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INTRODUCAO

j\UTOR E Depois desse exórdio, seguem as duas partes


LUGAR DE COMPOSic;AO da obra - apresenta~o da tese (1,13-3,18) e sua
demonstracyao (3,19- 17,6)- antes de uma conclu-

O historiador judeu Flávio Josefo (séc. 1 dC.)


mu.itas vezes foi..considerado o autor de 4 Ma-
caiJeus.Assim, Eusébio de Cesareia (260-340) es-
sao {17,7- 18,24).
Na primeira parte, depois de ter apresentado o
assunto e o plano (1,13-14), o autor define arazao
creveu: ·~Outra obra que nao é indigna de [Flávio e a sa.bedoria com as quais identifica a educa~o
Josefa] foi ainda composta por este escritor, Sobre segundo aLei(l,15-17). Em seguida, classificaas
arazlio soberana, que alguns intitulam Macabai- paix6es segundo dais tipos - que sao o prazer e a
con, porque conté.ro os combates dos hebreus dos dor (1,20-27)- e cita como exemplo José (2,2-3),
quais se fala nos livros denominados Macabeus Moisés (2,17), Jacó (2,19) e Da'li (3,6-16).
e que se conduziram virilmente pela piedade em A segunda parte recorda as causas da perse-
respeito a Deus" (História eclesiástica ID, 10, 6). guic;:.ao deAntíoco IV Epífanes (3,20-4,26) erelata
~fas o estilo de 4 Macabeu.s é muito diferente do longa.mente os martirios de Eleaz.ar (5,1- 7,23), dos
das obras de Josefa para ser atribuido a ele. Além sete i:rmaos (7,24-14,10) ede suam.iie (14,11- 17,6).
disso. Josefo nunca menciona 2 Macabeus, que é O conjunto constitui urna história da "razao tem-
visivelmente dependente de 4 Macabeus. perante" (3,19).
O autor de 4 Macabeus é umjudeu helenizado. Em conclusiio (17,7-18,24), o autor pronuncia o
Bom conhecedor das regras da retórica, é um filó- louvor dos mártires e encoraja osfilhos de Israel a
sofo que pretende expor um discurso convincente. obedecer aLei e a praticar a piedade, reafi nnando
Provavelmente o lugar de origem do texto é Antio- que a raziio piedosa domina as paix6es.
quia, terceira cidade do império romano, onde, se-
gundo a tradic;:.ao, se teriam encontrado as reliquias
OOs mártires (Eleazar, os sete irmaos e suamae; cf. G~o LITER.ÁR1o
lntrodu~o a 1 e 2Mc). É por ocasiao de urna co-
memora~o ero honra deles que este discurso te- O Quarto livro dos Macabeus se apresenta sob a
cia sido pronunciado, como parece indicar o au- forma de um discurso filosófico. No início, o autor
tor quandoíala de "estes homens que, neste dia, aconselha seus le:itores a lhe dar toda atenc;:.ao (1.2),
foram mortos coro suamae pela virtude per:feita" e nao cessa de interpelá-los ao longo de toda a ex-
{1,10), ou quando declara que "o momento nos posicyao. Nao hesita em formular as obj~ que
convida. a expor a história da razao ponderada" alguns poderiam lhe fazer (1,5; 2,24; 7,17), e con-
(3,19). O Qµarto livro dos Macabeus poder:ia datar clui solenemente com urna exortacyiio (18,1-2).
de meados do séc. Ld.C. a início do séc. II. O texto é rico ero imagens, símbolos, metáfo-
ras, antíteses e hipérboles, o que mostra a habi-
lidade do autor na arte da retórica grega. Encon-
Co~ÜDO no LIVRO tram-se aí numerosos termos raros ou únicos em
grego (talvez forjados para esta obra).
Aobra comes:a com um exórdio (1,1-12) no qual o
autor apresenta o assunto que se propóe a tratar, a
saber, que "a raziio piedosa é soberana sobre as pai- ELO COM 2 MACABEUS
xiies". Esta tese filosófica de sabor estoico é cons-
tantemente citada (1,7.9.13.19.30; 2,6.24; 6,31; 7,16; Na segunda parte, o autor se inspirou em 2 Maca-
!3,1; 16,1; 18,2). Por essa repeti~o. que se apre- beus, principalmente nos capítulos 6,18-31 (marti-
senta como um leitmotiv, o autor reaviva a atenc;:.ao rio de Eleazar) e 7,1-41 (martirio dos seteirmaos e
de seu auditório. de sua miie). Mas, enquanto em2 Macabeus tudo
D 1 "TRO DUC}.O /\O QU/\RTO LIVRO DO ~1ACABEUS
17'14 1775 L TROD UCAO /\O QUARTO LIVRO DOS M/\C/\BEUS
D
isso é relatado em dais capítulos, em 4 Macabeus o S_inaiticus (séc. IV) e o Alex~~rinus (séc. V) IOb cina. igualmente.de or!gem litúrgica, se encontra
o relato é feíto em catorze. O autor que resume em o titulo de Macabeus 4. Está situado após 1 2 ern alg~mas Bíblias lannas a partir do séc. IX. No ratione. Dais anos mais tarde o texto d
4 Maca.be fc . . ' grego e
3,20-4,26 os acontecimentos relatados em 2 Ma- 3 .Macabeus. Embora os persona~~s sejam ~ RenasClmento, em 1524, Erasmo compós igual- - us o1 unpresso pela primeira vez na edi-
cabeus 3,1-6,17 desenvolve em seguida os dados de rumos em 2 e 4 Macabeus, a tradii;ao consi~ Jllente urna paráfrase latina dele: De Imperatrice ?0 ~a S;ptuaginta publicada em Estrasburgo e aí
2 Macabeus 6,18-7,41. Após ter referido seus lon- que, por sua 6.delidade as disposir;Oes da Lei de e atr1bwdo a Flávio Josefa.
gos discursos ao tirano, descreve minuciosamente Moisés, eles se inscrevem na mesma ~
as torturas sofridas por esses atletas da Lei divina dos gloriosos Macabeus.
(17,16). Quanto a mae, 4 Maca.beus amplifica os O livro subsiste também sob diferentes títulos
dados de 2 Macabeus 7,20-23, principalmente o em siriaco, latim, georgiano e eslavo. Na Peslaitta
encorajamento que ela dá a seus filhos. (versa.o siriaca), 4 Macabeus é intitulado Quano li-
vro sobre os Maca.beus e sua mae. Nos man~
latinos do séc. V, é atribuído a Flávio Josefo.
I NTERESSE A lgreja antiga teve 4 Macabeus em alta ali.
TEOLÓGICO DO LIVRO ma, e o martirológio cristao dos tres Primeiroallé-
culos foi por ele influenciado. Bastante cedo, oa ju.
O autor de 4 Macabeus é filósofo e teólogo. Ele deus de Antioquia teriam celebrado um adtoat
quer demonstrar que a realizacyao dos ideais dafi- honra a Eleazar, aos sete irmaos e a sua mie, Do
losofia greco-romana, a saber, o domínio das pai- local onde teriam sido sepultados. No séc. lV.c11
xóes e a busca. pela virtude, nao somente é possível Padres da lgrej a gregos e latinos atestam ~
obedecendo aLei, mas que a LeiJomece justamen- neracyao: Gregório Nazianzeno, no Discurso l5'.t11a
te a melhor condic;ao para atingir esses ideais. sua honra, cita 4 Maca.beus e recomenda sua lei-
Tuda o que ele aprendeu dos filósofos gregos tura; Joao Crisóstomo, originário de ~dii
sobre linguística, literatura. doutrina e religiao.re- a entender que prega na preseni;a de seus bínw. .
cebe urna interpretac;ao judaica. Foina Bíblia - ci- na primeira Homilia sobre os Macabeus; Aglllti.
tada segundo a Septuaginta - que escolheu seus nho, no Sermiio 300 pronunciado no diada fia1a
modelos. Dada por Deus a inteligencia humana dos "mártires Macabeus", menciona que ezi11ia
(2,23), a Leí é a expressao perfeita da leinatura.l em Antioquia urna basílica que lhes era dedica-
(S,25); ela faz praticar as virtudes exaltadas pe- da; Ambrósio de Milao, em De ]acob et vita ......
los estoicos (1,30; 5,23-25), de modo que os he- apresenta-os como modelos de fé que prefigWam
breus sejam invenciveis (9,18). Ela é a verdadeira implícitamente os mártires cristaos.
filosofia, e até por suas prescrir;Oes alimentares é Segundo a tradii;iio, suas reliquias teriam lida
conforme anatureza. transportadas de Antioquia pam Bizancio, depiii
O Quarto livro dos Macabeus traz urna nova paraRoma, .Milao e finalmente Colonia, em U64.
demonstracyao que, ªº se abrir a filosofia grega, al- Em Constantinopla, apenas as reliquias damiil
gumas correntes da diásporajudaica consegui- dos sete mártires teriam permanecido na lgnja
riam desenvolver urna sabedoria de acordo com de Sao Jorge.
a fé dos pais. As tradir;óes judaica e crista diio difereut.eeno-
Contrariamente a 2 Macabeus 7, 4 Macabeus mes aheroína de 2 e 4 Macabeus: elase cbamaAm
nao afirma claramente a ideia da ressurreicyao e no Talmud, Samonanas lgrejas siriacas, Shmooni
prefere, como o autor da Sabedoria (de Salomao) na lgreja maronita. Chamuneia na Igreja armfaiw,
e Fílon de AJexandria, a da imortalidade da alma. Solomonia na tradii;iio bizantina.
Além disso, para 4 Maca.beus as pessoas piedosas Hoje 4 Macabeus é considerado "apócrim" par
que observam aLei até na perseguicyao expiam por católicos e protestantes. Entre os ortodaxos.-tllte
seus sofrimentos as faltas da comunidade inteira e livro encontra-se somente nas antigas t:ram.¡-
obtém para ela o perdao e a benevolencia de Deus romenas da Bíblia (1688, 1795, 1855); nas Biblias
(6,28-29; 17,21-22). Enfun, osmártires sao coloca- gregas, em apendice do AT, sinal oeste caso de 1111
dos juntos de Deus após amarte (9,8; 13,17; 14,5-6; nao canonicidade. Sua preseni;a nessaa Btiial
17,5.18; 18,23), enquanto os que os perseguem sao se explica pelo uso eclesial e tal vez também pelo
castigados (9,9.32; 10,11; 12,12). encorajamento para se comportar bem na fé~
tempos de perseguii;ao. Muitos manuscritoslJi..
túrgicos gregos atestam sua leí.tura por ocasiii9iia
HISTÓRIAE festa dos "mártires Macabeus" em 1º de agGllD-
RECEP<;AO DO TEXTO Esta leitura litúrgica se encontra iguallDfl!llle •
lgreja do Ocidente, o que explicaría a a~.Do
Escrito em grego, o texto de 4 Macabeus está con- séc. IV de urna paráfrase latina, Passio SS..,_.
servado em dais grandes códices da Septuaginta: chabaeorum, que teve larga difusao. U rna wniDla-
ExóRDlO morte, demonstraram que a razao domina as
paixóes. 10Por causa de suas virtudes, posso 3.18;
11.22;

1 elogiar estes homens que, neste diaA, foram


1
0 assunto que me proponho demons- IJ.25; 15.9
trar é altamente filosófico: a razao pie- mortos com suamae pela v irtude perfeita8 ,
dosa é soberana sobre as paixóesA. Por isso, mas também poderia julgá-los bem-aven-
tenho o dever de vos aconselh.a.r a prestar turados pelas h onras que obtive:ram. 11Por
atenc;ao constante a filosofi:a B. 2Para o co- sua coragem e resistencia, suscitaram a ad-
nhecimento, o assunto é indispensável e en- mirac;iio niio somente de todas as pessoas,
volve o elogio da Illaior das virtudes, a sa- mas também de seus torturadores, e assim
ber, da prudenciaA. foram artífices da queda da tiranía que opri-
3
Se for demonstrado que a raza.o domina mía a nac;ioA; por sua resistencia venceram
as paixñes que se opOem a~- a gu- o tirano e, grac;as a eles, a pátria foi purifi-
la e a luxúria - , •fica claro também que exer- cada. 12Mas, como é meu costume. só me será
ce poder total sobre as pai:xóes que se opóem possível falar disso após expor a tese. Depois
a justic;a, tal como a malíciaA, e sobre aquelas voltarei para a história deles, dando glória
que se OpOem a coragem - raiva, medo e an- ao Deus sapientíssimoA.
gústia8. 5Alguns talvez perguntem: se a 'ra-
ziio controla as paixóes, nao é e1a também a
senhora do esquecimento e da ignor.incia? A APRESDITAcAO DA TESE
quest:iio é absurda. 6 Com efeito, nao é as suas
proprias paixOes que a razao comanda, mas A razio soberana - 1
3Procuramos conhe-
aquelas que sao contrarias a justic;a. a cora- cer, portanto, se a raza.o é ~soberana sobre as N 1.7.JO;
paixóes. 14Devemos definir o que é a razao,
8.28;16,I
gem, a temperanc;ae a prudenciaA, nao para
destruí-las, mas para nao se render a elas. o que é a paixiio e quantos tipos de paixóes
;A partir de numerosas provas tiradas de existem, e se a raziio domina todos eles.
diversas fontes, eu poderia demonstrar que 15
Em minha opiniiio, a raziio é certamen-
a razao controJaA as paÍ.xOes, 8.mas O prova- te a mente que1 com raciocínioreto, escolhe
rei muito mais pela coragem'- daqueles que aviada sabedoria; 16 por sua vez, a sabedoria
morreram por causa da virtude, 'Eleazar8 e é o conhecimento das coisas divinas e huma-
~· 9
!!llc7.I os "sete irmaos coro sua miiec. Com efeito, nas e de suas causas. 17Ela é a educac;iio dada
todos eles, ao despreza.r os sofrimentos até a pela LeiA, pela qua1 aprendemos as coisas di-

1,1 O Cf. 1,30 e 13,1. - ClHsto é, o a.ssunto filosófico que vou em D n 11,32-35. - ~Em 2Mc, o relato do martírio de Elea-
~tar. - e
1,2 A.o colocar a prudencia na primcira fila das zar (6,18 -31) está separado daquele dos sete irrnaos e de sua
11rtudes, o autor adota a doutrina de A ristóteles e dos estoi- mie (7,1 -41). - 1,10 O E sta precisa.o indica talvez que 4~c
aJS.. - 1,4 8 C f. 2,16 ; 3,4; 3Mc 3,22; 7.3; Rm t ,29 (depra- foi composto para uma festa consagrada a comemorac;io dos
lt:f4o). - O Os v. 3-6 apresentam algumas dificuldadea. O mártires. - O O termo gr. designa as q ualidades do sábio e
llxto foi provavelmente deteriorado por ocasiao de sua trans- do hornero de bem. - 1,11 O Trata-se d a tentativa de An-
~. - 1,6 O A divisao d as virtudes que o autor adota: tíocoIV (!Me 1,10-64; 2Mc 5,11- 6,11) de impor ao povoju-
flU<léncia. justic;a, coragem e temperanr;a, remonta a Platao. e
deu a adora9io de divindades pagas. - 1,12 Esta doxolo-
Ela foi adotada pelos estoicos. Essas virtudes foram mencio- gia e a de 18,24 parecem indicar qu e o discurso foi pronun-
~ emSb 8,7. - 1,7OCf. 1,13.30; 8.28; 16.1. - 1,8 OA ciado durante uma cerimonia. - 1,17 e o termo gr. pai.deia,
tilavragr. traduzida por coragem se encontra ero Est gr 10.2; traduzido aqui por educa~. resumia toda a cultura grega.
llic .l,56; 8,2; 9,22; 10,15; 16,23; 2..Vic 14,18. - OEleaza.r é Ao unir apai.deia a Lei, o autor quer mostrar a seus ouvintes
tina das pessoas pon.ckradas do povo, cujo martirio é evocado que toda sabedoria, todo conhecimento, toda inteligencia en-
Td
QUART O L1 RO DOS MACABEUS 1719 QUARTO LIVRO DOS MACABEUS
1,17 4.1
3 pois, embora fosse jovem e no auge do vigor
vinas com reveréncia, e as humanas, coro pro- dissemos, a mente moderada pode subjugar zer sua sede com elas. 11Um desejo irracio-
DSbll.7 veito. 11As diversas formas de sabedoria sao para a rdac;:ao sexual, p~a razao dominou o as paixoes, transformar algumas e dominar nal por água que se encontrava no terrító-
a prudencia, ajustic;:a, a coragero e a tempe- aguilhao das paix6es. 4 E evidente ainda que outras. 19Por que Jacó, nosso pai muito sábio, rio do inimigo o infiamava excitando-o e
ranc;:a". 19A mais importante de todas é a pru- a razao controla nao apenas a manifestac;:ao censurou as casas de Simeao e de Levi por nao cessava de o consumir. 12Como os guar-
dencia", pois é por ela que a raza.o domina as do prazer, mas todo desejo. 5De qualquer ter assassinado de maneira irracional a na- das murmuravam contra esse desejo do rei,
paix0es. 2ºQuanto as paix0es, os dois tipos maneira, é o que diz a lei: "Nao cobic;:arás a c;:ao inteira da tribo de Siquém? E de disse: dois jovens soldados robustos que davam
mais gerais sao o prazer e a dor. Cada uma mulher de teu próximo. .. nem coisa alguma " Maldita seja sua cólera!". 20Se a razao nao prova de respeito ao desejo do rei vestiram
delas existe nao somente no corpo, mas tam- que lhe pertenc;:a". 6Efetivamente, quando ira fosse capaz de dominar a cólera, ele nao te- suas armaduras e, tendo tomado um jarro,
bém na alma". 21 É também importante o cor- a Lei nos diz para nao cobic;:ar, é muito rnais 20J7• ria fa.lado assim. 21Quando Deus formou o atravessaram as trincheiras do inirnigo.
tejo das paix6es em torno do prazer e dador. fácil para eu vos convencer de que a razao é homem, plantou nele suas paix6es e inclina- 13
Iludindo os sentinelas <liante dos portaes,
nAssim,o desejoprecedeoprazer,eogozo capaz de controlar os desejos. ~"· nMas ao mesmo tempo, acima de to- foram procurar água por todo o campo ini-
o segue. 130 medo precede a dor, e a tristeza 7lgualmente para as paix6es que se opOe:m das, entronizou a inteligencia, guia sagrado migo. 14Quando encontraram a fonte, cheios
a segue. 24A cólera é urna pai:xao comum ao ajustic;:a. Pois como alguém que em sua ma- que govema mediante os sentidosA. 23Para a de audácia tiraram a água e a levaram ao
prazer e a dor, se se pensa no que nos atinge. neira de comer é egoísta, glutiio ou bebaclo inteligencia, deu a Lei. Aquele que se con- reí. l.SMas Davi, embora estivesse coro sede
25
No prazer seencontra também urna tenden- pode ser reeducado, se nao é evidente que a duz segundo esta Lei é rei de urna realeza ardente, julgou que era um perigo terrivel
cia maliciosa que, de todas as paixOes, assume raza.o é a soberana das pai:xOes? 8Alguém é ponderada, justa, boa e corajosa. para a alma o fato de ter considerado urna
as formas mais diversas: :26naalma, jactancia, amante do dinheiro? Urna vez que se con- bebida equivalente ao sangueA. 16Eis por
amor ao dinheiro, amor a glória, rivalidade duz de acordo coro a Lei, forc;:a sua natureza A capacidade da razao para vencer as que, opondo a razao ao desejo, ele fez dessa
e ciúme; 27no corpo, voracidade, gula, glu- e empresta sem juros ciqueles que estao em paixOes - 24Talvez alguns pudessem per- bebida urna libac;:ao a Oeus. 1'Pois a inteli-
tonaria solitária. 28Assim, o prazer e a dor, necessidade, emboca esteja próximo o sé- 1.5 guntar: se a Ta.zao é soberana sobre as pai-
gencia ponderada é capaz de vencer a coac;:ao
t.Jt.! 2
como duas plantas que se enraízarnno corpo timo ano que anulará a dívida". 9Alguém x6es, por que nao comanda o esquecimento das paix0es e de apagar o fogo de sua exci-
e na alma, dao numerosos rebentos; 29a razao, é avarento? A Leí.comanda por intermédio e a ignorancia? tac;:ao. 18Triunfa tarnbém sobre os sofrimen-
da raza.o, e ele se abstém de respigar e de 'Te- 1
jardineira universal, limpa tudo ao redor de
cada um, poda, fuca, rega, irriga de diversas
rnaneiras e recupera assim a selva de inclina-
buscar após a colbeita.
Ero todo caso, podemos reconhecer que a
1i.
F 3 Essa objec;:ao é totalmente absurda. Com
efeito, é evidente que a raza.o nao domina
tos do carpo, mesmo quando sao extremos,
e, grac;:as a virtude perfeita da razao, rejeita
1'.Jt.U suas próprias paix<>es, mas as do corpo. com desprezo a tirania das paixoes.
l 1.71J, ~ e paix6es. 30A 1razao, com efeito, é o guia raza.o domina as paix6es. 10Com efeíto, a Leí 2
Ninguém pode erradicar um único de-
8,211.16.1
das virtudes e a dominadora das paix6es. controla a benevolencia para comos país: •&JUt sejo, mas a razao pode ajudar a nao se tomar
01511
A partir da ac;:ao repressiva da teroperan- impede que, por causa deles, a virtude seja • escravo dele. 3Nenhum de vós pode erradi- RELATO DOS MÁRTIRES
c;:a, considerai primeiramente que a razao é a abandonada. 11A Leí domina o amor que se car a cólera de sua alma, mas a razao pode
soberana sobre as paixoes. 31 A teroperanc;:a tero para coro a esposa: corrige suas trans- ajudar a resistir a ela. 4Ninguém pode erra- O castigo divino de Apolonio, governa-
tem poder de dominio sobre os desejos. 32Al- gressóes. 12A Lei exerce todo poder sobre o dicar a m.aüciaA, mas a razao pode ser urna dor da Síria- 19Agora o momento nos con-
guns desejos sao mentais, outros, físicos; ora amor dos filhos: castiga sua disposic;:ao para aliada para nao ceder a ela. 5A razao nao ex- vida a expor a história da razao ponderada.
a razao domina sobre ambos. 33Quando so- o mal. 13A Leí é soberana sobre a relac;:ao com tirpa as pai.xoes, mas combate-as. 20
Enquanto nossos pais desfrutavam de
mos atraídos por alimentos proibidos, como os amigos: desaprova sua perversidade. profunda paz em raza.o da obse:rv.1ncia da lei
14
conseguimos rejeitar o prazer que ddes ad- Nao penseis que grac;:as a Leí seja para- A sede do reí Davi - 6 lsso se torna mais e prosperavam tao bem que até o rei da Ásia,
vém? Nao será porquearazao é.capaz de go- doxal que a razao possa prevalecer mesmo claro quando consideramos o caso da sede Seleuco Nicanor", fornecia-lhes dinheiro pa-
vernar esse desejo de alimentos? De minha sobre o ódio, de talmaneira quenao se car- 1 :?Sm do 1reí DaviA. 7Depois de combater os es-
ra o~ do templo e reconhecia suas ins-
parte, pensoass:im. 34Quando desejamos fru- tero as -árvores frutíferas dos inimigos, que 1°'
J0.1'-31
!J.13.17.
1Cr trangeiros" durante o dia todo, e junto coro
IU>-19
tituic;:Oes, 21exatamente nessa época, alguns
2McJ.1-J

tos do mar, aves e animaís, e alimentos diver- se salvem da destruic;:ao os bens dos adver- os soldados de seu povo ter matado muitos que introduziram novidades contrárias a
sos que a Leí nos profueA, se nos abstemos, sários e que se ajudem alevantar os animais •• ddes, ªao entardecer, suado e extenuado, harmonía pública nos causaram toda espé-
ZJ.4-!I;
é em razao do poder dominador da razao. que caíram. Dt&M chegou a tenda real em torno da qual todo o cie de infortúnios.
35
Com efeito, controlada pela mente comedi- l 5Pode-se demonstrar também que ara- exército de nossos antepassados tinha acam- 1
da, cessa a paixao do apetite, e todos os im-
pulsos do corpo sao refreados pela razao.
zao controla até as paixoes mais violentas,
o amor ao poder, a vaidade, a arrogcincia, o
pado. 'YI"odos os outros estavam jantando.
10
4 Üra, certo Sima.o" se opunha a Onias,
que era entao sumo sacerdote vitalicio,
Extremamente sedento, e apesar de ter homem do mais alto mérito8 . Quando no-
r 2Mc3.1

orgulho, o ciúme. 16Urna mente ponderada fontes abundantes, o rei nao podia satisfa- tou que, apesar de todos os tipos de calúnia,
A Lei nao se OpOe arazao - 1Por que
2 se admirar se os desejos da alma por se
unir com a beleza perdem sua forc;:a? 2 Por
rejeita essas pai:xoes maliciosas". e igual-
mente a cólera, porque tarnbém é soberana
sobre ela. 17Quando se irritou com Datan •= ~tor para justificar sua tese. - 2,21 O Para o autor, as pai- Septuaginta, o termo traduzido aqui por estrangerros designa
Gn esse motivo, o prudente 1José é elogiado por- e Abiran, Moisés nada lhes fez corn cólera, : . .· IOes foramdadas por Deus na cr:iacrio: cf. também 4Esd 3,21 os filisteus (cf. Gn 2t32 oota). - 3,15 O O autor arnen.i.zou o
2,22 E.lA ideiadeque tudochega ainteligencia so-
39.1·20
que, grac;:as a reflexao, subjugou a luxúria, mas a apaziguou grac;:as a raza.o•. 18Como OOta. - propósito deDavi em 2Sm 23,17 LXX: &berei eu o sangue des-
lllenre mediante os sentidos é conforme a filosofia estoica. - tes homens que arriscaram suas vidas?- 3,20 O Trata-se de
3:4.G CT. 1,4 oota. - 3,6 0 Aversaoque4Mcdádesseepi- Seleuco IVFilópator, que corn~u a reinar em 187 e a quem
llidio da vida de Davidifere daquelasde 2Sm 23,13 -17 e tCr sucedeu Anóoco IV Epitanio (175-164). 4Mc nomeia errada-
contrasuaorige:mnaLei (cf. r 24,23-25). - 1,18 BCf.1,6. Lv 11,t -3e Dt14,3-20. - 2,8 eAJusaoprovávelao-= 11,15-19. O autor embelezou alguns detalhes. A expressao de mente o rei Seleuco Nicanor; este era urn dos genera.is de Ale-
que apresenta uma ordem diferente, e a nota. - 1,19 O Cf. bático (Dt 15,1-18) antesqueao ano dojubileu ( Lv25! ZSm 23,15 LXX. Davifoi tomado de um cksejo, sem dúvida xandre e o fundador da dinastia seléucida (305-281). O v. 20
1,2 nota. - 1,20 O O dualismo carpo-alma expresso neste - 2,16 0Cf.1,4nota. - 2,17 OEmNml~~é~ .. dtu-lhe a ideia desse deseovolv:imento sobre o desejo, termo é um resumo de 2Mc 3,1-3. - 4,1 e Preboste do Templo se-
contexto é de inspiracrio filosófica platónica. - 1,34 OCf. 'Moisés apaziguou sua cólera. Esse trecho f01 aJuni.do qtlevolta quatro vezes em tres v. (v. 11.12.16). - 3,7 O Na gundo 2Mc 3,4. - 0 Onias lll. filho de SimaoIl. denunciado
4.1 QüARTO LJ\I RO DO MACABEUS Q UARTO LJ VRO DO MACABEUS 5 ,37
14
foi incapaz de prejuclicar Onias aos albos Onias orou por ele. Salvo milagrosamen- se maotinham armados, o tirano Antíoco 2or- a nosso eotendimento acerca da piedade.
do pavo, fugiu do país com o propósito de te, Apolónio foi informar ao rei o que tinha denou aos guardas que trouxessem cadaju- 19
Portanto, nao creio que seria urna falta leve
2
i !.M e trair sua pátria. Foiao encontro de Apoló-
1 acontecido com ele. deu e os forc;assem a comer carne de parco e se coméssemos alimentos impuros, 2ºporque
10,69;
nio, govemador da íria•, Fenícia e Cilicia, 11c.ar'- alimentos sacrificados aos ídolos; 3se algurtS transgreclir a Lei em matéria de pequenas e
2Mc 3.5.
• .1-6 e clisse: 3 "Porque tenho muito zelo pelos ne- As medidas tomadas por Ant:íoco contra recusassem comer alimentos impuros, se- grandes faltas é igualmente grave: 21em qual-
gócios do rei, venho vos informar que mi- os judeus- 15Quando o reí Seleuco morreu, riam condenados amorte e entregues ªº su- quer caso, a Lei é desprezada do llmesroo • T1 2.IO
lh0es que pertencem a particulares foram seu filhoA Antíoco Epífanes assurniu o trooo. plicio da roda. 4Muitas pessoas foram deti- modo. 22Voce zomba de nossa filosofia. como
depositados no tesauro de JerusaJém•; nad~ Era um hornero arrogante e ~terrível. 16 Des- das, e o primeiro do grupo, um homern cha-
~~ se, grai;as a ela, nao vivessemos segundo a
tendo a ver coro o templo, pertencem ao rei tituiu Onias do pontificado soberano e esta- s.u~1 mado EleazarA, foitrazido perante Antíoco; razao. 23Entretanto, elanos ensina a tempe-
Seleuco". • Após ser informado desses fatos, beleceu como sumo sacerdote 'lJasao, seu ir- 2Wc era de familia sacerdotal, instruido no conbe- ranc;a, que nos permite comandar todos os
Apolónio louvou imao pelasolicitude para mao, 17que pactuara, caso lhe fosse conferido 4.7-10 i :.\k6.l& cimento da Leí, de idade avaoc;ada e conhe- desejos e todos os prazeres, e ela nos exercita
como rei, foi até Seleuco e o inforroou desse tal cargo, pagar 3.660 ta1entos• anuais ao rei. cido de muitas pessoas da corte do tirano. na coragem, de modo que possamos supor-
5
tesauro de dinheiro. 5 Ao receber plenos po- is Antíoco concecleu-lhe ser sumo sacerdote e Quando Antíoco o viu, disseA: 6''Antes tar voluntariamente qualquer sofrimento;
deres para esse negócio, dirigiu-se rapida- também govemante do pavo. 19Jasao mudou de comec;ar a torturar-te, meu velho, queria 24
ela nos educa para a justic;:a, de maneira a
mente a nossa pátriacomo maldito Simao e a forma de viver do povo e dirigiu suacondu- aconselhar-te a comer carne de parco e as- praticar a equidade em nossos comporta-
urna forera militar muito forteA. 6 Ao chegar, ta em total vio~ da Lei; Wnao somente simsalvar sua vida. 7Respeito tua idade e os mentos, quaisquer que sejam nossas dispo-
declarou que vinha por ordem do rei para construiu um ginásio na propria acrópole de cabelos brancas• que.tens desde muito tem- sii;oes; ela nos ensina a piedade, demaneira
confiscar o dinheiro dos particulares depo- nossa pátriaA, mas também suprimiu o ser- :zw. po, mas uma vez que observas as práticas dos a honrar magni.6.camente o único Deus que
4Jl-311
sitado no templo. 7 A essas palavras, o pavo ví~ do templo. 2 1Irritada por esses ates, a jus- judeus, nao me pareces ser um filósofo. 'Por existe. 25Portanto, eis a razao pela qual nao
se irritou e protestou, considerando que se- tic;:a clivina incitou Antíoco a combater con- que detestas comer a excelente carne deste comemos alimentos impuros, porque, ao
ria ultrajante espoliar aqueles que tinham tra eles. 22Pois, quando estava em guerra no animal que a oatu:reza nos doou ? 9 Com efei- crer que Deus estabeleceu a Leí, sabemos
confiado seus depósitos ao tesauro sagra- Egito contra PtolomeuA, Antíoco ouviu um to, é insensato.nao apreciarprazeres inocen- que o Criador do mundo, dando-nos esta
do, e fizeram tudo que pocliam para impe- rumor de que o boato de sua marte se espa- tes e é uma injustic;a rejeitar os dons da oa- Lei, a conformou anossa oatureza. 26Ele nos
dir isso. ªMas, proferindo am~. Apoló- lbara e de que o pavo de Jerusalém se alegrou tureza. 10Parece-me que te comportas de permitiu comer o que é adequado para nos-
nio se clirigiu ao templo. 9 0s sacerdotes•, as muito por isso; rapidarnente marchou contra maneira ainda mais sem sentido se, ademais sas almas, ~ o q ue é contrário a ela, no-Jo
mulheres e as crianc;as estavam no templo, eles 23e, quando os assolou, emitiu um decre- de tuas opini0es erróneas sobre a verdade, 1
p roibiu. Z7E, tiranico COOStranger-nos nao SÓ 11...
suplicando a D eus para proteger o lugar sa- to segundo o qual aqueles flagrados obser- me desprezas a custa de teu proprio sofri- a transgreclir a Lei, mas tambéro a comer 11.1.23
grado que ia ser profartado. 18Quando Apo- vando a Le:i de seus pais seriam punidos com mento. " Nao vaís despertar: das tolices de alimentos impuros que abominamos para
lónio avan~u coro suas foreras armadas para amorte. 24 Mas por seus decretos nao ful ca- tua filosofia e abandonar os disparates de ridicularizar-nos. 28Mas, a respe:i.to desse es-
apoderar-se do dinheiro, apareceram do céu paz de acabar com a fidelidade do pavo aLei; teus raciocinios? Com mentalidade digna camecimento, nao rirás aminha custa, 29pois
2Mc P anjos montados em cavalos, com clarOes de pelo contrário, notava que suas ameac;as e de tua idade, nao vais adatar a verdadeira fi.- nao transgredirei os juramentos sagrados de
25
3,25-26;
luz irradiando de suas armas, incutindo- puni~ eram totalmenteineficazes; 00u- losofia daquilo que é proveitoso? 12Nao vais meus antepassados de observar a Lei, 30nem
3.\ic6.t8
lhes grande temor e terror. 11 Caindo quase ve até mullieres que eram precipitadas do saudar minha exorta~o benevolente e ter mesmo se me arrancares os albos e queima-
morto no pátio dos gentíos•, Apolónio es- alto das muralhas com seus recém-nascidos, piedade de tua velhice? 13Pensa, de verdade, res minbas entranhas. 31Nao sou tao velho,
tendeu as maos para o céu e coro lágrimas porque, embora soubessem qual seria sua que, se houver algum poder que vele por tuas nem tao covarde, para que minharazao nao
suplicou aos hebreus que 'rezassem por ele e sorte, elas os haviam feito circuncidar. práticas, ele te perdoaria toda transgressao tenha mais o vigor de sua juventude para
que lhe tomassem favorável o exército celes- 26 Uma vez que seus decretos eram des- feita sob ~0A". defender a piedade. 32A vista do acorrido,
tial. l 2Ele pecara, dizia, e tao gravemente que prezados pelo pavo, por meio de torturas o m 14
Quando o tirano o obrigou a comer car- prepara as rodas e ativa o fago mais intensa-
merecia amarte, mas se fosse salvo, louvaria tentou abrigar cada membro do pavo a.caner ne ilegal, Eleazar pecliu a palavra. 150btida a mente. 33 ao terei piedade de minha velhice,
aquele lugar sagrado peranteo pavo intei:ro. alimentos impuros e a ~jurar o judaísmo. 1Ut-ll 1Mo pennissaoyara falar, comegm assim seu dis- a ponto de abolir pessoalmente a Lei de
13 Comovido por estas palavras, e receando 41-6' curso: 16''0 Antíoco, persuadidos a viver se- meus país. 34Ó Lei que me educas'", jamais
gundo urna L.ei divina, pensamos que nao
que o rei Seleuco pensasse que Apolónio te-
ria sido eliminado por um compló humano
e nao pelajustis:a divina, o sumo sacerdote
5 Eleaza.r diante de A.ntíoco - 'Sentan-
do-se com seus conselheiros em um lu-
gar elevacfoA, e rodeado de seus soldados que
há compulsao alguma mais forte que a da
obediencia a nossa Leí. 17 Assim, conside-
mentireinem te abjurarei, amo tua tempe-
rani;a. 35Ó razao filosófica, nao me envergo-
nharei de ti f Honorável sacerdócio e conhe-
ramos digno nao a transgredir de maneira cimento da Lei, nao VOS t:enegarei ! 36Voce
alguma. "Mesmo que nossa lei nao fosse nao manchará minha boca de velho venerá-
- 4,15 OAntíooo nioera filho deSeleuco IVFtlópdor•. - realmente clivina, como voce supoe, e que ve~ nem todos esses anos de urna ...Oda con-
aApolonio por Simáo (2M c 3,1-7; 4,1-6}, assassinado por An-
dronico por ordem de Menelau (2Mc 4,30-35}. - 4,2 e Em seu irmao. - 4,17 O Segundo 2Mc 4.8-9, Jasao pa¡p1a» somente nós a estimássemos divina, nem forme a Lei. 37Meus país me acolherao como
2Mc 3,5, ApolOnio é gm"Unador da Celessíria e da Fenícia, e tioco trezentos e ses.sent4 talen ros de prata e oiterd4 ,.,_... assim jamais nos seria permitido renunciar puro, eu que nao temi tuas ameac;as mesmo
em lMc 10,69, é apenas govemador da Celessíria. - 4,3 e o retirar sobre qualquer outra mtrada; aJém disso. • ~
tesouro do Templo desempenhava papel .de banco privado. mete\! a pagar cento uinquenttLoutros talentos. -4,21
- 4,5 BEm 2M c3,7-34, éEliodoro, ministrode Seleuco, que prepos~o em revela a ignorancia~ autor~~·­
oonduz a expedii;io. O autor de 4Mc resume os desenvolvi- pografia de Jerus~ . 2Mc 4,1 2 ~1.Zque o ~~ IÍtuar o suplício (d ..Introd. a t e 2M c). - 5,4 e Cf. 3Mc 6,1 t:Iadii;io judaica (Talmud de Babi.IOnia, Sanhedrin 74a) codi-
mentos de 2Mc 3,7-23. - 4,9 OOutro texto: os ancúios. -
4,11 e o pátio dos gentios era urna quadra que representa.va
pelo menos wn ~da superficie total do Templodejeru-
truido ao pé da cidadela (denommada também l'tlnur-~
- 4,.2 2 OPtolomeu VI Filometor (180-145 a.C.);
1,16-19. - 5,1 Olnformai;iomuito~do_l~do___...
e!.:: ~ - 5,5 e Este discurso (v. 5-13), como o de Eleazar
~ ~4-38), está ausente em 2M c 6,18-3L - 5,7 Q Para Gre-
~ 1 azianuno (Discurso XV, 3), os cabelos brancos de
ficará.a conduta a se ter em caso de~ de martirio. Sob
a am~ de marte, peana.ne<%m tres interditos: idolatria,
adultério e assassinato. - 5,34 ea Gl 3,24 nota. Paulo
salém. E raacessível a todos (cf. mapa O Templod.e]eTWlllém). rio. 2 e 4M c nao oferecem nenhum Olltro mdício que.--- ~sao um indicio claro de sua sabedoria. - 5,13 O.A chama a L ei de nossa supervisora .
- 5 ,37 QUARTO LIVRO DOS MACABEU 1783
QUARTO LfVRO DOS l.fACABEU
8,7
das paix<>es. 2'f orturado pelas amea~as do ti-
31
até a morteA. Exercerás a tirania sobre os de até a velhice, e que guardamos nossa re-
ímpios, mas nao te tornarás senhor demeus putac;ao vivendo segundo a Lei, mudássemos rano e subrnerso pelas ondas das t.orturas Jde ~ueles que, com todo corar;ao, cuidam da
pensamentos em favor da piedade, nem por agora; 19seríamos um modelo de impiedade modo algum deixou 0 governo da ~ piedade, ~ sao os únicos capazes de domi-
tuas palavras, nem por teus ato!>"". para os jovens, tornando-nos_ um exemplo
por comer alimentos impuros. 20Seria uma
:té que atrac?u no port.o da vitória irnorta1'. dos
1:'1enhuma odade sitiada com numerosas e
nar as paJXoes da carne, J9pois sao persuadi-
de que em Deusnao morrem , como nao _
Martirio de Eleazar - 1Após esta morrer:am nossos patriarcas Abraao Isaac
6 resposta eloquente de Eleazar as exor-
~ do tirano, os guardas que estavam de
vergonha acrescentarmos um pouco de tem-
po a nossa vida, para serrnos durante esse
tempo motivo de zombaria de todos por
diversas máquinas de guerra jamais resistiu
como este homem perfeitameote santo. Sua Jacó: ~ue vivero para DeusA. zºNao .há con~ 16.25
tra~o, portant.o, no fato de que algumas
santa alma consumida pelo fogo, pelos gol-
pé o conduziram brutalment.e para os instru- causa dessacovardia; 21seríamos desprezados pes e pelas torturas venceu os assediadores ~ parecem ser dominadas por suas pai-
ment.os de t.ortura. 2Primeiramente despoja- pelo tirano como covardes, porque nao tería- grac;as a raza.o, o escudo da piedade. SEsta- 2 xoes por causa da fraqueza de sua razao
ram de suas roupas o velho homem, sempre mos defendido nossa Lei divina até a mor- 'Uma pessoa que vive como filósofo~
bdecendo sua reBexao como um rochedo es-
orna.do coma beleza de sua piedade; 3depois te. 22Portanto, ó filhos de Abraao, morrereia a regra de toda a filosofia, que ere em Deus
carpad?, nosso pai Eleazar quebrou as on- 22
de ter amarrado seus ~. um de cada lado, nobremente pela causa da piedade! 23E vós, das furiosas das pai:xOes. que co~ece a felicidade de suportar qual~
o as;oitaram. 4"0bedecei as ordens do rei! ", guardas do tirano, 1por que demorais? ". 1 9J; 66 sacerdote digno do sacerdócio, nao quer sofrimento pela virtude, nao seria ca-
gritava do outrolado um arauto. 5Mas o ge- 24 Quando o viram tao nobre de espírito 2Mt1..
manchaste teus dentes sagrados, nem pro- p~ de d~ar as paixaes com a ajuda da
neroso e muito nobre Eleazar, como se esti- diante das ameac;as, e de modo algurn aba- fanaste com alimentos impuros as entranhas p~e~ade? S:om efeito, somente 0 homem
lado pela compa.ixao deles, os guardas o Je. sáb10 e corajoso é senhor das paixaes.
vesse sendo torturado apenas em sonho, nao ~e acolheram a piedade e a purificas:;foA.
estava de maneira alguma abalado. 6Com
n1u 1.ss os olhos levantados para o céu, o velho ho-
varam ao fugo. 25Lá o jogaram, queimando-o
com instrumentos refinados e derramando-
? tu que ~stás ~ han:J?.onia coma Lei, fi-
8 Martirio dos seteirmaos - 'Essa é a
losofo da vida d:ivma! ªE assim que devem
mern abandooava aos ac;oites suas carnes lhe misturas fétidas em suas narinas. 26Já sei: o_s defensores da Lei, protegendo-a das naram razao_pela qual adolescentes que se tor-
dilaceradas; o sangue escorria, e seus flan- exaurido até os ossos e prestes a expirar, le- paixoes coro seu próprio sangue e seu nobre filósofos gra~as a raza.o devota domi-
cos estavarn cobertos de feridas. 7Ele caiu vantou os olhos paraDeus e disse: 27"Tu sa- ruu:am
suor até a i;norte. 9Tu, ó pai. por tua perseve- t.o~entos ainda mais cruéis. 2 Com
no chao, e seu_corpo nao suportava mais so- bes, ó Deus, que eu podia me salvar, mas ~~ glonosa, fortalecest.e nossa fidelidade ~· ~epois que em sua primeira tentativa
&imentos; ainda assim mantinba a razao morro por causa daLei, torturado pelo fugo! a Le1 e, ~do com gravidade, nao aboliste ~a sido derrotado publicamente, sendo
no.ssos ntos; por tuas a~0es. tomaste credí- mcapaz. de forc;ar um anciao a comer ali-
21
sensata e inflexível. 8 Um guarda cruel da- Tem misericórdia de teu povo, e1ica satis-
va-lhe pontapés nos flancos para que se le- feito como nosso castigo para eleA. 29Faz.e v~s tuas palavras sobre tua divina filosofia
mentos 1D1puros, o tirano ordenou veemen-
vantasse quando caía nova.mente; 9mas ele que meu sangue o purifique e receba minba 'ºO anci~ mais forte que as t.orturas hon~ ten:iente que outros hebreus fossem levados
suportava as dores, desprezava as ameac;as alma como penhor de sua alma". 30Depoia rarlo ancrao, :maiseoérgico que ofugo ~so­ ~t:Iv~: se comessem alimentos impuros, se-
e resistia aos maus-tratos; 'ºrecebendo os que disse essas palavras, o santo homern berano sobre as paixaes Eleazarl ' nam liberados, mas se recusassem seriam
golpes como um atleta nobre, o velho ho- morreu nobrei:nente nas torturas e. g~ x,,, "E taro ' . torturados mais cruelmente. '
i;;1-1.; xa ente como nosso pai Aarao, ar- 3
mern triunfavade seus torturadores. ucom a razio, resistía aos tormentos até a marte mado de tunbulo, atravessou a multidao e Depois que o tirano acabou de dar essas
o rosto banhado em suor e ofegando ruido- por amor a Lei. venceu o anjo de fogoA, uassim Eleazar des- o~dens, for:am trazidos a ele sete irmaos bo- 2Mc
samente, EJeazar era admirado por seus tor- cendente de .Aarao, consumido pelo f-~ rutos, J?Ud1cos, de nobre familia e encanta-7,1~1

turadores por sua coragem. Elogio de Eleazar - 31 De comurn acordo. ~aneceu unpassível em sua raza.o. •3Mas
-50,
d?res, JUil~ente com sua mae idosa. •Ao
12
.Entao, seja por compaixao pela suaidade afirmamos que a raza.o devota é soberana ve-los rewudos em torno de sua :miie como
º .IDaIS adrnirável é que este anciao, cuja ener-
11 5,4 avaoc;ada, 13seja por simpatía porque se co- sobre as paixoes. 32 Com efeito, se as pai- gia corporal já estava quebrantada, os mús- em u.m coro, ele se alegrou asua vista e, to-
nbeciam, seja por~ de sua forc;a de xoes tivessem dominado a razio, atestaría- culos afrouxados, os nervos e~~---...:do cad~ pela bela aparencia e nobreza deles,
t . ~~~ ~ sornu p~ eles;, Depois chamou-os para
alma, alguns cortesaes do rei se aproxima- mos sua vitória. 33Mas, urna vez que a razio ~mou-se JOVem 14em espírito grac;as a ra-
ram dele e disseram: W'Eleazar, por que te venceu as paixaes, deve- se atribuir a ela o zao. E por suarazao semelhante a de lsaacA pert':> e disseA: 5 Jovens, che:io de bondade
destróis tao irracionalment.e dessa maneira? poder de governá-las. 34É justo reconhecer tornou ifnpotentes as várias formas de tor~ admiro cada um de voces, estimo especial-
que a soberania pertence a razao, urna wz tura. 0 aben~ velhicel Ó veneráveis me~te a beleza de tal número de irmaos.
15 15
Nós te apresen.taremos alimentos cozidos;
U2Mc salva-te fingindo comer carne de porco! "- que ela domina até os sofrimentos externos. Assun, nao só vos aconselho a nao cair na
cabelos brancos! O vida conforme a Le:i que
6.21·22
16Mas Eleazar, como se fosse torturado 3
5Pois também é ridícuJoA ... E eu demona· o selo fiel da morte ~~-'eimnu 1 mesma loucura que o velbo que acaba de ser
ainda mais cruelmente por esse conselho, tro nao só que a razio vence os sofrimentos,
•6s ~.. r - - · l?~do, mas também vos exorto a nao re-
e, po:tant.o, um anciao desprezou as
gritou: 17 "Nao! Longe de nós urn pensamen- mas também que domina os prazeres e nio torturas ate a morte por causa da piedade s~st:tr e a desfrutar de minha amizadeA. 6As-
to tao abominável; nós, filhos de Abraao•, se deixa dominar por eles. devemos reconhecer que arazao devota go~ sun como posso punir aqueles que deso-
bedec~ minhas ordens, techo 0 poder de
nao iremos representar urna comédiaindigna
de nós. 18Corn efeito, seria irracional se nós,
que vivemos emconformidade coma venia-
7 'Como excelente piloto, de fato a razio
de nosso pai Eleazar, que tinha o Jeme
do barco da.piedade, navegou pelo vasto mar
~a ~s paixóes. ''Mas alguns certamente
dirao: Nem todos dominam as pa.ixóes, pois ~efic_rar aqueles que me obedecem. 7Con-
nem todos possuem a raza.o prudente". 'ªMas
fiai, polS, em mim, e recebereis cargos emi-
nentes em meu governo se renunciardes a

S,37 Q É a primeira alusao a umaesperan~ após amarte; cf.


9 ,9. - 5,38 e Eleazar concluiseu discurso afumando aliber-
aquele a quem ninguém pode fazer obstáculo.
.
também
-6,fl-:
9,21: 13.12; 11,6; 18 ,1.23. - 6,28 eRxp '$
i.6 O Em 2i\.ic 6 20 El
:¡iie lhe 6 . ' '
·
~~J posta foc~na boca.- 7,11 a cr. aª~º
. .
eazar regurgitou a corruda !Dlpura ,,.. Eles vivem
..~ . _ 7•19 ,.,
delo de _piedade e cora.,..,... . paTa Deus·
clade ckconsciéncia. lsso corresponde ao princípio estoico da doutrina da expia~o coletiva própria de 4Mc, cf. : : . ; - ~ em Nm lt:ll-1:>. em que nao éq_uestio doanjo de expressao análogaem Rm 14,8. Sobre os Patriarcas após su~
liberdade do sábio. Cf.Epiteto, Diatribes L XIl, 9. O hornero 6,35 Q A sequencia e o 6.m desta frase faltam. A 1 ,:;~~Aqw, co~oem 13,12 e 16,20, lsaac, prestes ~orte, cf. !"fe 1~, 16; Mt 22,32; Le 20,37-38. - 8,4 Q Este
livre é aquele a quem tudo acontece segundo sua vontade, completa: portanto, é ridículo negaT o dominio d4 ~ por seu P3l Abraao, é apresentado como mo- ~UC90 nao existe em 2Mc 7. - 8,S E) Amigo do rei era um
titulo honorífico na corte; cf. 12,5.
QUARTO UVRO DOS MACABEUS
Q UARTO LJVRO DOS '!.:iACA BEU 10,11
8,7 ceu mais ainda por causa da ingratidao. uA tar-lhe as garras de ferro, amarram-no ao
2•Nao resistamos a necessidade e nao procu-
lei ancestral de vossas instituicy<>es. A~ota.i remos a jactancia a precyo de_~ossa tortura.
8
sua ordem, os guardas levaram o mais velho instrumento de tortura e a catapulta. 27An-
a maneira de viver dos ~gc;>s, mu~ai sua 25Nem mesmo aLei nos puruna coro a mar- dos irmaos e, depois de rasgada sua túnica, tes de torturá-lo, perguntaram se queria co-
maneira de viver. Aprovert:u vos~ JUven- te por temermos os instrumentos de tortura. amarraram-lhe as maos e b~s de cada la- mer, mas quando ouviram sua nobre de-
tude! 9Mas, se excitardes minha colera pela 16De onde nos vero esse gosto de querelar e do com correias. UDepois de se cansarem de cisao, 28com garras de ferro, iguais a tigres
desobediencia, forcyar-me-eis a recorrer a pu- por que essa obstina~o fatal nos agrada, ha.ter nele coro chicotes sem nada conseguir, selvagens, arrancaram toda carne desde os
nic;:Oes terriveis e a fazerperecer cada um de quando-podernos viver ero paz obedecendo jogaram-no em cima da roda. 13 Quando o tendóes do ~o até o queúco e 11couro ca-
vós nas torturas. lDPor isso, tende -~ de ao reí?" 77Mas os jovens, embora prestes a nobre jovem ficou estendido sobre ela, seus beludo. Suportando esse sofrimento com co-
vós mesmos, urnavez que~· vosso UllDllgO, serem torturados, nao disseram nem QeflA- membros foram desarticulados. ragem, ele dizia: 29''Como é doce qualquer
tenho compaixao de vossa Juvei;itude e be- 14
Enquanto seus membros erarn quebra- tipo de morte por causa de nossa piedade
ram algo semelhante.
leza. uRefleti, portante, sobre ~sso: ~e me up0 r despreza:rem as paixé>es e terem o dos, o jovem acusava: 15"Tirano impuro, ini- ancestral". 30Ao tirano, ele disse: "Nao eres,
desobedecerdes, 0 que ganhareis a nao ser dominio . 291 migo dajusti~ celeste, de cora~ao desuma- ó o mais cruel dos tiranos, que és torturado
absoluto dos sofr imentos, ogo • 1.1.UJt;
morrer nas torturas?". que o tirano cessou de acon~á-los a COIIlEr 16,t no, nao é um assassino que torturas dessa mais do que eu, ao ver tua razao arrogante
UDepois de ter falado assim, ordenou que alimentos impuros. ero uru.ssono e magna- forma nem um ímpio, mas um deferisor da de tirano vencida pela nossa perseveran~
os instrumentos de tortura fossem.coloca- Lei divina". 16E quando os guardas lhe dis- por causa da piedade? 31Com os prazeres que
nimamente disseram:
dos em evidencia. a fim de_ os conv~':1" ~r •"Por que demoras, ó tirano? Estamos seram: "Consente em comer para que possa a virtude me proporciona, alivio minha dor,
medo a comer alimentos unp~s. ?itao
9 prontos para morrer antes de ~gre-
os guardas trouxeram as rodas , os disten- dir os mandamentos de nossos pais. Com 2M<1.z
se livrar das torturas", 17ele lhes disse: "Vossa
roda nao é bastante forte, ó impuros servido-
3
2rn.as tu és torturado com as ameacyas de tua
impiedade, e nao escaparás, impuro tirano,
sores os cavaletes, os ganchos, as catapul- res, para estrangular minha razao. Cortai dos julgamentos da cólera divina".
, "braserros,
. · efeito, causaríamos vergonha a nossos.~­
B2..>W= 7.l tasª, os caldeir6es, os as luvas' os passados se nao vivessemos na obedienaa meus membros, queimaiminha carne, torcei
anjinhos, as garras de ferro, as ~as .e os • T ~: nao tomássemos Moisés como con- minhas articul~. 18Por meio de todas es-
foles. Retomando a palavra, o tirano _d isse; a......,._, selheiro . .3Ó tirano, conselheiro
t•"Jovens, tremei: ajusticya que venerais. sera gressao, tu que nos odeias, nao tenhas ~
. da
tr~- sas torturas, mostrar-vos-ei que só os filhos
dos hebreos sao invencíveis na defesa da vir-
1O Martirio do terceiro irmao -
1Tendo o segundo irmao suportado
coro coragem uma morte gloriosa, trouxe-
indulgente convosco quando transgredirdes piedade de nós do que nós mesmos. P~ tude". 19Enquanto dizia essas palavras, colo- ram o terceiro; muitos o exortavam a se sal- Z.\ fc
var provando do alimento. 2Mas ele gritou:
7,10-12
a Lei sob coenrao•". pensarnos que tua piedade que nos. ~~ caram sob ele um fogo que atis:avam e aper-
1sQuando ouviram essas proposta.S' ~d~­ taram ainda mais a roda. 2ºA roda estava "lgnorais que é o mesmo pai que nos ge-
a sal~ pela transgressao ~a Lei e ~
toras e viram esses instrumentos t~ve1s, dura de suportar que a própna morte. Es- completamente banhada de sangue, pilhas rou, a miro e aqueles que morreram, que é
nao só nao tiveram medo, mas também se for'ra-te para nos intimidar, am~~o-noa de carvóes ardentes se apagavam coro o san- a mesma mae que nos deu a luz, e que fui
opuseram ªº tirano. ~~as a su~ fil~sofia; coro a morte por torturas, como se há ~ gue derramado, e pedac;os de carnes se espa- educadonos mesmos ensinamentos? 3 Nao
mediante a razao, aruquilara:m a o.rama. nada aprendeste de Eleazar. 6$e os anciaos lhavam nos eúcos da máquina. 21Ainda que negarei o nobre parentesco que me liga a
t6Entretanto, reflitamos: se alguns ?etes
hebreus, apesar de sofrerem tort~ por ~ 1~ as cartilageris que juntavam seos ossos esti- meus irmaos. 4Por isso, se tendes algum ins-
tivessem sido tímidos e covardes, quais ar-
causa da piedade, perrnaneceram p1~osos, vessem cortadas, o magruinimo jovem, ver- trumento de tortura, aplicai-o a meu corpo,
gumentos teriam u~-~;_ Pro~::~~.:°t~ com mais raza.o ainda convém que J?~ dadeiro filho de Abraao, nao gem.ia; 22mas mas a minha alma, mesmo que o queirais, Mll0.28
estes: º"Como somos inu:1u.es e~L3(7.Los.
Um reinos convida e nos exorta para o bem,
morram desprezando as torturas coer:otivas, como se estivesse sendo transformado ero nao podereis atingir". 5Muito irritados por
das quais 0 anciao, nosso ~estreA, tn~ 11'.12 um ser incorrupti.velA pelo fago, suportou sua audácia viril, com seus instrumentos dis-
e nós nao vamos obeded-lo? llPor ~colo­ nobremente os suplicios. 23 "lmitai-me, meus juntaram-lhe as m3os e os pés; levantando-o
7Experimenta, tirano! Se mares nossas vidas
car nossa alegria nessas vas resolu~ e ou- irrnaos", dizia ele, "Nao abandoneis minha com uma alavanca, o desmembraram 6e que-
por causa da piedade, nao ~s que nos
sar desobediencia fatal? 19 I.nnaos, será que causas mal torturando-nos, ªpolS por nosso !uta, nao abjureis nossa fraternidade, coro co- braram-lhe os dedos, os bracyos, as pernas,
_ devemos temer esses instrumentos de 24 1
l lTmLIB ragem combatei o sagrado e 'nobre comba- os cotovelos. 7Já que nao conseguiam sufo-
nao . b sofrimento e nossa perseveran.ya obter~
tortura? Nao vamos refletrr so re a~ ~i:_a- a recompensa da virtude e estaremos Junto te por causa da piedade. Por esse meio a justa cá-lo de forma alguma, abandonaram os ins-
de torturas e renunciar a essa glona va e de DeusA, por quem sofremos. 9Mas tu, que nk providencia que protegeu nossos pais tor- trumentos e com as unhas o escalpelaram a
cyas
a essa .c.._.....-. .. ....n<r.ln.aa·?• ZO'fenhamospena '..'l.UO.
Sbl4.J nar-se-á benevolente para nossa na~ao e pu- maneira dos citasA. 8 Colocaram-no sobre a
i~ .... ~~5-- • •
vais te conspurcar poc causa .d e ~osso. ~-
de nossajuventude e com~ da idade de : ... ato sofrerás da parte daJustlcya divmao
17.2
nirá o tirano maldito.• " 25Ao pronunciar essas roda, e como suas vértebras estavam deslo-
nossa rnae! 21 Consideremos ~e que, smerecido .... •
tormento eterno
pe1 fo . ..
o go · palavras, o santo jovem entregou a alma. cadas sobre ela, ele via suas carnes entrecor-
se desobedecermos, morreremos ! Ade- tadas e as gotas de sangue jorrando de suas
mais a J·usticya divina haverá de nos des- Martirio do irmao pri:Jnogeruto - 1º~ Martirio do segundo irmao - 26Todos entranhas. 9P restes a morrer, disse: 1 º"Nós,
ulpar' de temer o rei sob compUll)4o. ··•-::: 23Por estavam maravilhados com a firmeza de al- ó impuríssimo tirano, sofremos isso em ra-
ouvir essas palavras, o tirano nao só se ir-
cque nos afastar de urna vida tao agradável e ma do primogeruto. Os guardas trouxeram zao de urna disciplina e de urna virtude de
ritou coro a desobediencia. mas se enfure-
por que nos privar deste mundo tao suave? em seguida o segundo em idade. Após ajus- Deus. 11Mas tu, por tuaimpiedade e pelo as-

8 13 O /\lguns instrumentos de tortura desta lista~ ~cil-


namento. Em 5,4, Eleazar foi apresentado como;::;:
conhecimento da Lei, e em 2M c 6, 18, como um doa •e• ..!,pocalipse de &ruc, 4 EsdTa.s e Liwo de Henoc. - 9,22 O A sua natureza, mas ele acentua a recompensa e a punic;ao após
'
[Ilellte iden.:.
.uucave.is.
·c. • · - ""'Nrao-
""' se trata de uma maqwna de
possivelmente de um instrumento que serve para
~membros (cf. 9,26; 11,9.26; 18,20. - 8,14 O ~f.
• 13 nota - 9 6 0 0 termo gr. implica que Eleazar ~
ca no AT que exprime o pri~~~o .reser~ado ~
_ 9,9 O Nova alusao a re~ib~1~ no aii:n (cf~
i:..:
doutores da Lei. - 9,8 o Esta.,. junto de Deus: exp 1 • ~a do autor na imortalidade da alma está na esperan\A
de incorruptibilidade (aqui e 17,12) e de imortalidade (7,3 ;
l~.5·6; 16,13; 18,23). - 9,24 81\qui o autor está muito pró-
ll!no da doutrina grega que considerava a alma imortal por
amone; cf. também Le 16,19-31. - 10,7 OA crueldadedos
citas era proverbial na Antiguidade (cf. 2M c 4,47; 3M c 7,5).
Sobre a maneira de escalpelar, cf. o historiador grego Heró-
doto, Hi$tórias IV, 64.
::>, • ' • ta.mbéin pelo ens1- Este castigo eterno que os unp10s padecerao se
somente é um mestre pelo exempio, mas
- '"''' \ QUARTO LIVRO DOS MACABEUS
t787 QUARTO U V RO DOS MACABEUS 13.19

) do qual te manchas, serás subme-


-mentos sem fim""·
ram disj
untos. 11Nessaposi<;ao, com arespi-
.
rac;3.o curta e o corpo asfixiado, d iz1a:
º · 12"Tºt-
rano, sao favores esplendidos com que nos
por amarras, ele o fez vir mais perta e ten-
tou persuadi-lo, dizendo: 3"Visteo resultado
da loucura de teus irmaos: por desobedien-
salmente, que arazao piedosa é soberana so-
breas paixaes. 2 Com efeito, se, subservien- 1.1.30
tes as paixOes, tivessem comido alimentos
gratificas, contra tua vontade, urna vez q~e cia, morreram nas torturas. 4Também tu, impuros, diríamos que teriarn sido vencidos
12
iviartírio d o quarto irmiio - E~e ~or­ nos ofereces a ocasiao de provar ~as roa.is se nao obedeceres, serás torturado e terás por elas. 3 0ra, precisamente nao aconteceu
reu de urna maneira digna de seus. mnaos. nobres dores nossa fidelidade a Le1". urna morte prematura; 5mas se obedeceres, assim: pelo contrário, gra~ a razao elogiá-
Depois trouxeram o quarto e lhe disseram: serás uro amigo• e dirigirás negócios do rei- vel junto de Deus, eles prevaleceram sobre as
t3"Nao caias na mesma louc:w:a que te~~ M artirio do sexto irmao - tJMorto o no". 6Enquanto o exortava, mandou chamar paix0es. 4E nao é possívcl desoonbecer o po-
irmaos, mas, obedecendo ao re1, salva-te . quinto irmao, trouxeratl_l o sexto; era um a mae do jovem, com a ideía de que, privada der de sua refiexao, pois dominaram as pai-
t•Ele 1hes respondeu: "Nao! Nao ten?es fo- adolescente. Quando o tirano lbe perg~­ de tantos filhos, teria piedade de si mesma• xaes e as dores. 5 Como, pois, é possível nao
go bastante ardente para fazer de rrum um tou se queria comer e ser. li~do, ele dis- e incitaria aquele que lbe restava a obedecer reconbecer o poder darazao sobre as paixOes
covarde. tspela morte bem-aventurad~ de se: W'Pela idade, sou mais JOVeID que meus e assim salvar sua vida. naqueles que nao recuaram diante dos sofri-
meus irmaos, pela perda eterna do .tua- irmaos, mas, pela reflexao, teribo a mes- 7M.as, depois que sua mae o exortou ero mentos causados pelo fogo ? 6Com efeíto, as-
no, pela vida gloriosa dos homens ~iedo- ma idade. 1sNascidos e educados no mesmo línguahebraica•, como o diremos om pouco sim como as torres salientes na entrada dos
9.23 sos nao negareí nossa nobre llfraterrudade.
ideal, também devemos morrer pelos mes- 116.12.2' mais adiante, ele disse: ª"Desligai-me, que- portas quebram o furor das ondas e provi-
t6J~vente torturas, tirano, a fim de que por mos principios. i•Entao se te par~ce bem ra fa.lar ao reí e a todos os seus amigos que denciam aos navegantes um refúgio tranqui-
elas aprendas que sou irmao _daqueles que torturar aqueles que náo cornero alim~ estao com ele". 9Extremamente satisfeítos lo, 7assim arazao desses jovens, semelbartte
já torturaste". 11Quando ouvm essas pala- impuros, pode torturar!". t7Quan~o disse com essa promessa do jovem, desligaram-no a sete torres, fortificou o porto da piedade e
vras, Antíoco, 0 sanguinário, o assassmo, o
essas palavras, conduzi~m-no ate ª. roda'. imediatamente. 10Eotao, correado para a cal- venceu a tempestade das paixóes.
maior celerado, ordenou que lbe cortassem 1•sobre a qual foi estendido com cuidado: deira mais próxima, disse: 11 "Tirano sacrí- ªFormando um santo coro da piedade, eles
a üngua. tªMas ele lhe disse: "Mesmo que suas vértebras foram deslocadas, e ele fo1 lego, e o mais ímpio de todos os pecversos, se encorajavam uns aos outros, dizendo: 9"Ir-
me prives do órg~ da ~a, D_eus ouve taro~ sendo queimado pouco a pouco pelo fogo. tu querecebeste deDeus as riquezas e a rea- maos, marramos fraternalmente pela Lei!
2Mc1.10 bém os mudos. 19f:is mirtba üngua, corta-a, t9Depois aplicaram em suas costas espe- leza, nao tiveste vergonba de matar seus se- Imitemos os tres jovens na Assíria que des-
apesar disso. nao calarás nossa razao. 20 Ale- guidores e de torturar os que praticam a pie- prezararn a mesma provat;ao da lfomalba. o..
tos ero brasa, trespassaram-lbe ~~ flan~
gres em Deus, deixamos os membros de nos-
e queimaram-lhe as_entranbas.
2
:ro mao
dade; 12por causa disso, a justi~ te reservará 1ºNao sajamos covardes em demonstrar nos- 3,8-30
sos carpos serem mutilados. ~1 Logo Deus te as torturas, dizia: "E um santo combate ao uro fogo mais intenso e eterno e torturas que sa piedade". 11Um deles dizia: "Se corajoso,
punirá, porqu~c?~. urna língua q ue can- ual todos os meus irmaos e eu fomos cba- nao te deixarao durante toda a eternidade. irmao", e o outro: "Suporta nobremente".
~dos pela causa da piedade, e nao fom~
13 12
tava os binos divinos . T u que és uro homem, ó o mais feroz dos 0 utro ainda relembrava: "Lembrem-se de
vencidos por este exe.r_cí?o dol~rooso. n ~OIB animais selvagens, nao tiveste vergonha de onde viemos e do pai por cujamao Isaac su- Ga22
Martírio do quinto irmio - 1 Este cortar a língua daqueles que sao sensíveis ao
a ciencia da piedade, o tirano, ~ mvenc1~ portou ser imolado por causa da piedadeA".
11 tarnbém mon:eu cruelmente provado
pelas torturas. O quinto irrnao ~o se pre-
2~ado coro a virtude perfeita, também
• - 23 tamhém tra-
sofrimento como tu, nascidos dos mesmos
elementos, e de os ter maltratado, torturan-
13Todos juntos e cada um se olbartdo, radio-
sos e cheíos de ooragem, diziam: "Consagre-
morrerei como meus t.nnaOS, e . .
cipitou dizendo: 2"Nao quero, tirano, eva- rei um poderoso vingador contra tl, mven- do-os dessa maneira. 14Mas eles, morreado mo-nos a Deus de todo o corai;ao, a ele que
da 3
dir-me tortura por causa da virtude, m~ tor de torturas, inirnigo daqueles q~e.verda­ nobremente, Jevaram a perfeíc;a_o a piedade nos deu a vida, e sirvam.o-nos de nosso corpo
eu mesmo me apresento para que, ~­ deiramente sao piedosos. 24Nós, seis Jovens. paracom Deus. Tu, ao contrário, chorarás para a clefesa da Lei. 14Nao temamos aquele
nando a mim tamhém, incorras no ~o4d31 destruimos tua tirarúa. no fato de que niio amargamente por ter matado sem motivo que pensa nos 'matar~ 15Pois grande é o c:om- M1 1Q.28.
·usti celeste por tao numerosos coro~- O mudar nossa razao,_ nem nos c~: os campeCies da virtude". 15 Depois, prestes bate da alma e o perigo do tormento eterno
l..cll,4

~o da virtude e inimigo da humamdade, pudeste tranger a comer a.li.Inentos impuros, nao e a morree, acrescentou: 1"''Nao vou ser deser- para aqueles que transgridem o mandamen-
0 que fizemos para que nos maltrates ~essa um fracasso total para ti? 26Teu fogo é frio tor da bravura• de meus irmaos. 17lnvoco o to deDeus. 16Por isso, vistamos novamente..a
maneira? sSerá porque honramos o Cnador para nós, as catapultas sao indolores, e tua Deus de meus pais para que seja propício ao armadura do domínio das paix6es que ua-
de todas as coisas e vivemos de acordo_com violencia é impotente. 27Guardas nos prote- nosso povo•. 11Quanto a ti, ele te castigará zao divina nos dá. 17Mortos, seremos acolbi-
sua virtuosa Leí? •Mas tais ai;Oes sao dignas geram, nao aqueles de um tirano, mas aq~ nesta vida presente e após tua morte". 19Pro- dos por Ahraao, Isaac e Jacó, e todos os pais
de louvores, e nao de torturaS, 7se compreen- les da Leí divina. Eis por que a nossa razao ferida essa imprecai;ao, ele selan~u na cal- nos louvaraoA". 18E a cada uro dos innaos
desses os sentimentos humanos e se~­ deira e entregou sua alma.. que era levado, os que permaneciam,diziam:
permanece invencível ".
ses a salva<;3.o de Deus. ªMas, estrarigeiro "Nao nos desonres, irmao, e nao traias os:ir-
para Deus, persegu~_aqueles ~e honram a Elogio dos se.te mártires - 1Já que
Deus". 9Enquanto dizia essas coISaS, os _guar-
das amarraram-no e arrastaram-no ate a ca-
Martirio d o sétimo irmiio -
12
1 Quando este também morreu de 13 os sete irmaos desprezaram as dores
até a morte, reconbece-se, portanto, univer-
maos que morreram antes de n ós".
19Nao ignorais a for~ do amor fraterno 17,22:9,2-4;

3Mc5.JO;
que a divina e sapientíssima providencia le- Sb 14.J
forma abenyoada, tendo sido lanc;:a~o em
tapulta. 1ºAmarraram-no dejoelbos, fi.xan- um caldeirao, o sétimo irrnao, o mais Jovem
do-o nela com grilh6es de ferr_o, torc~ de todos, se apresentou•. 2Q tirano teve ~­
seus rins para trás nas pontas circulares ate na dele, embora tivesse sido d~ente in-
ficar totalmente estendido e inclinado para sultado por seus irmaos. Vendo-o Jª envolto mae ao grupo de seus filhos. - 12,5 O Título honorífico, cf. tem aqui; cf. Le 21,13 nota.-12,17 O Cf. 6,28-29 e 17,22.
trás como um escorpiao, e seus membros fo- 8,5; 3Mc 2,23 nota. - 12,6 O Outro texto: ele (Antíoco) leria Em 2M c 7,32-33.37-38. o mais jovem dos in.naos afuma igual-
~dela. - 12,7 O A língua hebraica designa sem dúvida mente que ele e seus irmaos sofrem pelos pecados do povo. -
0 uam., como em At 21,40; 22,2; 26.14. - 12,16 BOutro 13,12 O Cf. Gn 22.J>ela submissaoa vontadedeseu pai, lsaac
talidade/castigo ete.m<>; cf. 9.22. - 12,1 ~Em 2~7,n: ltlto: testemunho de rne:us irnuios. 1 'o NT esta palavra ainda torna-se o tipo d o mártir voluntário. Mais adiante, Abraao
10 11 o A diferencra de 2Mc 7,14, que exprimia ~ ~~c;ao 0 relato da morte do mais jovem é. precedido do cli91*W ~temo sentido de mmtírio ou de testnnunho pelo .sangue que serámodelo de fé (cf. 15,2 ). - 13,17 O Cf. 5,37.
~surreic;a<>/nao ressurreic;lio. aqui se evoca a oposicrao tmor-
tí89 QlL-\.RTO LNRO DOS ~1ACABEUS 16.3
QUARTO LIVRO DO MACABEUS
13.19 9Mesmo agora estremecemos ao ouvir as
maneira eu poderia expressar o amor apaixo- d~mo~ que se apraximava. 20Sob teu olhar
gou por meio dos pais entre aqueles que eles torturas desses joveosA; mas eles nao so- nado dos pais por seus filhos? Sobre a tenra dissolv1am as carnes de teus filhos decepa-
geraram. e que ela implantou no seio ma- mente viam. nao apenas ouviam as ameac;as ~eza da ~an~. imprimimos a serne- vam seusmemh.ros, escalpelavam' suas ca-
terno. 20 Aí os rrmaos habitam durante igual instantes pronunciadas contra eles, mas, ~ maravilhosa de nossa alma e de nosso be<yas, lanc;:av'.11ll por terra seus cadáveres ;
periodo; modelados nesse mesmo tempo, além de sofrerem os tormentos, suportavam carpo, sobretudo as maes que, ero razao das vendo a multidao no lugar das tortur d
a:escem pelo mesmo sangue e sao conduzi- com coragem as dores atrozes provocadas dores do parto, estao unidas mais intima- teus filhos, nao derramaste lágrimas as e
dos a maturidade pelo mesmo principio de pelo fogo. 10Há algo mais doloroso? O po- men:e que os país ~m os seres que elas de- d Nemas
21
. melodias das sereias,
· nema · can-
vida 21 E.m seguida. nascem depois do mes- der do fogo, veloz e intenSO. dissolve rapida- ~ a luz. 5Com efeito, quanto mais asmaes to ?s osnes atraíam tanto a aten<;:ao de seus
mo tempo e sao alimentados pelas mesmas tero ª alma frágil e sao prolíficas muito mais ouvmtes quanto a voz dos jovens tortura-
fontes; desses elos se alimentam as almas fra..
mente os corpos. an:am seusfilhos. 6Mas, de tochs as maes, a
mae dos sete filhos é a que mais amou .
dos ~do poc suamae. 22Quao grandes
ternas. 22Crescem cada dia nutridos a mes- Martírio e elogio da mie - L1Entretanto, e múltiplos tormentos sofreu a mae quan-
ma mesa; submetidos aos mesmos hábitos nao considerai algo extraordinário que, entre as sete gestac;:oes lhe haviam impl~= do seus filhos eram torturados na roda e no
cotidianos, recehem a mesma edu.cai;:ao e se oshomens. a razao tenha prevalecido sobre profun~a ternura para coro eles. 7Por causa f~o. llMas, em meio aos sofrimentos, ara-
exercitam na Lei de Deus. DPortanto, se o as torturas. urna vez que o espírito de urna das mw~ dores no parto de cada um, tinha zao devota fortaleceu-a a ponto de desconsi-
amor fraterno é forte, os sete innaos tinham mulher t:ambém desprezou os mais dive.r.;os necessanamente compaixao por eles, 'mas, derar um amor materno temporário. HEm:.
uns pelos outros um amor ainda mais forte. sofrimentos. 12Com efeito. a mae dos sete jo- por ca_usa do temor de Deus, desprezou a hora test.em~asse ad~ de sete fi-
24lnstruídos na mesma Lei, exercitando-se :iaJva~o temporária de seus filhos. 9Nao só lhos e asofi.sticac;:ao dos vários instrumentos
vens suportou as torturaS infligidas a cada ISso, mas ero .razao da virtude perfeita de de tortura, a venerávelmaeignorou tudo por
nas mesmas virtudes, educados juntos em uro de seus filhos. 13Q bservai como é múlti-
urna vida justa, eles se amavam ainda mais. plo o amor materno por seus filhos: isso nos seus filhos e de sua obediencia a Lei, sentia causa de sua fé em Deus. 2seom efeito, como
25 0 zelo comum pela virtude perfeita forti-
por el~ uma ternura ainda maior, 1oporque em. uro tribunal, ela via em sua alma conse-
faz reftetir a respeito das emoc;:Oes mais re-
6.cava sua afei~o mútua e sua concórdia, cónditas. 14Mesmo os animais irracionais rem ei:am J~tos'. moderados, corajosos, magna- lherros terrivei_s, a natureza, a familia, 0 amor:

-
2"pois a piedade tomava seu amor fraterno
rumos ' umdos pelo amor fraterno e ama- materno e os lllStrumentos que torturavam
o mesmo amor e a mesma ternura por seus 6-
ainda mais fervoroso. 27Todavia. sebem que lhotes. 15 Entre as aves, as domesticadas pm- vam sua mae a .p onto de lbe obedecer guar- seus filhos; 26essa mae segurava dais seixos
a for~ de seu amor fraterno tenha sido au- tegem seus filhotes construindo seusninboe dando os prec:eJ.tos da Lei até a marte um para a morte e outro para a sal~ &
uNo entan~o, por mais numerosos . q ue
mentada pela natureza, pela vida comum e debaixo dos telbados das casas. 160utras se
fossem o&motrvos do amor materno q ue le-
seus filhos. 27Elanao
. escolheu urna sal~
que preservana seus sete filhos por pouco
..-o ~ I
pela prática da virtude, foi por causa da pie- reproduzem e se protegein dos agressores ~

dade que os irmaos que ainda viviam supor- construindo seusninhos no cimo dasmonta- vavam es~a roa~ aternura, para nenbum de- tempo, 28mas, como filha do piedoso Abraao
tavam olhar seus irmaos maltratadosA e tor- nbas. nas escarpas abruptas dos precipicios, les as mats vanadas torturas nao puderam l~rou~se de.sua constáncia•. 296 mae ~
turados até a roorte. mudar a razao. UEm vezdisso, individual- nac;:ao, ':'ln!!adora da Lei e protetora da pie-
nas cavidades e sobre as ramas das árvores. mente ~ a todos juntos a mae exortava seus
1Ademais, eles se encorajavam a so- ~de;oVJto.n~sa dalata íntima de seu cora-
17M.as se nao os podem afastar. na angústia
14 frer a tortura, de tal maneira que nao da ternura voam ero círculo ao redor dos fi..
semente. desprezavam os sofrimentos, mas lbotes, chamando-os em sua própria lingua-
filhos a morte por causa da piedade. n6
~ta natureza, amor dos país, ternura filial,
c;:ao! O ~~obre que os varóes por tua
f<;>rc;:a. ~ais viril que os bomens por tua re-
também dominavam as paixoes do amor gem e os socorrendo na medida do possível cUldados da educac;:ao e indomável paixao SISteneta! ltComo a "arca de Noé, que carre- Gn
maternalJ 14Um por um• esta m·ae ve seus
filh A gava OJnundo emmeio ao dilúvio universal 6.1H19
fraterno. 11Mas que necessidade ternos de demons-
2 6 razao mais soberana que os reis, mais o~ tortui:1dos e queimados, mas perma- enfrentou intrepidamente as ondas l2assº '
3
trar o amor da mae pelos filhos mediante
livre que os bomens livres1 Ó santa e har- o exemplo dos animais irracionais por seus n~e mabalavel por causa da piedade. isEla tu, ª guardia da Lei, completam~te :-
moniosa concórdia dos sete irmaos pela pie- filhotes, 19uma vez que as abelhas. na hora ve as carnes de seus filhos consumidas pelo ~ersa no dilúvio das paixóes e nos ventos
dadeAI 4 Nenhum desses sete jovens se aco- de fazer o favo de mel, rechac;:am os que se fago, os_dedos dos seus pés e maos palpitar vtolentos - as torturas de teus filhos - .co~
5 pelo. chao, e as carnes de suas ~ -h,.,.,..~ ateo
' portando-te nobremente, suportaste as tem-
vardou ou teve medo da morte, mas todos aproximam de suas colmeias e as defendem
qu~o expostas como máscaras pestades por causa da piedade.
eles, como se corressem para o caminho da até amarte, e como urna espada atingem os
imortafulade, se apressavam a morrer pelas agressores coro seuferrao? 20Mas o amor por
torturas. 6Com efeito, assim como as maos seus filhos nao abalou a mae desses jovens,
16Q - .
. . mae provada agora por dores mais
crueis que as dores d e parto que sofreu por
16 1Se. pois, uma mulher de idade avan-
~dae mae de sete filhos suportou ve-
e os pés se movem de acordo coro as direti- sua alma era semelhante adeAbraaoA. eles! n() mulbe.r, única entre as mullieres los torturados até a morte, devernos convir
vas da alma, da mesma maneira esses santos 1Ó razao. tirana principal sobre as pai-
qu.e des!e .ªº mundo a piedade perfeita! 11c) ~e a raz _ao devota é.dominadora das pai-
"'º es. 2Ja d ~onstrei que nao somente os s.211
jovens, como movidos pela alma imortal da
1S XOes do amor de urna mae por seus 6-
piedade, foram unanimes a funde morrer lhos! Ó piedade mais cara a mae q ue seus
prunogeruto nao te mudou quando expirou
nem ~ segundo, quando nas torturas olha~
para tt penosamente, nem o tercei.ro, quando
~mens dommaram as paixóes, mas tam-
~ que uma mulher desprezou as torturas
Nl .J.ll.JIO;

por ela. 7 Ó santo número sete dos irmaos proprios filhos! 2Forc;:ada a escolher entre
harrnoniosamente unidos! Com efeito, co- a piedade e a salvac;:ao temporária de seua entregou sua alma. 19 ao choraste quando roa.is atrozes.
mo os sete dias da criac;:ao do mundo giram sete filhos, como o tirano prometera, 3uma ol haste nos
.. olhos
A de cada um deles. vend o - lQs le0es que rodeavam llDani.el nao eram u°" 6
em coro ao redor da piedadeA, 1assim esses mae preferiu a piedade que salva para a vida <=?ro aud ac1a nas torturas os próprios suplí- tao !erozes, nem a fornalha ardente de 'Mi- DnJ
jovens giravam como em coro ao redor do eterna segundo a promessa de Deus. 4De que cios e percebendo em suas narinas os sinais sael: tao abrasada quanto a natureza do amor
número sete, abolindo o medo das torturas.

15,10 Olires
• .v.i.au -- ~ . sao
.:......d es caniealS - evocadas· aprud ' 13,12. - 16,3 e Em Dn. o episódio de D ·e1 lan do
cri~ poderia ser também uma alusao -pitagórica.-· .
'llOmeada mas a . . - . • enaanao
. -
leóes (Dn 6) vem depois do episódio dos~ . c;a ;os
13,27 e Outro te.xto: par4 que eles yrovassem wna f orte com- texto gr. é dificil - 14,9 e Cf. 3,19. 4Mc; poctanl0t. - =iártires.. • ~dade ea vutude ~convém aos nalha (Dn '"'""" JOVens na. [or-
paix4o. - 14,3 ()Sobre estaharmonia, d . 13,8 e 14,8. - ser um discurso público. - 14,20 e Cf. 13,12.
- o
15,19 Lit. aomodo de wn touro. - 15,28 e a. gr 3). .Est:a.orclem é respeitada em1Mc 2,59-60 e
14,7 Neste v. a alusao aos sete ianaos e. aos ~e días da
e
16.3 QUARTO LrVRO DOS l.íACABEUS tí91
QlJARTO LrVRO DOS MACABEUS
materno que inftamava esta mulher ao ver causa dele também nosso pai Abraao se apres- 9
Aquijazem 18.11
seus sete fühos torturados de tantas manei- sou em imolar seu füho Isaac, pai de nossa
um anciao que era sacerdote, a Lei-e sedepiedosos
•ed
em tudo 2-L.-d
OCUJt:l.l! 0 que
ras. •Mas, gra;as a.ru.ao devota, esta mae apa- n~; e quando Isaac viu amao de seu pai a raza.o p1 os_a domina as paixóes, nao 50_
I

urna mulher jdosa 1,.5,


gou as paixaes tao numerosas e grandes. segurando urna espada e baixando sobre ele, e seus sete lilhos 0:enre os sofrunentos interiores, mas tam- 2.2~; 6.JI
5
Considerai também isto: se essa mulher, nao ficou atemorizado. 21Daniel, o justo, foi 1.i• vítimas da violencia de um tirano bém os exteriores.
embora mae. tivesse sido covarde. teria cho- jogado aos leéles; Ananias, Azarias e Misael, o,, 6 determinado a destruir lAqu~les que entregaram seus corpos
rado sobre eles e talvez teria falado assim: 6"Ó precipitados na 'fomalha ardenteA; suporta- o,,3 as instituic;é>es dos hebreos. aos sofn?Jentos por causa da piedade fo-
miserável que sou e tantas vezes desolada; ram isso por: Deus8 . v.yós também. que ten- io Eles também vingara.m o povo ram ~dmirados ?ªº somente peloshomens,
trouxe ao mundo sete:filhos e nao sou mae de des a mesma fé em Deus, nao vos angustieis, mas Jul~dos dignos de participar da he-
olhando para Deus
nenhum. 7 Ó sete partos em vao, gravidezes 23
pois seria irracional, conhecendo a pieda-
e suportando as torturas até a morte.
ran-;a divma.
Sb7,2 inútei.s de 'dez rnesesA, primeiros cuidados es- de, nao resistir as dores". 11
"Grac;as a eles o povo vive em paz; eles
Verdadeiramente foi um combate
téreis e aleitamentos infiilizesl ªEm vao, meus 24
Com essas palavras, a mae dos sete 6- restauraram a ~b~cia da Lei e repeli-
filhos, por vós suportei as numerosas dores lhos exortava cada um deles e os persuadia a neomdivino _r.
que travaram.
.
t:.teito, a vtrtude presidia o comba- ~ o ~o dos lllllilJgos. so
ti.rano Antíoco
do parto e os cuidados penosos de urna edu- morrer antes que transgredir o mandamento
te.. pondo-os~ ~r<?va ~a resistencia; o pre- fo1 purudo nesta terra ~· morto, foi castigado
~! 9 Ó meus filhos, uns solteiros, outros de Deus. 25.Eles sabiam muito bem. que aqudes q.22 nuo de~°:~ vitonas fo1 a longa "da de in- para sempre; com efei.to, como nao foi ca-
casados, mas inutilmente! Nao verei vossos que morrem por Deus vivem com ele, como corrupobilidade.· uEJ.... ,,?~- e · · . paz absolutamente de forc;ar as pessoas de
·~ 101 o pnmerro a
filhos e nao oonhecerei afelicidade de ser cha- Abraao, Isaac e Jacó e todos os patriarcasA. Jerusalém a seguir costumes estrangeiros
combater; depo15 a mae dos sete filhos en-
Alguns dos guardas disseram também e ~andooar os costumes de seus pais, fui
1
mada avó. 10Mae de numerosos e belos filhos,
sou urna pobre viúva, solitária e com muitas
tristezas. 11E, quando morrer,nao terei ne-
17 que no momento em que iam agarrá-
la para ser morta, ela se lan-;ou nas chamas
trou na Juta, e os irmaos combateram igual-
mene.
t HO .
hrano era o adversário; o mun- obrigado a se afastar de Jerusalém e a fazer
campaoha contra os persas.
nhum de meus filhos para me sepultar! " para que nao tocassem em seu co~.
~o e ~ humanidade eram os expectadores.
12
Mas a santa e devota mae nao chorou 2
Ó mae, com teus sete fühos destruiste a 16 A p1edade venceu e coroou seus atletas
Quem nao admiraria os atletas da Lei divi~ Discurso da mae a seus filhos _ 6A mae
sobre nenhum de seus 6.lhos lamentando- violencia do tirano, anulaste seus maus de- dos sete filhos dizia ainda estas palavras . _
na;7Qu~m nao seria tomado de espanto?
se dessa maneira, nao afastou nenhum deles
da morte e nao se afligiu quando morreram.
signios e mostraste a oobreza da fé! 3 Como
um teto que repousa sobre as c:olunas de teus
O ruano e todo seu conselho se admi- t:s
a seus fil hos: 7"Eu era uma jovem ~:::e
rav~ da resistencia IBgra-;as a qual eles nao atravessei
. o lirniar da casa paterna, mas
guardet a costela da qual a mulher foj criadaA
13Pelo contrário, como se sua inteligencia fühos, nobremente suportaste inabalável o
estao a~ora perto do trono divino e vivem
fosse de a~o e como se ela gerasse de novo o terremoto das torturas. •Coragem, pois, ó a eter°!dade bem-aventurada. 19Com efei- ª~enhum corruptor do deserto, nenhum~
conjunto de seus filhos para a imortalidade, mae de alma santa, ttt que possuis em Deua macula me corrompeu na planícieA, a ser-
to, MolSés disse: "Todos os santos estao em
antes exortava-os, suplicando que morres- a esperan-;a firme de tuaresistencia. 5llumi- i OtlJ.) t uas 1maosA". pente enganadora nao contaminou a santi-
sem pela piedade. 14Ó mae. soldado de Deus naste o caminho de teus setefilhos parecidos
Estes ~e fora.m santificados coma ajuda dade de min!ia virgindade. 9Durante todo
20

em defesa da piedade, mulher e ancia, ven- a sete estrelas, diante de Deus és honrada de Deus sao honrados nao somente por essa tempo de m~a maturidade, permaneci
ceste o tirano por tua fozµ de alma; por teus por: tua piedade e estás solidamente esta-
r~~, mas ainda porque, gra-;as a eles, com meu.mando. Quando os filhos cresce-
~s ~os. nao ?ominaram nossa nacyao; ram, o~~ deles morreu; feliz foi ele, porque,
atos e tuas palavras te revelaste mais forte belecida com eles nos céus. 6Pois teus filhos
que urnhomem. 15 Com efeito, quando fos- sao a descendencia do pai Ahraáo. 0 hr~o fo1 castigado, a pátria purificada, tendo vivido durante apresen,-,, dos filh
te levada com teus 6.lhosA, vendo Eleazar - fr y- os,
suas vidas serviram de resgate pelo pecado nao:>° eu no tempo de sua perda. ioQuan-
torturado, de pé dizias em língua hebraica
de~ i><;>vo. 22J>elo sangue desses homens do ~da estava convosco, ele vos ensinava
a teus filhos: 16"Ó filhos, nobre é o combate CoNCLusA.o h
cheios de piedade e pelo 11sacrificio expiatório a Lei e os Pro~etas. u Ele lia para vós trechos
sob~e o assassmato de Abe! por 'Caim so- Gn•
il.il4-11.
ao qua! sois chamados para dar testemunho iml,2S;
il09Jl·li , de suas mortes, a 'providencia divina salvou
a favor de nossa na-;ao, combatei com ardor A importancia do martirio - 7Se fosse :J\! 1.19; ~el dos m~es que_ o tinham atingidoA. bre_Isaac ~ferecido em holocausto, e s~bre Gn 22
• f>.10; pela ~ de nossos pais.
11.20
17
Com efeito, seria possível para nós pintar um quadro da his- IJol.7
19.z< . Com efei.to, o trrano Antíoco, que ha- Jo~e ?ª pnsao. i2Ele vos falava do zelo de GnJ9-41
vergonhoso que este anciao sofresse esses tória de tua piedade, quem poderia contem- F me1as, vos ensinava a respeito de Anani
D.lci.JO; via ~b~do a virtude de sua coragem e a
!l,19,17.22; Kmzs
tormentos pela causa da piedade e que vós, plá-la sem estremecer e olhar a mae dos sete SbJ4.J
paciencia nas torturas, proclamou solene- I~s e M_isael na fornalha. llLouvava ra:~ No.. 3
jovens, estivésseis atemorizados diante das fühos suportando as torturas mais variadas
mente a coragem deles como exemplo a seus bém Daruel na cova dos leóes, e 0 procla- o.. 6
torturas". 18Lembrai-vos de que é pela gra-;a até a morte por amor a piedade? ªDe fato, ~oldados, z•e assim os tornou nobres e cora- ..mava bem-aventurado. HEJe vos lemb
de Deus que recebestes urna parte neste seria apropriado inscrever também em seus ~-L. "' -- . rava
J<?sos na gue_rra de infantaria e no cerco das "4U.UJl:Ul a escritura de Isaías que diz: 'Ainda
mundo e que desfrutastes a vida. 19Por esse túmulos o seguinte epitálio como memorial crdades, e fo1 vencedor de seus inimigos pi- que ~ pelo fogo, a chama nao te quei- la43,?
motivo deveis suportar tudo por Deus. 20Por para os membros de oosso povoA: lhando a todos. ' mara : ~le cantava para vós o salmo de Davi
~ue ~: Num_e rosas sao as tribulac;Qes dos
16
18 A fé do~ márt;ires é a mesma fé de Justos..: Ele º!3~ para vós o provérbio de
seus Pa.tS - 10 filhos de Israel, des-
Salomao que diz: 'A árvore da vida é para Sl:J.1,20
3Mc 6,6-7. - 16,7 O Expressao comum na Ant:iguidade para que os heróis fizeram, mas também um valor de comunhlo
cendentes da semente de Abraao, obedecei aqueles que fazem sua vontade'. 17EJe vos Pi-J.1s
o periodo de g~. embora o tempo de nove meses fosse co- comDeus. -16,25 O Cf. 7,19nota. - 17,t OOTalmudck
nhecido, tl 2Mc 7,27. - 16,1S e cr t 2,7 nota. - t6,17 e cr BabilOnia (Guittin 57b) relata também a tradj~dosuiádio
dava a conhecer Ezequiel que diz: 'Os ossos
9,5-6: os i.rmaos evocam igualmente o exemplo de Eleazar. - ' o martirio de se.us filhos. - 17,8 O A~·
da mae apos
16,21 O Cf: 16,1. - 0 Os acontecimentos de Dn 3 e 6 foram b?
um_epitáfio emhoru:a dos mártires testemunharia a t:i •
~::sta (cf. In~. a 1 e 2Mc). - 17,19 e Cita~ feita
valorizados ant:igamente numa perspectiva sacrificial Atri- de~ comemorativas. Com efeito, este.sepu)cm_.
buiu-se nao apenas um valor e:xpiatório ao dom de suas vidas podido ser honrado por urna comunidade judaica•"' ·a •
~ Septuagm~a. o hebr. tem em tua mao; a constru- 17,22 OCf..6,28-29. -
que a tra~ da<:-
18,7 BEmrefecencaaGn
. 2,2, em
g?ega, sob tua.s maos, descreve um gesto de prot~. _ ~tuaginta emprega as mesmas palavi:as
para descrever a ca~ da mulher por Deus. - 18,8 e Alu-
P!2
QUARTO LlVRO DOS }>.L\CABEUS
18,17
. - ~, t•E nao se esqueoa daquela descendente de Abraao8: lb
2tEle per-
rt as
' & 37.3 resseqwdos ·yeviverao. . . , . furou as pupilas de seus o os, co _ou s~
de transmitir o cintico de M01ses que ~s~- linguas e os fez morree co_m as m_ais :nn~­ INTRODUc;Ao
na· 19'Sou eu que farei morrer e que farei vi- das ~o..... ~ ... 22Por es.ses cnmes. a_Jusb(j(l di-
uD<J2.J'I • "da
ver. Assim é a vossa v1 e o pro o
l ngamenito .
~ ' •ui...,
m1iu e perseguirá o tuano m -
al A ORA~AO DE MANASSÉS
vina perse,,.- . ! JEad
11 o.30.20 de vossos 1'clias"'. dito. 2lMas os filhos de Abraao, JUD_to com ¡:¡
zonia amargo e, no entanto, sem amar- sua mae vitoriosa, estilo agora reurudalmosno t6.n~
gura! O cruel tirano dos gregos, apagan~-º coro dos pais, que recebeu ~e De~s. as ~;;;.;,
fogo coro o fogoA, ero suas cal~eiras crueis ;,.,..,ortais 24A eles seJa a glona pelo rr•t».
duzia para a ca- puras e ~ · , A 2Ta4.11;
e em seu violento f uror con século dos 1séculos. Amero . Hb13,21
tapulta e para novas tortura.S os sete filhos
fÍISTÓRIA DO TEXTO Ü ELO COMO SEGUNDO
L IVRO DAS CRóNICAS
elo menos desde o séc. III d.C .• a tradi~o cris-
P ta conhece um texto que nao existe na Bíblia
hebraica e que é atribuido ao reí Manassés. A cita-
A ÚTafao de Manassés é um texto poético que de-
senvolve o relato concemente ao reí Manassés em
ljáo rnais antiga da Oraf4o de Manassés encontra- 2 Crónicas 33, assim como a Orac;ao de Azaria
se na Didascalia dos Apóstolos (inicio do séc. III). (Dn gr 3,24-45) e o Gintico dos tres jovens (Dn gr
A Ora~o é retomada ero seguida nas Constitui- 3,46-90) ampliam o inicio do livro de Daniel.
fijes apostólicas (fim do séc. IV). Se o autor da Di- A existencia de urna orac;ao é duplamente in-
dasc;alia é uro cristao da Igreja da Siria que escreve duzida pelo relato de 2 Crónicas 33. Segundo o
ero grego, hoje se concorda ero pensar q ue a Ora- texto bíblico, priroeiramente Manassés orou a
fiio de Manassés é um texto anterior e que seria Deus durante seu cativeiro em Babilonia (v. 12-
obra de um j udeu helenizado. Sem poder datá-la 13), mas a Ora~o nao é citada. Em seguida, a no-
com precisao, supóe-se que póde ser composta en- ticia relativa a Manassés termina por um reenvio
tre o séc. Il a.C. e o séc. I d.C., sem dúvida antes aos Atos dos reis de Israel e aos Atos de Hozai, tex-
da destrui~o de Jerusalém no ano 70. tos hoje desconhecidos, para aí ler "sua ora~o a
A Ora~o é igualmente conhecida em certos seu Deus" (v. 18-19).
manuscritos antigos da Septuaginta, como o Ale-
xandrinus (séc. V d.C.). Nao aparece em 2 Cró-
nicas 33 em que é evocado o arrependimeoto de o REl MANASSÉS:
\lanassés, mas figura depois dos Salmos, numa UM PERSONAGEM CONTRADITÓRIO
coleyao de c.atorze Odes q ue retomam canticos
bíblicos (o primeiro é o Cántico de Moisés ero Dt O reino de Manassés (687-642 a.C.) é relatado di-
32,1-43). A presenc;:a dos cinticos de Maria, de Za- ferentemente em 2 Reis e 2 Crónicas. Segundo
carias e de Si.mea.o tomados do evangelho de.Lu- 2 Reís 21,1-18, Manassés, filho de Ezequias, é a
cas indica que essa col~ é obra de crista.os. figura exemplar do reí ímpio, idólatra e criminoso
O texto grego se apresenta segundo tres tra- até sua morte. 2 Crónicas 33 dá-nos uma visao ra-
di~es textuais: a das Constitui~oes apostólicás, a dicalmente diferente do personagem: seu longo
referida pelo Alexandrinus e a mais tarclia do Li- reinado de 55 anos está dividido em dois periodos
im das Horas bizantino. Traduzimos aqui o texto incompatíveis (cf. 2Cr 33,10 nota). O primeiro cor-
estabelecido pela ecli~ critica da Septuaginta de responde ao relato de 2 Reís; termina como castigo
Rahlfs (1935), indicando em notas as variantes do do rei ímpio: vencido e levado cativo a Babilonia.
Livro das Horas bizantino. Do fundo de seu cárcere, volta-se para Deus. Co-
Esta versao nao é a única que existe nem pro- mec;a entao o segundo periodo de seu reinado, em
vavelmente a mais aotiga. Encontrou-se já em que, retomando a Jerusalém, restaura o templo e
Qum.ran uma orayao atribuida a Manassés no restabelece o culto do Deus de Israel.
fragmento 4Q381 que contém urna série de sal- Este personagero de extremos provocou ~
ltk>s. Entretanto, o texto é bastante diferente e, por- opostas. No Apocalipse siríaco de Baruc (fim do
tanto, independente de nossa Orai;ao. Adema.is, séc. I d.C.), Manassés nao é salvo senao para aca-
descobriu-se igualmente uma versao em hebraico bar no endurecimento contra Deus. Igualmente ,
desta orac;ao grega nos fragmentos de Guenizah do no Targum das Cronicas, os anjos fecham as por-
Cairo (fim do séc. X d .C.). Essas diferentes com- tas do céu para que sua orayao nao seja ouvida,
~ir;:Oes testemunham o impacto da conversao do mas Deus acolhe assiro mesmo sua ora~o. N o li-
10___ · -·--..IA o ra Manassés, como relatada em 2 Crónicas, tanto vro de Tobías, ele é salvo (Tb 14,10 nota) e torria-se
Dt 22 25 LXX. - 18,20 O Outro texto: amnernw~
fi -
acom o fogo.- (i) Cf. Le 13,16. - 18,24 O ~ór:mula litúr-
~ do culto dasinagoga, u1Uito comwnno sec.1 d.C.
~ meios judaicos como crista.os. a prova da misericórclia infinita de Deus. Modelo
J
D INTRO DU<;Ao A O RA<;Ao DE MANASSEs

de conversao, seu exemplo é particularmente de- depois do NT, com 3 e 4 Esdras, que nao forain
senvolvido nas Constituif6es apostólicas ao lado de admitidos no canon católico.
outras grandes figuras de pecadores arrependidos Muitos Padres da lgreja, como Basilio de Cesa-
do AT (Davi, Jonas, Ezequias) e do NT (Pedro, reia (329-379), Joao Crisóstomo (349-407), Agog_
Paulo, a mulher adúltera e o filho pródigo). Esses tinho (354-430) e Teodoro Estudita (759-826) a ORAc;Ao DE MANASSÉS
personagens bíblicos sao propostos como modelo, mencionam para ilustrar o tema da conversa.; e
seja aos pecadores arrependidos, seja aos bispos da imediaticidade da salvar;ao. Na lgreja orto-
para persuacli-los a acolher os pecadores. doxa, a orar;ao penitencial antes da comunhio _
atribuída a Sao Basilio - , entre outras reminiscen-
cias bíblicas, compreende a citacyao no v. 9 da Ora-
CoMPOs1<;Ao oo TEXTO ~ao de Manassés. ,
Lutero a traduziu em alemao: ele a admirava
Este poema de 15 versículos aparece como um por sua beleza e pela justeza com que exprime 0 Dnsr
1
Q Senhor soberanoA
mas estabeleceste arrependimento
Deus de nossos p:Us
salmo penitencial. Estrutura-se em dois temas arrependimento, e a citava como exemplo aoa pa.. J.26.S2
Ex rd e Abraao, de Isaac e' de Jacó para mim, .pecador,
maiores: a misericórdia infinita de Deus e a se- derosos de sua época. Ela se encontra na Bíblia de }.6.15-16; 9
porque comet:i pecados mais
l..c S,32;
15,7
e de toda a sua descendenciaª'
Lutero (1534; onde está o único livro apócrifi:, aan
AI J.IJ
guran~ de que a um arrependimento sincero se- de justos, numerosos que os graos de
gue-se um efeito. Constrói-seem quatro tempos: prólogo próprio), na Bíblia de Genelrra (1546; eno GaU, 2 areia do mar.
tu que criaste os rcéus e a terra
6m de 2Cr 33), na King James Version (1611; aiai 2,1
com toda a sua beleza• ' Minhas transgressoes sao
• 1-4: ora~o ao Deus criador; os apócrifos). Está presente em outras ~pro.. J
tu que acorrentaste o mar múltiplas•, ó enhor:
• 5-8: reconhecimento da cólera deDeus contra testan.tes até o início do séc. XIX. Go elas se multiplicara.m,
com a palavra de teu
os pecadores, mas também de sua misericórdia A Or~ao de Manassés figura sempre nas Oda 1.6-10,
e nao sou digno de levantar os
SI 104.9, mandamento forte Lclll,13
sem medidas; que seguem o Saltério ortodoxo em sua edic;io • Jó~ll:
ffAd 16,.58 tu que fechaste o ab~o olhos para os céus
• 9-13e: confissao, súplica e pedido de perdao; parada para uso litúrgico. Faz parte do LivTo cLq Sr43,23 em razao da multidao de
selando-o coro teu nadie
• 13f-15: afirmar;ao da confian~ em Deus e do- HO'Tas das lgrejas copta, etíope, armenia e siriaca. terrível e glorioso· meus pecadosª.
xologia. Em nossos días, na tradi~o monástica ortodma 1
ºEstou sobrecarregado com
é lida toda tarde por ocasiao do oficio das ga,m.. • e diante de ti tuda s: abala e treme
perante teu poder! pesadas correntesA
Ele cria fortes elos textuais com outras ora<;Oes bí- des completas durante a Quaresma, tempo•pe. 5
Com efeito, ninguém pode sustentar para levantar a cabe~ por causa
blicas, por exemplo com o Salmo 51 e a Oracyao de nitencial por excelencia. Encontra-se tamhém no 1511•5.5 demeus pecadosª.
a magnificencia da tua glória
Azaria (Dn gr 3,26-45) e também coro as orar;6es livro ~a Or~ comum utilizado nas Igrejaa epi. Nao existe perdao para mim
e tua cólera que amea~ os '
de Baruc (1,15- 3,8) e de Esdras (9,6-15). Encon- copa1s amencanas. porque provoquei tua cólera
pecadores é irresistível
tram-se também ecos do Salmo 104 que celebra
mas ~m medidas e 1insoddável é a e fiz 0 que é mau a teus albos
Rm ll.D 6
SI 51,6
Deus criador.
ausericórdia de tua promessa· comet~n~o abomina~esc ' 2Crll.2:
INTERESSE TEOLÓGICO: 7
porque tu és o Senhor do unive~o 11
e multiplicando coisas horrorosasº. 2IU21.2
ARREPENDIMENTO E CONVERSÁO 1Ex JH: Agora dobro os joelhos do
Jl.?.13: compassivo, llJento para a cólera '
UMADIFUsAO Jn•.2: meu cora~ao e imploro tua
e repleto de misericórdia·
ANTIGA E ININTERRUPTA A for~ dessa oraiyao vem da expressao íntima do Sl !OJ.8
bondadeA:
que se arrependeA dos mal~ que
cora<;ao que se entrega no momento de sua tl:Ul-
abatem os homensª .
12 p
eque1,. senhor! Pequei
Além da tradu<;ao em hebraico atestada pelo frag- forma~o. 8 e reconher;o minhas transgress6es
mento de Guenizah do Cairo, a difusao da Ora- Coro efeito, ilustra o sentido principal do llllD A_ssim, Senhor, Deus dos justosA, 13 SIS!,5.-6
nao estabeleceste arrependimento Eu te suplico e te imploro: ·
f(io de Manassés tanto no Oriente como no Oci- metanoia: mudanr;a interior que implica um duplo para os justos, perdoe-me, Senhor
dente é essencialmentecrista e parece ligar-seem movimento que relaciona a tomada de comciflti perdoe-me, '
primeiro lugar a seu uso litúrgico. cía dos pecados a conversao. Esta convenio•· para Abraao, Isaac e Jacó, que nao
pecaram contra Ti, nao me destrua por causa de
O uso litúrgico parece remontar ao início do prime também o encontro entre o homem peca- minhas transgressóes,
séc. III d .C . (Didascalia dos Apóstolos). Sem dú- dor e Deus, porque ao arrependimento do pemdai'
vida, no séc. V esta Oracyao faz parte da liturgia corresponde o de Deus. O tema nao é novo: Deus.
de Jerusalém. É encontrada nas ocies do oficio de implorado por um profeta, renuncia as W2l!I" a 1 e Saber, trad
titulo . ano uz 0 gr. pant-Okratcr (aquele que tem tudo)
matinas em Bizancio e nas grandes completas. punir Israel (Ex 32,14; Am 7,3.6). A auclácia~ O aplicado a Deus na Septuaginta; cf. 3M c 22,2 nota __:_ dos numerosos criines de M . cf. 2R
33 1-10 _ (}r"'I · ~es, s ~ l , 1- 11 e 2Cr
Está presente também no Saltério m~. vém aqui da repetir;ao damesma palavra DDI'~ ...;:º desenvolver a fórmula tradicional Deus ck -. ' ·
.
'<-uanto a confissao de pecados mum · ·
l'<'d men - dos
·
• . nossos pau,
crao tres patnarcas de Israel e de sua descend ' cf. Esd 9,6 e a Ora~o de Azaria (D n gr 3,29). - lO~v;:~
a antiga liturgia romana, alguns domingos após versículos que se seguem para exprimir a~ Oa. o autor sublinha a rt d M . en- tas corrmtes lembra.m o cativeiro de Manassés vencido pela
córdia de Deus e a conversao do pecador (v.1'• - 7OO pe en~ e anasses ao povo eleito.
a Epifania e Pentecostes, aparece unida num res-
ponso coro um versículo do Salmo 51. Até o início
do séc. XX está situada como ape.ndice na Vulgata,
Esta aproxim~o acentua a rel~o pessoal
perpétua evolucyao entre Deus e os homens.
e• Dais m~ vecbo arrepender-se encontra-se aplicado a guerra, em Bab~nia (2C r 33,I 1). _ () Pur ~de meus ~-
00 i~_versaogr. de ~x 3~,14; Am 7,3; Jo 3,9-10; Jl 2,13. -
L.lUfO das HOTtU bizmtmo acrescenta: Com efieito S h
cados falta no Lnrro das Horas bizanh -o
uu • -
,,,,. r ·
""rormu 1a que
retoma pal avra por~':":ª a versao da Septuaginta de 2Rs
114 abundáncia de tua bo dad • en ur,
ro JleTdii izqueles n e, pro~teste o arrependimento P21,2 ede 2Crb33,2.. .Visa a idolatriade Manasses · , que se em-
~· 'l1U pecaram contm h. a abundáncia de tua regou em
e su sbturr o culto do Deus d.
e Israel .. el .
Ul us1ve em
ªJua sal uz~ presCTeVeste o arrependimento aos pecadqres para ~ , asa, por aquele ~e Baal e de outras divindades pagas.
~Este termo relao.ona-se aos ídolos; cf. Dt 7 25-26 v.
Horas b~~- - 8 O Em vez de Dew dos justos, o Livro das
tzant:mo traz Deus dos poderes. - 9 O Recorda~ do Lrvro das Huras bizantino: na.o tendo feit-0 tua ~iuk
guardado teu.s mo.ndamenUi.s _ 11 O Esta .
n:
.
· llllagem que mte-
- 13
O RA<;AO DE M A . A ÉS

Porque, por mais indi~o que


nao guarde ressentimento eu seja, tu me salv:iras por tua 1 516,S
eternamente pelo mal grande misericórdia, I N TROD U<; AO
que 6.z, u e eu te louvarei sem cessar todos ISIZJ.6:
27,4;6l_9; AO SALMO 151
1 5163.10
nao me condene as profundezas os días da roinha vida. 145.2

da terral Porque todos os poderes dos céus


Porque tu és, enbor, o Deus telouvam
daqueles que se arrependem e a 'glória eternamente te pertence.
1• e em miro mostrarás a tua
Amém.
bondade-'.
UMSALMO a Vulgata. (Saltério galicano), assim como empelo
SUPLEMENTAR menos quatro vers0es orientais do Saltério: árabe,
copta, etíope e armenio.

A Bíblia grega da Septuaginta contém um sal-


mo suplementar, que comumente se deno-
mina Salmo 151 . Para fundamentar este título, Ü TEXTO HEBRAICO
pade-se recorrer a subscr~ao que finaliza o sal- DE Q UMRAN
tério do manuscrito Sina:iticus (séc. IV), em que
está a questao dos " 151 salmos de.Davi''. Mas tal O texto hebraico de Qumrané maito mais desen-
título nao é feliz: segundo a informa~ao que apa- volvido que o texto grego. As principais diferen-
rece no início do salmo, ele é nao numerado. Além c;:as sao as seguintes:
disso, os outros manuscritos u.nciais contem nao
151, mas 150 salmos. • A Septuaginta oferece um único salmo onde
O salmo é apresentado como tendo sido .recfu o texto de Qumran apresenta dois (151A e
gido pela própria mao de_Davi. (autógrafo) e rela- 151B).
tivo a Davi (sobre Davi). E urna espécie de centao • O salmo da Septuaginta come~ por urna in-
composto a partir de 1Samuel16- 17, que relata a dica~o do combate entre Davi e Golías; esta
unc;ao de Davi e seu combate contra Golías. indica~o e este episódio estao ausentes do sal-
A presen~a deste salmo nao numerado deve mo 151A.
ser compreendida a luz da "davidiza~o" dos sal- • Os v. 1-2 da Septuaginta e de Qumran sao
mos, q ue é mais acentuada na eptuaginta que no muito próximos, mas o v. le é mais desenvol-
texto massorético: na primeira, 94 dos 150 sal- vido em Qumran do que na Septuaginta.
mos sao relacionados a Davi; no segundo, apenas • O v. 3 é muito mais desenvolvido em Qumran
75 salmos. Os manuscritos de Qumran e o Tar- do que na Septuaginta.
gum aramaico atestam urna "davidiza~o" que se • No v. 4, o mensageiro enviado por Deus a
situa entre a da Septuaginta e a do texto massoré- Davi está explícitamente designado no texto
rico. Pode-se, portanto, dizer que na Septuaginta o de Qurnran como senda o profeta Samuel.
salmo nao numerado atribui assinatura davídica • Há um deslocamento de versículo: no texto de
acole~o dos 150 salmos. Qumran, o v. 5 da Septuaginta está inserido
entre os v. 4a e 4b.
• O texto de Qumran acrescenta urna frase que
A TRANSMISSAO proclama que Deus fez de Davi o guia de seu
DO SALMO pavo (fim da linha 11).
• Os v. 6-7 da Septuaginta, que evocam o com-
abe-se que desde 1759 o salmo nao numerado bate contra Golias, estao ausentes no salmo
existe em língua siriaca, na Peshitta. É o primeiro 151A; em contrapartida, eles tem um corres-
de cinco salmos suplementares, os salmos 151- pondente no salmo 151B, em que se trata da
155, que ela denomina salmos apócrifos de Davi. questao do filisteu que amea~va Israel; mas a
Em 1956, o mesmo salmo foi encontrado em he- correspondencia é pouco precisa.
braico na col~o dos salmos da gruta 11 de Qum-
ran, em que se encontra na sequencia dos salmos Além disso, é preciso notar que o salmo 151B, do
ou extratos de salmos, canónicos ou extracanoni- qual subsistiram apenas alguns fragmentos do ini-
cos (11QS, coluna XXVIII). cio, apresenta-se como urna composi~o explícita-
r faz ªº arrependimento do O S almo 151 tem também este número nas tra- mente diferente do salmo 151A, urna vez que é pre-
riorizaaatitudedo~plcandote eco 2Cr33 12 - 14 001....i- du\()es latinas, a Vetus Latina (Saltério romano) e cedido do título Com~ da grandeza para Davi.
. ·oneiro Manasses relata em
=das · ·
Horas bizantino esc.reve toda tua bonJ.ade.
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