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INDICADORES

SOCIAIS
Professora Dr. Flavia Gomes Pires
BLOCO 3: INDICADORES SOCIAIS SINTÉTICOS

3.1 Índice de Desenvolvimento Humano

O Índice de Vulnerabilidade social – IVS identifica o acesso, a ausência e/ou a insuficiência de


“ativos” nos territórios brasileiros. O índice é composto por informações acerca: Infraestrutura
Urbana; Capital Humano; e Renda e Trabalho.

O IVS é o resultado da média dos subíndices: Infraestrutura Urbana, Capital Humano e IVS Renda
e Trabalho. O cálculo dos subíndices, foram utilizados indicadores dos censos demográficos dos
anos de 2000 e 2010. A escala utilizada para base dos valores vai de 0 a 1, em que o 0 representa
a situação ideal, e 1 a pior situação encontrada de vulnerabilidade social.

A faixa acima foi estabelecida a partir da média encontrada entre as situações de máxima
vulnerabilidade entre os municípios, e os valores são relativos aos anos de 2000 e 2010 do censo
demográfico.

Vale afirmar que os conceitos de “necessidades básicas insatisfeitas”, “pobreza


multidimensional” e “desenvolvimento humano”, exclusão e vulnerabilidade social são
conceitos políticos, visto que apresentam forma interpretativas sobre uma realidade social, para
além dos parâmetros financeiros.

3.2 Índice de Desenvolvimento Humano

Definido pela Organização das Nações Unidas, o conceito de desenvolvimento humano amplia
a leitura sobre os aspectos econômicos dos países, para uma leitura que presa o bem-estar
adotando uma abordagem de desenvolvimento sob ótica das oportunidades e capacidades das
pessoas.

“O conceito de Desenvolvimento Humano também parte do pressuposto de que para aferir o


avanço na qualidade de vida de uma população é preciso ir além do viés puramente econômico

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e considerar outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da
vida humana”. (ONU, s/d).

O Relatório de Desenvolvimento Humano, iniciado nos anos 90, adota três pilares para medir o
Índice de Desenvolvimento Humano – IDH:

 “A expectativa de vida da população (saúde);


 O acesso à educação medido pela: i) média de anos de educação de adultos, e ii) a
expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, e
 A renda medida pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de
paridade de compra (PPP) constante, em dólar”.
(ONU, s/d).

O Índice de Desenvolvimento Humano estabelece um valor de 0 a 1, quanto mais próximo de 1,


maior é IDH de um país.

Em 2010 o Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2009/2010, o país apresentava um IDH


de 0,699, e ocupava a 73º lugar no ranking mundial. Apesar da colocação, o relatório aponta as
disparidades sociais e econômicas presentes nos estados brasileiras.

Ranking dos estados brasileiros

1° - Distrito Federal – 0,874


2° - Santa Catarina – 0,840
3° - São Paulo – 0,833
4° - Rio de Janeiro – 0,832
5° - Rio Grande do Sul – 0,832
6° - Paraná – 0,820
7° - Espírito Santo – 0,802
8° - Mato Grosso do Sul – 0,802
9° - Goiás – 0,800
10° - Minas Gerais – 0,800
11° - Mato Grosso – 0,796
12° - Amapá – 0,780
13° - Amazonas – 0,780

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14° - Rondônia – 0,756
15° - Tocantins – 0,756
16° - Pará – 0,755
17° - Acre – 0,751
18° - Roraima – 0,750
19° - Bahia – 0,742
20° - Sergipe – 0,742
21° - Rio Grande do Norte – 0,738
22° - Ceará – 0,723
23° - Pernambuco – 0,718
24° - Paraíba – 0,718
25° - Piauí – 0,703

O ranking ressalta as diferenças socioeconômicas brasileiras, principalmente entre os estados


do Sul e Sudeste, como aqueles com os melhores IDH, e os estados do Nordeste que apresentam
os piores índices de desenvolvimento humano.

O Atlas do Desenvolvimento Humano utiliza informações do Índice de Desenvolvimento


Humano Municipal (IDHM) de 5.565 municípios brasileiros, 27 Unidades da Federação (UF), 20
Regiões Metropolitanas (RM) e suas respectivas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH).

O uso do Índice de Desenvolvimento Humano é uma ferramenta fundamental para implantação


de políticas públicas nos estados e munícipios com os menores Índices de Desenvolvimento
Humano para promoção da equidade.

3.3 Infográfico – Análise comparativa de indicadores sociais

A análise comparada de indicadores sociais é uma forma de compreender a evolução ou


involução de um determinado aspecto social.

Entre os índices que medem a desigualdade social está o índice de Gini. Ele aponta a distância
entre a renda dos mais ricos e dos mais pobres. O valor zero representa igualdade de situações.
Quando mais próxima do valor 1 maior a concentração de pessoas com as maiores rendas.

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O gráfico acima mostra uma maior presença de pessoas ricas nas regiões Nordeste e Sudeste do
país.

Conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos
Moradores e Domicílios de 2017, o Brasil tem 30,2 milhões de idosos. A quantidade de idosos é
crescente em todos estados, todavia o maior número está no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
ambos com 18,6% da sua população de pessoa com mais de 60 anos. Já o Amapá tem apenas
7,2% de população com mais de 60 anos.

O último Censo Demográfico revelou que no país há 45,6 milhões de pessoas declararam ter
pelo menos um tipo de deficiência - visual, auditiva, motora ou mental/intelectual. O gráfico a
seguir mostra essa distribuição.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua a taxa de desemprego
dos brasileiros em setembro de 2017 era de 12,4% ou 12,961 milhões de pessoas desocupadas.
O número revela um aumento em relação ao ano anterior de 11,8% ou 12,022 milhões de
pessoas sem emprego.

Um indicador sintético é aquele composto por diferentes informações. Nos Blocos 1 e 2 os


índices apresentados trazem consigo esse tipo de indicador, ou seja, para compreendermos o
que é um o índice de vulnerabilidade social é preciso identificar as situações de Infraestrutura
Urbana; Capital Humano; e Renda e Trabalho dos territórios e municípios brasileiros.

Da mesma forma para mensurar o Desenvolvimento Humano é calculada a expectativa de vida


da população; o acesso à educação medido pela: e a renda medida pela Renda Nacional Bruta
(RNB) em dólar do brasileiro.

No cotidiano profissional os indicadores sintéticos contribuem para ampliar as análises acercas


das condições de vida das famílias e indivíduos usuários das políticas públicas.

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Conclusão do Bloco 3

O bloco apresentou os conceitos dos índices de desenvolvimento humano, bem como suas bases
de acesso para elaboração futura de proposições técnicas do assistente social. Além, de
apresentar por meio de análise de indicadores a evolução e involução dos indicadores sociais de
riqueza (índice de Gini), envelhecimento, e deficiência da população brasileira. Tais dados
apontam a urgência de política públicas para esses segmentos.

Referências do Bloco 3

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística. Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, 2011a.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Índice de Desenvolvimento Humano. Brasília,


2015.

Organização das Nações Unidas. Índice de Desenvolvimento Humana. Suíça, s/d.

_______. Relatório do Desenvolvimento Humano Brasil 2029/2010. Suíça, 2010.

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