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VICTOR LUCAS TEIXEIRA ARAUJO - 201608073

FRANCISCO SALES DA SILVEIRA MARTINS DUARTE JÚNIOR – 201525714


VINÍCIUS FERNANDES DE ARAÚJO - 201657621

AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA DA COMARCA DE


NATAL/RN, A QUEM COUBER POR DISTRIBUIÇÃO LEGAL

PEDRO DUARTE, nacionalidade, estado civil XXX desempregado,


portadora do RG nº XXX e CPF sob o nº XXX, residente e domiciliada à rua
XXX, Nº XXX, Bairro Alecrim, Natal/RN, CEP: XXX, através de seu advogado e
procurador infra-assinado (procuração anexa), vem a presença desse Juízo,,
requerer

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Em face de FERNANDA, brasileira, casada, servidora pública, portadora


do RG nº XXX, inscrito no CPF sob o nº XXX, residente e domiciliada à rua
XXX, Nº XXX, bairro XXX, no município de Parnamirim/RN, CEP: XXX.

I - DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA E DA PRIORIDADE NA


TRAMITAÇÃO
Requer, a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro no
art. 98 e seguintes do NCPC e na lei 1.060/50, em virtude de ser pessoa pobre
na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos
decorrentes do processo, sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua
família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo.
Ademais, pugna pela prioridade na tramitação, uma vez que é maior de
60 anos (Documento anexo a exordial), conforme determinação legal prevista
no art. 71 da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso) e art. 1.211-A do NCPC.
Ao final, requer que o feito seja procedido pelo rito especial, nos moldes
do artigo 1º da Lei de Alimentos.

II - ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Pugna, a este douto juízo, que arbitre alimentos provisórios no valor de
01 (um) salário mínimo vigente, sem a indagação a outra parte, conforme
prioriza a Lei 5.478/68 no seu art. 4º. Devendo a requerida, ora alimentante,
pagar o até o 05 (quinto) dia útil de cada mês, por meio de depósito, na conta
do Sr. Pedro Duarte - Banco XX, Ag XX, C/C XX, CPF XX.

III - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO


Requer, que este douto juízo designe audiência de conciliação, conforme
determina o artigo 334 do NCPC. Determinando data, bem como citando as
partes para comparecerem, sob pena dos efeitos da revelia.

IV - DOS FATOS
O requerente, ora alimentado, é pessoa idosa, tendo atualmente 80
(oitenta) anos de idade. Este, desempregado e, com apenas um salário mínimo
para prover suas necessidades básicas – remédios, comidas e produtos do lar,
não está tendo, no momento, o mínimo de conforto e de bem estar, uma vez
que o montante recebido não é suficiente.
Noutro passo, sua filha, ora requerida, é servidora publica federal,
possuindo um salário muito bom para os padrões do país. Contudo, não
cumpre o seu papel de filha, qual seja, ajudar o seu pai, que, por mais incrível
que possa parecer, tem que fazer bicos para conseguir complementar a renda.
Desta forma, não restou outra solução para esse pobre senhor, senão
procurar o judiciário, tendo em vista sua idade avançada e extrema
necessidade.

V - DO DIREITO
V.1 – DAS DESPESAS E RENDA DO REQUERENTE
Inicialmente cumpre destacar que o Requerente da presente demanda
encontra-se desempregado e aufere, normalmente, o equivalente a 01 (um)
salário mínimo, qual seja, R$ 1.045 (mil e quarenta e cinca reais), no entanto,
possui inúmeras despesas mensais fixas que inviabilizam o mínimo de
sobrevivência do mesmo, tais como, remédios, alimentação, produtos do lar.
Tais custos tratam-se de despesas que já forma drasticamente reduzidas
ao mínimo, não garantindo ao Requerente, no momento, o mínimo de conforto
e de bem estar, uma vez que o montante recebido não é o suficiente, tendo que
fazer bicos como formar de complementar sua renda.
Já a Requerida, é servidora pública federal, possuindo salários muito
bom para os padrões comuns do país, podendo, desta forma, garantir um
amparo mínimo ao Requerente.

V.2 – DOS ALIMENTOS


Conforme o caso em tela, é de suma importância adentrar num tema de
grande relevância doutrinária, qual seja, o da responsabilidade pelos alimentos.
Nosso ordenamento jurídico pátrio estabelece corretamente os
parâmetros a serem seguidos para que a prestação de alimentos seja firmada,
devendo atender ao binômio da necessidade/possibilidade.
De tal modo, temos que a obrigação de prestar alimentos reside no
princípio da solidariedade existente entre os membros de uma família.
Nas palavras da doutrinadora Maria Berenice Dias:
“o fundamento do dever de alimentos se encontra no princípio
da solidariedade, ou seja, a fonte da obrigação alimentar são os laços
de parentalidade que ligam as pessoas que constituem uma família,
independentemente de seu tipo: casamento, união estável., família
monoparentais, homoafevitivas, socioafetivas, entre outras”
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito das Famílias –
Edição 2017, pág. 28)
Ou seja, o direito a alimentos visa preservar o bem maior da vida e
assegurar a existência do indivíduo que depende deste auxílio para sobreviver.

V.3 – DOS ALIMENTOS DEVIDO AO IDOSO


Normalmente nos deparamos na prática forense com casos de
obrigação de prestação de alimentos na relação entre pais e filhos, e cônjuges
e companheiros, em casos de divórcio e dissolução de união estável. No
entanto, apesar de não vermos diariamente, é possível a aplicação da
obrigação de prestar alimentos, que necessitem para viver de modo compatível
com a sua condição social, de filhos para os pais.
O Código Civil em seu Art. 1.694 já estabelece a obrigação alimentar
entre os parentes de forma recíproca, conforme podemos extrair de sua
análise:
Art. 1.694: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros
pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de
modo compatível com a sua condição social. Inclusive para atender
às necessidades de sua educação.
Ademais a previsão estabelecida em nosso Código Civil da garantia de
prestação de alimento ser recíproca entre parentes, cabe destacar, ainda, o
disposto na Lei. 10.741/03, ao tratar especificamente do Estatuto do Idoso,
onde dispõe claramente sobre a solidariedade na sua prestação.
Art. 12: A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso
optar entre os prestadores.
De tal modo, não obstante a possibilidade de um ou dois familiares em
garantir alimentos, cabe a cada um, isoladamente, a manutenção do sustento
digno do seu familiar idoso.
Outrossim, devemos ainda nos atentarmos ao disposto no art. 229 da
Constituição Federal de 88, que tornou cogente a obrigatoriedade dos filhos em
auxiliar seus genitores, na velhice, carência e enfermidade. Prescreve o Art.
229 da Constituição:
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Isto posto, considerando a situação degradante do Requerente, que
encontra-se desempregado e não aufere renda suficiente para arcar com suas
necessidades básicas, nem para suprir uma subsistência mínima de dignidade,
requer a intervenção judicial para não permitir que continue na miserabilidade.
Assim, considerando que o réu mantém hoje, um emprego apto a
garantir sua subsistência e do Requerente, é de bom alvitre que os alimentos
provisório sejam determinados no patamar de um salário mínimo.

VI - DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:


A) fixação de alimentos provisórios no montante de 01 (um salário
mínimo), conforme lei nº 5.478/68;
B) A concessão do benefício da justiça gratuita, conforme art. 98 do
CPC, bem como a prioridade na tramitação, nos moldes do art. 71 do Estatuto
do Idoso.
C) A intimação do Ministério Público para atuar no feito;
D) Seja a presente demanda julgada integralmente procedente,
condenando, ao final, ao pagamento definitivo da da pensão alimentícia em
favor do requerente no montante de 01 (salário mínimo) mensal, devendo-se
contabilizar os valores que venha a existir após a citação valida da requerida;
E) A condenação da requerida ao pagamentos dos honorários e custas
processuais devidos;
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos no
direito.

Dá-se à causa o valor de R$ 12.540 (Doze mil quinhentos e quarenta


reais)

Mossoró/RN,
03 de setembro de 2020

Nestes termos,
pede e aguarda deferimento.

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