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© 2015 André Luis Fernandes Limeira, Carlos Alberto dos Santos Silva, Carlos Vieira,
Raimundo Nonato Souza Silva
Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui
violação do copyright (Lei no 9.610/98).
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Dedicatória
Apresentação
Introdução
1 | A contabilidade e o sistema de informação contábil
Fundamentos da contabilidade
Usuários das informações contábeis
A informação contábil
Objetivos da contabilidade
Conceitos básicos da contabilidade
Limitações da contabilidade
A contabilidade financeira e a contabilidade gerencial
Estrutura conceitual para apresentação das demonstrações contábeis
Limitações na relevância e na confiabilidade das informações
2 | Estrutura das demonstrações contábeis
Informação e demonstrações contábeis
Balanço patrimonial
Avaliação dos ativos
Avaliação do passivo
Procedimentos necessários para elaboração do balanço patrimonial
Apresentação analítica do balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício (DRE)
Demonstração do resultado abrangente total
Demonstração dos fluxos de caixa
Método indireto
Método direto
Demonstração das mutações do patrimônio líquido
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Relatório da administração
Relatório dos auditores independentes
3 | Elaboração das demonstrações contábeis e composição do
patrimônio líquido
Critérios de elaboração das demonstrações contábeis
Patrimônio líquido e sua composição
Capital social
Reservas de capital
Reservas de lucros
Reserva legal
Reservas estatutárias
Reserva para contingências
Reserva de lucros a realizar
Reservas de lucros para expansão (retenção de lucros)
Reserva de Incentivos fiscais
Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído
Lucros e prejuízos acumulados
Fatores que modificam o patrimônio líquido
Ajustes de avaliação patrimonial
4 | Análise econômico-financeira
Objetivos da análise econômico-financeira e principais usuários
Preparação do balanço patrimonial para a análise dinâmica
Composição do capital circulante líquido (CCL)
Necessidade de capital de giro (NCG)
Saldo em tesouraria (ST)
Efeito tesoura (ET)
Critérios de análise econômico-financeira
Análise vertical
Análise horizontal
Indicadores econômico-financeiros
Índices de estrutura de capital
Índices de liquidez
Índices de lucratividade e rentabilidade
Índices de prazos médios
Conclusão
Referências
Os autores
André Luis Fernandes Limeira
Carlos Alberto dos Santos Silva
Carlos Vieira
Raimundo Nonato Souza Silva
Apresentação
O mundo dos negócios evolui rapidamente em meio a um período que pode ser
considerado a nova economia, amparado pelo avanço tecnológico constante.
Paradigmas têm sido constantemente quebrados a uma velocidade ímpar, pois
são completamente novas as determinantes de valor que movem o competitivo
ambiente empresarial.
Nessa contínua mudança, percebe-se o crescimento de diversos ambientes de
negócios, até mesmo em função da redução de outros, movidos pela percepção
de valor, aspecto de grande importância para os consumidores de forma geral.
Como consequência, nota-se também o nascimento de múltiplos segmentos, que
até pouco tempo permaneciam de certa forma inexplorados.
O nascimento ou crescimento de um ambiente de negócios pressupõe a
existência de uma organização que, sustentada pelo investimento inicial e pela
contínua geração de lucros, garante não só a geração de rendimentos para seus
acionistas como, principalmente, a geração de empregos e a consequente
movimentação da economia.
Diante dos desafios de uma eficiente gestão baseada em resultados, os
executivos necessitam tomar decisões rápidas e eficientes, de forma a alavancar
negócios. Esses momentos resultam na avaliação de diversas hipóteses que
apresentam cenários com características distintas, como:
balanço patrimonial;
demonstração de resultados do exercício;
demonstração do resultado abrangente;
demonstração dos fluxos de caixa;
demonstração das mutações do patrimônio líquido;
demonstração do valor adicionado;
notas explicativas.
relatório da administração;
parecer dos auditores independentes;
parecer do conselho fiscal.
Fundamentos da contabilidade
Em outras palavras, o método de partidas dobradas diz que para todo crédito
(ou origem) existe um débito (ou aplicação) correspondente, balanceando a
situação.
Como exemplo de um lançamento contábil observando o método de partidas
dobradas, citamos uma aquisição de estoques, com pagamento a ser efetuado no
prazo de 30 dias, no valor de R$ 20.000,00. Dessa forma, teremos o seguinte:
Ativo Passivo
Estoques R$ 20.000,00 Fornecedores R$ 20.000,00
Tais fatos contábeis são, portanto, eventos que podem ser mensurados de
forma econômica e financeira, trazendo com eles os seguintes conceitos:
regime de caixa, que se refere aos eventos financeiros e, basicamente, aos
registros de caixa. No caso, a receita só é reconhecida contabilmente quando
ocorre a entrada de dinheiro, e o mesmo acontece com a despesa. O regime de
caixa talvez tenha tido muita utilidade há algumas décadas, mas não
atualmente, pois não capta a realidade das operações empresariais em que
ocorrem múltiplas situações de compras e vendas a prazo;
regime de competência, que se refere aos eventos econômicos, ou seja,
promove o registro de todos os fatos na ocasião de seu fato gerador,
independentemente de terem ou não sido pagos e/ou recebidos. O regime de
competência veio trazer uma clareza maior para as demonstrações contábeis,
pois não induz a erros de interpretação em função do registro de todos os
eventos ocorridos na empresa.
fatos permutativos, que não alteram a situação patrimonial das empresas. Como
exemplos, podemos citar uma compra de estoques a prazo e o pagamento de
um empréstimo contratado. Ambos os exemplos envolvem somente eventos
patrimoniais, sem alteração em lucros e/ou prejuízos;
fatos modificativos, que alteram a situação patrimonial das empresas. Como
exemplo citamos a venda de produtos além dos custos incorridos na operação,
o que gera uma alteração patrimonial com apuração do lucro, que alterará o
patrimônio líquido.
Deve ser mencionado que o registro dos fatos contábeis nos livros
obrigatórios é feito mediante a utilização de uma codificação chamada de
“contas contábeis”. O conjunto de contas contábeis, organizadas de forma
racional e planificada, constitui o “plano de contas” de uma empresa, objeto de
estudo do próximo capítulo.
O plano de contas de uma empresa deve ser dimensionado de forma coerente
com o tamanho da mesma e com a quantidade de lançamentos contábeis
efetuados nos períodos, evitando-se uma quantidade de contas contábeis maior
do que a necessária.
Demonstrações contábeis constituem os retratos da situação econômica e
financeira das empresas perante a sociedade. Segundo a Lei das Sociedades por
Ações (Lei no 6.404/1976 e suas recentes alterações pela Lei no 11.638/2007), as
demonstrações contábeis são:
balanço patrimonial;
demonstração de resultado do exercício;
demonstração do fluxo de caixa;
demonstração das mutações do patrimônio líquido;
demonstração do valor adicionado;
demonstração do resultado abrangente;
notas explicativas.
estoques;
contas a receber;
aplicações de curto prazo;
caixa ou disponível;
ou em imobilizado, como:
máquinas;
veículos;
prédios, entre outros.
Chegamos, assim, aos conceitos de capital de giro e capital fixo. Este último
representa o imobilizado.
Veja, na figura 4, o fluxo de recursos das empresas, agora separado em itens
de origens e itens de aplicações, conforme citado acima.
Figura 4
ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
A informação contábil
Objetivos da contabilidade
controle, que é o processo pelo qual a empresa se certifica que está agindo de
acordo com os planos traçados;
planejamento, que é o processo pelo qual se decidem as ações a serem
empreendidas no futuro.
Passivo
Ativo
Patrimônio líquido
clientes e mercados;
inovações em produtos e serviços;
qualidade total, tempo de processamento e custo dos processos internos
críticos;
capacidade dos funcionários e dos sistemas das empresas.
A referida estrutura não é um Pronunciamento Técnico propriamente dito e, portanto, não define
normas ou procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou
divulgação. Nada nesta Estrutura Conceitual substitui qualquer Pronunciamento Técnico, Interpretação
ou Orientação [CPC 00 (R1)].
Limitações Descrição
Tempestividade Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que
ela perca a relevância. A administração da entidade necessita ponderar os
méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da
informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode
ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou
evento sejam conhecidos, prejudicando assim sua confiabilidade. Por outro
lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os
aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável,
porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de
tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a
relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a
melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão
econômica dos usuários.
Equilíbrio entre Limitação de ordem prática, em vez de uma característica qualitativa. Os
custo e benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzi-la.
benefício
Equilíbrio entre Na prática, é frequentemente necessário um balanceamento entre as
características características qualitativas. Geralmente, o objetivo é atingir um equilíbrio
qualitativas apropriado entre as características, a fim de satisfazer aos objetivos das
demonstrações contábeis. A importância relativa das características em
diferentes casos é uma questão de julgamento profissional.
Fonte: Perez Junior e Begalli (2009:36).
balanço patrimonial;
demonstração do resultado;
demonstração do resultado abrangente;
demonstração das mutações do patrimônio líquido;
demonstração dos fluxos de caixa;
demonstração do valor adicionado;
notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis
significativas e outras informações explanatórias.
Balanço patrimonial
Balanço patrimonial
Ativo Passivo + patrimônio líquido
Bens Obrigações
Representam tudo que a empresa possui em termos Representam os débitos – tudo que a
corpóreos ou incorpóreos. empresa tiver a pagar.
Direitos Patrimônio líquido
Representam os créditos – tudo que a empresa tiver Representa a diferença entre o total do
a receber. ativo menos o passivo.
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Bens Obrigações
Caixa
Aplicações de Origens de Fontes de
Investimentos Liquidez Exigibilidade
recursos recursos financiamentos
Patrimônio
Direitos
líquido
Capital
Total Total
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Caixa Fornecedor
Bancos Financiamentos a pagar
Duplicatas a receber Patrimônio líquido
Mercadorias Capital
Veículos Reserva de lucro
Imóveis Prejuízo acumulado
Total Total
Quadro 11
REPRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL DE FORMA SINTÉTICA
Balanço patrimonial
Ativo Passivo + patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Disponível Obrigações
Créditos Passivo não circulante
Estoque Obrigações
Impostos a recuperar Patrimônio líquido
Ativo não circulante Capital social
Realizável a longo prazo Reservas de capital
Investimentos Reservas de lucro
Imobilizado Ajustes de avaliação patrimonial
Intangível Prejuízo acumulado
Total Total
capital social;
reservas de capital;
ajustes de avaliações patrimoniais;
reservas de lucros;
ações em tesouraria;
prejuízo acumulado.
Para efeito do disposto no art. 183 da Lei no 6.404/1976, §1o, alterado pela Lei
no 11.941/2009, considera-se valor justo:
(a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante
compra no mercado;
(b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado,
deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;
(c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros;
(d) dos instrumentos financeiros, o valor que se pode obter em um mercado ativo, decorrente de
transações não compulsórias realizadas entre partes independentes; e, na ausência de um mercado
ativo para um determinado instrumento financeiro:
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro
de natureza, prazo e risco similares;
2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo
e risco similares; ou
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos
financeiros.
Avaliação do passivo
Demonstração do resultado
Receitas
(–) Despesas
(=) Lucro ou prejuízo do exercício
Como disposto no art. 187 da Lei no 6.404/1976, serão apresentados na
demonstração do resultado do exercício:
I. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e dos serviços vendidos e o lucro
bruto;
III. as despesas com vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e
administrativas e outras despesas operacionais;
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
V. o resultado do exercício antes do imposto de renda e a provisão para imposto;
VI. as participações de debenturistas, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na
forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa;
VII. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ações do capital social.
Receitas de aluguéis
(+/–) Resultado financeiro
Despesas financeiras
Receitas financeiras
Atividades operacionais
Os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são basicamente derivados das principais atividades
geradoras de receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam de transações e de outros eventos que
entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades
operacionais são:
recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;
recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;
pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
recebimentos e pagamentos de caixa, por seguradora, de prêmios e sinistros, anuidades e outros
benefícios da apólice;
pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser
especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento;
recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis
para venda futura.
Atividades de investimentos
A divulgação em separado dos fluxos de caixa advindos das atividades de investimento é importante em
função de tais fluxos de caixa representarem a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela
entidade com a finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que resultam em
ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como atividades de
investimento. Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de investimento são:
pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo.
Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos ativos
imobilizados de construção própria;
recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo
prazo;
pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras
entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos
considerados equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);
recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida
de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles recebimentos
referentes aos títulos considerados equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata
ou futura);
adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e
empréstimos feitos por instituição financeira);
recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a
terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos de instituição financeira);
pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos
forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como
atividades de financiamento; e
recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos
forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados
como atividades de financiamento.
Atividades de financiamentos
A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento é importante por ser útil
na predição de exigências de fluxos de caixa futuros por parte de fornecedores de capital à entidade.
Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento são:
caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;
pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;
caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida,
hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;
amortização de empréstimos e financiamentos;
pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil
financeiro.
Fonte: transcrito de CPC 03 (R2) – Demonstração dos fluxos de caixa, itens 14, 16 e 17.
Método indireto
Esse método tem uma grande capacidade informacional, permitindo visualizar
a relação entre o lucro e o caixa. Há, também, a possibilidade de identificar e
analisar o efeito das políticas de administração do capital circulante sobre o
fluxo de caixa.
Nessa evidenciação, é efetuada uma forma de conciliação entre o resultado
obtido na demonstração do resultado e o caixa gerado pelas atividades
operacionais. Tal informação é muito importante para o entendimento da
situação da empresa e para efetuar projeções.
O quadro 16 apresenta o modelo de papel de trabalho para elaboração do
fluxo de caixa.
Quadro 16
MODELO DE PAPEL DE TRABALHO PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO
FLUXO DE CAIXA
Variações no caixa
Contas Ano anterior Ano atual Origens Aplicações
Ativo
Ativo circulante
Disponível
Créditos
Mercadorias
Ativo não circulante
Investimentos
Participações societárias
Total ativo
Passivo
Passivo circulante
Empréstimos a pagar
Contas a pagar
Passivo não circulante
Patrimônio líquido
Capital
Reserva de lucro
Total passivo + PL
Total das variações
Método direto
Na elaboração do fluxo de caixa pelo método direto, faz-se uma descrição de
entradas e saídas no disponível durante o exercício. Vejamos sua estrutura por
meio do quadro 18.
Quadro 18
MODELO ANALÍTICO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO
DIRETO
o custo da matéria-prima;
o custo da mão de obra;
o custo dos gastos gerais de fabricação;
a origem dos elementos que estão sendo aplicados no processo de formação dos
custos;
se os materiais aplicados foram adquiridos no mercado ou gerados
internamente;
se os serviços são de terceiros ou foram obtidos internamente;
os elementos que compõem as despesas de vendas;
os elementos que compõem as despesas administrativas;
os elementos que compõem as despesas financeiras;
os elementos que compõem outras despesas operacionais.
1 – Receitas
1.1 – Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2 – Outras receitas
1.3 – Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4 – Prov. p/ créd. liq. duvidosa – reversão/(constituição)
2 – Insumos adquiridos de terceiros (incluem ICMS, PIS, Cofins e IPI)
2.1 – Custos dos produtos, mercadorias e serviços
2.2 – Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3 – Perdas/recuperação de valores ativos
2.4 – Outros (especificar)
3 – Valor adicionado bruto (1 – 2)
4 – Depreciação, amortização e exaustão
5 – Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3 – 4)
6 – Valor adicionado recebido em transferência
6.1 – Resultado da equivalência patrimonial
6.2 – Receitas financeiras
6.3 – Outros
7 – Valor adicionado total a distribuir (5 + 6)
8 – Distribuição do valor adicionado
8.1 – Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – FGTS
8.2 – Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3 – Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras
8.4 – Remuneração de capitais próprios
8.4.1 – Juros sobre capital próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos/prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros retidos
Notas explicativas
ações em tesouraria;
ágio/deságio;
ajustes de exercícios anteriores;
alteração de método ou critério contábil;
ativo contingente;
capacidade ociosa;
capital social;
capital social autorizado;
continuidade normal dos negócios;
critérios de avaliação;
debêntures;
demonstração em moeda de capacidade aquisitiva constante;
demonstrações condensadas;
demonstrações contábeis consolidadas;
destinações constantes em acordo de acionistas;
dividendo por ação;
dividendos propostos;
empreendimentos em fase de implantação;
equivalência patrimonial;
estoques;
eventos subsequentes;
fundo imobiliário;
imposto de renda e contribuição social;
incorporação, fusão e cisão;
instrumentos financeiros;
investimentos societários no exterior;
juros sobre o capital próprio;
lucro ou prejuízo por ação;
obrigações de longo prazo;
ônus, garantias e responsabilidades eventuais e contingentes;
opções de compra de ações;
plano de aposentadoria e pensão;
programa de desestatização;
provisão para créditos de liquidação duvidosa;
Refis;
remuneração dos administradores;
reservas – detalhamento;
reserva de lucros a realizar;
retenção de lucros;
seguros;
transações com partes relacionadas;
variação cambial;
vendas ou serviços a realizar;
voto múltiplo.
Apresentamos, a seguir, relatório das principais atividades no exercício de 2t10, juntamente com as
demonstrações contábeis elaboradas em conformidade com a legislação societária, acrescidas de
demonstrativos complementares e anexos que consideramos importantes para mostrar o desempenho da
nova companhia para a sociedade, parceiros e clientes.
Registramos nossos agradecimentos aos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal pelo
apoio prestado ao debate e encaminhamento das questões de mais interesse da companhia. Nosso
reconhecimento à dedicação e ao empenho do quadro funcional, extensivamente a todos os demais que,
direta ou indiretamente, contribuíram para o cumprimento da missão da companhia.
O relatório dos auditores reflete seu entendimento acerca dos dados que
examinaram, de uma forma padrão e resumida, que dê aos leitores em geral uma
noção dos trabalhos que realizaram e, principalmente, o que concluíram.
Trata-se de parecer, que independe dos diretores e funcionários da entidade,
sobre as demonstrações contábeis.
A seguir, é apresentado, no quadro 22, um modelo de parecer dos auditores
independentes.
Quadro 22
MODELO DE RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES
Rio de Janeiro,
(Dados dos responsáveis pela auditoria)
Informações adicionais:
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercad.
Saldo final 2.780 4.500 2.800 2.080 2.500 4.000 1.500 0
10.080 10.080
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 30/11/x5 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda 2.560 640 3.200
mercadoria
2.1. Baixa estoque -2.240 –2.240
Saldo final 5.340 5.140 560 2.080 2.500 4.000 1.500 960
11.040 11.040
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 30/11/x5 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda 2.560 640 3.200
mercadoria
2.1. Baixa estoque –2.240 –2.240
3. Recbto. clientes 2.570 –2.570
Saldo final 7.910 2.570 560 2.080 2.500 4.000 1.500 960
11.040 11.040
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda 2.560 640 3.200
mercadoria
2.1. Baixa estoque –2.240 –2.240
3. Recbto. clientes 2.570 –2.570
4. Compra – 1.300
mercadoria 1.300
Saldo final 6.610 2.570 1.860 2.080 2.500 4.000 1.500 960
11.040 11.040
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda 2.560 640 3.200
mercadoria
2.1. Baixa estoque –2.240 –2.240
3. Recbto. clientes 2.570 –2.570
4. Compra -1.300 1.300
mercadoria
5. Pgto. desp. adm. –85 –85
Saldo final 6.525 2.570 1.860 2.080 2.500 4.000 1.500 875
10.955 10.955
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda 2.560 640 3.200
mercadoria
2.1. Baixa estoque –2.240 –2.240
3. Recbto. clientes 2.570 –2.570
4. Compra – 1.300
mercadoria 1.300
5. Pgto. desp. adm. –85 –85
6. Pgto. desp. fin. –15 –15
Saldo final 6.510 2.570 1.860 2.080 2.500 4.000 1.500 860
10.940 10.940
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda 2.560 640 3.200
mercadoria
2.1. Baixa estoque –2.240 –2.240
3. Recbto. clientes 2.570 –2.570
4. Compra – 1.300
mercadoria 1.300
5. Pgto. desp. adm. –85 –85
6. Pgto. desp. fin. –15 –15
7. Venda 2.250 250 2.500
mercadoria
7.1. Baixa estoque –1.550 –1.550
Saldo final 8.760 2.820 310 2.080 2.500 4.000 1.500 1.810
11.890 11.890
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda mercad. 2.560 640 3.200
2.1. Baixa estoque –2.240 –2.240
3. Recbto. clientes 2.570 –2.570
1.300
4. Compra –
mercadoria 1.300
5. Pgto. desp. adm. –85 –85
6. Pgto. desp. fin. –15 –15
7. Venda 2.250 250 2.500
mercadoria
7.1. Baixa estoque –1.550 –1.550
8. Pgto. desp. com. –190 –190
Saldo final 8.570 2.820 310 2.080 2.500 4.000 1.500 1.620
11.700 11.700
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercadoria
2. Venda 2.560 640 3.200
mercadoria
2.1. Baixa estoque –2.240 –2.240
3. Recbto. clientes 2.570 –2.570
4. Compra – 1.300
mercadoria 1.300
5. Pgto. desp. adm. –85 –85
6. Pgto. desp. fin. –15 –15
7. Venda 2.250 250 2.500
mercadoria
7.1. Baixa estoque –1.550 –1.550
8. Pgto. desp. com. –190 –190
9. Pgto. – –1.040
fornecedores 1.040
Saldo final 7.530 2.820 310 1.040 2.500 4.000 1.500 1.620
10.660 10.660
10. Aplicação de 80% da disponibilidade financeira em fundos de investimentos:
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Clientes Estoques Fundos Fornec. Emprést. Capital Lucros Resultado
acumulados
Saldos em 3.500 4.500 1.000 1.000 2.500 4.000 1.500 0
30/11/x5
1. Compra –720 1.800 1.080
mercad.
2. Venda 2.560 640 3.200
mercad.
2.1. Baixa –2.240 –2.240
estoque
3. Recbto. 2.570 –2.570
clientes
4. Compra – 1.300
mercad. 1.300
5. Pgto. –85 –85
desp. adm.
6. Pgto. –15 –15
desp. fin.
7. Venda 2.250 250 2.500
mercad.
7.1. Baixa –1.550 –1.550
estoque
8. Pgto. –190 –190
desp. com.
9. Pgto. – –1.040
forneced. 1.040
10. Aplic. – 6.024
fundos 6.024
Saldo final 1.506 2.820 310 6.024 1.040 2.500 4.000 1.500 1.620
10.660 10.660
Informações adicionais:
Dividendos provisionados
Reserva legal
Reserva estatutária
Reserva para investimentos
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Capital
1. Integral. capital 10.000 10.000
Total 10.000 10.000
10.000 10.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Capital Emprést.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação emprést. 5.000 5.000
Total 15.000 10.000 5.000
15.000 15.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. Capital Emprést.
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação emprést. 5.000 5.000
3. Aquisição máquinas –4.500 4.500
Total 10.500 4.500 10.000 5.000
15.000 15.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP Capital Emprést. Fornec.
equip.
1 Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação emprést. 5.000 5.000
3. Aquisição máquinas –4.500 4.500
4. Aquisição mat.-prima 3.000 3.000
Total 10.500 4.500 3.000 10.000 5.000 3.000
18.000 18.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP Capital Emprést. Fornec.
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação emprést. 5.000 5.000
3. Aquisição máquinas –4.500 4.500
4. Aquisição mat.-prima 3.000 3.000
5. Transf. mat.-prima –2.400 2.400
Total 10.500 4.500 600 2.400 10.000 5.000 3.000
18.000 18.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP Capital Emprést. Fornec.
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação emprést. 5.000 5.000
3. Aquisição máquinas –4.500 4.500
4. Aquisição mat.-prima 3.000 3.000
5. Transf. mat.-prima –2.400 2.400
6. Pgto. mão de obra –2.000 2.000
Total 8.500 4.500 600 4.400 10.000 5.000 3.000
18.000 18.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP Capital Emprést. Fornec.
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação emprést. 5.000 5.000
3. Aquisição máquinas –4.500 4.500
4. Aquisição mat.-prima 3.000 3.000
5. Transf. mat.-prima –2.400 2.400
6. Pgto. mão de obra –2.000 2.000
7. Pgto. gastos gerais –1.600 1.600
Total 6.900 4.500 600 6.000 10.000 5.000 3.000
18.000 18.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Capital Emprést. Fornec.
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição mat.- 3.000 3.000
prima
5. Transf. mat.-prima – 2.400
2.400
6. Pgto. mão de obra –2.000 2.000
7. Pgto. gastos –1.600 1.600
gerais
8. Transf. prod. – 4.200
acabado 4.200
Total 6.900 4.500 600 1.800 4.200 10.000 5.000 3.000
18.000 18.000
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Capital Emprést. Fornec.
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição mat.- 3.000 3.000
prima
5. Transf. mat.- – 2.400
prima 2.400
6. Pgto. mão de –2.000 2.000
obra
7. Pgto. gastos –1.600 1.600
gerais
8. Transf. prod. – 4.200
acabado 4.200
9. Venda 5.000 5.000
mercadorias
9.1. Baixa do – –2.520
estoque 2.520
Total 11.900 4.500 600 1.800 1.680 10.000 5.000 3.000 2.480
20.480 20.480
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Capital Emprést. Fornec. Resultado
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição 3.000 3.000
mat.-prima
5.Transf. mat.- – 2.400
prima 2.400
6. Pgto. mão de –2.000 2.000
obra
7. Pgto. gastos –1.600 1.600
gerais
8. Transf. prod. – 4.200
acabado 4.200
9. Venda 5.000 5.000
mercadorias
9.1. Baixa do – –2.520
estoque 2.520
10. Pgto. prop. –1.000 –1.000
publ.
Total 10.900 4.500 600 1.800 1.680 10.000 5.000 3.000 1.480
19.480 19.480
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Capital Emprést. Fornec. Resultado
equip.
1. Integral. capital 10.000 10.000
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição 3.000 3.000
mat.-prima
5. Transf. mat.- – 2.400
prima 2.400
6. Pgto. mão de –2.000 2.000
obra
7. Pgto. gastos –1.600 1.600
gerais
8. Transf. prod. – 4.200
acabado 4.200
9. Venda 5.000 5.000
mercadorias
9.1. Baixa do – –2.520
estoque 2.520
10. Pgto. prop. –1.000 –1.000
publ.
11. Pgto. juros –250 –250
Total 10.650 4.500 600 1.800 1.680 10.000 5.000 3.000 1.230
19.230 19.230
12. Venda do estoque remanescente dos produtos acabados por $ 4.000, a prazo:
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Clientes Capital Emprést. Fornec. Resultado
equip.
1. Integral. 10.000 10.000
capital
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição 3.000 3.000
mat.-prima
5. Transf. – 2.400
mat.-prima 2.400
6. Pgto. –2.000 2.000
mão de
obra
7. Pgto. –1.600 1.600
gastos
gerais
8. Transf. – 4.200
prod. 4.200
acabado
9. Venda 5.000 5.000
mercadorias
9.1. Baixa – –2.520
do estoque 2.520
10. Pgto. –1.000 –1.000
prop. publ.
11. Pgto. –250 –250
juros
12. Venda 4.000 4.000
mercadorias
12.1. Baixa – –1.680
do estoque 1.680
Total 10.650 4.500 600 1.800 0 4.000 10.000 5.000 3.000 3.550
21.550 21.550
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Clientes Capital Emprést. Fornec. Resultado
equip.
10.000 10.000
1. Integral.
capital
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição 3.000 3.000
mat.-prima
5. Transf. – 2.400
mat.-prima 2.400
6. Pgto. –2.000 2.000
mão de
obra
7. Pgto. –1.600 1.600
gastos
gerais
8. Transf. – 4.200
prod. 4.200
acabado
9. Venda 5.000 5.000
mercadorias
9.1. Baixa – –2.520
do estoque 2.520
10. Pgto. –1.000 –1.000
prop. publ.
11. Pgto. –250 –250
juros
12. Venda 4.000 4.000
mercadorias
12.1. Baixa – –1.680
do estoque 1.680
13. Pgto. –1.000 –1.000
desp. adm.
Total 9.650 4.500 600 1.800 0 4.000 10.000 5.000 3.000 2.550
20.550 20.550
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Clientes Capital Emprést. Fornec. Resultado
equip.
1. Integral. 10.000 10.000
capital
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição 3.000 3.000
mat-prima
5. Transf. – 2.400
mat.-prima 2.400
6. Pgto. mão –2.000 2.000
de obra
7. Pgto. –1.600 1.600
gastos
gerais
8. Trans. – 4.200
prod. 4.200
acabado
9. Venda 5.000 5.000
mercadorias
9.1. Baixa do – –2.520
estoque 2.520
10. Pgto. –1.000 –1.000
prop. public.
11. Pgto. –250 –250
juros
12. Venda 4.000 4.000
mercadorias
12.1. Baixa – –1.680
do estoque 1.680
13. Pgto. –1.000 –1.000
desp. adm.
14. Pgto. –1.200 –1.200
fornecedores
Total 8.450 4.500 600 1.800 0 4.000 10.000 5.000 1.800 2.550
19.350 19.350
Ativo Passivo + PL
Eventos Caixa Máq. EMP EPP EPA Clientes Fundos Capital Emprést. Fornec. Resultado
equip.
1. Integral. 10.000 10.000
capital
2. Captação 5.000 5.000
emprést.
3. Aquisição –4.500 4.500
máquinas
4. Aquisição 3.000 3.000
mat.-prima
5. Transf. – 2.400
mat.-prima 2.400
6. Pgto. mão –2.000 2.000
de obra
7. Pgto. –1.600 1.600
gastos
gerais
8. Transf. – 4.200
prod. 4.200
acabado
9. Venda 5.000 5.000
mercadorias
9.1. Baixa do – –2.520
estoque 2.520
10. Pgto. –1.000 –1.000
prop. publ.
11. Pgto. –250 –250
juros
12. Venda 4.000 4.000
mercadorias
12.1. Baixa – –1.680
do estoque 1.680
13. Pgto. –1.000 –1.000
desp. adm.
14. Pgto. –1.200 –1.200
fornecedores
15. Recbto. 2.800 –2.800
clientes
–9.000 9.000
16.
Aplicação
fundos
Total 2.250 4.500 600 1.800 0 1.200 9.000 10.000 5.000 1.800 2.550
19.350 19.350
Capital social
Corresponde a todo o investimento realizado na empresa pelos sócios ou
acionistas, incluindo o capital inicial e a integralização de novos recursos, bem
como a parte do lucro e outras reservas não distribuídas e incorporadas ao capital
em virtude de decisões dos sócios. De acordo com o art. 182 da Lei no
6.404/1976, “a conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por
dedução, a parcela ainda não realizada”. Capital subscrito é aquele prometido
pelos acionistas. No momento em que os acionistas entregam à empresa as
parcelas prometidas em bens ou direitos, tem-se a realização ou integralização
do capital.
Vale ressaltar as ações em tesouraria. Em determinado momento a empresa
poderá efetuar a compra de suas próprias ações. O registro contábil das ações
que foram adquiridas pela própria empresa, ou seja, ações em tesouraria, será
lançado como dedução do patrimônio líquido.
Menciona-se ainda que, em conformidade com o CPC 08, a contabilização
dos aumentos de capital através de captação de recursos e as operações de
compra e venda de ações próprias devem ser tratadas em conjunto com os custos
necessários para realizar essas operações.
Reservas de capital
São as que não se originam do resultado do exercício, isto é, não são apuradas
e, portanto, não transitam pela demonstração de resultado do exercício. As
reservas de capital não decorrem das operações da companhia, mas de operações
como o ágio na emissão de ações. A Lei no 11.638/2007 revogou expressamente
a possibilidade de classificação, como reserva de capital, das contas que
registravam prêmio na emissão de debêntures e também aquelas resultantes de
doações e subvenções para investimentos (ver, a seguir, a destinação de parcela
do lucro decorrente de doações ou subvenções governamentais à conta de
reserva de incentivos fiscais).
Ressalta-se que
o prêmio recebido na emissão de debêntures normalmente faz parte das condições de sua negociação,
em função da atratividade desse papel ou da sua precificação, como a fixação de taxa de juros acima da
média do mercado. Nesse caso, o prêmio recebido configura uma receita não realizada, que deveria ser
classificada como [...] [receita diferida], para apropriação ao resultado em função do prazo das
debêntures e do reconhecimento também no resultado das despesas de juro [CVM, 2008].
Reservas de lucros
Consistem na retenção de parte do lucro com finalidade específica.Com a
alteração realizada pela Lei no 11.638/2007 no art. 199 da Lei das Sociedades por
Ações, o saldo da reserva de lucros não poderá ultrapassar o capital social e, uma
vez atingido este limite, tal valor deverá ser distribuído como dividendos aos
acionistas ou utilizado para integralização ou aumento de capital da companhia,
exceto nos montantes aplicáveis às contingências de lucros a realizar e
contingências de incentivos fiscais.
As reservas de lucros são discriminadas a seguir:
reserva legal;
reserva estatutária;
reservas para contingências;
reservas de lucros a realizar;
reservas de lucros para expansão;
reservas de incentivos fiscais;
reserva especial para dividendos obrigatórios.
Reserva legal
Do lucro líquido do exercício, 5% serão aplicados, antes de qualquer outra
destinação, na constituição de reserva legal, que não poderá exceder 20% do
capital social. A reserva legal tem por finalidade assegurar a integridade do
capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou
aumentar o capital. Vale ressaltar os seguintes parágrafos do art. 193 da Lei no
6.404/1976:
§1o. A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva,
acrescido do montante das reservas de capital de que trata o §1o do artigo 182, exceder de 30% (trinta
por cento) do capital social.
§2o. A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada
para compensar prejuízos ou aumentar o capital.
Reservas estatutárias
As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da
companhia e como destinação de uma parcela dos lucros do exercício.
Como definido na Lei das S/A:
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
I. indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
II. fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que não será destinada à sua
constituição;
III. estabeleça o limite máximo da reserva.
Note-se que, na constituição dessa reserva, o fato gerador ainda não ocorreu,
o que a distingue de provisão para contingências.
Reserva de lucros a realizar
Essa reserva é constituída como uma destinação do lucro do exercício, sendo,
todavia, optativa sua constituição.
Tal reserva evidencia a parcela de lucros não realizada financeiramente. Seu
objetivo é evitar a distribuição de dividendos sobre essa parcela. Entretanto, a
Lei no 11.638/2007 alterou o art. 197 da Lei das S/A, para dispor que “o lucro,
rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo
pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término
do exercício social seguinte”, poderão ser considerados para o cálculo da parcela
do lucro realizado.
Com a nova redação da Lei no 6.404/1976, dada pela Lei no 11.638/2007, o
procedimento de cálculo da reserva de lucros a realizar passa a ser em função do
dividendo obrigatório e não mais das diversas reservas de lucro. A reserva de
lucros a realizar será constituída quando não existirem lucros realizados
suficientes para o pagamento do dividendo obrigatório. Portanto, antes do
cálculo da reserva de lucros a realizar, os dividendos obrigatórios devem ser
calculados, pois são parâmetros a serem utilizados nessa reserva (Iudícibus et al.,
2010:352).
Análise econômico-financeira
visão clássica:
CCL = AC (–) PC
visão estratégica:
ST = ACF (–)PCF
Portanto, para que a diferença algébrica entre o CDG e a NCG reflita o efeito
tesoura (veja tabela 1) foi trabalhado em módulo, ou seja, o ST de 2011, igual a
20 (negativo), é 20 (positivo) e assim por diante. Quanto aos valores do saldo em
tesouraria, estes representam a diferença algébrica entre o valor do capital de
giro e o da necessidade de capital de giro, e não estão na mesma escala
matemática das variáveis (NCG e CDG) representadas no gráfico da figura 9.
Figura 9
VARIÁVEIS DO EFEITO TESOURA
Fonte: figura com dados gerados pelo autor para o exemplo citado.
Pelo gráfico, observa-se que, nos três anos (2011 a 2013), o capital de giro
(CDG), que é uma origem de recursos, não conseguiu financiar a necessidade de
capital de giro (NCG), que é uma aplicação, pois os valores da NCG (conforme
tabela) são maiores do que o CDG. O gap apresentado no gráfico da figura 9,
portanto, é justamente o Saldo em Tesouraria (ST), evidenciando uma origem de
recurso, ou seja, um recurso complementar do qual a empresa se utilizou para
financiar o restante da NCG.
Os saldos de tesouraria (gap de $ 20, $ 30 e $ 50), referentes ao período de
2011 a 2013, foram financiados por origens de recursos mais onerosas, aquelas
financiadas por passivo circulante financeiro como empréstimos bancários.
Normalmente as empresas financiam o gap do saldo em tesouraria com recursos
de curto prazo e, como dito, normalmente esses são mais onerosos.
Na sequência, apresenta-se um conjunto de representações gráficas da
empresa ZHF, para exemplificar os conceitos relacionados à administração de
capital de giro.
A empresa ZHF Ltda. apresenta as variáveis de administração de capital de
giro, no período de 2011 a 2013, indicadas no quadro 25.
Quadro 25
VARIÁVEIS DE ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO
* ST, na representação gráfica, será apresentado em módulo. Portanto em 2011 o módulo de 70 (negativo) é
70 (positivo).
Figura 10
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS
Fonte: figura desenvolvida pelo autor, com os dados gerados pelo autor.
Obs.: o saldo em tesouraria se apresenta como margem de segurança quando o ativo circulante financeiro é
maior que o passivo circulante financeiro (ACF > PCF).
Dessa forma, podemos resumir que a empresa ZHF Ltda. não tem capital de
giro (CDG), pois o passivo permanente (PP = PNC + PL) é menor que o ativo
não circulante (ANC) no período de três anos (PP < ANC). Portanto, quando não
há capital de giro é porque não houve sobra de recursos de longo prazo para
financiar as aplicações (ativos) da empresa.
Como observado no parágrafo anterior e nas representações gráficas (figura
10), a cada ano houve aumento do ativo não circulante (ANC) – imobilizado,
máquinas –, porém seu crescimento de longo prazo está sendo financiado pelo
passivo circulante financeiro (PCF), por meio do saldo em tesouraria (ST).
Pelo fato de a empresa apresentar crescente necessidade de capital de giro
(NCG) a cada ano, e considerando-se, por exemplo, a necessidade de compra de
mais estoques, o saldo em tesouraria (ST) está sendo utilizado para financiar a
necessidade de capital de giro total, uma vez que inexiste capital de giro, e
também para financiar parte do ativo não circulante (ANC).
Nesse caso, o saldo em tesouraria (ST) está gerando desequilíbrio financeiro,
pois, como já explicitado, esse é um recurso de curto prazo (origem) e está
financiando o ativo não circulante de longo prazo.
análise vertical;
análise horizontal;
indicadores econômico-financeiros (indicadores de desempenho).
Análise vertical
Trata-se de metodologia de análise que mostra a participação percentual de
cada um dos itens das demonstrações contábeis em relação ao somatório de seu
grupo e, conforme cita Ribeiro (2009b:135), “este processo é também conhecido
por análise por coeficientes”.
Com esse instrumento, pode-se visualizar, de modo objetivo e direto, a
representatividade de cada componente das demonstrações contábeis,
identificando aqueles que mais contribuem para a formação do conjunto objeto
da análise.
A análise vertical é de grande importância, principalmente quando aplicada à
demonstração de resultado do exercício, porque possibilita detectar a
composição percentual das receitas, custos e despesas, evidenciando aquelas que
mais influenciaram na formação do lucro ou prejuízo. Conforme citam Perez
Junior e Begalli (1999:195), “essa análise em períodos sucessivos pode fornecer
uma base para a projeção de uma demonstração de resultados”.
A seguir, apresentam-se, no quadro 26, os dados do balanço patrimonial da
empresa fictícia Estrela Solitária S/A referentes ao exercício de 2010, que
servirão de base para exemplificarmos a análise vertical.
Quadro 26
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTRELA SOLITÁRIA S/A (ANÁLISE VERTICAL)
2010 %
Receita operacional líquida 45.800 100,0
(–) CMV 16.100 35,2
Lucro bruto 29.700 64,8
(–) Despesas operacionais 13.100 28,6
Comerciais 5.700 12,4
Administrativas 5.300 11,6
Financeiras 2.100 4,6
Lucro operacional 16.600 36,2
(–) IR e CSLL 5.300 11,6
Lucro líquido do exercício 11.300 24,7
Quadro 28
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTRELA SOLITÁRIA S/A (ANÁLISE
HORIZONTAL)
Quadro 29
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO DA EMPRESA ESTRELA SOLITÁRIA
S/A (ANÁLISE HORIZONTAL)
2010 % 2009 %
Receita operacional líquida 45.800 139 33.000 100
(–) CMV 16.100 134 12.000 100
Lucro bruto 29.700 119 25.000 100
(–) Despesas operacionais 13.100 124 10.600 100
Comerciais 5.100 119 4.300 100
Administrativas 5.300 110 4.800 100
Financeiras 2.700 108 2.500 100
Lucro operacional 16.600 115 14.400 100
(–) IR e CSLL 5.300 110 4.800 100
Lucro líquido do exercício 11.300 118 9.600 100
Indicadores econômico-financeiros
O nível de segurança que se obtém de um relatório técnico acerca da situação
econômico-financeira de uma entidade está intimamente relacionado ao período
que se utiliza para avaliação. Isso quer dizer que o gestor deve valer-se das
demonstrações contábeis de, pelo menos, dois exercícios sociais, e delas extrair
os diversos indicadores que lhe forneçam as informações desejadas.
Ao usuário interno (gestor) da empresa importa, fundamentalmente, detectar
problemas e pontos fortes existentes para, a partir daí, traçar estratégia no
sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as oportunidades. Já aos usuários
externos (credores, investidores, fornecedores, entre outros) interessa avaliar a
viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa, concessão de créditos e
captação de recursos. Ou seja, a necessidade de informação do analista é que
determinará os indicadores a serem avaliados e os caminhos a serem seguidos.
Em um empréstimo de curto prazo, por exemplo, o gerente de um banco –
interessado fundamentalmente em receber os valores referentes aos empréstimos
concedidos – privilegiará os aspectos de liquidez, para avaliação de solvência, e
endividamento, para determinação do fator de risco. Já em se tratando de
empréstimo de longo prazo, o gerente dará ênfase também à capacidade de
geração de lucro e à eficiência operacional da empresa, ou seja, ao enfoque da
lucratividade e rentabilidade. De acordo com Perez Junior e Begalli (1999:196),
“um dos principais instrumentos para se avaliarem certos aspectos dos
desempenhos – passados, presentes e futuros – da empresa é a análise de índices
econômico-financeiros”.
Os índices ou indicadores estabelecem a relação entre contas ou grupo de
contas das demonstrações contábeis visando evidenciar determinado aspecto da
situação econômico-financeira de uma empresa. No entanto, cabe ressaltar que
não é só a análise por meio de alguns índices que apresenta um resultado final
sobre o desempenho da empresa. Para que seja desenvolvido o relatório final,
torna-se necessária a utilização de vários componentes de análise específicos
sobre a estrutura financeira e econômica da entidade. Dessa forma, o índice não
deve ser considerado isoladamente, mas sim pelo aspecto dinâmico e dentro de
um contexto mais amplo, onde outros indicadores e variáveis devem ser
interpretados. Exemplificando, um elevado grau de endividamento não significa,
necessariamente, que a empresa esteja à beira da insolvência. Há empresas que
convivem com níveis altos de endividamento sem comprometer sua solvência, já
que há outros fatores que podem atenuar essa condição, como uma concentração
maior desse endividamento no longo prazo através de fontes menos onerosas de
recursos.
Para melhor compreensão da influência de cada indicador na análise, você
verá índices de estrutura de capital, de liquidez, de lucratividade, de
rentabilidade, de prazos médios e necessidade de capital de giro. Cada um deles
será, a seguir, discriminado:
2010 2009
Receita operacional líquida 45.800 33.000
(–) CMV 16.100 12.000
Lucro bruto 29.700 25.000
(–) Despesas operacionais 13.100 10.600
Comerciais 5.700 4.300
Administrativas 5.300 4.800
Financeiras 2.100 2.500
Lucro operacional 16.600 14.400
(–) IR e CSLL 5.300 4.800
Lucro líquido do exercício 11.300 9.600
Endividamento geral EG
Composição do endividamento CE
Imobilização do capital próprio IPL
Imobilização de recursos não correntes IRNC
Passivos onerosos sobre ativo Posa
Índices de liquidez
Os índices de liquidez apontam a capacidade financeira da empresa para
honrar os compromissos para com terceiros, ou seja, a capacidade da empresa
para liquidar suas dívidas. Evidenciam quanto a empresa dispõe de recursos
(capital de giro) em relação às obrigações assumidas no mesmo período. Os
índices de liquidez mais aplicados em análise econômico-financeira são: liquidez
imediata, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral. Cada um fornece
informações diferentes sobre a situação financeira da empresa. Em geral,
presume-se que quanto maior for a liquidez, melhor será a situação financeira da
empresa. Entretanto, não podemos aplicar isso como regra. Você deve ter em
mente que um alto índice de liquidez não representa, necessariamente, boa saúde
financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma
adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento (índices de
atividade). Assim, uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas
mantém mercadorias estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas
vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis na conta clientes poderá ter
problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldades para honrar seus
compromissos nos vencimentos. Discriminaremos, a seguir, no quadro 33, os
indicadores de liquidez.
Quadro 33
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Liquidez imediata
Liquidez corrente
Liquidez seca
Liquidez geral
AC
PC
AC – Estoque
PC
Esse índice é uma medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da
empresa, tratado por muitos especialistas como “teste do ácido”. Indica de
quanto a empresa poderá dispor em termos de capital de giro, sem levar em
consideração seus estoques, para fazer frente a suas dívidas de curto prazo.
É natural que, ao aplicar esse índice em empresas comerciais ou industriais,
ou até mesmo em empresas de serviço que necessitem de estoque para
desempenhar sua atividade (empresas do ramo hospitalar, por exemplo, que
dependem de materiais médicos e medicamentos para atender os pacientes), o
indicador se apresente abaixo da unidade. Isoladamente, esse índice não diz
muita coisa. Seu maior objetivo é identificar o grau de dependência do estoque
para saldar as dívidas de curto prazo. Significa dizer que um indicador de
liquidez corrente muito elevado pode estar comprometido por um alto grau de
dependência do estoque, que para se realizar depende de mercado. Dessa forma,
conclui-se que nem sempre a liquidez corrente muito elevada retrata uma
situação financeira confortável; a necessidade de se avaliar o estoque, que
representa um dos principais componentes do capital de giro, é relevante, a fim
de não se obter uma visão míope sobre a capacidade de liquidez da empresa.
A Estrela Solitária S/A apresentou, em 2009, uma liquidez seca de 0,79 [($
12.500 – $ 4.000) ÷ $ 10.800], o que demonstra que a empresa apresenta
dependência de seus estoques para saldar suas dívidas de curto prazo.
Paralelamente, conforme comentado, é fundamental verificar o grau de
dependência do estoque para saldar suas obrigações. Com base no indicador
apresentado, o grau de dependência do estoque é de 32% [(1,16 – 0,79) ÷ 1,16],
o que é considerado um fator aceitável, não comprometendo, assim, o fator de
liquidez da empresa. Em 2010, a empresa apresenta uma liquidez seca de 0,68
[($ 16.600 – $ 5.800) ÷ $ 15.800], gerando um grau de dependência do estoque
de 35% [(1,05 – 0,68) ÷ 1,05], acompanhando o patamar apresentado em 2009.
AC + RLP
PC + PNC
onde RLP = realizável a longo prazo.
A liquidez geral, ou índice de solvência geral, é uma medida da capacidade da
empresa para honrar todas as suas obrigações (de curto e longo prazos)
contando, para isso, com seus recursos realizáveis em curto e longo prazos.
A Estrela Solitária S/A apresentou uma liquidez geral de 0,92 [($ 12.500 + $
1.800) ÷ ($ 10.800 + $ 4.700)], ou seja, para cada $ 1,00 de dívidas totais, a
empresa dispõe de $ 0,92 de recursos de curto e longo prazos. Embora o
indicador se apresente abaixo da unidade, isso não representa um fator
preocupante em função de a empresa estar financiando o ativo com boa parcela
de recursos de longo prazo – o que é uma boa política de captação – e pelo fato
de, no gargalo (curto prazo), apresentar folga financeira, revelando-se com
capacidade de solvência. Em 2010, a liquidez geral apresentou-se em 0,89 [($
16.600 + $ 2.000) ÷ ($ 15.800 + $ 5.000)], o que demonstra uma ligeira queda
pelo fato de a empresa ter aumentado ainda mais a captação de recursos de longo
prazo no financiamento do ativo.
Margem bruta
Margem operacional
Margem líquida
Giro do ativo
Rentabilidade do patrimônio líquido
Rentabilidade dos investimentos
Lucro bruto
×100
Receita operacional líquida
A margem bruta representa a lucratividade auferida sobre a mercadoria,
produto ou serviço comercializado pela empresa. Numa análise complementar,
esse indicador revela o percentual remanescente do faturamento líquido após a
dedução do custo das mercadorias ou produtos vendidos ou dos serviços
prestados para cobrir as despesas operacionais e ainda, se possível, gerar lucro.
A Estrela Solitária S/A apresentou, em 2009, uma margem bruta de 75,8% [($
25.000 ÷ $ 33.000) × 100]. Significa dizer que a empresa obteve 75,8% de
lucratividade sobre o produto comercializado, ou seja, há uma sobra de 75,8%
do faturamento líquido para arcar com as despesas operacionais e ainda gerar, se
possível, lucro. Em 2010, apresentou uma margem bruta de 64,8% [($ 29.700 ÷
$ 45.800) × 100], o que demonstra redução da lucratividade auferida sobre o
produto e menor parcela do faturamento líquido para absorção das despesas
operacionais.
Vendas líquidas
Ativo total
Lucro líquido
×100
Ativo total
A rentabilidade dos investimentos também é chamada de return on
investments (ROI) ou poder de ganho e reflete o quanto a empresa está obtendo
de retorno em relação aos investimentos totais. Conforme cita Ribeiro
(2009b:171), “este quociente evidencia o potencial de geração de lucros por
parte da empresa”. Por meio desse índice pode-se, também, determinar o
payback do negócio, ou seja, em quanto tempo se recuperam os investimentos
totais efetuados na entidade.
A Estrela Solitária S/A apresentou, em 2009, um retorno sobre os
investimentos de 27% [($ 9.600 ÷ $ 35.500) × 100], ou seja, o lucro líquido do
exercício representa 27% do total investido na empresa. Adicionalmente, pode-
se concluir que a empresa consegue recuperar os investimentos totais efetuados
no ativo (payback) em aproximadamente 3,7 anos (100% ÷ 27%), considerando-
se apenas o resultado gerado em suas operações. Em 2010, o retorno sobre os
investimentos apresentou-se em 25,8% [($ 11.300 ÷ $ 43.800) × 100] com um
payback de 3,9 anos (100% ÷ 25,8%).
Fornecedores
×360
Montante de compras
O PME exprime quantos dias a empresa leva, em média, para realizar seus
estoques. O estoque se realiza por meio do giro que, por sua vez, ocorre em
função das vendas. Assim, o prazo médio de estoque é o tempo decorrido entre a
compra e a venda das mercadorias. Esse índice torna-se ainda mais relevante
quando comparado a empresas de um mesmo segmento, pois, conforme salienta
Gitman (1997:113), “o giro resultante é significativo somente quando comparado
ao de outras empresas pertencentes à mesma indústria ou ao giro passado dos
estoques da empresa”. Deve-se levar em consideração que, quanto menor for o
período de manutenção dos estoques, maior será o giro e, consequentemente, a
empresa reduzirá seus custos de estocagem e armazenagem.
A Estrela Solitária S/A apresentou um prazo médio de estoques, em 2009, de
120 dias [($ 4.000 ÷ $ 12.000) × 360], ou seja, a empresa mantém a mercadoria
em estoque, em média, por 120 dias desde a compra até a venda, o que, em
geral, representa um período bastante elevado. Em 2010, o prazo médio de
estoques apresenta-se em 130 dias [($ 5.800 ÷ $ 16.100) × 360], aumentando
ainda mais o período de manutenção das mercadorias em estoque, o que
certamente contribui para o aumento do custo de estocagem, relacionado não só
ao custo de armazenagem como também ao custo financeiro.
Clientes
×360
Receita operacional líquida
CF = CO – PMC
Exprime o período decorrido entre o momento do pagamento aos
fornecedores referente à compra da mercadoria ou matéria-prima e o efetivo
recebimento referente às vendas efetuadas aos clientes. O ciclo financeiro tem
como intuito demonstrar o período em que a empresa necessita, ou não, de
financiamento complementar do seu ciclo operacional, gerando, assim,
necessidade de capital de giro ou folga de caixa.
A figura 12 permite visualizar o ciclo financeiro.
Figura 12
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Os autores
Carlos Vieira
Mestre em ciências contábeis pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Uerj). Especialista em finanças pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-Rio). Pós-graduado em ciências contábeis pelo Instituto Superior
de Estudos Sociais Clóvis Bevilácqua e graduado em economia pela
Universidade Gama Filho. Professor convidado do FGV Management. Consultor
de empresas nas áreas de contabilidade e finanças.