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Ficha de Leitura Data: _____/_____/____


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Adelaide vai passear


Cecília Meireles

Adelaide vai passear dois meses inteiros,


longe daqui!
Como hei de sentir saudades, Adelaide!
Quando não te vejo um dia, com o teu
sorriso na boca e o teu laço verde no
cabelo, fico tão triste!
Imagina agora dois meses!
Quantos dias têm dois meses, Adelaide?
Pensa lá!
- Sessenta dias…
Não, meu amor, muito mais…sessenta e dois.
Porque vais passar lá longe os meses de julho e agosto…
As pessoas de que a gente gosta só deviam
ficar distantes no mês de fevereiro…
E o mês de fevereiro ainda devia ser um
pouquinho mais curto!
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Ciranda
Cecília Meireles

Eu queria ser a rosa


lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá,
E, vivendo num jardim,

Ter besouros, borboletas,


lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá,
Cirandando ao pé de mim!

Eu queria ser a praia,


Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló,
Onde as ondas vão brincar;

E seria toda a vida,


Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló,
Bem querida pelo mar!

Eu queria ser estrela,


Li-li-ri-li-li-li-li,
Sendo a noite a minha irmã,

Para despontar à tarde,


Li-li-ri-li-li-li-li,
E esconder-me de manhã!
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O Galo e a Raposa
La Fontaine

O velho galo estava de sentinela sobre um galho


de árvore quando a raposa se aproximou com ares de
santinha.
- Amigo - disse ela. - Ainda não sabes da novidade? Acabou-se a
guerra entre nós. Foi declarada a paz entre todos os seres vivos.
- É mesmo? - respondeu o galo, sem se mexer. - É bom saber
disso.
- Pois é. Desce daí para que eu te dê um beijo. Desce logo, porque
ainda tenho de comunicar a boa-nova a uma centena de animais.
- O teu carinho me comove. Vou descer já. Só espero a chegada
dos dois cães de caça que estou avistando aqui de cima. Com certeza
são mensageiros encarregados de espalhar a notícia.
- O quê?!!! - perguntou a raposa, levantando as orelhas.
- É, eles logo estarão aqui. Então nos
abraçaremos todos e festejaremos juntos.
- Adeus - disse a raposa. - Fica para outro dia.
Hoje tenho muito que fazer.
Saiu correndo e logo desapareceu na floresta.
O galo continuou no seu galho rindo sozinha,
pois não há prazer maior do que enganar o
enganador.
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O Leão Envelhecido
La Fontaine

O leão, que antigamente era


o terror da floresta, estava agora
muito velho e doente.
Todos os que tinham sofrido
com a sua tirania, quando ele era o rei dos animais, foram
até sua gruta para se vingar.
O cavalo lhe deu um coice; o lobo, uma mordida; e o
boi o atacou com os chifres.
O leão, triste e resignado, apenas rugia fracamente.
Não se queixava e aceitava conformado a sua sorte.
Mas um dia viu que o asno entrava
na gruta.
- Ah! É demais! - exclamou. - Morrer,
tudo bem, é isso mesmo que desejo.
Mas, morrer pelas mãos de um burro,
ninguém merece.
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O rato da cidade e o rato do campo


La Fontaine

O rato da cidade convidou o


rato do campo para jantar.
A refeição foi servida sobre um
luxuoso tapete, e comida era
excelente. Mas alguém abriu a
porta da sala e zás! O rato da cidade deu um pulo e sumiu
dentro de um buraco na parede. O rato do campo,
espantado fez o mesmo.
Quando voltaram, o rato da cidade quis continuar a
ceia, mas o rato do campo disse:
- Não, não, eu vou embora. Quando quiser, venha me
visitar. No campo, só temos comida muito simples, mas em
compensação ninguém nos ameaça. Comer os mais
deliciosos alimentos cheios de medo, francamente, que
prazer pode haver nisso?
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A Rã e o Boi
La Fontaine

Uma rã, muito pequenina, certo dia viu um boi pela primeira
vez.
Ficou encantada.
Como aquele animal era enorme e poderoso!
- Vou ser igual a ele - resolveu.
Na mesma hora começou a esticar-se, a
encher-se de ar, a inchar, tentando atingir a
corpulência do boi.
E perguntava à irmã:
- Estou chegando lá?
- Nem por sombras - respondia a irmã.
A rã tentava mais um pouco e indagava:
- E agora? Estou mais parecida com ele?
- Você está tão parecida com ele como uma uva com uma
melancia.
A rãzinha não desistia. Continuava com os seus exercícios.
E tanto inchou que acabou estourando: puf!
- Eu sempre disse a ela que não adianta a gente querer ser
mais do que pode - comentou a irmã. - Mas era tão invejosa,
coitada!
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O caranguejo e sua mãe


Esopo

Um caranguejo corria
na praia com sua mãe.
A mãe corrigiu o
filho:
- Não corra de lado!
Andar para frente é muito mais adequado.
O jovem caranguejo respondeu:
- Claro, mamãe, quero aprender. Mostre
como se anda para frente e eu ando atrás de
você.

As palavras são importantes, mas o que vale é o exemplo.


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A infância
Olavo Bilac

O berço em que, adormecido,


Repousa um recém-nascido,
Sob o cortinado e o véu,
Parece que representa,
Para a mamãe que o acalenta,
Um pedacinho do céu.

Que júbilo, quando, um dia,


A criança principia,
Aos tombos, a engatinhar…
Quando, agarrada às cadeiras,
Agita-se horas inteiras
Não sabendo caminhar!

Depois, a andar já começa,


E pelos móveis tropeça,
Quer correr, vacila, cai…
Depois, a boca entreabrindo,
Vai pouco a pouco sorrindo,
Dizendo: mamãe… papai…

Vai crescendo. Forte e bela,


Corre a casa, tagarela,
Tudo escuta, tudo vê…
Fica esperta e inteligente…
E dão-lhe, então, de presente
Uma carta de A. B. C…
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A velhice
Olavo Bilac

O neto:
Vovó, por que não tem dentes?
Por que anda rezando só.
E treme, como os doentes
Quando têm febre, vovó?

Por que é branco o seu cabelo?


Por que se apóia a um bordão?
Vovó, porque, como o gelo,
É tão fria a sua mão?

Por que é tão triste o seu rosto?


Tão trêmula a sua voz?
Vovó, qual é seu desgosto?
Por que não ri como nós?

A Avó:
Meu neto, que és meu encanto,
Tu acabas de nascer…
E eu, tenho vivido tanto
Que estou farta de viver!

Os anos, que vão passando,


Vão-nos matando sem dó:
Só tu consegues, falando,
Dar-me alegria, tu só!

O teu sorriso, criança,


Cai sobre os martírios meus,
Como um clarão de esperança,
Como uma benção de Deus!
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A casa
Olavo Bilac

Vê como as aves têm, debaixo d’asa,


O filho implume, no calor do ninho!…
Deves amar, criança, a  tua casa!
Ama o calor do maternal carinho!

Dentro da casa em que nasceste és tudo…


Como tudo é feliz, no fim do dia,
Quando voltas das aulas e do estudo!
Volta, quando tu voltas, a alegria!

Aqui deves entrar como num templo,


Com a alma pura, e o coração sem susto:
Aqui recebes da Virtude o exemplo,
Aqui aprendes a ser meigo e justo.

Ama esta casa! Pede a Deus que a guarde,


Pede a Deus que a proteja eternamente!
Porque talvez, em lágrimas, mais tarde,
Te vejas, triste, desta casa ausente…

E, já homem, já velho e fatigado,


Te lembrarás da casa que perdeste,
E hás de chorar, lembrando o teu passado…
— Ama, criança, a casa em que nasceste!
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Deus
Olavo Bilac

Para experimentar Octávio, o mestre


Diz: “Já que tudo sabe, venha cá!
Diga em que ponto da extensão terrestre
Ou da extensão celeste Deus está!”

Por um momento apenas, fica mudo


Octávio, e logo esta resposta dá:
“Eu senhor mestre, lhe daria tudo,
Se me dissesse onde é que ele não está!”
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A boneca
Olavo Bilac

Deixando a bola e a peteca,


Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira : “É minha!”


— “É minha!” a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.

Quem mais sofria (coitada!)


Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.

Tanto puxavam por ela,


Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.

E, ao fim de tanta fadiga,


Voltando a bola e a peteca,
Ambas por causa da briga,
Ficaram sem a boneca…
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A avó
Olavo Bilac

A avó, que tem oitenta anos,


Está tão fraca e velhinha!…
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Hoje, na sua cadeira,
Por seus cabelos dourados.
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
Fica mais moça, e palpita,
E cochila todo o dia,
E recupera a memória,
E cochila a noite inteira.
Quando um dos netinhos grita:
“Ó vovó! conte uma história!
Às vezes, porém, o bando
Conte uma história bonita!”
Dos netos invade a sala…
Entram rindo e papagueando:
Então, com frases pausadas,
Este briga, aquele fala,
Conta histórias de quimeras,
Aquele dança, pulando…
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
A velha acorda sorrindo.
E princesas encantadas…
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
E os netinhos estremecem,
Vendo tanta travessura,
Os contos acompanhando,
E tanto barulho ouvindo.
E as travessuras esquecem,
— Até que, a fronte inclinando
Chama os netos adorados,
Sobre o seu colo, adormecem…
Beija-os, e, tremulamente,
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O avô Os dias de perigos e de glórias,


As bandeiras voando, a artilharia
Olavo Bilac
Retumbando, e as batalhas, e as
Este, que, desde a sua mocidade, vitórias…
Penou, suou, sofreu, cavando a
terra, E fica alegre quando vê que os
Foi robusto e valente, e, em outra netos,
idade, Ouvindo-o, e vendo-o, e lhe
Servindo à Pátria, conheceu a invejando a sorte,
guerra. Batem palmas, extáticos, e
inquietos,
Combateu, viu a morte, e foi Amando a Pátria sem temer a
ferido; morte!
E, abandonando a carabina e a
espada,
Veio, depois do seu dever
cumprido,
Tratar das terras, e empunhar a
enxada.

Hoje, a custo somente move os


passos…
Tem os cabelos brancos; não tem
dentes…
Porém remoça, quando tem nos
braços
Os dois netos queridos e
inocentes.

Conta-lhes os seus anos de


alegria,
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As formigas
Olavo Bilac

Cautelosas e prudentes,
O caminho atravessando,
As formigas diligentes Carrega cada formiga
Vão andando, vão andando… Aquilo que achou na estrada;
E nenhuma se fatiga,
Marcham em filas cerradas; Nenhuma para cansada.
Não se separam; espiam
De um lado e de outro, Vede! enquanto negligentes
assustadas, Estão as cigarras cantando,
E das pedras se desviam. Vão as formigas prudentes
Trabalhando e armazenando.
Entre os calhaus vão abrindo
Caminho estreito e seguro, Também quando chega o frio,
Aqui, ladeiras subindo, E todo o fruto consome,
Acolá, galgando um muro. A formiga, que no estio
Trabalha, não sofre fome…
Esta carrega a migalha;
Outra, com passo discreto, Recorde-vos todo o dia
Leva um pedaço de palha; Das lições da Natureza:
Outra, uma pata de inseto. O trabalho e a economia
São as bases da riqueza.

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O soldado e a trombeta
(Fábula de Esopo)
Poesia de Olavo Bilac

Um velho soldado Nas horas da luta


Um dia por terra Alegre ficavas,
A espada atirou; Ouvindo o meu som.
Da guerra cansado, Atende-me! escuta!
Com nojo da guerra. Se então me estimavas,
As armas quebrou. Agora sê bom!”

Entre elas estava E  o velho guerreiro


Trombeta esquecida: Lhe disse: “Maldita!
Era ela que no ar Prepara-te! sus!
Os toques soltava, Teu som zombeteiro
E à luta renhida As gentes excita,
Tocava a avançar. À guerra conduz!”

E disse: “Meu dono, Terrível, irado,


É justo que a espada Jogou-a por terra,
Tu quebres assim! Sem dó a quebrou…
Mas que, no abandono, E o velho soldado,
Fique eu sossegada! Cansado da guerra
Não quebres a mim! Por fim repousou.

Cantei tão somente…


Não sejas ingrato
Comigo também!
Eu sou inocente:
Não piso, não mato,
Não firo a ninguém…
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O leão e o camundongo
(Fábula de Esopo)
Poesia de Olavo Bilac

Um camundongo humilde e pobre


Foi um dia cair nas garras de um leão.
E esse animal possante e nobre
Não o matou por compaixão.

Ora, tempos depois, passeando descuidoso,


Numa armadilha o leão caiu:
Urrou de raiva e dor, estorceu-se furioso…
Com todo o seu vigor as cordas não partiu.

Então, o mesmo fraco e pequenino rato


Chegou: viu a aflição do robusto animal,
E, não querendo ser ingrato,
Tanto as cordas roeu, que as partiu afinal…

Vede bem: um favor, feito aos que estão sofrendo,


Pode sempre trazer em paga outro favor.
E o mais forte de nós, do orgulho esquecendo,
Deve os fracos tratar com caridade e amor.
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O lobo e o cão
(Fábula de Esopo)
Poesia de Olavo Bilac

Encontraram-se na estrada
Um cão e um lobo. E este disse:
“Que sorte amaldiçoada!
Na boa casa em que vivo!”
Feliz seria, se um dia
Como te vejo me visse.
Foram-se os dois em caminho,
Andas gordo e bem tratado,
Disse o lobo, interessado:
Vendes saúde e alegria:
“Que é isto? Por que motivo
Ando triste e arrepiado,
Tens o pescoço esfolado”
Sem ter onde cair morto!
— “É que, às vezes, amarrado
Me deixam durante o dia…”
Gozas de todo o conforto,
E estás cada vez mais moço;
“Amarrado? Adeus amigo!
E eu, para matar a fome,
(Disse o lobo) Não te sigo!
Nem acho às vezes um osso!
Muito bem me parecia
Esta vida me consome…
Que era demais a riqueza…
Dize-me tu, companheiro:
Adeus! inveja não sinto:
Onde achas tanto dinheiro?”
Quero viver como vivo!
Disse-lhe o cão:
Deixa-me, com a pobreza!
“Lobo amigo!
— Antes livre, mas faminto,
Serás feliz, se quiseres
Deixar tudo e vir comigo; Do que gordo, mas cativo!”
Vives assim porque queres…
Terás comida à vontade,
Terás afeto e carinho,
Mimos e felicidade,
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A rã e o touro
(Fábula de Esopo)
Poesia de Olavo Bilac

Pastava um touro enorme e forte, a beira d’água.


Vendo-o tão grande, a rã, cheia de inveja e magoa,
Disse: “Por que razão hei de ser tão pequena,
Que aos outros animais só faça nojo e pena?
Vamos! Quero ser grande! Incharei tanto, tanto,
Que, imensa, causarei às outras rãs espanto!”

Pôs-se a comer e a inchar. E ás rãs interrogava:


Já vos pareço um touro?” E inchava, inchava, inchava!
Mas em vão! Tanto inchou que, num tremendo estouro,
Rebentou e morreu, sem ficar como o touro.

Essa tola ambição da rã que quer ser forte


Muitos homens conduz ao desespero e à morte.
Gente pobre, invejando a gente que é mais rica,
Quer como ela gastar, e inda mais pobre fica:
— Gasta tudo o que tem, o que não tem consome,
E, por querer ter mais, vem a morrer de fome.
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Pescaria
Cecília Meireles

Cesto de peixes no chão.


Cheio de peixes, o mar.
Cheiro de peixe pelo ar.
E peixes no chão.

Chora a espuma pela areia,


na maré cheia.

As mãos do mar vêm e vão,


as mãos do mar pela areia
onde os peixes estão.

As mãos do mar vêm e vão,


em vão.
Não chegarão
aos peixes do chão.

Por isso chora, na areia,


a espuma da maré cheia.
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O cavalinho branco
Cecília Meireles

À tarde, o cavalinho branco


está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo


onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina


loura e comprida

e nas verdade ervas atira


sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes


e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres


seus movimentos.

Trabalhou todo o dia tanto!


desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco


de crina dourada!
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O menino azul
Cecília Meireles
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho


que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho


que saiba inventar
histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo


que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim

(Quem souber de um burrinho desses,


pode escrever
para a Rua das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
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As duas velhinhas
Cecília Meireles

Duas velhinhas muito bonitas, A outra diz: Como as ondas dançam,


Mariana e Marina, não é, Mariana?
estão sentadas na varanda:
Marina e Mariana. Ontem eu era pequenina,
diz Marina.
Elas usam batas de fitas, Ontem, nós éramos crianças,
Mariana e Marina, diz Mariana.
e penteados de tranças:
Marina e Mariana. E levam à boca as xicrinhas,
Mariana e Marina,
Tomam chocolate as velhinhas, as xicrinhas de porcelana:
Mariana e Marina, Marina e Mariana.
em xícaras de porcelana:
Marina e Mariana. Tomam chocolate as velhinhas,
Mariana e Marina.
Uma diz: Como a tarde é linda, E falam de suas lembranças,
não é, Marina? Marina e Mariana.
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O último andar
Cecília Meireles

No último andar é mais bonito:


do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.

O último andar é muito


longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteira


sobre o último andar.
É lá que eu quero morar.

Quando faz lua no terraço


fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem,
para ninguém os maltratar:
no último andar

De lá se avista o mundo inteiro:


tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:

no último andar.
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Interpretação de Texto

• Leia o texto mais de uma vez.


• Sublinhe as palavras que você desconhece o significado e pesquise no dicionário.

1. Qual é o título do texto?


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2. A que gênero textual ele pertence?


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3. Qual o nome do autor do texto? Você já o conhecia? Se sim, cite alguma de suas
obras.
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4. Que tipo de narrador você identifica no texto?


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5. O texto tem personagens? Quem são eles? Quem é o personagem principal?


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6. Qual o assunto abordado no texto?


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7. O texto visa ensinar uma lição moral? Qual?


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8. Você consegue identificar alguma virtude ou algum vício dos personagens? Se sim,
qual ou quais?
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9. Escreva abaixo todas as palavras que desconhecia e pesquise seu significado no


dicionário.
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