A avaliação clínica é o pontapé inicial do raciocínio clínico, por isso
precisa ser abrangente de forma que seja identificado a condição de saúde
funcional do paciente. Como garantia de uma boa avaliação, podemos ter por base a classificação internacional de funcionalidade em saúde e incapacidade, que baseada no modelo biopsicossocial, permite que as estruturas e funções sejam avaliadas associadas às atividades e participação bem considerando os fatores ambientais e pessoais. Em crianças, é fundamental a avaliação periódica (avaliar tratando, tratar avaliando), tendo em vista o rápido desenvolvimento neuromotor e o seu impacto nas relações interpessoais e ambientais. Uma avaliação da condição funcional da criança, que permite uma abordagem centrada na família e com plano de tratamento coerente, pode ser realizada: 1 - Extensa anamnese buscando não apenas o histórico médico, mas todos os fatores pessoais tais como gostos, preferências, brincadeiras, hábitos de vida, rotina, relacionamento com pais, amigos e familiares bem como fatores ambientais como o uso e acesso a produtos, tecnologias e serviços. O fisio aqui aproveita para compreender um pouco mais sobre os pais também, que serão os responsáveis pela adesão da criança do plano de tratamento. 2 - Avaliação da capacidade funcional por meio das atividades que a criança realiza, como realiza e quais limitações possui para realizar. O Fisio pode se valer de diversos instrumentos para isso (vide mapa mental) mas não somente a eles -> atenção aos padrões de movimento espontâneo e ao nível de controle sobre o movimento em diferentes posturas. 3 - Avaliação da participação social: verificar o grau de engajamento da criança no contexto familiar, escolar e social (esporte, lazer)-> identificar possíveis restrições. 4 - Avaliação das estruturas e funções: exame físico. Abrange o funcionamento de todos os corporais: identificar possíveis deficiências anatômicas e fisiológicas que comprometem a função.