Após três séculos de colonização, anseio daqueles que nasceram nas colônias da necessidade de emancipação.*
Emancipação: libertação ou independência
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- Além disso a independência das Treze Colônias inglesas serviu de inspiração e assim, o espírito de emancipação
crescia entre a elite criolla.
- Os criollos passaram a acreditar que o exemplo estadunidense poderia ser imitado.
- Declaração de Independência dos Estados Unidos e a Constituição estadunidense de 1787 foram inspiradores
para os revolucionários da América Hispânica.
3. As etapas da independência
3.1. Os movimentos precursores da independência (1730-1810)
- O descontentamento com o sistema dominante: rebeliões.
- Objetivo dos rebelados: corrigir os abusos dos administradores coloniais, pedindo justiça às autoridades na
metrópole.
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- 60 mil índios (1783), o líder deu início a uma rebelião armada que conquistou rapidamente muitas adesões e
algumas vitórias contra as forças espanholas.
- Repressão por parte da Coroa, Tupac Amar foi capturado e sacrificado em praça pública. Seus membros foram
enviados a vários locais para que o episódio servisse de exemplo e aviso.
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- Venezuela, primeiros movimentos de emancipação com o líder Francisco de Miranda, que chegou a decretar a
independência em 1811, mas foi derrotado em seguida pelas forças espanholas.
- Miranda foi preso e mandado para a Espanha, onde morreu.
- A luta continuou sob a liderança de Simón Bolívar, que ficou conhecido como o "libertador da América". Ele
conseguiu vencer e expulsar os espanhóis da Venezuela.
- À frente de um exército bem equipado, Bolívar atravessou os Andes e libertou Nova Granada (Colômbia).
- Em 1821, os espanhóis foram definitivamente vencidos, assim, foi assegurada a emancipação
da Venezuela e da Colômbia.
- Bolivar ajudou o Equador, que derrotaram os espanhóis, sendo a região incorporada definitivamente à Grà-
Colômbia (1822).
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- Os movimentos de Cuba e Porto Rico no início do século XIX foram facilmente vencidos pela metrópole
espanhola;
- A independência de Cuba teve vários movimentos, destacando-se o movimento liderado por José Martí (1893),
que moveram uma guerrilha contra os espanhóis. Porém, em 1895, José Marti foi morto lutando. O revolucionário
cubano tornou-se mártir da emancipação cubana, sendo considerado herói nacional.
- Os EUA preocuparam pois o novo conflito começava a prejudicar a produção de açúcar. E, em 1898, os EUA
entraram na guerra.
- O governo dos EU enviou ao porto de Havana o encouraçado Maine para retirar os cidadãos estadunidenses
existentes em Cuba. No dia 5 de fevereiro, o navio explodiu misteriosamente, matando a maior parte de sua
tripulação. As razões da explosão jamais foram explicadas, mas o governo dos EU culpou os espanhóis e o
Congresso americano declarou guerra à Espanha (Guerra Hispano-Americana).
- A guerra terminou 4 meses depois com a derrota da Espanha.
- Depois da derrota, a Espanha assinou o protocolo que pôs fim à luta, desocupou Cuba imediatamente e cedeu
Porto Rico aos EUA (Porto Rico ainda hoje continua como membro da Comunidade dos Estados Unidos).
- Cuba ficou independente da Espanha, porém os EUA dominaram Cuba, tendo uma área de 117 km 2 de Cuba,
onde está situada uma base militar estadunidense em solo cubano, utilizada como prisão, que atualmente possui
por volta de 170 detidos - em sua maioria, muçulmanos.
Segundo o repórter Gustavo Barreto:
6. Pan-americanismo e caudilhismo
Pan-americanos: países pertencentes às Américas. Os desejos foram defendidos por lideranças do processo de
independência da América Espanhola.
- Um dos libertadores do Chile, Bernardo O'Higgins, defendeu a união das sociedades hispano-americanas, como
forma de evitar conflitos no continente e de consolidar a independência.
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- Jose de San Martín, libertador da Argentina, demonstrou o interesse de organizar um congresso pan-americano
para unir os povos contra as eventuais ameaças espanholas.
- Outros defensores pan-americanistas acreditavam que as antigas colônias espanholas deveriam se espelhar nas
ex-colônias inglesas, isto é, recomendavam a formação de uma confederação de Estados, desse modo, seria
consolidada uma potência capaz de barrar qualquer tentativa de dominação ou de dependência em relação aos
povos estrangeiros.
- Como tinham vários projetos, pan-americanos, Simón Bolívar foi o mais famoso defensor dessa união, propondo
a criação de uma Confederação de Estados Americanos que uniria política e territorialmente as Repúblicas, sem
anular sua autonomia local.
- No entanto, as pretensões de Simón Bolívar e dos outros defensores do pan-americanismo esbarraram em um
fenômeno político que se consolidou na América Latina após as lutas de independência das colônias espanholas: o
caudilhismo.
- Os caudilhos (líderes políticos locais), representavam a herança da elite colonial criolla, importante articuladora
das lutas de independência na América espanhola.
- Os caudilhos: poder econômico, grande propriedade agroexportadora, e apoio armado de seus aliados para
alcançar o poder
- O caudilhismo teve papel fundamental na desunião política e territorial da América Latina, contribuindo para o
fracasso do pan-americanismo e para a reiteração das desigualdades sociais no continente.
Já em relação aos povos indígenas, mesmo com a sua forte resistência, a situação
de exploração e de expropriação de suas terras permaneceria. Para sobreviver, os
índios foram obrigados a aceitar remunerações baixas, tornando-se mão de obra
barata nas áreas mineradoras e agrárias. Além disso, em diversas localidades,
esses povos não tiveram seus direitos políticos reconhecidos, sendo excluídos da
cidadania. Somente a partir de uma intensa mobilização a partir do século XIX,
os povos indígenas conquistaram diversos direitos, mas ainda estão longe de
viverem com a dignidade merecida e de terem esses direitos efetivamente
respeitados.
Quando estudamos a independência das colônias espanholas, é necessário lembrar dois fatos
importantes:
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• a independência política provocou muitas mudanças no sistema econômico, na estrutura da
propriedade e no tipo de mão de obra, porque não interessava à elite colonial, responsável pela
independência, qualquer modificação que pudesse ameaçar o seu controle sobre a economia e o lucro.
Com exceção do México e Haiti, as massas populares coloniais, indígenas e escravos, pouco, ou quase
nada, tiveram participação efetiva no processo de emancipação colonial, isto é, a independência foi uma
transação das elites criollas, que se emanciparam em seu próprio benefício, interessadas em manter,
principalmente, a sua situação econômica.