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Literatura Latina Roma Breve História
Literatura Latina Roma Breve História
Divulgação.
Magna Grécia e as cidades colonizadas pelos gregos, cartagi-
neses e aborígenes.
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Literatura Latina
Realeza
Como não poderia deixar de ser, o período da Realeza romana é o que melhor
se enquadra nas questões metodológicas levantadas por Grant sob o aspecto da
construção da história e, consequentemente, da identidade cultural romana em
seus primórdios. A mitograia, amiúde, oral, de um lado, e uma história objetiva
e cientíica, muitos séculos distante do objeto, de outro, são as únicas fontes
que temos acerca do período do qual vale ressaltar a ordem e a origem desses
governantes:
Reis romanos
O período histórico dos reis romanos é o mais curto entre os três períodos da
sua história, compreendendo algo em torno de pouco mais de dois séculos. Sob
o aspecto da literatura, esse momento histórico é pouco importante, uma vez
que não há registro histórico em língua latina, tal como nós a conhecemos hoje
em que se pesem aqui artefatos arqueológicos como a fíbula praenestina, pe-
queno broche de ouro que contém a primeira inscrição em latim arcaico, datada
do século VII a.C., no qual lemos:
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Roma: contexto histórico-literário
Divulgação.
Fíbula Praenestina. Século VII a.C.
Sob o ponto de vista literário, portanto, não há produção na época dos reis
de Roma. Tal fato, entretanto, não pode ser visto necessariamente no viés da
improdutividade cultural. Antes, talvez, deva ser considerado como ausência
produzida pela impiedade do tempo, pois, mesmo ágrafa, uma sociedade pode
produzir grande literatura. O exemplo mais claro é a sobrevivência das obras de
Homero que durante séculos foram transmitidas oralmente e apenas no século
V a.C. teriam sido veiculadas pela escrita. Assim, se Roma não nos legou obra
literária nesse período, dois motivos concorrem: a inexorável ação do tempo ou,
realmente, as práticas letradas não haviam sido empreendidas.
República
Se o período dos reis não nos deixou registros literários, a República, por seu
turno, foi momento dos mais frutíferos, pois é desse período o primeiro registro
tido como literário em Roma, e também a ocorrência da disseminação de gêne-
ros literários não romanos, principalmente aqueles desenvolvidos em Alexan-
dria, durante o Império Macedônico.
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Literatura Latina
Assim, se costuma atribuir ao ano de 250 a.C. o início da literatura latina, com
a composição da tradução da Odisseia realizada por Lívio Andronico. Essa data é
interessante, pois desnuda certa sincronicidade com a expansão de Roma, mar-
cada na República com as vitórias sobre os samnitas entre 341-304 a.C. (expan-
dindo o poder da cidade ao centro da Península Itálica), e a tomada da cidade
grega de Tarento, na Magna Grécia, em 272 a.C.
Império ou Principado
O termo imperium refere-se ao poder administrativo supremo, à autoridade
exercida por um comandante militar, a uma investidura concedida pelo Senado
a certos cidadãos em momentos esporádicos da história da República. Isso tudo
sempre sob o controle do Senado, o que, para os romanos, signiicava controle
do povo; ainal todas as instituições públicas estavam sob controle do Senado o
que, de certa forma, impõem limitações aos governantes e deixa absolutamente
claro que o povo representado nas iguras dos senadores comanda os destinos
de Roma.
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Entre os poetas concretos, houve uma supervalorização da tradução, dando-lhe estatuto de criação literária, seguindo os preceitos do famoso
poeta Ezra Pound.
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Roma: contexto histórico-literário
O vastíssimo período imperial (do século I ao V), se não singulariza Roma como
o republicano, é, de longe, o que mais reverberou, ou seja, se o modelo republica-
no é diferencial, o imperial romano é emulado em diversos momentos da história
universal. Não foi por acaso que Aachen, na atual Alemanha, durante o império
de Carlos Magno (Sacro Império Romano-Germânico), foi chamada de “a segunda
Roma”. Não foi de outra forma que Roma se tornou paradigma emblemático a Na-
poleão e a outros “líderes” ocidentais que usurparam meios romanos de represen-
tação em prol de ideologias nefastas, hoje absolutamente execradas.
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Literatura Latina
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Roma: contexto histórico-literário
Catulo (84 a.C.–54 a.C.) dizia: “Aos velhos severos todos voz nem vez vamos
dar” (poema 5). Com isso ele desejava era calar um projeto literário antigo, ve-
tusto, calcado na sisudez e na gravidade cívica em detrimento da leveza e da
suavidade da vida cotidiana. A poesia valorosa para esses jovenzinhos, como os
chamara Cícero, era aquela que “incita o que excita, não aos jovens, mas a esses
velhos que já não têm jogo de cintura...” (poema 16). Esse projeto, iniciado por
Catulo, Calvo e outros, será levado adiante, Império adentro, por poetas como
Horácio, Propércio, Tibulo, Ovídio, Virgílio e Marcial.
É claro que, sob o Império, outras manifestações literárias, que não as poéti-
cas, avolumaram-se, como é caso da historiograia de Tácito; da sátira menipeia
de Petrônio; da tragédia e da sátira de Sêneca; da tratadística de Quintiliano e de
Plínio, o Velho; a epistolograia de Plínio, o Jovem.
Práticas letradas
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