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IDALTON DE SOUZA SANTOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DE PAU BRASIL/BA

Processo nº.: 001234

SAPUVA FINANCEIRA, pessoa jurídica de direito


privado, com sede em XXX, Nº. XXX, inscrita no CNPJ sob o Nº
XXX.XXX.XXX/XXXX-XX, neste ato representada na pessoa de seu (presidente),
conforme contrato social anexo, NOME, nacionalidade..., estado civil..., inscrito no
CPF sob o NO XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado em..., através de seu
advogado que esta a subscreve (procuração em anexo) vem, com fulcro nos arts. 1.009 e
seguintes do Código de Processo Civil, interpor:

RECURSO DE APELAÇÃO

Apresentando inconformismo em face da respeitável


sentença de fls. x. Junta-se as razões das apelações em anexo. Requer-se a intimação da
apelada para o oferecimento de contrarrazões, nos termos do §1º do art. 1009 do CPC,
bem como a remessa dos autos a segunda instância, independentemente do juízo de
admissibilidade.

Termos em que,

pede deferimento.

Município, 24 de maio de 2021

ADVOGADO

OAB/ xxx-xxx
IDALTON DE SOUZA SANTOS

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

Processo Nº001234

Apelante: SAPUVA FINANCEIRA

Apelada: INGÁ PEREIRA

Origem: 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PAU BRASIL/BA

COLENDA CÂMARA

EXCELENTÍSSIMOS JULGADORES

RAZÕES DE APELAÇÃO

1 - DOS FATOS

A apelada celebrou com o apelante contrato de


empréstimo, no valor de R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado
em 48 parcelas mensais de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para aquisição de um
apartamento situado na cidade de Pau Brasil, Bahia, concedendo em garantia, mediante
alienação fiduciária, o referido apartamento, avaliado em R$ 420.000,00 (quatrocentos e
vinte mil reais).

Após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais,


totalizando R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), a apelada parou de realizar os
pagamentos ao apelante, que iniciou o procedimento de execução extrajudicial da
garantia fiduciária, conforme previsto na Lei no 9-514/97. A apelada foi intimada e não
purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas ocasiões, não havendo propostas para
sua aquisição, de modo que houve a consolidação da propriedade do imóvel ao apelante,
com a quitação do contrato de financiamento.
IDALTON DE SOUZA SANTOS

A apelada ajuizou, em seguida, ação condenatória em face


do apelante, distribuída para a 1ª Vara Cível de Pau Brasil sob o nº 001234, sob a
alegação de que, somados os valores do imóvel e das parcelas pagas, o apelante teria
recebido R$ 540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor
concedido a título de empréstimo. A apelada formulou pedido condenatório
pretendendo o recebimento da diferença, ou seja, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),
assim como postulou a concessão dos benefícios da justiça gratuita, alegando não
possuir condições financeiras para arcar com as custas processuais e os honorários
sucumbenciais.

O apelante, citado, apresentou sua contestação, afirmando


que a pretensão não encontraria respaldo jurídico, à luz do regime previsto na Lei
9.514/97, requerendo a improcedência da pretensão. Demonstrou que a apelada
possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação societária em 3 (três) empresas, e
condição financeira apta ao pagamento das custas e dos honorários, requerendo o
indeferimento da justiça gratuita à apelada.

O juízo concedeu o benefício da justiça gratuita que havia


sido postulado na inicial em decisão interlocutória e, após, julgou procedentes os
pedidos, condenando o apelante a restituir o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e
a arcar com as custas processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do valor da
condenação. A sentença foi publicada em 03/05/2021, segunda-feira.

II - DA TEMPESTIVIDADE

O presente recurso é tempestivo, uma vez que foi


interposto no prazo de 15 (quinze) dias úteis, na presente data de 24/05/2021, conforme
disposição do art. 1.003, 50 do Código de Processo Civil.

III - PRELIMINARMENTE

III.I - Da Revogação Dos Benefícios Da Justiça Gratuita


IDALTON DE SOUZA SANTOS

Conforme demonstrado anteriormente em contestação do


processo de origem, a apelada é proprietária de 4 (quatro) imóveis, além de participação
societária em 3 (três) empresas, possuindo condições necessárias para o pagamento das
custas judiciais sem que coloque em risco seu sustento ou o de sua família. Portanto não
deixou comprovada a apelada sua insuficiência de recursos para pagar as custas,
conforme disposição expressa do art. 98 do Código de Processo Civil, devendo o
benefício ser revogado, e a parte apelada arcar com as despesas processuais que tiver
deixado de adiantar, conforme ditame processual do parágrafo único do art. 100 do
CPC, sob pena de extinção do processo sem análise do mérito, na forma do Art. 102, do
CPC.

IV - DO DIREITO

Quanto ao mérito, com a devida vênia, equivocou-se o


magistrado ao julgar procedentes os pedidos da apelada. Preceitua a Lei 9.514/97 em
seu art. 26 que vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida e constituído em mora
o fiduciante, consolidar-se-á a propriedade do imóvel em nome do fiduciário.

Conforme disposição posterior do 1º do artigo


supramencionado, o fiduciante, ou seu representante legal ou procurador regularmente
constituído, será intimado a satisfazer, no prazo de quinze dias, a prestação vencida e as
que se vencerem até a data do pagamento, os juros convencionais, as penalidades e os
demais encargos contratuais, os encargos legais, inclusive tributos, as contribuições
condominiais imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de intimação.

Como se extrai dos fatos, intimada, a apelada não purgou a


mora e o imóvel foi a leilão, conforme disposição legal do art. 27 da Lei 9.514/97. Não
houve proposta de compras na primeira oportunidade, incidindo a hipótese do art. 27
§1º da Lei 9.514/97. Na segunda oportunidade foi tentado o leilão do imóvel, sem
propostas de compra, ocorrendo a circunstância do Art. 27 §5º que dispõe que se, no
segundo leilão, o maior lance oferecido não for igual ou superior ao valor do saldo
devedor da operação de alienação fiduciária, considerar-se-á extinta a dívida e
exonerado o credor da obrigação de que trata o §4º. O §4º prevê que nos cinco dias que
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se seguirem à venda do imóvel no leilão, o credor entregará ao devedor o valor


monetário que ultrapassar a dívida.

Diante do exposto, fica clara a incongruência da decisão


proferida pelo MM. Juiz de Direito da 1a Vara Cível da Comarca de Pau Brasil/BA ao
julgar procedente o pedido da embargada em sede de petição inicial em ação
condenatória.

V - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer-se à Vossa Excelência:

a) A reforma da decisão interlocutória que deferiu a justiça


gratuita à apelada, com a consequente condenação em arcar com despesas processuais;

b) A reforma da sentença julgando IMPROCEDENTE os


pedidos formulados pela autora na inicial da ação indenizatória nos autos nº 001234;

c) A CONDENAÇÃO da apelada ao pagamento de custas


processuais e honorários sucumbenciais, nos termos do 110 do art. 85 do CPC;

Nestes termos,

pede deferimento.

Município, 24 de maio de 2021.

ADVOGADO

OAB/xxx-xxx

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