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Escola Superior de Gestão de Tomar

Demonstrações Financeiras
Caso Teórico- Prático
Trabalho Final

André Sousa Carvalho

Júlia Floreani Santos

Mónica Alexandra Silva Carvalho

Trabalho final apresentado ao Instituto Politécnico de Tomar para cumprimento dos


requisitos necessários à obtenção de aprovação na unidade curricular de
Contabilidade Financeira I
RESUMO

O presente trabalho está dividido em duas partes: resposta de perguntas teóricas


relativas ao SNC (Sistema de Normalização Contabilística) e a simulação da gestão e
contabilidade de uma empresa de prestação de serviços (Agência Funerária) com a
utilização dos mapas diário de movimentos, razão, balancete, demonstração de
resultados e balanço..

Palavras-chave: SNC contabilidade prestação serviços funerária diário movimentos


razão balancete demonstração resultados balanço
Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CMVMC – Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas


CNC – Comissão de Normalização Contabilística
EC – Estrutura Concetual
IAS – Norma Internacional de Contabilidade (“International Accounting Standart”)
IASB – “International Accounting Standarts Board”
MDF – Modelos de Demonstrações Financeiras
NCRF – Norma Contabilística e de Relato Financeiro
SII – Sistema de Inventário Intermitente
SNC – Sistema de Normalização Contabilística

vi
LISTA DE SÍMBOLOS

§ - Parágrafo

vii
Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

ÍNDICE

RESUMO ...................................................................................................................................................... v
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................................................. vi
LISTA DE SÍMBOLOS .............................................................................................................................. vii
ÍNDICE ...................................................................................................................................................... viii
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 9
PARTE I ...................................................................................................................................................... 10
PARTE II .................................................................................................................................................... 14
ANEXOS .................................................................................................................................................... 19

viii
INTRODUÇÃO

Este trabalho está composto por duas partes, uma teórica e uma prática. A parte teórica
tem como propósito apurar o conhecimento relativamente ao SNC, sendo composta por
seis perguntas de desenvolvimento. A segunda parte do trabalho é de aplicação pratica e
dos conceitos lecionados na sala de aula.
As questões propostas para a elaboração deste trabalho baseiam-se na aplicação de cada
um dos instrumentos englobados e as respetivas aplicações para a representação de uma
demonstração financeira de uma empresa de forma correta e acertada, englobando
também a definição dos objetivos das demonstrações e também informações
importantes sobre as mesmas; “ pressupostos subjacentes”, pedindo para saber quais
eram necessários à elaboração de uma demonstração financeira e as aplicações de
ambos, complementando também com informações importastes sobre os mesmos;
“mensuração”, sendo pedido a explicação do processo de mensuração para os elementos
das demonstrações financeiras e os elementos envolvidos que contribuem para uma
melhor realização do processo; “ativos e passivos” sendo necessário explicar o com que
base um empresa pode classificar como ativo ou passivo algo no seu balanço, sendo
também explicado a diferença entre um passivo corrente e não corrente, entre outros.
Na parte II do trabalho é a aplicação prática dos elementos teóricos e para isso foi criada
uma empresa que fornece serviços funerários com o nome de “Carvalho & Floreani,
Lda”, tendo sido realizado um pacto social.
Foram utilizados mapas de trabalho (diário de movimentos, razão, balancete,
demonstração de resultados e balanço) para atingir os objetivos pretendidos.
Em cada um dos elementos utilizados foi necessário seguir uma lista de requisitos
mínimos e máximos referentes à atividade da empresa, tais como os valores do capital
social e empréstimos, mas também como a empresa funcionava (prazos e pagamento e
recebimento, por exemplo).
O trabalho tem todos os documentos e mapas utilizados no seu processo de realização
em anexo e esperamos ter atingido os objetivos de aprendizagem pretendidos.

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Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

PARTE I

Pretende-se que seja desenvolvida uma exposição que responda às questões


apresentadas.

De acordo com o SNC, quais as demonstrações financeira que uma


entidade deve apresentar?

Um conjunto de demonstrações financeiras completo inclui (EC §8):


- Balanço (NCRF 1 §10-29)
- Demonstração de resultados (NCRF 1 §30-36)
- Demonstração das alterações do capital próprio (NCRF 1 §38-41)
- Demonstração dos fluxos de caixa (NCRF 2)
- Anexo (NCRF 1 §42-50)

O balanço evidencia a situação financeira da entidade numa data. Pode ser afetado pela
contabilidade criativa e poderá não servir para efetuar comparações com outras
entidades do mesmo setor, pois diferentes opções contabilísticas podem prejudicar a
comparabilidade, por exemplo, se uma entidade optar pelo modelo do custo nos seus
ativos fixos tangíveis e outra aplicar o modelo de revalorização, os valores poderão ser
significativamente diferentes (MDF Anexo nº1).
A demonstração de resultados é importante, pois evidencia o desempenho de uma
entidade num período, geralmente, um exercício económico. Pode ser afetada pela
contabilidade criativa tal como explicado para o balanço.
A NCRF 1 requer a apresentação da demonstração de resultados por naturezas (MDF
Anexo nº2), permitindo a apresentação de uma por funções (MDF Anexo nº3).
A demonstração das alterações no capital próprio evidencia as alterações ocorridas,
durante o período, no capital próprio da entidade e evidencia separadamente as
variações que resultam das operações com os detentores de capital e o resultado integral
(MDF Anexo nº4).
O Anexo (MDF Anexo nº6) é uma componente importante, pois fornece informações
qualitativas e quantitativas relevantes. Assume particular importância devido à
necessidade de obtenção de informações detalhadas sobre resultados não recorrentes,
riscos financeiros e políticas de gestão por parte dos utilizadores das demonstrações
financeiras.

10
A CNC emitiu a NCRF 2 – Demonstrações de Fluxos de Caixa que tem por base a IAS
7 emitida pelo IASB. Segundo esta norma, o montante líquido dos fluxos de caixa de
um período deve corresponder à variação do saldo inicial e final do caixa e equivalentes
(Anexo nº 5).

Qual é o objectivo das demonstrações financeiras?

De acordo com a Estrutura Concetual do SNC, o objetivo das demonstrações financeiras


é proporcionar informação sobre a posição financeira e as suas alterações e o
desempenho de uma entidade e que sejam úteis para os seus utilizadores, especialmente
no processo de tomada de decisão (EC § 12-21).
Deve-se ter em consideração de que as demonstrações financeiras não apresentam todas
as informações que os utentes necessitam, uma vez que, em grande parte, estão
refletidas informações financeiras e do passado.

Quais os pressupostos subjacentes à elaboração das demonstrações


financeiras?

Os pressupostos subjacentes à elaboração das demonstrações financeiras são: o regime


do acréscimo (EC § 22) e a continuidade (EC §23).
Segundo o regime do acréscimo, os efeitos das transações e outros eventos não são
reconhecidos apenas aquando o pagamento/recebimento, mas sim quando a transação
ocorre, por exemplo, uma compra a crédito deve ser registada quando se dá a compra e
o pagamento deverá ser registado posteriormente quando ocorre.
As demonstrações financeiras são preparadas (normalmente) no pressuposto de que a
entidade prosseguirá com a sua atividade operacional, ou seja, assume-se que a entidade
não necessidade/intenção de entrar em liquidação ou reduzir o seu nível de negócios.
Caso se verifique essa intenção, as demonstrações deverão ser preparadas na base de
liquidação e, neste caso, a base deverá ser divulgada.

Quais as bases de mensuração adotadas na valorimetria dos


elementos das demonstrações financeiras?

A mensuração é o processo de atribuição de valor a um ativo, passivo, elemento do


capital próprio, rendimento ou gasto (EC §97).

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Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

A estrutura concetual apresenta como bases de mensuração:


- Custo histórico (EC§98 al.a): os ativos contabilizam-se pelo valor pago e/ou
pelo justo valor de outra retribuição dada para a aquisição do ativo no momento da sua
construção/compra ou, quando aplicável, o valor atribuído a um ativo no seu
reconhecimento inicial. Os passivos contabilizam-se pelo valor de caixa (ou
equivalentes) a ser pago e/ou pelo justo valor de outra retribuição a ser entregue para a
obrigação ficar líquida.
- Custo corrente (EC §98 al.b): valoriza-se o ativo pelo valor de caixa ou seus
equivalentes que seria necessário pagar se esse mesmo ativo ou um equivalente fosse
adquirido na data corrente.
- Valor realizável (EC §98 al.c): o ativo é mensurado pelo valor que seria obtido
pela sua venda, sendo este o valor de caixa ou seus equivalentes. As NCRF indicam
vários valores de realização:
a. Justo valor menos os custos no ponto de venda (NCRF 17 §13)
b. Justo valor menos os custos para vender (NCRF 12 §10-14)
c. Valor realizável líquido (NCRF 18 §28-33)
- Valor presente ou atual (EC§98 al.d): valoriza-se o ativo pelo valor presente
descontando os recebimentos futuros espectáveis gerados pelo ativo no decurso normal
de negócios. Valoriza-se o passivo pelo valor presente descontando os pagamentos
futuros espectáveis para os liquidar no decurso normal de negócios.
- Justo valor (EC §98 al.e): é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado ou um
passivo liquidado, numa transação entre partes, sendo esse valor estimado comparando
com ativos similares que tenham sido vendidos (abordagem de mercado).

Com que base deve uma entidade classificar, na face do balanço, os


seus ativos e passivos?

O balanço evidencia a situação financeira de uma entidade, numa determinada data


evidenciando os ativos correntes e não corrente e os passivos correntes e não correntes
como classificações separadas na face do balanço (NCRF 1 § 10-29).
Um ativo é corrente quando se espera que seja realizado, vendido ou consumido num
prazo inferior a doze meses da data do balanço, quando seja detido para negociação ou é
caixa (ou seu equivalente). Todos os restantes ativos devem ser classificados como não
correntes (NCRF 1 § 14-16).
Um passivo é corrente quando se espera que seja liquidado num prazo de até doze
meses após a data do balanço, quando é detido para negociação ou quando a entidade
não tenha o direito incondicional de diferir a sua liquidação durante, pelo menos, 12

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após a data do balanço. Os passivos financeiros são passivos correntes quando devidos
para pagamento até doze meses desde a data do balanço. Todos os restantes passivos
devem de ser classificados como não correntes (NCRF 1 § 17-24).

Que requisitos têm que ser satisfeitos para que se possa reconhecer
um ativo?

Reconhece-se um ativo no balanço quando for provável que fluam para entidade
benefícios económicos no futuro e o ativo tenho um custo ou um valor que possa ser
quantificado fiavelmente. Deverá ser adotada uma atitude prudente no que toca ao
reconhecimento de ativos e, consequentemente, não se devem reconhecer ganhos
contingentes (indemnizações solicitadas a terceiros, juros de mora, rappel a receber,
etc.) enquanto não for provável que se venha a receber. (EC §87-88).

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Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

PARTE II

Considere-se uma Sociedade por Quotas constituída à data de 02/11/2021, que se dedica
à prestação de serviços, para a qual se pretende uma simulação que inclua:
- O enquadramento e descrição das operações com a indicação das respetivas datas dos
meses de novembro e dezembro com os respetivos cálculos auxiliares.
- Os Diários de Movimentos dos meses de Novembro e Dezembro em contas de 2º ou 3º
graus.
- Os Razão dos meses de Novembro e Dezembro em contas de 1º grau.
- A demonstração financeira – Demonstração de Resultados
- Os lançamentos de apuramento de resultados em Diário de Movimentos, Razão de
operações e Balancete final, em contas de 1º grau.
- A demonstração financeira - Balanço

O Pacto Social

Foi elaborado um pacto social (em anexo) com a data de 02/11/2021 para a constituição
da firma “Carvalho & Floreani, Lda”, respeitando a legislação em vigor.
É através da firma “Carvalho & Floreani, Lda” que a empresa exerce a sua atividade de
prestação de serviços, com estabelecimento comercial denominado de “Funerária Fica
Não Vás”.
Deste pacto social podemos retirar as seguintes informações:
- Nome da firma: Carvalho & Floreani, Lda
- O local da Sede
- O objeto da firma: prestação de serviços fúnebres
- O valor do Capital Social (€240 000) e as respetivas quotas de cada um dos sócios (3 x
€80 000)
- A gerência
- Como distribuir os resultados
- Amortizações de quota

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O Contrato de Cessão de Exploração

Foi elaborado um contrato de cessão de exploração (em anexo) com a data de


02/11/2021, respeitando a legislação em vigor, onde foi estimado um valor de renda de
€700 e com uma cláusula que vai ao encontro de um dos requisitos para este trabalho:
pagamento das rendas dos meses de Novembro e Dezembro à data do contrato.

Diários de Movimentos

Foram elaborados Diários de Movimentos para os meses de Novembro e Dezembro (em


anexo) e para o qual foram necessários realizar os seguintes cálculos:
- Qual o valor mínimo da aquisição de bens de investimento que a empresa deve
adquirir que seja igual ou superior ao dobro do capital social?

2 × €240 000 = €480 000

- Qual o valor do empréstimo a contrair pela empresa dado que o valor da aquisição de
bens de investimento seja pago com, no máximo, 50% do Capital Social e o resto com o
empréstimo (tendo em conta que as rendas forma pagas com parte do Capital Social)?

Pagamento das rendas com Capital Social:

€120 000 − 2 × €700 = €118 600

Valor do empréstimo a contrair para pagamento dos bens de investimento adquiridos:

€480 000 − €118 600 = €361 400

- Qual o valor dos juros a suportar com este empréstimo e qual o valor da prestação,
sabendo que é um empréstimo por 8 anos e 4 meses?

Valor de juros por prestação:

€361 400 × 0,2% = €361 400 × 0,002 = €722,80

Total do valor de juros:

€722,80 × ( 8 × 12 + 4) = €72 280

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Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

Valor da prestação mensal sem juros:

€361 400 × 1% = €361 400 × 0,01 = €3 614

Valor da prestação mensal com juros:

€3 614 + €722,80 = €4 336,80

- Qual o valor máximo mensal dos serviços prestados, sabendo que não pode exceder
30% do capital inicial?

€240 000 × 0,3 = €72 000

Sendo cada funeral €1 700, podemos fazer por mês, no máximo:

€72 000 ÷ €1 700 ≈ 42

- Qual o recebimento de clientes e em que prazo?

Na prestação do serviço:

€1 700 × 0,5 = €850

30 dias após:

€1 700 − €850 = €850

- Qual o dispêndio com os trabalhadores?

Em Novembro, a entregar aos Estado:

0,45 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 721 = 0,45 × €22 100 = €9 945


€9 945 × 0,4 = €3 978

Em Novembro, a entregar aos trabalhadores:

€9 945 − €3 978 = €5 967

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Em Dezembro, a entregar ao Estado:

0,45 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 721 = 0,45 × €27 200 = €12 240


€12 240 × 0,4 = €4 896

Em Dezembro, a entregar aos trabalhadores:

€12 240 − €4 896 = €7 344

- Quais as depreciações por mês?

Câmaras frigoríficas:

€100 000 ÷ 6 × (1 ÷ 12) = €1 388,89

Computadores:

€2 800 ÷ 6 × (1 ÷ 12) = €38,89

Impressoras:

€3 000 ÷ 6 × (1 ÷ 12) = €41,67

Secretárias:

€800 ÷ 6 × (1 ÷ 12) = €11,11

Carrinhas Funerárias:

€100 000 ÷ 6 × (1 ÷ 12) = €1 388,89

Carros para distribuição:

€40 000 ÷ 6 × (1 ÷ 12) = €555,56

Crematório:

€133 400 ÷ 6 × (1 ÷ 12) = €1 852,78

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Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

- Sistema de Inventário Intermitente (SII):

Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas (CMVMC) - Caixões:

Compras = €1 750 (5 uni) + €3 000 (10 uni) + €3 000 (10 uni)


+ €3 000 (10 uni) + €3 000 (10 uni) = €13 750 (55 uni)

Consumo = nºfunerais = 13 + 20 = 33

CMVMC (Caixões) = 33 × €13 750 ÷ 55 = €8 250

Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas (CMVMC) - Flores:

Compras = €500 (5 uni) + €300 (10 uni) + €300 (10 uni) + €300 (10 uni)
+ €300 (10 uni) = €1 700 (55 uni)

Consumo = nºfunerais = 13 + 20 = 33

CMVMC (Flores) = 33 × €1700 ÷ 55 = €1 020

CMVMC = €8 250 + €1 020 = €9 270

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ANEXOS

Neste capítulo encontra-se a documentação elaborada fora do Excel:


- Pacto Social
- Contrato de Cessão de Exploração

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Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

Pacto Social

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Demonstrações financeiras
Caso teórico-prático

Contrato de Cessão de Exploração

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