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Diogo Ferreira
Índice
O caminho para a democracia em Portugal: da Primeira República ao 25 de abril de 1974. . .1
Antecedentes da ditadura salazarista..........................................................................................3
Ascensão de Salazar ao poder......................................................................................................4
Princípios do Estado Novo............................................................................................................4
Constituição de 1911..................................................................................................................5
Constituição de 1933....................................................................................................................5
Meios de Repressão do Estado Novo...........................................................................................6
A imagem de prosperidade e paz social em Portugal (investimentos e obras feitas por Salazar) 7
A realidade portuguesa ao longo do Estado.................................................................................8
A oposição ao regime e a continuidade de repressão com Marcelo Caetano..............................8
A política colonial portuguesa e a Guerra Colonial;......................................................................9
O golpe militar do 25 de abril de 1974.......................................................................................10
O programa do MFA e a eleição da Assembleia Constituinte (1975);........................................12
A descolonização portuguesa.....................................................................................................12
A Constituição de 1976 e os órgãos de poder central e local;....................................................15
O poder regional: As regiões autónomas;..................................................................................16
Portugal Democrático: principais instituições internacionais a que pertence............................17
Antecedentes da ditadura salazarista
Isso resultou no Golpe de 28 de Maio de 1926, que foi realizado por militares conservadores.
Esse golpe deu início a um regime ditatorial em Portugal conhecido como Ditadura Nacional.
Poucos anos depois, em 1928, António Salazar, professor universitário na Universidade de
Coimbra, foi nomeado para a chefia do Ministério das Finanças.
Em 1933, Salazar foi indicado para assumir o cargo de presidente do Conselho dos Ministros.
Essa função correspondia, na realidade, à posição de chefe de Estado e, com isso, iniciou-se a
longa ditadura salazarista, que recebeu o nome de Estado Novo.
Ascensão de Salazar ao poder
O seu percurso no Estado português iniciou-se quando foi escolhido pelos militares para
Ministro das Finanças durante um curto período de duas semanas, na sequência da revolução
de 28 de Maio de 1926. Foi substituído pelo comandante Filomeno da Câmara de Melo
Cabral após o golpe do general Gomes da Costa. Posteriormente, foi de novo Ministro das
Finanças entre 1928 e 1932, procedendo ao saneamento das finanças públicas
portuguesas. Ficou também para a história como o estadista que mais tempo governou
Portugal, desempenhando funções em ditadura entre 1932 e 1933, e de forma autoritária,
desde o início da segunda república até ser destituído em 1968.
Constituição de 1933
Apoia-se nas organizações juvenis (Mocidade Portuguesa) para ensinar aos jovens a ideologia
defendida pelo regime e ensiná-los a obedecer e a respeitar o líder;
Além da PIDE, o regime apoia-se também nas organizações paramilitares (Legião Portuguesa)
para proteger o regime das ideologias oposicionistas, principalmente o comunismo.
Um discurso e uma prática anticomunistas, tanto na ordem interna como na externa, que leva
o regime a combater o Comunismo e a aliar-se ao lado dos E.U.A, durante a Guerra Fria,
juntando-se à NATO, em 1949;
A economia portuguesa foi beneficiada pela Segunda Guerra Mundial. Pela primeira vez desde
o século XVIII, a balança comercial teve um saldo positivo, o que foi devido ao incremento do
volume das exportações de matérias-primas, produtos alimentares e manufaturados para os
países intervenientes no conflito e à redução das importações causada pelas dificuldades
atravessadas pelos países em guerra. Contudo, no pós-guerra, enquanto as economias de
outros países europeus recuperavam da crise, o investimento e a indústria portuguesa
estavam bloqueados devido à excessiva preocupação com o equilíbrio financeiro.
Outro fator que impediu um rápido crescimento económico foi a predominância rural do
regime e a falta de confiança no progresso industrial (encarado como um setor de perturbação
ideológica), que afastaram o país das nações mais desenvolvidas da Europa.
Quando terminou a Segunda Guerra Mundial, Portugal conservava ainda o Império Colonial,
composto pela Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique, em África; Goa,
Damão e Diu, na Índia, e Timor, territórios muito longínquos e muito distintos entre si, no geral
pouco desenvolvidos, que funcionavam como mercados privilegiados dos produtos
portugueses e fontes de matérias-primas, frequentemente exploradas por companhias
multinacionais.
A realidade portuguesa ao longo do Estado
A Censura era uma máquina poderosa, terrível, na sua eficácia de compreensão, de
condicionamento, de deturpação e silenciamento da informação e do pensamento livre.
Manipulando mentalidades, era uma máquina que acabou por ofuscar, sobrepor e até ocultar
a realidade, a ponto de impor a todos uma imagem oficial do país e dos portugueses bem
diferentes da verdadeira. O Estado Novo conseguiu fazer com que o país se afirmasse numa
imagem fictícia. Os portugueses e todos os cidadãos dos outros países tinham uma imagem de
Portugal que não correspondia à realidade. Nesse Portugal fictício não havia fome, nem
situações de extrema miséria, nem falta de assistência média hospitalar, nem pessoas a viver
em barracas nem mortalidade, nem analfabetos, nem desemprego, nem exploração, nem
suicídio. Porque os censores estavam lá para cortar o acesso a esta informação, a única
informação que passava nos meios de comunicação social sobre Portugal era a ideia de uma
sociedade perfeita em termos económicos, políticos e culturais. Mas em Portugal vivia-se uma
situação extremamente precária, a taxa de analfabetismo era enorme e Censura juntamente
com a repressão fazia de Portugal um dos países mais atrasados de toda Europa.
A União Nacional, partido único criado por António de Oliveira Salazar, nos anos 30, passou a
designar-se Ação Nacional Popular (ANP) e procedeu-se à extinção da Censura que deu lugar
ao Exame Prévio. Mudavam-se os nomes mas as funções mantinham-se intactas...
Rapidamente, a «Primavera Marcelista» mostrou a sua preferência pela continuidade...
A manifestação de estudantes de 1969, que terminou com a greve académica de Coimbra, foi
recebida pelo Governo com repressão policial e a prisão de alguns estudantes como por
exemplo Alberto Martins presidente da Associação Académica. Uma outra medida foi o
encerramento temporário da Universidade a mando de José Hermano Saraiva, Ministro da
Educação Nacional. A campanha eleitoral deste ano, ocorreu também de forma anómala, ou
seja, com irregularidades. As eleições realizaram-se sem um controlo eficaz da oposição, tendo
obtido a vitória exclusiva as listas do partido do Governo ou seja apenas os deputados
propostos por Marcelo Caetano foram eleitos.
A Revolução dos Cravos em Portugal (25 de Abril de 1974), e que põe fim à ditadura do
Estado Novo, resulta em grande parte dos desenvolvimentos políticos, sociais militares e legais
da guerra. A mudança do rumo político do país permitiu que se pusesse fim a uma guerra que
durava há treze anos e dar início ao processo de descolonização. Os novos dirigentes
anunciavam a democratização do país e predispunham-se a aceitar as reivindicações de
independência das colónias. Entre 1974 e 11 de novembro de 1975 o Estado português
negoceia com os movimentos de libertação a transição para a independência dos territórios
africanos sob o domínio colonial português.
Ao mesmo tempo, uma coluna militar com tanques, comandada pelo capitão Salgueiro Maia,
saiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e marchou para Lisboa. Na capital, tomou
posições junto dos ministérios e depois cercou o quartel da GNR do Carmo, onde se tinha
refugiado Marcelo Caetano, o sucessor de Salazar à frente da ditadura.
Durante o dia, a população de Lisboa foi-se juntando aos militares. E o que era um golpe de
Estado transformou-se numa revolução. A certa altura, uma vendedora de flores começou a
distribuir cravos. Os soldados enfiaram o cravo no cano da espingarda e os civis puseram a flor
ao peito. Por isso, hoje em dia lhe chamamos Revolução dos Cravos. Foram dados alguns tiros
para o ar, mas ninguém morreu nem foi ferido: foi uma revolução pacífica, como nunca existiu
na história.
Ao fim da tarde, Marcelo Caetano (o último Presidente do Estado Novo) rendeu-se e entregou
o poder ao general Spínola, que, embora não pertencesse ao MFA, não pensava da mesma
maneira que o governo acerca das colónias. Um ano depois, a 25 de Abril de 1975, os
portugueses votaram pela primeira vez em liberdade desde há muitas décadas.
O programa do MFA e a eleição da Assembleia
Constituinte (1975);
O processo de organização e convocação do ato eleitoral não esteve isento de polémicas, que,
em grande medida, contribuíram para o seu sucessivo adiamento.
O anúncio da realização de eleições a 25 de Abril de 1975 não só não terminou com o longo
debate em torno da sua pertinência e mesmo do seu valor como, pelo contrário, o reavivou e
enriqueceu com novos contributos e ideias. Apesar da questão ser explorada e aproveitada
por alguns partidos, como o MRPP, que advogaram o boicote ativo às eleições, rapidamente se
constituíram dois grupos opostos. De um lado os que, aconselhando “o voto em branco a
todos os que não saibam em quem votar”, acabaram por desvalorizar o peso e importância das
eleições. Integram este grupo uma parte importante da 5.ª Divisão, vários elementos do
Conselho da Revolução afetos à linha, o MES e o PCP, entre outros. Do outro lado, PS, PPD,
CDS e os restantes partidos, para quem a realização do ato eleitoral era um passo
importantíssimo para o processo de democratização.
A descolonização portuguesa.
O processo de independência na região central do continente africano iniciado em finais dos
anos 50 do século XX parou com a capitulação do Biafra (1967-70), tendo o processo de
descolonização no Sul da África também ficado atrasado.
As outras ex-colónias africanas, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, também
enveredaram por este tipo de regime. Embora partissem do mesmo modelo, cada uma das
novas nações adaptou-o consoante as suas experiências e as exigências conjunturais.
Com o processo de independência em Angola rebentou uma guerra civil entre as diversas
fações independentistas. De um lado estava o MPLA (Movimento Popular de Libertação de
Angola), o partido no poder, pró-soviético, e do outro a UPA (União dos Povos de Angola) e a
UNITA (Movimento Nacional para a Independência Total de Angola), para além da FNLA
(Frente Nacional de Libertação de Angola), estes três últimos mais próximos do Ocidente.
Nos últimos anos, contudo, as negociações entre os partidos rivais levaram ao fim da guerra e
à consciencialização da necessidade de um trabalho conjunto que retire a nação da delicada
situação em que ainda hoje se encontra.
A Constituição de 1976 e os órgãos de poder
central e local;
Com efeito, ela proclama, entre os "princípios fundamentais", o da autonomia das autarquias
locais e o da descentralização democrática da administração pública e erige os Açores e a
Madeira em "regiões autónomas dotadas de estatutos político – administrativos próprios";
inclui a autonomia das autarquias locais e a autonomia político – administrativa dos Açores e
da Madeira entre os limites materiais da revisão constitucional; salienta como um dos fins da
autonomia destas regiões "a participação democrática dos cidadãos"; e declara que "a
organização democrática do Estado compreende a existência de autarquias locais").
O Estado Português continua unitário, sem embargo de ser também descentralizado – ou seja,
capaz de distribuir funções e poderes de autoridade por comunidades, outras entidades e
centros de interesses existentes no seu seio. Descentralizado na tríplice dimensão do regime
político – administrativo dos Açores e da Madeira, do poder local ou sistema de municípios
com outras autarquias de grau superior e inferior e ainda de todas aquelas medidas que
possam caber na "descentralização democrática da administração pública".
E esta é a primeira vez na história portuguesa que o Estado, o poder central confere faculdades
substancialmente políticas a órgãos locais com titulares representativos das respetivas
populações.
O poder regional: As regiões autónomas;
As regiões autónomas correspondem aos arquipélagos dos Açores e da Madeira (artigo 5.º da
Constituição) e são pessoas coletivas públicas dotadas de estatutos político-administrativos e
de órgão de governo próprio (artigo 6.º), que prosseguem a participação democrática dos
cidadãos, o desenvolvimento económico-social e a promoção e defesa dos interesses regionais
(n.º 3, do artigo 225.º).
São órgãos de governo próprio das regiões autónomas: a Assembleia Legislativa e o Governo
Regional (artigo 231.º, n.º 1). A Assembleia Legislativa é eleita por sufrágio universal, direto e
secreto, de acordo com o princípio da representação proporcional (n.º 2).