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Goiás é o mais central dos estados brasileiros e o mais populoso da região Centro-Oeste. Sua
ocupação se inicia com a corrida do ouro do século XVII, quando é desbravado pelos bandeirantes paulistas
em busca das riquezas minerais dos sertões do país. Hoje, os aventureiros são turistas atraídos por cachoeiras
e cânions formados pelos planaltos e chapadões de arenito, cobertos de cerrado, que ocupam dois terços do
território goiano. Também recebem visitantes as cidades de Caldas Novas e Rio Quente, com suas grutas e
lagoas de água quente; Goiás, a antiga capital do estado, pelo conjunto de sobrados, capelas e igrejas de estilo
colonial; e o rio Araguaia, paraíso de pescadores e ecoturistas. Entre 1991 e 1996, Goiás apresenta um
crescimento demográfico superior ao registrado na década de 80. Isso é atribuído ao aumento das migrações,
em grande parte de nordestinos, principalmente para os municípios próximos de Brasília e Goiânia.
Modernização agrícola–A agricultura e a pecuária continuam sendo a base da economia goiana –
cerca de 80% da área total do estado é ocupada por estabelecimentos agropecuários. Entre 1985 e 1995,
enquanto ocorre a redução na área de algumas culturas tradicionais, como arroz, feijão e café, a pecuária e as
lavouras de milho, soja e algodão, mais mecanizadas e voltadas para os mercados interno e externo,
apresentam considerável expansão. O maior destaque é o milho, que tem aumento de 90% no rendimento
médio nesse período. Em relação à pecuária, as áreas de pastagens passam de 11,3 milhões de ha para 14,2
milhões de ha, e a criação de bovinos tem acréscimo de 2,1 milhões de cabeças. Destaca-se ainda a avicultura,
que cresce em função da demanda dos mercados de Goiânia e Brasília. A redução do pessoal ocupado no
setor agropecuário, de 616,3 mil para 471,7 mil trabalhadores, deve-se ao declínio do segmento de lavouras
tradicionais e ao intenso processo de modernização, iniciado na década de 70, que expulsou boa parte da mão-
de-obra agrícola.
Indústrias e latifúndios–Nos anos 90, a atividade industrial começa a ganhar força, impulsionada por
programas de incentivos fiscais. Predominam pequenas e médias empresas, com destaque para as áreas
alimentícia, automobilística, têxtil, farmacêutica e de construção civil. No entanto, uma das maiores barreiras
para o desenvolvimento da industrialização no estado é a escassez de energia.
A estrutura fundiária permanece fortemente concentrada: os grandes estabelecimentos (mais de 1 mil
ha), que representam 4,9% do total, controlam 47,1% da área, enquanto as pequenas unidades (até 100 ha),
que correspondem a 60,5%, ocupam apenas 9,2%. A predominância de latifúndios dificulta a melhor
ocupação dos campos e causa conflitos de terra. Durante o ano de 1997 ocorrem 71 desses conflitos, segundo
a Comissão Pastoral da Terra.
FATOS HISTÓRICOS–As primeiras e escassas notícias da região vêm de expedições enviadas ao
interior da Colônia e das andanças dos bandeirantes atrás de mão-de-obra indígena e de pedras e metais
preciosos. Essa atividade sertanista se intensifica no século XVII, principalmente a partir de 1650, e cresce
ainda mais no início do século seguinte. A Guerra dos Emboabas afasta os paulistas de Minas Gerais, e eles
passam a procurar ouro no interior de Goiás, partindo de São Paulo no rumo noroeste pelas trilhas dos índios,
o "caminho dos goiases".
O ouro surge com fartura, segundo relatos oficiais, em rios, córregos e encostas de Goiás e Mato
Grosso por volta de 1720. Nas décadas seguintes, milhares de aventureiros, mineradores e comerciantes são
atraídos para as lavras. Os arraiais transformam-se em vilas e Goiás torna-se capitania independente em 1748.
O nome da sede, antes Vila Boa, passa a ser Goiás, tradicionalmente chamada de Goiás Velho. No final do
século XVIII, a capitania responde por cerca de 20% da produção de ouro da Colônia, com média anual de
400 a 500 arrobas (entre 6 t e 7,5 t), exportadas pelo Rio de Janeiro.
Com o esgotamento das jazidas, no século XIX, a economia goiana volta-se para a agropecuária de
subsistência. O isolamento físico e político da província cresce no Império. Durante a República, Goiás
beneficia-se do crescimento da navegação a vapor e da extensão da rede telegráfica, que aproxima o interior
dos grandes centros.
Investimentos–No final do século XIX, o estado volta a receber migrantes. Entre 1890 e 1920, a
população dobra e ultrapassa meio milhão de habitantes. A agropecuária amplia-se, principalmente com a
criação de gado e as plantações de arroz e café. A Revolução de 1930 provoca importantes transformações
econômicas e políticas no estado, como a construção da cidade planejada de Goiânia, que passa a ser a capital
em 1942. A construção de Brasília, em 1960, em um quadrilátero cedido por Goiás ao Distrito Federal,
contribui para o desenvolvimento da região e do estado, que recebe maior investimento em infra-estrutura.
Isso atrai nova corrente migratória e garante grande crescimento da agropecuária, hoje uma das mais
importantes do país.
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Em 1988, Goiás é dividido e sua porção norte passa a constituir o estado do Tocantins. O objetivo é
desenvolver a Região Norte, onde existem as maiores carências sociais e disputas de terras provocadas pela
concentração da propriedade fundiária.
PESQUISA INICIADA EM 12 / 11 / 99
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levavam às Gerais; b) o caminho do sul rumo às Reduções jesuíticas estabelecidas em terra além Tordesilhas;
c) os caminhos do norte, o que por Moji Mirim atingia as minas de Goiás e o que, pela região de Atibaia e
Bragança, ganhava o sul de Minas; d) o caminho fluvial do Tietê, em direção oeste, rumo às minas de Cuia-
bá; e) o caminho do mar, rumo ao litoral, eixo do sistema São Paulo-Santos.
Pág.288 - ... Predominavam as incursões ao sertão bruto contra os índios selvagens de além Mantiqueira, de
regiões goianas e mato-grossenses, concomitantemente com outras cujo objetivo era a pesquisa de riquezas
minerais.
Pág. 294 - ... O que realmente importa é que vários sertanistas de São Paulo percorreram durante o século
XVII o sertão mineiro, goiano e mato-grossense, tais como Lourenço Castanho Taques, “o velho”, em 1688,
abrindo caminho na região de Cataguases, Luís Castanho de Almeida, em l671, Manuel de Campos Bicudo,
em 1675, ao norte de Mato Grosso e Bartolomeu Bueno da Silva, em 1676, na região de goiana. (...)
Pelo vale do Paraíba e pela garganta do Embaú na Mantiqueira, rumo á região mineira, pelos caminhos do
norte, um que por Moji Mirim atingia Goiás e outro pela região de Atibaia e Bragança, o sul de Minas, e pelo
caminho fluvial do Tietê, que levava ao interior matogrossense, por essas rotas bandeirantes que convergiam
para São Paulo de Piratininga seguiram as expedições pesquisadoras em busca dos lendários tesouros do ser-
tão. Devassa- ram o interior, abriram caminhos, prepararam a descoberta do ouro a partir do século XVIII, em
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, expandindo cada vez mais para oeste as terras da América lusitana.
Pág.295 - ... Mas não cessou a expansão geográfica dos paulistas impelidos para oeste, pela derrota sofrida
na Guerra dos Emboabas. Seguindo antigos roteiros, já praticados anteriormente, novas entradas efetuaram-se
em direção aos sertões mato-grossenses e goiano, em busca do ambicionado metal, alargando ainda mais as
fronteiras portuguesas na América.(.)
A expansão paulista ao sertão goiano efetuou-se desde o século XVII, quando a região era freqüentemente
trilhada pelos caçadores de escravos.
Pág. 296 – A conquista e o povoamento realizaram-se, porém, depois do descobrimento do ouro, pela expedi-
ção de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera. Saiu êle de São Paulo, em julho de 1722, comandando 152
homens, entre os quais 20 índios para o transporte de cargas, 3 padres, 5 ou 6 paulistas, muitos portugueses e
um baiano, em busca da Serra dos Martírios, onde, de acordo com a lenda, haviam sido esculpidas pela natu-
reza, a coroa, a lança e os cravos de Cristo.
Três anos permaneceu a expedição vagando pelo sertão, padecendo de todas as privações, ao cabo das quais,
em 1725, localizou o precioso metas procurado, a quatro léguas da atual cidade de Goiás. (...)
Devassando, sem povoar, agindo mais em extensão do que em profundidade, acentuada importância tiveram
as bandeiras na expansão geográfica do Brasil Colonial. Na caça do índio e na pesquisa de pedras e metais,
descomprimiram o Brasil de Tordesilhas, desbravaram e conquistaram a terra, expulsaram a frente pioneira
jesuítica de catequese e colonização, alimentaram com o braço índio a agricultura do sul ao norte, estabele-
ceram rotas, descobriram ouro, abriram caminho para o povoamento de Minas Gerais, de Mato Grosso e
Goiás, como para a ocupação efetiva do Paraná ao Rio Grande do Sul.
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As queixas ou os argumentos dos autores das representações parecem ter impressionado os conselheiros de
Sua Magestade. Dois anos mais tarde era, com efeito, revogada a proibição.
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transição entre o Brasil leste e o Brasil central, é que depois se expandiria pela área de domínio dos cerrados e
cerradões dos planaltos de Goiás e Mato Grosso.
- fim -