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- Portugal foi fundado em 1143, ano da celebração do Tratado de Zamora.

O Tratado,
assinado entre D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, e Afonso VII de Leão e
Castela, reconhece o estatuto jurídico de Portugal como reino independente. Em 1179 esse
estatuto foi confirmado pelo Papa Alexandre III.

Durante os sécs. XII e XIII os reis portugueses foram alargando as fronteiras, até à conquista
do Algarve, consolidando um território praticamente inalterado até hoje.

Com as fronteiras definidas, Portugal começou a olhar para dentro. Em finais do séc. XIII o
rei D. Dinis criou a prestigiada Universidade de Coimbra, uma das mais antigas da Europa.
Nos centros mais importantes edificaram-se castelos, palácios e catedrais, e sedimentou-se
a administração territorial.

Em 1385, na sequência de um movimento popular, D. João I foi aclamado rei, iniciando-se a


2.ª dinastia. Os filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre seriam apelidados em "Os
Lusíadas", de Luiz Vaz de Camões, de “Ínclita geração, altos Infantes”, pela instrução,
humanismo e qualidades governativas que demonstraram.

De entre eles, um ficou conhecido para a História como visionário e principal obreiro dos
Descobrimentos, uma das grandes aventuras da Humanidade. Graças ao ímpeto do Infante
D. Henrique, também conhecido como "Henrique o Navegador" as caravelas portuguesas
cruzaram os mares, fazendo uso dos melhores conhecimentos científicos e práticos da
altura. Durante os sécs. XIV, XV e XVI navegaram até África, ao longínquo Oriente e às
profundezas do continente sul-americano. Conquistaram terras, amealharam riquezas e
trouxeram para a Europa coisas jamais vistas.

Em 1498 Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia, e em 1500 Pedro
Álvares Cabral chegou ao Brasil. Os portugueses chegariam ainda a Oman (1508), à Malásia
(1511), a Timor (1512), à China (1513) e ao Japão (1543). Foi também um português, Fernão
de Magalhães, que planeou e comandou, entre 1519 e 1522, a primeira viagem de circum-
navegação do globo.

Terá sido, talvez, o início da globalização. Para celebrar esta era, e em particular a chegada à
Índia, o rei D. Manuel mandou erigir o Mosteiro dos Jerónimos – obra singular na qual se
destacam os motivos náuticos, e integrou a esfera armilar na bandeira portuguesa.

O pequeno reino era agora o maior império do mundo. Em Portugal juntavam-se sábios e
mercenários, cientistas e pintores, comerciantes e poetas, escravos e príncipes. Mas tal
poder e riqueza culminaram na trágica morte do jovem rei D. Sebastião, numa batalha em
Alcácer Quibir, no Norte de África. O trono então vago foi ocupado pela dinastia espanhola
dos Filipes, que juntaram os dois Estados durante 60 anos de união pessoal.

Em 1640 Portugal voltou a ter um rei português, D. João IV, que restaurou a independência.
No séc. XVIII, D. João V, rei absolutista e amante das artes, mandou construir em Mafra um
grandioso convento-palácio e, em Lisboa, o Aqueduto das Águas Livres.

Contudo, a luxuosa e exótica capital do reino desapareceu quase completamente em 1755


devido a um devastador terramoto. Foi o Marquês de Pombal, ministro do rei D. José, quem
inventou uma nova Lisboa, monumental e melhor preparada para enfrentar as fúrias da
natureza.

No início do séc. XIX as tropas de Napoleão invadiram Portugal e a corte mudou-se para o
Brasil, a fim de assegurar a continuidade dinástica e assim a independência de Portugal.
Quando, 14 anos mais tarde, em 1821, o rei D. João VI regressou a Portugal, o país era
diferente: para além das marcas deixadas pelos anos de guerra surgira entretanto o
movimento liberal, o qual transformara o panorama político nacional. O poder do rei não
mais era absoluto e a primeira constituição estava em vias de ser aprovada.

Quando D. João VI morreu, em 1826, a situação política era confusa, quer do ponto de vista
político, quer dinástico. Em 1828 deflagrou a guerra civil, com dois filhos de D. João VI a
disputar o trono: D. Miguel, aclamado pelas cortes, que defendia uma visão tradicionalista e
se opunha à Constituição, e D. Pedro que defendia o liberalismo e a Constituição mas que,
por ter declarado em 1822 a independência do Brasil e ser Imperador deste país, estava
impedido de ocupar o trono português.

A disputa seria finalmente decidida em 1834, com a Convenção de Évora Monte, que
acabou com a guerra civil e determinou o regresso a uma versão liberal e constitucional da
monarquia portuguesa.

As ideias republicanas começaram a ganhar cada vez mais força a partir dos finais do séc.
XIX. Na sequência do regicídio de D. Carlos em 1908, e da revolução de 5 de outubro de
1910, a República acabou por ser instaurada. D. Manuel II foi o último rei de Portugal e
Teófilo Braga o primeiro chefe de Estado republicano, na qualidade de presidente do
Governo provisório. Manuel de Arriaga foi o primeiro presidente eleito da República
Portuguesa.

Depois de um período conturbado e da participação portuguesa na 1.ª Guerra Mundial,


deu-se a 28 de maio de 1926 um golpe militar que pôs fim à Primeira República. Iniciou-se
então um período de ditadura militar que terminou com a aprovação da Constituição de
1933. Através desta foi instaurado o Estado Novo, regime autoritário, corporativista e de
partido único dominado pela figura de António Oliveira Salazar, que governou o país
durante quase meio século.
A 25 de abril de 1974 a "Revolução dos Cravos" devolveu a liberdade e a democracia
aos portugueses, rapidamente reconhecendo a independência das antigas colónias em
África.

De novo dentro das suas fronteiras originais, Portugal tornou a virar-se para a Europa. Em
1986 o país aderiu à CEE - Comunidade Económica Europeia e, desde então, os portugueses
têm participado com entusiasmo na construção de uma nova Europa, sem contudo
esquecerem a sua História, o seu caráter e as suas tradições.

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