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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO – UNIFSA

DISCIPLINA: CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA


CURSO: ODONTOLOGIA TURMA: 15M5A/ P1
PROFESSORA: MÁRCIA BORBA
ALUNOS: JOÃO MENDES E ROBERTO MATHEUS

PROTOCOLO CIRÚRGICO
(EXODONTIA DO DENTE 26 POR VIA NÃO ALVEOLAR)

TERESINA- PI
NOVEMBRO/2022
IMAGEM RADIOGRÁFICA

ASPECTOS RELEVANTES DA ANAMNESE:


Sem queixa principal e sem doenças sistêmicas informados no momento da consulta
(cardiopata, hipertenso, fumante, alérgico ou se faz uso de algum medicamento).
Medir sinais vitais do paciente para prosseguir.

ASPECTOS CLÍNICOS:
O Dente 26 avaliado tem como possíveis sinais clínicos:
Dor espontânea, dor durante a mastigação, sensação estranha ao mastigar, barulhos
do tipo cliques, perda dentária e reabsorção óssea, sangramento gengival; Abcesso e
fístula gengival e mobilidade dentária excessiva além do desconforto no dente e
inchaço, com encaminhamento para avaliação radiográfica periapical.

ACHADOS RADIOGRÁFICOS: 1º molar superior, Dente 26 com os possíveis


diagnósticos:
✓ Próximo ao Seio Maxilar
✓ Dente tratado endodonticamente
✓ Dente com Raízes volumosas ou divergentes
✓ Dente com Fratura na Raiz Mesio Vestibular
✓ Dente com Trepanação da Raiz

DIAGNÓSTICO:
✓ Dente 26, Primeiro Molar superior com trepanação/ Perfuração.
✓ O exame por imagem apresenta fratura na raiz Mesio Vestibular do Dente Nº 26, com
um certo grau de dificuldade devido à proximidade da raiz fraturada com o seio
maxilar podendo ter comunicação buco-sinusal.
✓ Dente já tratado endodonticamente com presença de coroa e múltiplas raízes.

POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
✓ As complicações cirúrgicas odontológica mais comuns incluem hemorragia,
parestesia, infecções, trismo e alveolite;
✓ Fratura da Raiz do dente 26 na posição Mésio Vestibular;
✓ No procedimento cirúrgico, podendo haver lesão dos tecidos locais; lesão dos
dentes vizinhos; destruição do osso;
✓ Aumento do desconforto do paciente pós operatório.

PROCEDIMENTO CIRÚRGICO: Exodontia do dente 26 por via não alveolar.

ANESTESIA: Anestesia Supraperosteal na face vestibular e infiltrativa na face


palatina.
Podendo ser utilizado também, conforme literatura, anestesia do nervo alveolar
superior médio e o posterior mais anestesia regional do nervo palatino maior e
complementar infiltrativa.

PROTOCOLO DE CIRURGICO

01- PERPARO DOS MATERIAIS A SER UTILIZADOS


Medir sinais vitais do paciente para prosseguir.
Separar previamente todos os materiais necessários, gazes, tubete anestésico, fio de
sutura, lâmina de bisturi, escova com clorexidina 2%, kit cirúrgico para procedimento,
soro fisiológico para irrigação, instrumentais cirúrgicos esterilizados, canetas de alta
rotação estéril, brocas 701/702 estéril, agulhas gengivais, seringa com agulha, luvas
estéreis, anestésico tópico, tubete de anestésico mepivacaina 2%.
Desinfecção da bancada com gazes umedecida com clorexidina 2%.
02- PARAMENTAÇÃO DO CIRURGIÃO
Degermação das mãos:
Fazer a remoção de anéis, pulseiras e outros acessórios utilizados no
momento.
Lavar as mãos fazendo primeiramente a Higienização Simples, em seguida
com a escova com clorexidina 2% escovar dos dedos até acima do cotovelo,
atentando escovar as unhas, espaço interdigitais, palma da mão, dorsoda mão e
braço lado direito e esquerdo.
Secar as mãos e braços com pano estéril.

03- ETAPAS DE PARAMENTAÇÃO


Vestir o avental cirúrgico estéril e, com auxílio do circulante ajustar
amarrando o avental para procedimento.
Calçar as luvas estéreis colocando sobre os punhos do avental cirúrgico. Em
seguida posicionar-se com as mãos entrelaçadas na posição acima do cotovelo
mantendo estéril e sem contato.
Colocar o campo estéril sobre a mesa de Mayo, desinfectada e equipo.
Proteger com os protetores estéreis o foco e a ponta da caneta de alta rotação.

04- MONTAGEM DA MESA:


Posicionar os instrumentais na mesa seguindo o protocolo cirúrgico, sempre
da esquerda para a direita de acordo com as etapas cirúrgicas: anestesia, diérese,
hemostasia, exérese e síntese. São estas:
Afastador de Minnesota; Seringa Carpule com Anestésico Mepivacaina 2% e
agulha Gengival curta, Cabo de bisturi nº 3 com lâmina nº 15C, pinça clínica,
descolador Molt, Extrator Seldin, Fórceps nº18L, Alveolótomo, Cureta de Luccas, Lima
para osso, Pinça Porta-Agulha, Tesoura Íris, Pinça Dente de Rato, Pinça Hemostática,
Gaze, Cuba Metálica, Seringa Descartável para Irrigação, Fio de Sutura, Caneta de Alta
Rotação e Broca nº 701/702.
Em seguida cobrir a mesa de Mayo com o campo fenestrado para
preparação do paciente junto a cadeira odontológica.
Proteger com os protetores estéreis, o foco e ponta da caneta de Alta Rotação;
05- PARAMENTAÇÃO DO AUXILIAR:
Deverá seguir mesmos protocolos do CD atentando aos EPI’s e
assepsia.
Sempre na mesma ordem da Paramentação do CD.

06- ANTISSEPSSIA DO PACIENTE:


Pedir para o paciente fazer via intraoral o bochecho com clorexidina 0,12%
durante um minuto.
Posteriormente faz-se via extraoral com gaze embebida em clorexidina 2%
presa a pinça de Allis degermação desde a raiz do nariz até região submentoniana.
Colocação do campo fenestrado no paciente.
Posteriormente colocação do protetor do aspirador e prender com a pinça
Backaus a borracha do aspirador protegido no campo fenestrado do paciente
para dar início ao procedimento anestésico.

07- ANESTESIA
Anestesia tópica com Benzotop na região fundo do vestíbulo do dente 26 e na face
palatina na gengiva inserida.
Para anestesia supraperosteal posicionamos a carpule paralela ao longo do eixo do
dente com bisel voltado para o osso, aplicamos o anestésico no fundo de vestíbulo,
seguidamente na face palatina aplicamos na gengiva inserida do dente.
Outra opção de anestesia é a anestesia do Nervo alveolar superior médio que é
feita na altura da prega muco vestibular acima do segundo pré-molar superior
penetrando e avança até que a extremidade da agulha chegue ao ápice do segundo pré-
molar. E a anestesia do Nervo alveolar superior médio posterior sendo a técnica
anestésica na altura da prega muco vestibular acima do segundo molar superior, sendo
preciso avançar a agulha para cima, dentro e atrás num só movimento, com um ângulo
de 45º podendo complementar com a infiltrativa local.
Após alguns minutos faz-se o teste de sensibilidade para se certificar da
técnica anestésica com uso de descolador de Molt.

08- PROCEDIMENTO CIRURGICO


Tipo de incisão: Retalho envelope com incisão relaxante, a base sempre maior que
à altura, chamada de relaxante, e esta deve ser sempre obliqua. O Instrumental utilizado
é o Cabo de bisturi número 3 com lâmina nº 15C e o descolamento é feito com o
descolador de Molt.
Ao iniciar a cirurgia faz-se a incisão intra-sucular com extensão vestibular da distal
do 27 até face mesial do 24 contornando as papilas e através do periósteo, 2 dentes
anteriores e 1 dente posterior, sendo do 24 ao 27.
Logo após usar o descolador de Molt para descolar o tecido mole do osso cortical
subjacente, sendo de importante atenção que esta incisão relaxante se descola também a
porção do tecido que não é da região de interesse, isso facilita a sutura no momento de
fechamento do retalho.
O procedimento cirúrgico deve se utilizar caneta de alta rotação e uma broca
esférica nº FG702 para se fazer então osteotomia aonde deve fazer uma canaleta ao
redor do dente de um modo que se consiga fragilizar o tecido ósseo para melhor
adaptação do instrumental.
Esse procedimento de osteotomia deve ser feito sobre irrigação com soro
fisiológico 0,9% abundante para evitar que o super aquecimento possa levar uma
necrose pulpar e também ter cuidado na utilização de instrumentais rotatórias
principalmente nos dentes adjacentes, na qual com muito cuidado deve se remover todo
o tecido ósseo ao redor do dente, progredindo e expondo cada vez mais no sentido
apical do dente. Logo em seguida, quando possível alcançar a região de furca para uma
melhora adaptação do fórceps, lembrando sempre de ter muito cuidado com o tecido
palatino, então primeiro se adapta o fórceps na palatina e depois a vestibular fazendo
então os movimentos de vestibular e lingual.
Se for necessário odontossecção, usamos a broca FG702 em alta rotação no sentido
vestíbulo-palatino até a profundidade na área de furca, confeccionando um (T)
separando as raízes mesial, distal e palatina.
E por fim utilizar as seguintes técnicas:
Manobra de Champret: Redução da expansão óssea vestíbulo-lingual através da
apreensão digital das duas corticais por um determinado tempo e também a Manobra de
Valsalva que é uma técnica de verificação se não houve comunicação buco sinusal na
qual o paciente fecha o nariz e faz força para assoar. Se houver a comunicação, deve-se
colabar os tecidos e suturá-los, favorecendo uma cicatrização por primeira intenção.

09- POSSÍVEIS ACIDENTES CIRURGICOS


Por existir a fratura na raiz é necessário fazer incisão relaxante sendo necessário
fazer a osteotomia e odontosecção, para remover a raiz fraturada podendo haver fratura
da tábua óssea vestibular na qual deve se fazer essa remoção da parte fraturada e com o
auxílio da lima de osso faz-se a remoção das espiculas ósseas.
Se houver uma comunicação buco-sinusal constatado após se fazer a manobra de
Valsalva e verificamos esta comunicação, deve-se colocar hemospon e tecido adiposo
oral no seio maxilar e suturar em ponto simples colabando bem esses tecidos para que
fique juntos e favoreçam uma cicatrização por primeira intenção.
Se durante a cirurgia houver uma possível hemorragia é necessário o Cirurgião
Dentista fazer uma pressão com gaze no local por 10 minutos juntamente com
hemospon no alvéolo e fazer a sutura em ponto X no dente 26 extraído, ponto simples
na papila do dente anterior a ele para que se possa estancar a hemorragia de forma
adequada.

10- COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS


As complicações cirúrgicas são condições ou eventos adversos que ocorrem durante
ou após procedimentos cirúrgicos. As complicações cirúrgicas odontológica mais
comuns incluem hemorragia, parestesia, infecções, trismo e alveolite.
Hemorragia: são intervenções cirúrgicas locais que acontece durante extração,
sangramento na qual deve ser usado medidas hemostáticas para que haja hemostasia,
mecanismo defensivo obstruindo voluntariamente as lesões vasculares por agregação de
plaquetas formando um tampão.
Parestesia: é a perda da sensibilidade da mucosa bucal, da língua ou do lábio ou ainda
dos dentes, decorrente de alguma anestesia, que provoca algum dano em certo nervo ou
na cirurgia pode ocorrer dano aos nervos nas extrações se localizado muito próximo dos
nervos. Em casos de lesões maiores e os sintomas persistirem por mais de três meses
sem evolução, é necessária uma microcirurgia por um neurocirurgião.
Infecções: é indicado profilaxia antibiótica e se não for possível deve-se manter a
cadeia asséptica atentando a presença de complicações sistêmicas ou infecções.
Hematoma: de maneira eficiente, no tratamento indica-se o uso de gelo, aplicação de
pomadas no local e sessões de drenagem no hematoma.
Trismo: é tratado de acordo com a situação ao qual ocasionou essa dificuldade na
abertura bucal, sendo necessário sessões de fisioterapia e aplicação de compressas
quente/gelada e uso de relaxantes musculares, porem se for constatado a presença de
infecção ou inflamação deve-se realizar uma terapia com antibióticos e anti-
inflamatórios.
Alveolite: administrar anestesia na região juntamente com curetagem e irrigação
abundante no alvéolo com soro fisiológico fazendo uma limpeza cirúrgica. Faz-se uso
de esponja embebidas com antibióticos, lidocaína a 2%, associado ao uso de
antibióticos como metronidazol juntamente as penicilinas. Deve ser feito prescrição de
anti-inflamatório e analgésico para alívio da dor e inflamação.
Alveolite seca: É necessário fazer lavagens ou irrigação com soro fisiológico e
antissépticos. Não é necessário fazer sutura, somente bochecho com clorexidina 0,12%
durante 15 dias.

11- SINTESE:
Sutura simples de 3 a 4 pontos, ou em X com fios de sutura Nylon 4.0
Instrumental: porta-agulha de Mayo Hegar, Pinça de Addison

12- PRESCRIÇÃO MÉDICA:


Via Oral
Dipirona 500mg --------- 12 comprimidos
Tomar 01 (um) comprimido de 6/6 horas durante 03 dias.

Amoxicilina 500mg ------------- 21 comprimidos


Tomar 01 (um) comprimido de 8/8 horas durante 07 dias.

Cetoprofeno 100mg ______ 10 comprimidos


Tomar 1(um) comprimido de 12/12h durante 05 dias.

13- ORIENTAÇÕES E CUIDADOS NO PÓS-OPERATÓRIO:


✓ Tomar toda a medicação prescrita na dose e horários indicados.
✓ Fazer bolsa de gelo no lado de fora da boca (com intervalos de 15 minutos).
✓ Não fume por 72 horas, pois pode provocar sangramento e interfere na cicatrização.
✓ Não cuspa nem faça sucção por canudo, isso provoca sangramento.
✓ Evite atividades físicas ou esportivas nas primeiras 72 horas após a cirurgia.
✓ Evite exposição ao sol.
✓ É importante ingerir bastante quantidade de líquidos, evitando alimento duros.
✓ Alimente-se após a cirurgia, tão logo seja possível. Alimentos gelados e macios
como sorvete ou iogurte podem ser mais confortáveis nos primeiros dias.
✓ Não faça bochechos vigorosos nas primeiras 12 horas após a cirurgia.
✓ Escove os dentes suavemente. Manter pontos limpos evita infecção.
✓ Lave a boca com antissépticos.
✓ Mantenha sua cabeça sempre elevada com vários travesseiros ou sente-se numa
poltrona.
✓ Remover os pontos após extrair dente depois de 7 ou 10 dias.
✓ Não usar nenhum produto não autorizado.
✓ Comparecer aos retornos programados.

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