COMO UTILIZAR A

OCLUSÃO
VASCULAR
PASSO A PASSO

O guia para você aprender como utilizar a oclusão parcial

periférica, acelerar a recuperação musculo esquelética dos
seus clientes e conseguir um ótimo fortalecimento muscular
com poucas cargas.

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 @Vini_fisio

Vinicius Nazareth

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“ Art. 5º, XXVII , CF – aos autores pertence o direito

exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei
fixar.”

VINICIUS NAZARETH 2

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 Olá,
Me chamo Vinicius Nazareth,
sou Fisioterapeuta. Apaixonado
por biologia evolutiva aplicada
a fisioterapia, neurociências do
movimento humano,
treinamento funcional,
prescrição e periodização de
exercícios, aplicação do
exercício físico no controle da
dor, cadeias musculares e
terapia Manual, desde 2016.

Nesse ebook, você vai aprender

tudo que é necessário para a
utilização da restrição do fluxo
sanguineo em seus pacientes.

Vai estar preparado para

analisar as indicações, contra-
indicações, parâmetros de
segurança e formas de
utilização.

Conseguindo resultados muito

mais rápidos e seguros.

VINICIUS NAZARETH 3

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 O QUE É A
OCLUSÃO
VASCULAR
PERIFÉRICA?
A oclusão vascular periférica, também
conhecida como Blood Flow Restriction ou
Kaatsu training, tem a finalidade de gerar a
restrição do fluxo sanguíneo (M. B. Jessee et
al., 2018), através da utilização de aparelhos
específicos, buscando um resultado
semelhante a treinos com altas cargas, sem
precisar dessas cargas (M. Karabulut et al.,
2011; S. Bittar et al., 2018).
A redução do oxigênio (hipóxia) no
seguimento treinado e o consequentemente
acumulo de metabólicos (íons H+, lactato),
promove o aumento da ativação da enzima
óxido nítrico sintase, da síntese de GH e de
fatores intracelulares (MAIOR, 2019).
É discutido que o estresse metabólico
gerado pela restrição parcial do fluxo arterial
e restrição total do fluxo venoso pela oclusão
vascular gera ganhos no sistema
osteomioarticular, já que o ambiente ocluído
adota características anaeróbicas,
aumentando o recrutamento das fibras de
força, durante o treinamento (KAWADA,
2005).
Segundo TEXEIRA (2018), as adaptações
crônicas do treinamento resistido com baixas
cargas utilizando a BFR, são superiores ao
treinamento resistido com baixas cargas e
próximo dos treinamentos resistidos com
altas cargas, quando avaliado força máxima,
hipertrofia e força de resistência.
VINICIUS NAZARETH
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...Tá Vini, mas porque utilizar esse troço
prendendo uma parte do corpo, se parece
que treinar com altas cargas gera mais
efeito??? E de onde surgiu essa ideia de
restringir?...
Então, para a população saudável que não
possui nenhum agente limitante, realmente
treinar de forma mais intensa ainda parece
ser o melhor nas pesquisas (KUBO et
al.,2006;)
Porém olhando para outra população, que
sente dor com cargas mínimas, que não tem
possibilidade de aumento de carga, seja pela
incapacidade funcional ou pela falta de
material, acamados, pós cirúrgicos e diversas
outras condições, a oclusão apresenta bons
resultados(J. Loenneke, 2013).
KUBOTA (2011) verificou a diminuição da
atrofia em pacientes acamados com
segmentos imobilizados, condições como
lesões de LCA, artroscopias, osteoartrites e
alteração femoropatelar vem tendo resposta
positiva (Barber, 2019), assim como o uso da
BRF em atividade aeróbica visando o ganho
de hipertrofia (ABE, 2006).
Segundo o American College (2012), é
sugerido o treinamento resistido entre 60-
90% de 1RM com 3 – 5 séries entre 8 – 12
repetições para ganhos hipertróficos, esses
resultadores seriam semelhantes utilizando a
carga entre 20 – 30% de 1RM associado a
BRF (LAURENTINO et al., 2012).
4
 IMAGINE UMA PESSOA QUE NO TESTE DE 1RM NA CADEIRA
EXTENSORA TIVESSE ALCANÇADO A CARGA MÁXIMA DE 40KG.

SEGUINDO A DIRETRIZ DO AMERICAN COLLEGE ESSE

CLIENTE DEVERIA COMEÇAR O TREINO COM 60%, OU
SEJA 24KG.

JÁ COM A OCLUSÃO ESSES 24KG SE TORNARIAM

8KG(20% DE 40)

DIFERENÇA DE 16KG.

Para SEGAL (2015), indivíduos com problemas no joelho

podem não responder bem aos 60% de carga, sendo
necessário outras estratégias.

O que faz da oclusão um recurso interessante, devido a

menor sobrecarga mecânica nas articulações (J. Loenneke,
2013).
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 COMO
SURGIU?
Era outono de 1966, O Jovem Yoshiaki
Sato, que viria a se tornar fisiculturista e
pesquisador cientifico, percebeu durante um
memorial budista que a sensação de
dormência que ele experimentava nas pernas
ao ficar na postura de meditação, era muito
semelhante a que ele sentia quando treinava
as panturrilhas com intensidade.
Yoshiaki Sato, criador do método
Após esse episódio, Sato começou a De 1983 em diante o método se
teorizar que as sensações eram causas pela popularizou, tendo pesquisas em diferentes
restrição do fluxo sanguíneo e começou a biotipos, foi desenvolvido um manguito
experimentar diferentes posições e pressões inflavel que respondia a um sensor
com torniquetes nos membros inferiores, pressórico e com a criação do internacional
constatando que o uso indiscriminado das journal of kaatsu training research em 2005,
pressões poderiam causar efeitos deletérios. as pesquisas começaram a ocorrer em
diversos paises.
Durante alguns anos foi intensamente
pesquisado como utilizar o torniquete para ter
os efeitos semelhantes aos extenuantes
treinos sem que ocorresse efeitos colaterais,
como embolia pulmonar, que o próprio
pesquisador relata te tido em uma das vezes
que foi hospitalizado devido a falta de
parâmetros nas pressões.
Modelo desenvolvido por SATO.
Em 1973, já com o método batizado de
kaatsu training e apresentando aplicações
mais seguras, Sato sofreu um acidente onde
ficou imóvel devido as fraturas, nesse
período utilizou a oclusão vascular para
minimizar a perda de massa muscular,
surpreendendo os médicos com a atenuação
a atrofia muscular.

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 O QUE A
CIÊNCIA
DIZ?
A utilização da BRF vem ganhando Além disso, é encontrado respostas
cada vez mais espaço nas academias e positivas em outras abordagens além do
nos centros de reabilitação, apresentando treinamento resisto com cargas baixas.
resultados interessantes nos tratamentos
osteomioarticulares, reabilitação cardíaca Estudos com pacientes imobilizados,
e treinamento resistido (NAKAJIMA et al., acamados, pós cirúrgicos, tem apresentado
2010; SLYZ et al., 2016 NETO et al., respostas interessantes em relação ao grupo
2017; YASUDA, 2017; HUGHES et al., controle quando utilizam a oclusão 2x por dia,
2017). ocluindo por 5 séries de 5 minutos e repouso
de 3 minutos (TAKARADA et al, 2000; YOW
et al., 2018) visando redução na perda de
Mas o uso indiscriminado da técnica
função e hipertrofia.
pode gerar mais prejuízos do que
benefícios, além disso muitos estudos
ABE et al. (2006), verificaram ganhos
falham em reportar esses efeitos
significativos na hipertrofia, força muscular e
(NASCIMENTO, 2019). Alguns efeitos
hormônal, utilizando caminhada lenta com
relatados em estudos englobam
oclusão por 3 semanas.
hemorragia subcutânea, dor pelo esforço
muscular, entorpecimento, sensação de
Sendo assim, a oclusão pode ser um ótimo
frio, sonolência e embolia (NAKAJIMA et
recurso para casos específicos, incluindo
al., 2010).
idosos ou indivíduos que não toleram altas
cargas (BRYK et al., 2016; COOK et al.,
Porém, com o aumento das pesquisas
2017; YASUDA et al., 2017)
sobre a utilização da oclusão nos últimos
dez anos, o método vem sendo
considerado seguro desde que seja feita
uma rigorosa anamnese e a oclusão seja
feita de forma individualizada, não
permitindo a oclusão total
(NASCIMENTO, 2018).

O fortalecimento muscular associado a

oclusão vem tendo efeitos benéficos cada
vez mais divulgados

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 CUIDADOS!
Muitos alunos me perguntam sobre a
utilização em indivíduos hipertensos e
ficam receosos de utilizar a oclusão com
medo de gerar uma trombose, confesso
que durante muito tempo essas
perguntas também me deixavam
apreensivo para utilizar esse método.
Para responder sobre a oclusão em
indivíduos com complicações cardio-
vasculares, NASCIMENTO (2018)
analisou alguns estudos que indicavam
efeito hipotensor (MAIOR et al., 2015;
MORIGGI et al., 2015; NETO et al.,
2015), melhora da da função edotelial e
na complacência da carótida (SHIMIZU
et al. 2016), mesmo com respostas
favoráveis é evidenciado em sua
pesquisa que a maioria dos estudos
analisados não foram feitos com
hipertensos ou cardíacos, sendo
necessária uma rigorosa avaliação nesse
público.
KACIN (2015), alerta que indivíduos
com histórico ou riso de problemas
cardiovasculares ou diabetes devem ser
avaliados minunciosamente antes,
durante e depois das atividades,
verificando pressão arterial, frequência
cardíaca e glicemia.
Para esses , os exercícios não devem
ser realizados até a falha e é necessário
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um tempo maior de repercussão entre as
séries , enfatiza ainda que condições como
diabetes não tratadas, devem optar por outra
forma de treinamento.
E sobre a trombose, NASCIMENTO (2018),
verifica que o método demonstra relativa
segurança em indivíduos saudáveis com
idade entre 25 e 72 anos. Sendo necessário
antes de utilizar a oclusão conhecer e
analisar profundamente a tríade de Virchow
(JENKINS et al., 2013).
Visando a segurança, algumas condições
como: instabilidade hemodinâmica; trombose
venosa; doença vascular periférica; acidente
vascular encefálico; hipertensão arterial
descontrolada; diabetes não controlada,
doenças aguda; ou qualquer fator que
restrinja a prática de exercícios de força,
devem ser analisados com cautela
(TEXEIRA, 2018).
Nessas situações, utilizaremos o estudo de
MEISTER e COLS (2016), onde compararam
os efeitos da oclusão vascular contra 5s de
isometria no final da fase concêntrica dos
exercícios, após 10 semanas os dois grupos
tiveram resultados semelhantes, podendo ser
a isometria um recurso alternativo na
impossibilidade de usar o esfigmomanômetro
para os ganhos de hipertrofia.
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 APLICAÇÃO
Se você chegou até aqui sem ler as
páginas anteriores, ‘volte duas casas”,
colocar o esfigmomanômetro e inflar é a
parte mais fácil, analisar as variáveis é o
que vai fazer a diferença.
• EQUIPAMENTOS:
O equipamento mais utilizado é o
manguito acoplado em um medidor de
pressão, com largura entre 6-18cm para
membro inferior ou 3-6 para membro
superior (TEXEIRA, 2018), existem
modelos de 10cm que podem ser usados
nos membro superiores e inferiores
(NATSUME et al., 2015), outra opção é
utilizar esfigmomanômetro comum de
obeso para membros inferiores e o
modelo usual para membro superior
(MAIOR, 2011)
• LOCAL DE APLICAÇÃO:
Deve ser colocado o mais axialmente
possível do membro a ser trabalhado, nos
membros superiores na área próxima a
axila, nos membros inferiores na área
próxima a prega glútea.
• TEMPO DE APLICAÇÃO:
Duas formas bem utilizadas na
literatura englobam 3-5 séries até a
fadiga com descanso entre 30” e 1’
(LOENNEKE, 2009) ou 4 séries com
30x15x15x15 repetições com descanso
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de 30” a 1’, não devendo ultrapassar 10’ de
oclusão (PATTERSON, 2019).
• PRESSÃO:
Valores entre 50 – 300 mmHG são
apontados na literatura como efetivos para a
utilização devendo ser levando em conta
fatores como a largura da braçadeira, idade
do individuo, sensação de desconforto
(PATTERSON, 2019), alguns pesquisadores
verificam a pressão pela circunferência do
membro com valores entre 45 – 50cm = 120
mmHg, 51-55cm = 150 mmHg, 56-59cm =
180mmHg, e 60cm = 210 mmHg (NATSUME
et al., 2015; SCOTT et al., 2015).
• CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Mesmo sendo um ótimo método para
fortalecimento muscular com baixas cargas é
necessário ter cautela e acima de tudo bom
senso, geralmente eu costumo utilizar os
valores mínimos e vou progredindo a medida
que nenhuma reação adversa aparece, é
necessário ficar atendo a sinais de dormência
e as mudanças de cor na pele, sensações de
formigamento e sonolência são comuns mas
nunca deixe de descartar as contra
indicações.
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 SEM EXERCICIO

• 1 - 2X por dia
• 3 – 5 séries
• 3 - 5 min de oclusão e pausa
• Pressão de 70 – 80% de OCLUSÃO TOTAL
• Imobilização, fratura, leitos, acamados e outros.

EXERCICIO RESISTIDO
• 2 - 3x por semana (>3)
• 1 – 2x por semana (<3)
• Carga de 20 – 40% de 1RM
• 2 – 4 séries
• Pressão de 40 – 80% OCLUSÃO TOTAL
• Pausa de 30 – 60”
• Restrição de 5 – 10’ por exercício
• Ex: 30x15x15x15
• (75rep) ou falha

EXERCICIO AERÓBICO

• 2 - 3x por semana (>3)

• 1 – 2x por semana (<3)
• Intensidade < 50% do VO2 MAX ou PAR
• 5 – 20’ por exercício
• Pressão de 40 – 80% OCLUSÃO TOTAL
• Continuo ou intervalado
• Bicicleta ou caminhada

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 PROMOÇÃO

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