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10 ensinamentos do Papa Francisco para as famílias

A importância de sonhar
Não é possível uma família sem o sonho. Numa família, quando se perde a
capacidade de sonhar, os filhos não crescem, o amor não cresce; a vida
debilita-se e apaga-se. Por isso, recomendo-vos que à noite, ao fazer o exame
de consciência, vos ponhais também esta pergunta: Hoje sonhei com o futuro
dos meus filhos? Hoje sonhei com o amor do meu esposo, da minha esposa?
Hoje sonhei com os meus pais, os meus avós que fizeram a vida avançar até
mim? […] Não percais esta capacidade de sonhar. E, na vida dos cônjuges,
quantas dificuldades se resolvem, se conservarmos um espaço para o sonho,
se nos detivermos a pensar no cônjuge e sonharmos com a bondade, com as
coisas boas que tem. Por isso, é muito importante recuperar o amor através do
sonho de cada dia. Nunca deixeis de ser namorados!

A família nos ensina a abertura ao outro


As relações baseadas no amor fiel, até à morte, como o matrimônio, a
paternidade, o ser filho ou irmão, aprendem-se e vivem-se no núcleo familiar.
Quando estas relações formam o tecido básico de uma sociedade humana,
conferem-lhe coesão e consistência. Portanto, não é possível fazer parte de um
povo, sentir-se próximo, cuidar de quem está mais distante e infeliz, se no
coração do homem estiverem fragmentadas estas relações fundamentais, que
lhe dão segurança na abertura ao outro. […] Perante uma visão materialista do
mundo, a família não reduz o homem ao estéril utilitarismo, mas oferece-lhe um
canal para a realização dos seus desejos mais profundos.

Sem família não há humanidade


A família é importante, é necessária para a sobrevivência da humanidade. Se
não existe a família, a sobrevivência cultural da humanidade corre perigo. É a
base, nos apeteça ou não: a família.

Ideologias que destroem a família


Existem colonizações ideológicas que procuram destruir a família. Não nascem
do sonho, da oração, do encontro com Deus, da missão que Deus nos dá.
Provêm de fora; por isso, digo que são colonizações. […] E assim como os
nossos povos, num determinado momento da sua história, chegaram à
maturidade de dizer não a qualquer colonização política, assim também como
família devemos ser muito sagazes, muito hábeis, muito fortes, para dizer não
a qualquer tentativa de colonização ideológica da família. […] A família está
ameaçada também pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria
instituição do matrimônio mediante o relativismo, a cultura do efêmero, a falta
de abertura à vida.

A crise da família
A família atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e
vínculos sociais. No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de
especial gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade, o espaço
onde se aprende a conviver na diferença e a pertencer aos outros e onde os
pais transmitem a fé aos seus filhos. O matrimônio tende a ser visto como mera
forma de gratificação afetiva, que se pode constituir de qualquer maneira e
modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um. Mas a contribuição
indispensável do matrimônio à sociedade supera o nível da afetividade e o das
necessidades ocasionais do casal.

Cada filho é um milagre


Um filho muda a vida! Todos nós vimos — homens, mulheres, que quando
chega um filho a vida muda, é outra coisa. Um filho é um milagre que muda a
vida. Vós, meninas e meninos, sois precisamente isto: cada um de vós é fruto
único do amor, vindes do amor e cresceis no amor. Sois únicos, mas não
sozinhos! E o fato de terdes irmãos e irmãs vos faz bem: os filhos e as filhas de
uma família numerosa são mais capazes de comunhão fraterna desde a
primeira infância. Num mundo muitas vezes marcado pelo egoísmo, a família
numerosa é uma escola de solidariedade e de partilha; e destas atitudes
beneficia toda a sociedade.

“Perder tempo” com os filhos


Quando confesso um homem ou uma mulher casados, jovens, e da confissão
sobressai algo em relação ao filho ou à filha, eu pergunto: […] diga-me, o
senhor brinca com os seus filhos? — Como, Padre? — o senhor perde tempo
com os seus filhos? Brinca com os seus filhos? — Mas não, pois quando saio
de casa de manhã cedo — diz-me o homem — eles ainda dormem, e quando
volto, já estão na cama. Também a gratuidade, aquela gratuidade do pai e da
mãe em relação aos filhos, é muito importante: “perder tempo” com os filhos,
brincar com os filhos. Uma sociedade que abandona as crianças e marginaliza
os idosos corta as suas raízes e ofusca o seu porvir.

O amor supera a dificuldade


Os filhos dão trabalho. Nós, como filhos, demos trabalho. Às vezes, em casa,
vejo alguns dos meus colaboradores que vêm trabalhar com olheiras. Eles têm
um bebê de um mês, dois meses. Eu lhes pergunto: “Não dormiste?”
Respondem: “Não, chorou a noite toda”. Na família há dificuldades, mas essas
dificuldades são superadas com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade.
A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Só o amor é capaz de
superar a dificuldade. Amor é festa, o amor é a alegria, o amor é seguir em
frente.

Nunca deixar as pazes para depois


O matrimônio é o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no qual o
homem tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o
dever de ajudar o marido a ser mais homem. Este é o dever que tendes entre
vós: “Amo-te e por isso faço-te mais mulher” – “Amo-te e por isso faço-te mais
homem”. É a reciprocidade das diferenças. Não é um caminho suave, sem
conflitos, não! Não seria humano. É uma viagem laboriosa, por vezes difícil,
chegando mesmo a ser conflituosa, mas isto é a vida! […] É normal que os
esposos briguem: é normal! Acontece sempre. Mas dou-vos um conselho:
nunca deixeis terminar o dia sem fazer a paz. Nunca.

A harmonia que vem de Deus


Queridas famílias, como bem sabeis, a verdadeira alegria que se experimenta
na família não é algo superficial, não vem das coisas, das circunstâncias
favoráveis… […] Na base deste sentimento de alegria profunda está a
presença de Deus, a presença de Deus na família, está o seu amor acolhedor,
misericordioso, cheio de respeito por todos. […] Só Deus sabe criar a harmonia
a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a
harmonia, prevalecem os individualismos, se apaga a alegria. Pelo contrário, a
família que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é sal da terra e
luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.

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