemplos que
inovar é possível sempre. Mineiro, muito humilde, começou a vender água nas
praias do Rio de Janeiro e se tornou um dos empresários mais reconhecidos do
Brasil. Através de estratégias criadas, suas vendas deram muito certo. Ele não
parou por aí, com sua mente brilhante, criou vídeos compartilhando seu trabalho
no youtube motivando todos os visitantes a ajudá-lo nas vendas. Seus vídeos
não apenas viralizaram, mas o sucesso foi tanto que Rick se tornou consultor
financeiro e palestrante, palestrando até em Harvard. Imagine tudo isso! Segundo
ele, o segredo é acreditar, não se acovardar, se levantar todas as vezes que for
preciso e continuar.

Você pensa que essa lista de nomes para por aí? Não, ela não para e nem
vai parar! Pessoas brilhantes, com mentes brilhantes nascem a todo momento.
Quer saber por que elas chegaram ao topo? Simplesmente porque acreditaram,
não desistiram e se realizaram! Não pense que estamos falando somente de
realização financeira, estamos falando de se realizar como ser humano. Agora
é com você! Absorva todo este aprendizado e siga o caminho destes grandes
visionários, tenha seu diferencial e corra atrás dos seus projetos e metas. Boa
sorte e sucesso!

Atividades de Estudo:

1) Associe a primeira coluna com a segunda coluna:

1ª coluna Associação 2ª coluna


1- Mark Zuckerberg ( ) É canadense e criador do famoso Cirque du soleil.

2- Wall Disney ( ) Jovem e talentoso, é criador do Facebook.


3- Guy Laliberté ( ) Dono do maior império de entretenimento do mundo.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) ( ) 3, 1, 2.
b) ( ) 3, 2, 1.
c) ( ) 1, 3, 2.
d) ( ) 2, 1, 3.

127
Tendências e inovaçÕes

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Acreditamos que após esta jornada de estudo, de muita reflexão e apren-
dizado, você esteja de alguma forma preparado e confiante para encarar tantas
mudanças que as inovações tecnológicas causam em nosso cotidiano. Tenha em
mente que seus estudos não param por aqui! O seu conhecimento e aperfeiçoa-
mento devem ser constantes e são essenciais para que você se lapide, criando,
deste modo, grandes oportunidades para sua realização profissional e pessoal.
Esteja sempre antenado em tudo que o rodeia e encare os desafios com otimismo
e persistência.

Neste capítulo, muitos conceitos lhe foram apresentados e o nosso desejo


é que você tenha compreendido que o novo mundo não para, as mudanças são
aceleradas, cada vez mais inovadoras e se faz necessária a nossa adaptação e
interação com esta realidade.

A revolução tecnológica vem transformando a maneira como a sociedade e


as empresas interagem e operam, em que aplicativos inteligentes e de consu-
mo que surgem a todo momento mudaram e mudarão não somente o cenário
de como vivemos nossas vidas, mas sobretudo o modo como trabalhamos, onde
profissionais tradicionais e não capacitados dificilmente terão seu espaço e su-
cesso neste mundo digital. Por mais que nos passe despercebido, a tecnologia
está presente em quase tudo, desde um simples pedido de comida que fazemos,
e a tendência é que ela esteja cada vez mais presente em tudo que nos cerca.
A conexão entre o mundo digital, o mundo físico e o homem já se faz presente e
evoluir deve ser uma constante.

O conteúdo aqui estudado sobre as tecnologias emergentes e exponenciais


serviu como base para que você perceba que um futuro jamais imaginado por
todos nós está cada vez mais próximo, e grandes oportunidades não faltarão,
desde que você desenvolva suas habilidades comportamentais e mergulhe nesta
era de inovação e criação.

De suma importância, diante de tantas mudanças impactantes, o surgimento


das Startups possibilita que o sonho de muitos empreendedores se concretize,
sendo encorajados e estimulados a abrirem seu próprio negócio. O número de
startups cresce a cada dia e além de serem grandes fontes de inovações não
só tecnológicas, elas geram empregos, beneficiam a população de modo geral,
através das melhorias sociais e urbanas, impulsionando todo o crescimento socio-
econômico de um país. E você? Deseja ser um empreendedor de sucesso e abrir
sua startup?

128
Capítulo 3 ALGUNS INFLUENCIADORES DE TENDÊNCIAS E INOVAÇÃO

Esperamos que nosso conteúdo tenha o levado a este caminho e que sua
mente brilhe e se abra com todas as dicas e inspirações que lhe passamos para
se tornar um profissional de sucesso, de prosperidade, com capacidades e habi-
lidades criativas que permitam que você seja mais um grande inovador marcante
na vida das pessoas.

Desejamos a você uma longa trajetória, de grandes realizações e que nossa


contribuição não pare por aqui. Até breve!

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pessoas até 2030. 2020. Disponível em: https://bit.ly/2TV7ff0. Acesso em: 20 set.
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