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O que é Documentação?

Capítulo 3 - Produtores e consumidores de informação

● “A noção de informação pode ser analisada sob vários ângulos, sendo que a
abordagem mais simples vê nela a matéria-prima e o produto acabado do
processo de pesquisa e desenvolvimento.” (pg.26)
● “A produção, a estocagem e distribuição da informação constituem um
elemento fundamental da nova ordenação dos aparelhos políticos,
econômicos, culturais e militares em quase todas as sociedades”.(pg. 28)
● “A informação pode até ser usada como elemento de pressão e/ou até
boicote a um país.”(pg.28)
● “Informação é poder, nunca é demais repetir, e informação transferida
desvinculada de outras informações ou sem explicação dos critérios de sua
seleção e organização é informação pela metade, é informação
inutilizável.”(pg30)
● “País subdesenvolvido é país que importa a informação já elaborada, para
copiá-la ou adaptá-la[...] mas que não produz informação, já que esta
produção supõe poderio econômico (pesquisar custa muito dinheiro), e isto é
próprio dos países desenvolvidos. A informação consumida por nós é
produzida, em sua maior parte, ao norte do Equador, o que também significa
que acabamos importando o que nos deixam importar, já que certas
informações estratégicas nunca estarão à nossa disposição. Em outras
palavras, o país desenvolvido acaba comprando o know-how da tecnologia
estrangeira (a tecnologia para “apertar o botão certo”), sem no entanto passar
a dominar o know-how, o porquê da coisa.”(pg.31)
● “Existe uma verdadeira indústria do saber, ou seja, a indústria da "massa
cinzenta", visando a produção, distribuição e consumo dos conhecimentos. A
sede desta indústria está nos países desenvolvidos, óbvio. As atividades de
pesquisa científica, os meios de comunicação de massa, a educação e o
ensino, conjuntamente com a documentação, integram esta indústria.”(pg.33)
● “O universo da documentação conta com um setor público, e outro privado. O
setor público brasileiro divide-se por sua vez em dois grupos, sendo que o
primeiro grupo é por assim dizer "idealista", uma vez que parte do
pressuposto de que todo cidadão tem direito à informação e que, portanto,
sua vocação é colocar esta informação à disposição de todos gratuitamente.
Mas há informações que não estão à disposição de todos, por razões
políticas, estratégicas ou de "segurança nacional": são as informações
arquivadas pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) por exemplo, ou as
informações que dizem respeito à indústria de armamentos.
O setor privado da documentação floresce hoje em dia e está começando a
ditar as regras e, portanto, os preços. A produção e distribuição de bens e
serviços de informação (ou seja, entre outros, a documentação) é uma
indústria e, como toda e qualquer indústria do mundo capitalista, visa o
lucro.”(pg.34)
● “Na batalha pelos mercados mais sofisticados da informação científica
e tecnológica, a hegemonia dos Estados Unidos é indiscutível, seguida
a certa distância pela Europa”.(pg.34)
● “[...]investe em documentação quem tem dinheiro. . . e quem consegue
prever que uma organização bem feita da informação permite manter o
poderio econômico-político-estratégico".(pg.35)

Capítulo 4 - A documentação no corpo-a-corpo com a informação

● [...]nesse corpo-a-corpo, eu gostaria de destacar agora dois


ingredientes essenciais [...] a informática e a questão da
linguagem.(pg.37)

A informática e seus mitos

● [...] a ênfase sempre é dada à grande quantidade de documentos e/ou


informações que pode ser processada, e à rapidez de sua
transmissão, o que efetivamente pode ser alcançado quando se
reúnem o computador e as telecomunicações em geral. O mito da
informática-que-resolve-tudo é muito persistente - o nosso espírito
colonizado talvez explique parcialmente a questão - mas aos poucos a
documentação está recolocando os pés no chão: a informática traz
vantagens, mas não resolve tudo.(pgs.38-39)
● “Concretamente, o que pode ser automatizado na documentação?
Muita coisa, desde os serviços mais administrativos (controle de
compras e assinaturas de revistas, ou então os controles de
empréstimo), até a própria memorização da informação existente na
documentação. No caso, é possível optar entre a memorização das
referências dos documentos ou então memorização dos próprios
documentos, ou de partes deles.”(pg.39)

A questão da linguagem

● “A pergunta que preocupava o sindicalista era: a importância do


bóia-fria na economia. Como a pesquisa vai se organizar? Em primeiro
lugar será necessário analisar muito bem a pergunta, decompondo-a
em partes, para montar aquilo que chamaremos de "estratégia de
pesquisa".(pg.42)
● “A documentação é um sistema, no qual os documentos entram. Cada
documento traz inúmeras informações ou conceitos. Estes conceitos
serão analisados, selecionados e resumidos por documentalistas, já
que, como vimos antes, a informação é tanta, que a seleção e o
resumo se impõem.”(pgs.43,44)
● “O trabalho do documentalista consiste em distinguir a informação
principal da secundária, isolar esta informação principal e dar um nome
que resuma a informação, imaginando, o tempo todo, em que
situações ela poderá ter utilidade ou a que tipo de novas perguntas ela
poderá responder. É como se cada palavra a ser usada para descrever
a mesma informação passasse a ser uma ponte que, eventualmente,
poderá dar acesso ao documento.” (pg.44)
● “A essência da documentação é uma questão de linguagem, portanto:
traduz-se o conteúdo dos documentos em palavras, recupera-se os
documentos através de palavras.” (pg.45)
● “Para não se perder nessa confusão linguística, a documentação não
teve outra solução a não ser dar a volta por cima e criar seus próprios
instrumentos linguísticos (as linguagens documentárias)”. (pg.48)
● “A documentação está mais ligada do que parece ao poder da
informação, na medida em que tem que escolher, selecionar e
nomear.”(pg.55)
● “Ser subdesenvolvido é também isto: não ter suas próprias tabelas de
classificação e ser, portanto, obrigado a fazer o possível dentro das
lógicas dos outros. Sabendo que a fabricação de uma classificação é
um trabalho monstruoso, acabamos organizando nossa informação
dentro de uma lógica que não é a nossa,porque raramente
conseguimos reunir os meios para organizar nossas próprias
classificações.” (pg.57)

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