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FORMADOR: RUI SILVA MARQUES

2015

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Índice:

Introdução 3

Ser empreendedor: uma herança genética? 4

Quem é o empreendedor? 6

Quais as vantagens do empreendedorismo? 7

Questões base para analisar o perfil empreendedor 7

O Perfil do Empreendedor 9

O perfil do Empreendedor - principais competências-chave 10

Atitudes recomendadas ao empreendedor 16

Elementos da tomada de decisão 17

Etapas do processo de tomada de decisões 17

Os casos de sucesso… 18

Conclusão 19

Bibliografia 20

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Introdução
A utilização do termo “empreendedorismo” é atribuída a Richard Cantillon (1755) e a
Jean-Baptiste Say (1800). Ambos definiam os empreendedores como pessoas que correm
riscos porque investem o seu próprio dinheiro em empreendimentos.
Mais tarde, em 1978, J. Schumpeter associa o empreendedorismo à inovação ao afirmar que
“a essência do empreendedorismo está na percepção e aproveitamento das novas
oportunidades no âmbito dos negócios; tem sempre que ver com a criação de uma nova
forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados do seu emprego
tradicional e sujeitos a novas combinações”. Schumpeter descreveu ainda o empreendedor
como responsável por processos de “destruição criativa”, que resultavam na criação de
novos métodos de produção, novos produtos e novos mercados. Assim, “o empreendedor
é aquele que destrói a ordem económica existente pela introdução de novos produtos e
serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e
materiais.
A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e
XVIII, com o objetivo de designar pessoas ousadas que estimulam o progresso
económico, mediante novas e melhores formas de agir. A verdade é que o espírito
empreendedor caracteriza-se fundamentalmente pelo desejo e energia para agir, de forma
persistente, sobre a realidade envolvente. Essa dinâmica é útil, seja no âmbito da vida
pessoal, na vida comunitária, na vida das organizações, seja na criação de iniciativas de
carácter empresarial. Pessoas empreendedoras produzem novas soluções, criam inovação,
resolvem problemas, correm riscos, falham e aprendem a ser mais eficazes; mobilizam
recursos e pessoas em torno de ideias e, em toda essa dinâmica, existe sempre a procura da
criação de valor para si e para os outros.
Assim, ser empreendedor resulta fundamentalmente de um conjunto de atitudes e
comportamentos que são acessíveis a qualquer pessoa, em qualquer
contexto, independentemente da sua origem, qualificações ou recursos.

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Assim, este programa foi concebido para que os formandos:
Conheçam diversos conceitos ou significados de «ser empreendedor/a»;

Reconheçam as vantagens de ser empreendedor/a;


Identifiquem e treinem as competências comportamentais que
facilitam o empreendedorismo.
Sejam capazes de integrar o conceito de competências
empreendedoras no seu dia-a-dia pessoal e, sobretudo, profissional.
No fundo, potenciar o desenvolvimento do espírito empreendedor em cada formando, em
cada atividade, em cada desafio, em cada projeto. Assim, os formandos tanto poderão
trabalhar por conta própria como por conta de outrem, mantendo uma atitude
empreendedora, isto porque, nunca como hoje, as empresas precisaram tanto de verdadeiros
“empreendedores”.
Cada funcionário deve ter a atitude e comportamentos de “dono do negócio” e as empresas
de sucesso são aquelas que têm nos seus quadros verdadeiros “empreendedores”. O
espírito empreendedor surge com uma nova cultura empresarial que hoje se tenta
incutir nas sociedades.
O sucesso das empresas depende do trabalho desenvolvido pelos empresários e
colaboradores que, nos últimos anos, têm sofrido pressões quanto à necessidade
de desenvolverem uma capacidade empreendedora que contrarie a cultura vigente,
caracterizada, tanto ao nível do ambiente familiar e escolar, como das mentalidades, por
aspetos ligados à aversão ao risco e à falta de iniciativa própria dirigida à dinamização de
projetos empresariais que tenham em conta os novos fatores competitivos.
Para se ser um empreendedor de sucesso é essencial que se tenha algumas características
específicas. A garra, a força de vontade e a determinação são, talvez, as mais importantes,
mas há outras a considerar.

Ser empreendedor: uma herança genética?


Hoje em dia, parece ser consensual que não se nasce empreendedor. Podemos, sim,
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herdar algumas características que, certamente, ajudarão na incursão pelo mundo dos
negócios. É também certo que muitos empreendedores se revelam muito precocemente
(durante a infância e juventude) destacando-se pela sua capacidade de liderança,
competitividade ou “jeito” para os pequenos negócios. Contudo, está ao alcance de qualquer
um tornar-se empreendedor. Para isso, exige-se trabalho, força de vontade e um profundo
conhecimento de si próprio.
Assim, são empreendedores aqueles que criam algo novo, algo diferente, eles mudam ou
transformam valores. O espírito empreendedor é uma característica distinta, seja de um
indivíduo, ou de uma instituição. Não é um traço de personalidade, mas sim um
comportamento e suas bases são o conceito e a teoria, e não a intuição. Mas afinal o que
é o empreendedorismo? “O empreendedorismo refere-se a uma capacidade individual
para colocar as ideias em prática. Requer criatividade, inovação e o assumir de riscos, bem
como a capacidade para planear e gerir projectos com vista a atingir determinados objetivos.
É, acima de tudo, uma atitude mental que engloba a motivação e a capacidade de um
indivíduo, isolado ou integrado num organismo, para identificar uma oportunidade e
para a concretizar com o objectivo de produzir um novo valor ou um resultado
económico. O empreendedorismo constitui-se num conjunto de comportamentos e de
hábitos que podem ser adquiridos, praticados e reforçados nos indivíduos, ao
submetê-los a um programa de capacitação adequado de forma a torná-los capazes
de gerir e aproveitar oportunidades, melhorar processos e inventar negócios. Aliás, o
empreendedorismo é muito importante para o desenvolvimento de nações, pois gera
riqueza para a sociedade. Deste modo, o empreendedorismo designa os estudos relativos ao
empreendedor, o seu perfil, as suas origens, o seu sistema de atividades, o seu universo
de atuação. É fundamentalmente a capacidade e o desejo de agir consciente,
determinado e voluntário, tendente a obter uma mudança. O ato de empreender
revela-se numa atitude dinâmica perante a realidade, em que, face a determinados
contextos internos ou externos, imaginam-se respostas de modificação dessa realidade. É
por isso que se associa, regra geral, o empreendedorismo à inovação, pois o(a)
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empreendedor(a) tende a realizar as suas acções de forma diferente, para obter
resultados diferentes e, nesse processo de inovação, está a desconstruir a realidade
para recriar. No fundo, "ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja
riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não tendo forças. É caminhar por lugares
desconhecidos, mesmo sem bússola. É tomar atitudes que ninguém tomou. É ter
consciência de que quem vence sem obstáculos triunfa sem glória. É não esperar uma
herança, mas construir uma história... Quantos projetos foram deixados para trás? Quantas
vezes seus temores bloquearam os seus sonhos? Ser um empreendedor não é esperar a
felicidade acontecer, mas conquistá-la.

Quem é o empreendedor?

Pode ser o empregado que introduz inovações numa organização, provocando valor
acrescentado. Mas quem só gere o negócio, sem introduzir nenhuma inovação, não é
considerado um empreendedor... Nem todas as pessoas assumem a iniciativa para
serem empreendedores. Existem muitas definições de empreendedor, mas salientamos as
que traduzem a habilidade daqueles que, ao detetarem oportunidades, conseguem
reunir os recursos humanos, técnicos e financeiros, para a concretização de produtos
e serviços inovadores, que venham a atingir o sucesso empresarial. Em todos os projetos
de empreendedorismo existe risco associado mas este só é superado pela capacidade de
motivação e confiança na liderança do empreendedor.
Basicamente, a questão do espírito empreendedor pode desenvolver-se a três níveis:
indivíduo, empresa e sociedade. Por um lado, para que os indivíduos se tornem
empreendedores, é necessário transmitir-lhes a noção de “espírito empresarial”, de modo a
possuírem capacidades adequadas para transformarem as suas ambições em projetos de
sucesso. Por outro, para que esses projetos deem origem a empresas prósperas, é essencial
que existam condições de apoio ao seu funcionamento, que permitam o desenvolvimento e
o crescimento das empresas e que não criem obstáculos capazes de a levar à falência.
Além destes dois aspetos, a atividade empresarial depende de uma atitude positiva da

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sociedade em relação aos empresários.
No fundo, o empreendedor é uma pessoa capaz de perceber e interpretar necessidades e
problemas e de encontrar soluções para estes. O empreendedor inova, transforma ideias
em realidade. Ser empreendedor implica ser activo, arrojado, imaginativo, autónomo,
responsável, capaz de assumir riscos. É alguém que aprende com os erros e fracassos diante
dos quais não se deixa abater. São estas características e muitas outras que distinguem
um empreendedor daqueles que, em igualdade de circunstâncias, não conseguem
progredir e avançar.

Quais as vantagens do empreendedorismo?

O empreendedorismo tem vantagens a vários níveis:

 Contribui para a criação de emprego;


 Funciona como um meio de integração de desempregados e desfavorecidos no
meio laboral;
 Pode contribuir para reforçar a coesão económica e social das regiões menos
desenvolvidas;
 Constitui um caminho para a inovação;
É crucial para a competitividade;
 Oferece aos consumidores mais possibilidades de escolha e preços mais baixos;

Questões base para analisar o perfil empreendedor

Nunca trabalhei e não possuo experiência profissional. Posso iniciar um negócio?


 Alguma experiência seria desejável mas pode ser ultrapassado se reunir uma
equipa que englobe as competências necessárias para o desenvolvimento do seu
negócio.

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Tenho uma ideia inovadora mas não sei como a por em prática. Posso constituir
uma empresa e depois maturar a ideia?
 Sim pode, mas poderá incorrer em riscos e custos desnecessários.

Tenho uma ideia espetacular mas não tenho dinheiro. Posso ser empreendedor?
 Pode, veja as possibilidades de financiamento existentes no mercado
para o seu plano de negócios.

Já constitui uma empresa mas não fui bem-sucedido, mas sou muito persistente
e com grande força de vontade. Posso voltar a ser empreendedor?
 Sim pode, nada o impede de empreender num novo projeto. Aliás, a persistência e
a força de vontade são algumas das condições que potenciam o sucesso num
projeto empresarial.

Não possuo um curso superior. Posso vir a ser empreendedor? Com que idade
posso ser empreendedor?
 Sim pode, não existem requisitos de personalidade, de habilitações académicas,
ou outros, que não legais, para empreender. Só se pode fazer parte do capital social
de uma sociedade com a idade mínima de 18 anos.

Sempre fui trabalhador por conta de outrem, será que tenho capacidade para ser
empreendedor?
 Existem pessoas cujo perfil permite terem mais apetência a
tornarem-se empreendedores devido a determinadas caraterísticas, ou seja,
conhecem “os segredos” do negócio, ou possuem enorme capacidade de
relacionamento interpessoal, ou são mestres a lidar com informação - números.
No entanto, não existe uma fórmula para o sucesso. Não se deve esquecer de
introduzir no negócio a qualidade, a inovação e muita competência para ganhar a
confiança e a preferência dos seus clientes e do mercado em geral.

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O perfil do empreendedor

É possível identificar um conjunto de aspetos que são próprios dos verdadeiros


empreendedores:
1. Os empreendedores são peritos em identificar, explorar e comercializar
oportunidades.
2. São exímios na arte de criar (novos produtos, serviços ou processos).
3. Conseguem pensar “fora do quadrado”: a maioria das pessoas, por temer o
insucesso e ser avessa ao risco, tem dificuldade em considerar novas formas de
abordar problemas e perspetivar a realidade. Quem o consegue fazer beneficia de uma
enorme vantagem na deteção de novas oportunidades.
4. Pensam de forma diferente: os empreendedores têm uma perspetiva diferente
das coisas; adivinham problemas que os outros não vêm ou que ainda nem existem;
descobrem soluções antes mesmo de outros sentirem as necessidades.
5. Vêm o que outros não vêm: o empreendedor vê oportunidades que escapam
aos outros, ou a que os outros não atribuem relevância.
6. Gostam de assumir riscos: acreditam nos seus palpites e seguem-nos.
7. Os empreendedores competem consigo próprios e acreditam que o sucesso ou
fracasso dependem de si. Na sua maioria não desistem e nunca param de lutar pelo sucesso.
8. Aceitam o insucesso: embora nenhum empreendedor goste de falhar, sabe
que a possibilidade de fracassar é inerente ao risco que qualquer atividade empreendedora
comporta. O insucesso é encarado como uma possibilidade de aprender e evoluir e
previne futuros fracassos.
9. Observam o que os rodeia: a grande maioria das ideias e inovações bem-
sucedidas foram desenvolvidas a partir de uma realidade próxima ao empreendedor -
no âmbito profissional, familiar, de lazer.
10. Os empreendedores nunca se reformam…

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O perfil do empreendedor - principais competências-chave
Nem todas as pessoas assumem a iniciativa para serem empreendedores, mas como já foi
referido qualquer um de nós pode ser empresário, só tem que se propor a sê-lo. O
empreendedor deve possuir a habilidade daqueles que, ao detetarem oportunidades,
conseguem reunir os recursos humanos, técnicos e financeiros, para a concretização
de produtos e serviços inovadores. Apesar disso, ser ou tornar-se empreendedor não é
um processo fácil. É certo que existe uma série de qualidades pessoais que o
empreendedor deverá possuir para aproximar-se do que se considera ser um perfil ótimo
sendo que deverá tentar melhorar alguns aspetos para se aproximar o mais possível desse
perfil.
1.Motivação para o sucesso - Ânsia de trabalhar bem ou de se avaliar por uma norma de
excelência. Segundo McClelland (Teoria da Motivação para o Sucesso) os indivíduos
altamente motivados para o sucesso tendem a desprezar um pouco a recompensa
recebida em detrimento do êxito do seu desempenho. Manter-se motivado é fundamental
para desenvolver iniciativas que irão gerar a concretização dos planos de ação. O que move o
empreendedor é a motivação, é ter uma constante vontade ativa para atingir níveis de
excelência.

2. Preocupação relativa à Ordem (Organização) e à Qualidade - Preocupação em


implementar, conduzir e controlar atividades claras e ordenadas. A organização e a qualidade
dos serviços e ou produtos é fator de sucesso para qualquer empreendimento. Não basta
apenas deter os melhores recursos, mas integrá-los de uma forma lógica, fazendo com que o
resultado seja maior do que a simples soma das partes.

3. Iniciativa - Aptidão para empreender ações, melhorar os resultados ou criar


oportunidades. Sem iniciativa não pode haver empreendimento e sem vontade e
persistência não se pode atingir o sucesso. Ser empreendedor é ter iniciativas, é fazer
acontecer. Pessoas dotadas de uma atitude empreendedora têm por princípio uma
capacidade de iniciativa, sentem necessidade de agir e assumem um comportamento pró-
activo para solucionar situações ou aproveitar uma condição favorável.

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4. Pesquisa de Informação - Curiosidade e desejo de adquirir informação. A
informação é fundamental para se sobressair no mercado. A atualização de informação e
pesquisa constante sobre as últimas tendências do mercado (os mais novos conceitos de
gestão, líderes empresariais mais comentados, mudanças tecnológicas, mudanças em
políticas nacionais, etc) são fatores críticos para quem pretende iniciar e manter um
negócio. A informação obtida irá permitir angariar mais recursos para liderar pessoas,
elaborar estratégias e poder lançar-se com mais firmeza no novo empreendimento e/ou
mantê-lo no mercado.

5. Capacidade para Trabalhar - Qualidade de apreciar o trabalho, mantendo


consistente esse atributo ao longo do tempo. O trabalho deve ser uma fonte de satisfação e
de rendimento, mas para alcançar o sucesso profissional é necessário muito trabalho. “O
génio consiste em um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de
transpiração. (Thomas A. Edison). Sempre que ler a história de alguém que alcançou
sucesso, em qualquer atividade humana, se prestar atenção, verificará que essas pessoas
trabalharam arduamente durante muitos anos.

6. Tomar Decisões - Capacidade para tomar decisões adequadas face a diversas


situações. Há certas decisões que requerem coragem e determinação para que sejam
alcançados os resultados pretendidos. O empreendedor está constantemente a tomar
decisões, que podem implicar novos rumos de ação exigindo uma boa capacidade de análise
e raciocínio relativamente às pessoas e às atividades presentes e futuras. Muitas vezes, tal
capacidade implica estabelecer prioridades comprometedoras, fazer escolhas, avaliar ideias e
tomar decisões. No fundo, é isto a gestão - tomar decisões e fazer com que elas sejam
implementadas. Em relação a este ponto, mais à frente serão exploradas as etapas que
constituem a tomada de decisão.

7. Capacidade Diretiva - Capacidade de transmitir aos outros o que deve ser feito

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de forma a que todos funcionem de acordo com o desejado, dentro do espírito do melhor
para a organização. Saber conduzir os esforços das pessoas em direção a um objetivo, saber
redirecionar esforços, quando necessário, conseguindo manter a motivação dos
colaboradores.

8. O Trabalho em equipa e a Cooperação - Capacidade de trabalhar em


cooperação com as outras pessoas. Para alcançar objetivos é necessário contar com a
colaboração de outras pessoas. O envolvimento de outras pessoas cria uma motivação
contagiante, uma espécie de sinergia, que ajuda a superar os obstáculos.

9. O Desenvolvimento dos Outros - Capacidade de empreender ações eficazes, a fim


de aperfeiçoar as competências dos outros. Criar condições favoráveis para o
estabelecimento de um vínculo positivo e sinérgico com pares de trabalho,
fornecedores, auxiliares e parceiros.

10. Estratégia - Capacidade de observação e previsão. A estratégia, mais não é do


que projetar no tempo os resultados que almejamos e agir no presente para atingir esses
resultados. Não importa o quanto se fantasie o futuro, ele será uma expressão das nossas
ações no presente.

11. Visão de Futuro - Habilidade natural para identificar uma oportunidade,


aproveita- la, criar uma empresa e encaminhá-la ao sucesso. Identificar e aproveitar
oportunidades é fundamental para quem deseja ser empreendedor. Consiste em
aproveitar todo e qualquer ensejo para observar negócios. O empreendedor de sucesso
é aquele que não se cansa de pesquisar, na constante procura de novos caminhos, seja no
trabalho, nas férias, lendo revistas, jornais ou vendo televisão. É curioso, e está sempre atento
a qualquer oportunidade de conhecer melhor um empreendimento.

12. Autocontrolo - Capacidade de manter o controlo de si próprio, sempre

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que confrontado com situações geradoras de emoções e de stress. É absolutamente
necessário que o empreendedor consiga manter, mesmo sob a maior tensão ou sob qualquer
espécie de pressão , a capacidade de raciocinar e resolver, com sabedoria, as diversas
situações com as quais tiver que se defrontar, mantendo as suas emoções sob seu total
controlo.

13. Autoconfiança - Confiança na sua própria capacidade de escolher a solução


mais conveniente e de realizar uma tarefa, sobretudo, em situações difíceis. Capacidade de
acreditar no seu esforço, dedicação e competências para levar adiante os seus projetos.

14. Adaptação - Capacidade de se adaptar e de trabalhar eficazmente numa


diversidade de situações com pessoas e grupos diferentes: clientes, fornecedores, entre
outros. A diversidade faz-nos ir além, superarmo-nos a nós próprios. Dentro de um
contexto diversificado, podemos enfrentar problemas de incompatibilidade, no
entanto, essa mesma diversidade pode proporcionar novas possibilidades e
oportunidades de sucesso.

15. Persistência - Capacidade para continuar apesar dos obstáculos a enfrentar. O


sucesso decorre da persistência. Saber lutar pelas suas ideias, saber perder e ganhar e não
ter medo do fracasso. Todo o empreendedor deve ser persistente e permanecer fiel às suas
visões.

16. Raciocínio Analítico - Capacidade de compreender as situações e de resolver os


problemas, decompondo-os e avaliando-os de forma sistemática e lógica. É essencial
que o empreendedor saiba avaliar, planear e controlar o seu trabalho e o dos outros,
estabelecendo prioridades e linhas de execução. Deve descobrir os seus próprios modelos
mentais, avaliando se são adequados ou não para considerar novas respostas, incorporando
formas de pensar e de agir mais eficazes e conscientes.

17. Competência Técnica - Capacidade de utilizar e desenvolver o seu saber técnico e


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de o partilhar com as outras pessoas. Possuir conhecimentos sobre a atividade que irá
empreender e conseguir partilhar esses conhecimentos, é fator imprescindível para que se
obtenha sucesso. Este conhecimento pode ser adquirido pela própria experiência, por
contatos com outros empreendedores, através de associações ou por meios informativos
especializados.

18. Criatividade/Inovação - Capacidade para criar soluções alternativas, inovar e


superar as expetativas do mercado. A inovação surge da reordenação do conhecimento
existente. Esta reordenação revela parentescos ou semelhanças entre fatos já conhecidos
que pareciam não ter nada em comum. O empreendedor tem como caraterística básica o
espírito criativo e inovador, através do qual mantém constante a busca por novos caminhos e
novas soluções. Capacidade de utilizar a imaginação para criar novas ideias. A criatividade é
uma característica inata a todos os seres humanos. Cabe a cada um desenvolvê-la.
Compreender que a criatividade pode assumir muitas formas é um primeiro passo para
desenvolver a capacidade de criar de forma consciente.

19. O Impacte e a Influência - Desejo de persuadir, convencer, influenciar


ou impressionar, conseguindo a sua participação ao longo da ação pretendida. O
empreendedor deve ser um “vendedor” nato, deve ser muito convincente naquilo
que diz e deve saber identificar pessoas que poderão ajudá-lo a atingir os seus
objetivos.

20. O Estabelecimento de Relações - Capacidade de construir e de estabelecer


contatos amigáveis com as pessoas que irão contribuir para a realização dos seus objetivos.
Num mercado competitivo e altamente mutável, com a avalanche de informações e
desafios que vivemos, temos de aprender a estabelecer relações com outras pessoas, essa
é uma habilidade que tem um alto valor no mercado. Devem ser incentivados os
relacionamentos que multipliquem as possibilidades de sucesso e de inspiração para
concretização dos projetos.

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21. Orientação para o Serviço a Clientes - Desejo de prestar um serviço aos
outros, descobrindo e posteriormente satisfazendo as suas necessidades. Nos dias de
hoje, é difícil encontrar uma empresa que não declare focalizar-se no cliente, que não
queira “encantar o cliente”. No entanto, para tal, é preciso competência que implica
saber-fazer as tarefas nos aspetos técnicos e racionais. Implica também
motivação, ou seja, querer-fazer, comprometimento, sendo esta vontade mais
emocional e intuitiva. O “encantamento” cria a fidelidade dos clientes e faz com que estes
indiquem os nossos produtos e serviços às pessoas à sua volta.

22. Compreensão Interpessoal - Capacidade de perceber e compreender


quer pensamentos não expressos, quer parcialmente expressos, quer sentimentos e
preocupações dos outros e de lhes dar resposta. Compreender os outros exige flexibilidade,
dedicação e força de vontade; passa por um conhecimento profundo de nós mesmos. É
preciso conhecer-se bem, entender as suas razões e emoções para poder identificá-las nos
outros e, assim, lidar com elas de forma positiva.

23. Assumir Riscos - Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso aprender
a geri-los. Arriscar significa ter coragem para enfrentar desafios, ousar a execução de
um empreendimento novo e escolher os melhores caminhos, conscientemente;

Estas são as 23 competências chave que o empreendedor deve ter, adquirir e/ou
tentar melhorar com vista ao êxito do seu projeto empresarial. No entanto, não se pense
que para ser empreendedor é indispensável ter todas estas competências aprofundadas e
que caso contrário o projeto empresarial estará condenado ao insucesso. “Nada disso!!”
Devemos lembrar, em primeiro lugar, que competência significa capacidade de fazer
acontecer, de alcançar metas e objetivos. Será extremamente difícil encontrar
alguém com um nível elevado de desenvolvimento de todas as competências
apresentadas. Ou seja, o empreendedor poderá à partida não deter todas as
competências apresentadas, mas terá, sem dúvida, a obrigação de

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através de informação, formação e outras formas tentar adquirir ou melhorar
essas competências. Terá sobretudo que estar consciente de que, ainda que seja
detentor destas competências, estará sempre sujeito ao desgaste das contrariedades e
adversidades do mercado, necessitando de uma grande dose de persistência para as
ultrapassar.
Aliás, em vários estudos feitos com empreendedores sobre as características às quais
atribuíam o seu sucesso, as que mais se destacaram foram a perseverança, o desejo e vontade
de traçar o rumo da sua vida, a competitividade, a autoestima, o forte desejo de vencer, a
auto- confiança e a flexibilidade. Curiosamente, a vontade de ganhar muito dinheiro, as
competências de gestão ou o desejo de poder costumam ocupar os últimos lugares das listas…
Sendo certo que o desenvolvimento deste conjunto de competências é desejável em
qualquer indivíduo, no caso do empreendedor será decisivo para o seu sucesso. Condição
prévia ao bom desenvolvimento destas características é um profundo conhecimento de si
próprio. Aliás, o autoconhecimento é uma das características do empreendedor de sucesso.
Ele sabe que não é rentável desperdiçar esforços em áreas e/ou atividades nas quais não
tem competências. A sua base de desenvolvimento pessoal e profissional é o conhecimento
dos seus pontos fortes, dos seus valores e objetivos e das formas concretas de alcançar o
que pretende.

Atitudes recomendadas ao empreendedor

 Estar recetivo a novas ideias: pessoas que não valorizam o seu talento criativo
perdem inúmeras oportunidades de criar algo de inovador. É frequente colocar de lado
algumas ideias por desafiarem alguns valores e convicções nunca antes questionados.
Antes de rejeitar uma ideia pense se o está a fazer por hábito ou preconceito. Se for o
caso, volte a pensar nela.

 Ser realista na apreciação de novas ideias: uma ideia só por ser nova não é
necessariamente boa. Deve ser feita uma análise cuidada e realista que permita

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avaliar o potencial dessa ideia no mercado.
 Não desistir antes do tempo: as novas ideias nem sempre são bem aceites de
imediato. Pode ser necessário esperar algum tempo para o esforço criativo ser recompensado.
 Não ter medo de tomar decisões: para o bem ou para o mal o empreendedor é
frequentemente chamado a decidir e deve fazê-lo de forma assertiva e ponderada.

Elementos da tomada de decisão


Os elementos indispensáveis ao processo de tomada de decisão são:
1. Existência de uma situação indesejável ou que pode ser melhorada: tem que existir um
problema ou uma oportunidade pois caso contrário a decisão não teria sentido.
2. Objetivos a alcançar: para que consigamos chegar a uma situação mais satisfatória do que
a atual (depois de resolvido o problema ou aproveitada a oportunidade) temos
que saber para onde vamos, quais os nossos objetivos.
3. Alternativas de ação: devem ser consideradas todas as alternativas (inclusivamente a de
não fazer nada). O que não se recomenda é optar por soluções de compromisso
que habitualmente, além de não resolverem os problemas, ainda os agravam.
4. Critérios para decidir: mais do que uma listagem de critérios o importante é
hierarquizá-los, identificando os fatores críticos (que deverão ter um peso superior na
decisão).
5. Incerteza: refere-se à probabilidade de ocorrência dos diferentes cenários possíveis.
6. Um decisor: é sempre a ele que cabe a palavra final na tomada de decisão e sobre
quem recai a assunção do risco de decidir. Neste caso, ao empreendedor.

Etapas do processo de tomada de decisões

1. Identificação do problema - Geralmente os problemas que os gestores enfrentam


resultam de ordens emanadas dos gestores de nível superior, de situações originadas
pela atividade dos subordinados ou da sua própria atividade normal como gestores.
2. Desenvolvimento de alternativas - Listagem das várias formas possíveis de resolver um
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problema que foi identificado e requer solução.
3. Escolha da melhor alternativa - Um método possível para a escolha da melhor
alternativa é:
 Listar os efeitos potenciais de cada alternativa;
 Calcular a probabilidade de ocorrência de cada um dos efeitos;
 Comparar os efeitos esperados de cada alternativa e as suas
respetivas probabilidades, tendo em conta os objetivos;
 Escolher a alternativa mais vantajosa.
4. Implementação da melhor alternativa - Além de dar ordens adequadas, o gestor deve
estabelecer orçamentos e cronogramas para as ações escolhidas. O processo de decisão só
está completo depois de definidos os mecanismos de controlo da evolução das ações.

Os casos de sucesso…
Para análise de casos de sucesso, remete-se para a visualização de reportagens sobre
indivíduos empreendedores.

• Mulheres empresarias - Programa 30 minutos - RTP


http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/30_minutos/index.php?k=1-parte-do-30-
minutos-de-2011-
06-21.rtp&post=16458

• Por conta própria - Programa Grande


Reportagem - SIC Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=Cfsron1rB4g

Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=pqcxq23tojM

• Inventores portugueses - Programa Grande


Reportagem - SIC Parte 1
18
http://www.youtube.com/watch?v=c1Iq_jNvKP4

Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=Fw5KwdLS25k&feature=related

Conclusão
No mercado global que hoje existe, a cada dia, as empresas precisam de se diferenciar dos
seus concorrentes para que possam garantir a sua sobrevivência e chegar ao sucesso. Face a
esta realidade, nos últimos tempos, muito se tem falado em empreendedorismo e,
consequentemente, na figura do empreendedor. Dentro deste contexto, é possível concluir
que o empreendedor é a peça fundamental para o desenvolvimento económico e social de
qualquer país, uma vez que as micro e as pequenas empresas são, em grande parte,
oriundas de oportunidades visualizadas pelos empreendedores. Vale ressaltar ainda a
importância que as empresas devem dar seus colaboradores, pois também estes podem
ser empreendedores que fará a toda a diferença na empresa e na posição que esta ocupa
no mercado.
Finalmente, conclui-se que o empreendedor precisa gostar do faz para que possa trilhar o
caminho do sucesso com mais exatidão, pois o sucesso está no caminho que poucos gostam
de fazer. Ser empreendedor não significa abrir um negócio, mas tornar-se competitivo, ter
condições para desenvolver um potencial de aprendizagem e de criatividade, com a
capacidade de implementá-lo em velocidade superior ao exigido pelas mudanças
impostas pelo mercado. O verdadeiro empreendedor deve ver sua a ideia com
distanciamento emocional, de modo a fazer uma análise detalhada, procurando sempre
retificá-la, se necessário, a fim de aumentar as suas hipóteses de sucesso.
No fundo, a jornada empreendedora passa por uma estrada longa, cheia de imprevistos, e
aparentemente sem fim. Mas, a recompensa é gratificante e traz sentido ao
esforço empreendido. Afinal: A vida é uma oportunidade de ousar...

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Bibliografia

 Capucho, Luís (coord), 2006, Educação para a Cidadania: Guião de


Educação para o Empreendedorismo, Ministério da Educação, Direção Geral de
Inovação e de Desenvolvimento Curricular, Lisboa;

 IEFP, IP, 2011, Competências Empreendedoras, IEFP, IP, Lisboa;

 O empreendedor dentro de mim, RS4E - Roadshow for Entrepreneurship

 Schumpeter, Josef A. In História do Pensamento Económico, Ed. Stally L Brue Thompson

 Vários Autores, 2008, Balanço de Competências-Chave para o

Empreendedorismo - Manual de Apoio ao Facilitador, Alte;

 Vários Autores, 2007, Guia do Empreendedorismo, Sedes, Lisboa;

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