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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ELEMENTOS COMPRIMIDOS

Pedro Sanderson
pedrosanderson88@gmail.com

Fortaleza
2020
Tipos Construtivos
• Peças comprimidas são encontradas em componentes de
treliças, sistemas de contraventamento e em pilares de
edificações.

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Tipos Construtivos
• Ao contrário do esforço de tração, que tende a retificar as
peças reduzindo o efeito de curvaturas iniciais existentes, o
esforço de compressão tende a acentuar esse efeito.
• Os deslocamentos laterais produzidos compõem o processo
conhecido por flambagem por flexão que, em geral, reduz a
capacidade de carga da peça em relação ao caso da peça
tracionada.

• Serão analisados somente casos de compressão axial.

• As chapas componentes de um perfil comprimido podem estar


sujeitas à flambagem global ou local.

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Tipos Construtivos

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Flambagem por Flexão
• Os primeiros resultados teóricos
sobre instabilidade foram obtidos
pelo matemático suíço Leonhardt
Euler.

• A coluna é considerada ideal:


• Material homogêneo e obedece à
Lei de Hooke,
• É perfeitamente reta antes da
aplicação das cargas,
• A carga é aplicada exatamente no
centroide da seção transversal.
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Flambagem por Flexão
• Visto que a coluna ideal é reta, a carga nela aplicada poderia
ser aumentada até que ocorra a falha do material.
• Entretanto, quando a carga crítica é alcançada, a coluna
se encontra na iminência de se tornar instável.
• Uma pequena força lateral
F fará com que a coluna
permaneça na posição
defletida, mesmo após ela
ser retirada.

 2 EI
Pcr  2
L
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Flambagem por Flexão
• A equação da carga crítica também pode ser escrita em
termos de tensão. Para isto, lembre-se que o momento de
inércia de uma seção está relacionado com o raio de giração
e da área do elemento, ou seja, I = Ai².
• Substituindo este termo na equação da carga crítica,
obtém-se:

• A relação geométrica λ = L/i é chamada índice de esbeltez.


• O índice de esbeltez é uma medida da flexibilidade da
coluna e serve para classificar colunas como compridas,
intermediárias ou curtas.
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Flambagem por Flexão
• As colunas reais possuem imperfeições geométricas, tais
como desvios de retilinidade, oriundas dos processos de
fabricação e nem sempre pode-se garantir na prática a
perfeita centralização do carregamento.

• Colunas de esbeltez intermediária ainda estão sujeitas à


combinação dos efeitos de flambagem e escoamento do
material (flambagem inelástica).

• Sabe-se também que os elementos de aço possuem tensões


residuais decorrentes do seu processo de fabricação, que
também diminuem a capacidade de carga da coluna.
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Flambagem por Flexão

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Flambagem por Flexão

Esforço normal Nc

Tensão normal fc
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Flambagem por Flexão
Colunas Esbeltas (fc ≈ fcr)
Curva de Flambagem Colunas Intermediárias (fcr < fc < fy)
Colunas Curtas (fc ≈ fy)

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Flambagem por Flexão
• Pode-se mostrar que a expressão da carga crítica pode ser
escrita de uma maneira mais geral, de modo que considere a
influência do tipo de vinculação da coluna.
• A carga crítica de flambagem, em termos gerais, é dada
por:
 2 EI
Pcr  2
Lef  KL
L ef

Onde Lef é o comprimento efetivo de flambagem, que


depende do tipo de vinculação no elemento estrutural
(constante K).
• O comprimento efetivo de uma coluna é definido como
a distância entre os pontos de inflexão (curvatura nula)
no elemento. 12
Flambagem por Flexão

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NBR 8800:2008 (item E.2.1)
Critérios de Dimensionamento
• O esforço resistente de projeto Nd,res, para hastes metálicas,
sem efeito de flambagem local, sujeitas à compressão axial, é
dado pela equação:

• A tensão fc considera o efeito de imperfeições geométricas e


excentricidade de aplicação das cargas dentro das tolerâncias
de norma, além das tensões residuais existentes nos
diferentes tipos de perfis.

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Critérios de Dimensionamento
• λ0 é chamado de índice de esbeltez reduzido e é calculado
pelas equações abaixo:

• As normas fixam limites superiores do coeficiente de


esbeltez (KL/i) com a finalidade de evitar a grande
flexibilidade de peças excessivamente esbeltas.
• Os limites geralmente adotados são:
• Edifícios (NBR 8800 – item 5.3.4.1): KL/i ≤ 200.
• Pontes (AASHTO): KL/i ≤ 120. 15
Critérios de Dimensionamento

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Critérios de Dimensionamento

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Flambagem Local
• Denomina-se flambagem local a flambagem das placas
componentes de um perfil comprimido.

• Em uma coluna esbelta composta de chapas


esbeltas, os processos de flambagem por
flexão da coluna (global) e de flambagem
local (das chapas) ocorrem de forma
interativa reduzindo a carga última da
coluna sem consideração de flambagem
local.

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Flambagem de Placa Isolada

k depende das condições de apoio da placa e


da relação b/t. 19
Critérios de Dimensionamento
• Considerando-se o caso de placa isolada perfeita, o valor
limite de esbeltez da placa (b/t), para impedir que a
flambagem local ocorra antes da plastificação da seção é
obtido igualando-se a tensão crítica elástica à tensão de
escoamento do material.

• Para considerar os efeitos de imperfeições iniciais e de


tensões residuais, as normas apresentam valores limites de b/t
menores que os obtidos pela equação acima.
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Critérios de Dimensionamento
Se as placas componentes
de um perfil tiverem
valores de (b/t) inferiores
aos da tabela, não haverá
flambagem local e o
esforço resistente de
compressão da coluna
será calculado por:

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Critérios de Dimensionamento
• ESFORÇO RESISTENTE DE BARRAS COM EFEITO
DE FLAMBAGEM LOCAL:

Q é um coeficiente de redução da capacidade de carga da coluna


que sofre flambagem.

• As placas componentes de um perfil são classificadas


como:
• Placas não enrijecidas: Q = Qs.
• Placas enrijecidas: Q = Q a.
• Seções contendo ambas: Q = Qa Qs 22
Critérios de Dimensionamento
• Q é aplicável a seções em que uma ou mais placas
componentes têm relação b/t superior aos valores da
tabela anterior.

fc é a tensão resistente da coluna determinada através das


equações a seguir em função do índice de esbeltez reduzido
modificado pelo fator Q.

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Critérios de Dimensionamento
• DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE Qa: Para seções com
placas
enrijecidas!

be é a largura efetiva do elemento de placa, que é dado por:


C = 0,34 para placas enrijecidas em
geral;
C = 0,38 para mesas ou almas de seções
tubulares retangulares ou quadradas.

• σ é a máxima tensão de compressão atuante na área


efetiva.
• Pode ser feito σ = fc, com fc calculado para Q = 1.
• Conservadoramente, pode-se fazer também σ = fy. 24
Critérios de Dimensionamento
• DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE Qs:

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Exemplo 1
Determinar a resistência de cálculo à compressão do perfil W
150×37,1 kg/m de aço MR 250 com comprimento de 3 m,
sabendo-se que suas extremidades são rotuladas e que há
contenção lateral impedindo a flambagem em torno do eixo y.
Comparar com o resultado obtido para uma peça sem contenção
lateral, podendo flambar em torno do eixo y–y.

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Exemplo 2
Calcular o esforço normal resistente no mesmo perfil do
exercício anterior, sem contenção lateral, considerando-o
engastado numa extremidade e livre na outra. Comparar o
resultado obtido para uma peça engastada numa extremidade e
rotulada na outra.

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Exemplo 3
Uma coluna tem seção em forma de
perfil H, fabricado com duas chapas
8×300 mm para as mesas e uma
chapa 8×400 mm para a alma, todas
em aço MR 250. O comprimento de
flambagem é Lef = 9,8 m. Calcular a
resistência de cálculo para
compressão axial, considerando
flambagem em torno do eixo mais
resistente (x–x). Admite-se que a
peça tenha contenção lateral
impedindo flambagem em torno do
eixo de menor resistência (y–y).
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Exemplo 4
Calcular o esforço de compressão resistente de projeto de duas
cantoneiras 203×102×55,66 kg/m trabalhando isoladamente e
comparar com o resultado obtido para os perfis ligados por
solda formando um tubo retangular. Admitir Lef = 300 cm nos
dois planos de flambagem e aço MR250.

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Peças de Seção Múltipla
• Denominam-se peças de seção múltipla as formadas pela
associação de peças simples, com ligações descontínuas.
• Identificam-se três tipos de colunas em seção múltipla:
• Peças ligadas por arranjos treliçados;
• Peças ligadas por chapas igualmente espaçadas;
• Peças justapostas, com afastamento igual à espessura
de chapas espaçadas.
• A determinação do esforço normal de uma coluna de
seção múltipla envolve três aspectos:
• A flambagem da coluna como um todo;
• A flambagem das peças componentes;
• As forças atuantes nas ligações. 30
Peças de Seção Múltipla

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