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SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA - SEP

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE


POTÊNCIA: Visão geral do SEE Brasileiro. Tendências dos
sistemas elétricos no Brasil e no mundo

 Tendência ao uso de tensões de transmissão muito elevadas para


viabilizar o transporte a longas distâncias, em AC (incluindo
FACTS) e CC (incluindo HVDC).

 Tendências a SEP interligando diferentes países vizinhos


(cooperação eletro energética interpaíses).

 Tendência ao uso da Geração Distribuída (GD) de energia


elétrica.

 Tendência ao uso de GD de fontes renováveis.

 Tendência ao uso de redes de energia inteligentes (Smart grid).


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FIGURA – REDE BÁSICA DO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL – SIN – DO BRASIL


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Figura – Sistema Interligado Nacional (SIN) Brasileiro


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REPRESENTAÇÃO DOS SISTEMAS DE POTÊNCIA


A IMPORTÂNCIA (PARA O ENGENHEIRO ELETRICISTA) DO ESTUDO DAS
TÉCNICAS DE REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

Exemplo ilustrativo para o escopo de ações para apoio a tomada de decisões por parte
do Engo Eletricista em um SEP (adaptado: Prof. Dr. Castro, Unicamp)
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1.1 DIAGRAMA UNIFILAR DE UM SISTEMA DE POTÊNCIA

1.1.1 SIMBOLOGIA DE COMPONENETES, DISPOSITIVOS E APARELHOS


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1.1.2 DIAGRAMA UNIFILAR (EXEMPLO)

EXEMPLO DE CONSTANTES OU PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO


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1.2 DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS E REATÂNCIAS


REPRESENTAÇÃO EXATA

REPRESENTAÇÃO APROXIMADA (COM TODAS TENSÕES E REATÂNCIAS


CALCULADAS REFERIDAS À MESMA TENSÃO)

1.2 CÁLCULO DAS GRANDEZAS EM por unidade (p.u)


1.2.1 PROCESSO DE CÁLCULO DE GRANDEZAS EM pu.
1– ESCOLHER AS BASES DE DUAS GRANDEZAS DO SISTEMA ELÉTRICO
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2– CALCULAR AS BASES DAS OUTRAS GRANDEZAS COMO FUNÇÕES DAS BASES


ESCOLHIDAS

3- CALCULAR AS GRANDEZAS EM POR UNIDADE


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1.2.2 MUDANÇA DE VALORES EM pu DE UMA BASE PARA OUTRA
(MUDANÇA DE BASE)

1.3 EXEMPLOS DE PROBLEMAS E ANÁLISE

EXEMPLO 01

a) V1=126 kV b) V2=109 kV c) V3=120 kV V4=500 kV

EXEMPLO 2
Um sistema de potência trifásico, tem como base 100 MVA e 230 kV. Determinar:
a) Corrente de base;
b) Impedância de base;
c) Admitância de base;
d) Corrente I=502,04

A, em pu.
e) Impedância Z  264,5  j1058  em pu.
f) Em pu, a impedância de uma Linha de Transmissão de 230 kV com 52,9 km de
comprimento, tendo 0,5 Ohm/km por fase.

EXEMPLO 3
A placa de um gerador síncrono apresenta os seguintes dados: 50 MVA, 13,8 kV e
X=20%. Calcular a reatância da máquina em pu referida a uma nova base de 100
MVA e 13,2 kV.

EXEMPLO 4
Um transformador monofásico de 20 MVA de 69/13,8 kV, possui uma impedância de
0,762  no lado de BT.
a) Qual o valor da impedância em pu.
b) Achar a impedância no lado de AT.
c) Qual o valor da impedância em pu do transformador, numa nova base de 30 MVA
com tensões nominais de Transformador.
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EXEMPLO 5
Um transformador monofásico de 10 MVA de 69/13,8 kV, com 8% de reatância.
Calcular:
a) ZBT
b) ZAT

EXEMPLO 6
Três transformadores monofásicos de 50 MVA e 132,8/138 kV, com reatância de 0,1
pu, são interligados formando um banco . O lado BT da unidade monofásica é
ligado em Y, e o lado AT do monofásico, em .
a) Qual a placa do banco?
b) Qual o valor da impedância do lado AT do transformador monofásico em .
c) Qual o valor da impedância do lado  do transformador trifásico.
d) Qual o valor da impedância do lado Y do transformador trifásico.

EXEMPLO 7

DADOS:

PEDIDO:
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2. ANÁLISE DA OPERAÇÃO EM REGIME PERMANENTE


Nas condições de operação apresentadas n para o SEP do problema anterior, pede-se
para analisar o desempenho desse SEP, calculando para regime permanente:
a) A tensão na barra inicial e ângulo de tensão nodal;
b) A corrente de linha e o fator de potência e sua natureza na barra inicial;
c) As perdas ativa e reativa entre a barra de fornecimento e a barra de carga.
d) As potências complexa, aparente, ativa e reativa e sua natureza, injetadas na barra
inicial;
e) O rendimento ou eficiência de operação do SEP.

EXEMPLO 8

DADOS E PEDIDO:

Nas condições de operação apresentadas, pede-se ainda, para analisar o desempenho desse SEP,
calculando para regime permanente para a barra de geração e com os dois motores síncronos sob
potência nominal, tensão nominal e fatores fator de potência = 100%; 80 atrasado; 80% adiantado:

a) A tensão na barra inicial e ângulo de tensão nodal;


b) A corrente de linha e o fator de potência e sua natureza na barra inicial;
c) As potências complexa, aparente, ativa e reativa e sua natureza, injetadas na barra inicial;
d) O rendimento ou eficiência de operação do SEP.
e) A tensão de linha na barra inicial e o ângulo de tensão nodal;
f) A corrente de linha e o fator de potência e sua natureza;
g) As potências complexa, aparente, ativa e reativa e sua natureza;
h) O rendimento ou eficiência de operação do SEP.
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EXEMPLO 9

Resolva este problema considerando os dados e pedidos anteriores, e supondo que a


linha tem resistência série igual a 1/5 da sua reatância série.

IMPEDÂNCIA p.u DE BANCOS DE TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS

DADOS DE PLACA DO BANCO TRIFÁSICO RESULTANTE DE 3


TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS:

S b (3 )  3S b (1 )
Vb (3 )  Vb (1 )  Ligação 

Vb (3 )  3Vb (1 )  Ligação 

A) BANCO TRIFÁSICO EM Y-Y

DADO QUE A REATÂNCIA DO TRAFO TRIFÁSICO EM pu, REPRESENTADA


PELA REATÂNCIA DA FASE DO ESTRELA EQUIVALENTE, É A PRÓPRIA
REATÂNCIA DO TRANSFORMADOER TRAFO MONOFÁSICO, OBTEMOS:
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CONCL.: REATÂNCIA DO BANCO TRI Y-Y=REATÂNCIA DO TRAFO MONO

B) BANCO TRIFÁSICO EM -

É NECESSÁRIO REALIZAR A TRANSFORMAÇÃO    equivalent e

A RELAÇÃO ENTRE Z  e Z  É:
 
 Z  ZT (1 )
ZY  
3 3
PORTANTO:
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CONCL.: REATÂNCIA DO BANCO TRI -=REATÂNCIA DO TRAFO MONO

C) BANCO TRIFÁSICO EM Y-

HÁ DUAS POSSIBILIDADES:
1) ANALISAR PELO LADO Y: RESULTA A SOLUÇÃO DO CASO Y-Y.
2) ANALISAR PELO LADO :  RESULTA A SOLUÇÃO DO CASO -.

EXEMPLO 10
Três transformadores monofásicos de 20 MVA e 13,8/69 kV, com reatância de 15%
são interligados formando um banco . O lado BT da unidade monofásica é ligado
em Y, e o lado AT do monofásico, em .
e) Qual a placa do banco?
f) Qual o valor da impedância do lado AT do transformador monofásico em .
g) Qual o valor da impedância do lado  do transformador trifásico.
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h) Qual o valor da impedância do lado Y do transformador trifásico.

EXEMPLO 11
Repetir o exemplo 1 anterior, considerando ligação Y-Y.

EXEMPLO 12
Repetir o exemplo 1 anterior, considerando ligação -.

EXEMPLO 13
3) Repetir o exemplo 1 anterior, considerando ligação -Y.

IMPEDÂNCIA EM pu DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS DE 3


ENROLAMENTOS
FUNÇÃO: TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS DE 3 ENROLAMENTOS
INTERLIGAM 3 NÍVEIS DE TENSÕES DIFERENTES DE SISTEMAS DE
ENERGIA ELÉTRICA (SEE).

EXEMPLO:

DIAGRAMA UNIFILAR:
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CIRCUITO EQUIVALENTE POR FASE

3. FALTAS TRIFÁSICAS SIMÉTRICAS OU


CURTOS-CIRCUITOS TRIFÁSICOS
 NOS TERMINAIS DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
 NOS TERMINAIS DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊENCIA

Os cálculos dos esforços devidos às faltas elétricas, sobretudo de curtos-circuitos são


indispensáveis para o Engo. especificar as proteções apropriadas, de modo a minorar a
interrupção do fornecimento de energia elétrica às cargas bem como a minorar os danos
sobre os equipamentos elétricos de potência. Os disjuntores e seus relés são tecnologias
fulcrais para essa proteção.
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3.1. INTRODUÇÃO. TRANSITÓRIOS EM CIRCUITOS RL SÉRIE

Um disjuntor de proteção do circuito deve ser capaz de:


1 Conduzir uma corrente nominal do circuito In;
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2 Suportar uma corrente de falta máxima Imax momentaneamente;
3 Poder interromper uma corrente de interrupção Iint sem se danificar.
As 3 condições sob a tensão nominal Vn.

Na Figura 1, aplicando a Lei da Malha (Kirchoof)

di(t )
Vm sen( wt   )  R  i(t )  L (1)
dt

Cuja solução é:
Vm  
t

i(t )  sen(wt     )  e sen(   )

Z  
(2)

L
  constante de tempo do circuito, s
R
L  indutância do circuito

R  resistência do circuito

Vm  módulo da amplitude da tensão

Z  módulo da impedância do circuito  R 2  X 2

t  tempo, s

  ângulo instantâneo do valor da tensão instantânea no instante do curto - circuito


X
  ângulo do fator de potência do circuito  arctan
R
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Sendo:
Componente da corrente permanente ou componente CA ou componente
periódica da corrente de curto-circuito

i perm (t ) 
Vm
sen(wt     )
Z

Componente da corrente amortecida ou componente CC ou componente


aperiódica da corrente de curto-circuito

Vm  
t

icc (t )   e sen(   )

Z  
PORTANTO:
i(t )  i perm (t )  icc (t )
ANÁLISE

1. Em que condição icc(t) é máximo?

2. Em que condição icc(t) é nulo?


3. Qual é o valor máximo de icc(t)?
4. Como devem estar correls icc(t) e iperm(t) no instante do curto?
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OSCILOGRAFIA DA CURVA DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO COM
icc(t)=nulo em t=0

OSCILOGRAFIA DA CURVA DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO COM


icc(t)=max em t=0

OSCILOGRAFIA DA CURVA DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO NOS


TERMINAIS DE UM GERADOR SÍNCRONO EM VAZIO e icc(t)=nulo em t=0
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DEFINIÇÕES DE CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO E


REATÂNCIAS DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
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EXEMPLO 14
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EXEMPLOS DE PROBLEMAS E ANÁLISE

EXEMPLO 15
Considere o diagrama unifilar da Figura 1. Para este diagrama, pede-se:

a) Representar o diagrama de impedâncias deste diagrama, indicando todos


os componentes.

b) Calcular e indicar no diagrama de impedâncias os valores das


impedâncias em p.u. numa base, igual para todo o sistema, de 100.000
kVA e 138 kV.

NOTA: Considerar, nos pedidos em a) e b), que para todos os componentes


X
a relação é muito grande .
R

As características dos elementos são:

Gerador 1: 20.000 kVA; 13,2 kV; X d  15% .


''

Gerador 2: 20.000 kVA; 13,2 kV; X d  15% .


''

Motor síncrono 3: 30.000 kVA; 6,9 kV; X d  20% .


''

Transformadores trifásicos Y/Y: 20.000 kVA; 13,8/138 kV; X=10%.


Transformadores trifásicos Y/: :15.000 kVA; 138/6,9 kV; X= 10%.
Todos os transformadores são usados para elevar as tensões dos geradores
aos valores das linhas de transmissão.

Figura 1 – SEE DO EXERCÍCIO # 01


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EXEMPLO 16
Um gerador é ligado por meio de um transformador a um motor síncrono.
Entre o transformador e o motor está um disjuntor em “OFF”. Reduzidas
à mesma base, as reatâncias subtransitórias, em p.u., do gerador e do motor
são 0,15 e 0,35, respectivamente, e a reatância de dispersão do
transformador é 0,10 p.u. Uma falta trifásica ocorre nos terminais do
transformador quando a tensão nos terminais do gerador é 1,0 p.u. e a
corrente de saída do gerador é 0,0 p.u.

a) Determinar a corrente de curto-circuito trifásica subtransitória I sc'' em


p.u. nos seguintes pontos:

a1) Na falta.
a2) No gerador.
a3) No motor.

b) Determinar a corrente de curto-circuito trifásica subtransitória I sc'' em


Ampères, numa base 13,8 kV, 1,5 MVA, nos seguintes pontos:

a1) Na falta.
a2) No gerador.
a3) No motor.

Considerando que o transformador é de 13,8/6,6 kV.


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EXEMPLO 17
Um gerador é ligado por meio de um transformador a um motor síncrono.
Reduzidas à mesma base, as reatâncias subtransitórias, em p.u., do gerador
e do motor são 0,15 e 0,35, respectivamente, e a reatância de dispersão do
transformador é 0,10 p.u. Uma falta trifásica ocorre nos terminais do motor
quando a tensão nos terminais do gerador é 0,9 p.u. e a corrente de saída do
gerador é 1,0 p.u. com fator de potência 0,8 em avanço.

a) Usando a tensão terminal do gerador como fasor de referência e


calculando as tensões de excitação (tensões antes das reatâncias
subtransitórias do gerador e do motor) determinar a corrente de curto-
circuito trifásica subtransitória I sc'' em p.u. nos seguintes pontos:

a1) Na falta.
a2) No gerador.
a3) No motor.

b) Determinar a corrente de curto-circuito trifásica subtransitória I sc'' em


Ampères, numa base 13,8 kV, 1,5 MVA, nos seguintes pontos:

a1) Na falta.
a2) No gerador.
a3) No motor.

Considerando que o transformador é de 13,8/6,6 kV.

c) Usando o teorema de Thévenin determinar a corrente de curto-circuito


trifásica subtransitória I sc'' em p.u. nos mesmos pontos a1), a2), a3)
anteriores.
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EXEMPLO 18
O circuito mostrado na Figura 2 está fornecendo 60.000 kVA sob tensão de
12,5 kV com fator de potência 0,8 em atraso, a um grande sistema
metropolitano que pode ser representado por uma barra infinita. O gerador
tem as seguintes características e parâmetros nominais: 60.000 kVA, 12,7
kV, X d''  0,20 p.u . Cada transformador trifásico /Y tem valores nominais de
75.000 kVA, 13,8/69 kV, X =8%. A reatância da linha de transmissão é de
10 ohms. Uma falta trifásica ocorre à saída do disjuntor D.

a) Determine a corrente de curto circuito trifásica eficaz simétrica


subtransitória I sc'' nos disjuntores A, B, C, D, resultante da falta ocorrida.

b) Determine a corrente de curto-circuito trifásica eficaz simétrica


permanente I sc nos disjuntores A, B, C, D, resultante da falta ocorrida.
Use uma base comum, para todo o sistema, de 75.000 kVA e 69 kV.

Figura 2 – SEE para o Exercício # 04


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EXEMPLO 19
Um gerador alimenta uma rede aérea através de um transformador,
conforme o diagrama unifilar da Figura 3. Na sua extremidade está ligado
um transformador, em cujo lado secundário se encontra um local em curto
circuito. As características e parâmetros do sistema de energia elétrica
(SEE) são:

S NG  60 MVA; U NG  10,5 kV ; X 'dG


'
 12%; S NT2  40 MVA; U NT2  10,5 / 63 kV; X T2  10%
l  22 km; U NL  60 kV; X 'l  0,4 /km; S NT1  12 MVA; U NT!  60 / 10,5 kV; X NT1  8%

Pede-se:

a) O diagrama de impedâncias com indicação dos valores característicos


dos componentes de circuito em impedâncias absolutas.

b) O diagrama de impedâncias com indicação dos valores característicos em


p.u., numa base de 100 MVA e 60 kV.

c) Calcular a corrente de curto-circuito eficaz simétrica inicial


(subtransitória) I sc" à saída do gerador, na linha aérea e à saída de T1.

d) Calcular a corrente de curto-circuito eficaz simétrica permanente I sc à


saída do gerador, na linha aérea e à saída de T1.

Figura 3 – SEE para o Exercício #05

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