I: REFERENCIAL TEÓRICO
Estas definições apresentadas neste pesquisa convergem na sua percepção, pois leva a
um entendimento de que se trata de um conjunto de propriedades mensuráveis do
ambiente de trabalho percebido, directa ou indirectamente, pelos indivíduos que vivem
e trabalham num ambiente e que influencia à motivação e ao comportamento dessas
pessoas. Aliás, percebe-se que se trata de um conceito abrangente que se inscreve nas
várias dimensões perceptivas, seja individuais ou colectivas, intra-pessoal ou inter-
pessoal e até familiares ou institucionais.
partes que nela compõem são elementos chave no seu funcionamento, uma vez que,
ETIZIONI in COSTA (2003:22) diz que as organizações são tidas como agrupamentos
de indivíduos construídos ou reconstruídos com objectivos específicos.
Por outro lado, LIBÂNIO (1986), citado por FERREIRA (2004:132) diz que:
É com base nestas definições de organização e de escola que para a organização escolar
é a conjuntura dinâmica com relações laborais e interpessoais com objectivos
ideológicos e práticos de inculcar valores aceites na sociedades e conhecimentos
construtores da e na sociedade.
Estas ilações não exceptuam aquilo que as escolas secundárias de Coalane, Nicoalda e
Sangariveira são e almejam como o seu objectivo existencial. Ali ás, elas são um lugar
privilegiado, uma entidade social cujo objectivo é a construção e o exercício da parceria
e companheirismo e oportunidades pelo conhecimento com base das relações humanas
(educação) e laborais (ensino).
Gestão Escolar
Outro conceito não menos importante para esta pesquisa é o de Gestão Escolar, pois,
para se determinar o funcionamento de uma escola, implica falar-se da gestão escolar. E
para analisar-se o clima, ou seja, o ambiente organizacional escolar, também é
indispensável falar-se da gestão.
Assim, o termo gestão, segundo LIBÂNEO (2003:318), é uma actividade pela qual são
mobilizados meios e procedimentos para atingir os objectivos da organização,
envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativos.
Nesta definição, entende-se por gestão como o acto de gerir, dirigir ou orientar diversas
actividades a vários intervenientes da organização. No entanto, é uma tarefa que
incumbe ao gestor da organização e que não é uma tarefa fácil, pois requer que o gestor
tenha a visão do mundo, capaz de influenciar comportamentos rumo ao alcance de um
clima organizacional favorável bem como eficiência e eficácia no trabalho.
Foi a partir deste espaço temporal, que o conceito clima de trabalho, o que se chama
neste pesquisa de clima organizacional, que BRUNET in NÓVOA (1999:126)
desenvolveu-lhe três definições, nomeadamente:
indivíduo. Portanto, trata-se aqui, de uma avaliação baseada nas emoções, dos factores
que compõem o ambiente de trabalho. Neste contexto, o clima é igual a satisfação.
Estrutural e psicológica;
Interactiva e
Cultural.
Abordagem Interactiva
Já na abordagem interactiva, se justifica o clima organizacional por meio do resultado
das interacções entre as pessoas, de maneira que diferentes grupos de funcionários, ao
possuírem percepções diferentes sobre os acontecimentos da organização, tenderiam
produzir climas organizacionais também diferenciados (PINTO, 2005:23). Esta é a
abordagem que BRUNET, nas suas definições chama de A medida perceptiva dos
atributos organizacionais, pois a percepção que um indivíduo tem do seu meio de
trabalho é muito importante.
Abordagem Cultural
Quanto à abordagem cultural, define o clima como consequência da cultura
organizacional. Em adição, de maneira quase que a contemplar a todas as categorias
descritas, define clima organizacional como sendo um conjunto de percepções
compartilhadas pelos indivíduos a respeito dos factores organizacionais (PINTO,
2005:23). Nas ideias de BRUNET advoga esta abordagem A medida perceptiva dos
atributos individuais, na qual avaliação do funcionamento da organização é baseada nas
emoções, nos factores que compõem o ambiente de trabalho, onde o clima é igual a
satisfação individual.
Ainda LUZ (2003:34) explica que a cultura, como identidade organizacional, vai dar o
impacto positivo ou negativo ao estado de ânimo das pessoas que nela trabalham, ou
seja, a cultura interfere no clima organizacional.
Por fim, pode-se compreender que entre clima e cultura, existe uma relação de
causalidade, como se referiu atrás, logo, pode-se afirmar que cultura é a causa e clima é
a consequência. Apesar de o clima ser afectado por factores externos à organização, a
cultura é uma das suas principais causas. E, outro aspecto prende-se pelo facto de que o
clima e a cultura são dois fenómenos intangíveis, apesar de se manifestarem também de
forma concreta. Ainda de acordo com este autor - LUZ (2003), outra relação é que a
cultura decorre de práticas recorrentes estabelecidas ao longo do tempo, enquanto o
clima é um fenómeno temporal e se refere ao estado de ânimo dos funcionários de uma
organização num dado momento. Neste sentido, cultura e clima são fenómenos
complementares.
Clima organizacional
talentos
RIZZATI (2006: 52) citado por BEZERRA (2011: 87) apresenta alguns dos modelos de
avaliação do clima organizacional descritos por alguns autores, conforme indicados no
na tabela 2.
aos participantes. É daí que ele é favorável quando proporciona satisfação das
necessidades pessoais dos participantes e a elevação do moral e desfavorável, quando
proporciona a frustração daquelas necessidades.
Outrossim, no que tange ao ensino secundário geral, este tem como objectivo
fundamental ampliar e consolidar os conhecimentos adquiridos no ensino primário,
tendo em vista o ingresso no ensino superior ou a participação em actividades
produtivas – objectivo este que foi desenvolvido por DELORS (1998:134) no seu
relatório à UNESCO sobre a educação para o século XXI. Para a concretização destes
intentos políticos, o ensino secundário geral versa por seguintes linhas:
Com isso, o cidadão graduado no ensino secundário deve ter o conhecimento científico
cuja aplicação erradica a pobreza, pois com as habilidades trazidas delas permite-lhe a
sua integração plena no desenvolvimento da sua comunidade (MEC/INDE, 2007:12).
Outrossim,
26
Numa reflexão sobre a política moçambicana, é fundamental que se tenha como meta da
educação inclusiva a prática educativa, ou seja, a relação da vida do aluno na escola
com a da comunidade por onde constituirá o lugar privilegiado para a pôr em prática as
habilidades e competências adquirida na escola.
E, o Plano Curricular deste subsistema de ensino reitera que:
“o desenvolvimento de competências consideradas
relevantes para a vida tem um carácter transversal
que ultrapassa os limites da escola. Neste sentido,
todos os momentos da vida, dentro e fora da escola,
deverão constituir oportunidades de aprendizagem
efectiva, através da prática e procura de soluções
variadas para problemas complexos (MEC/INDE,
2007:16).
Esta abordagem deixa claro, e reitera a ideia de, na verdade o ensino secundário ‘e uma
etapa de aprendizagem e de aquisição de habilidades e competências que possam servir
no mundo de trabalho ou e mesmo no ensino superior. É esta abordagem pela qual
DELORS (1998:134) chamou de “Ensino secundário: plataforma giratória de toda uma
vida”.
Uma vez que os jovens, ou seja, a maior parte dos alunos das escolas secundárias
vivem com seus pais e ou encarregados de educação, estes pais e ou encarregados
educação, a priori, conhecem ou devem conhecer:
28
Em suma a participação das famílias, dos pais e encarregados de educação, faz com que
a educação não se dissocie das raízes da comunidade, esteja mais ligada aos problemas
das famílias e das comunidades o que ajuda a evitar alienação e marginalização dos
jovens no sistema educativo.
Há que realçar que nem todos os pais e encarregados de educação, assumem esta visão
em torno do carácter primordial da educação, pois, muitas vezes, as reprovações e as
repelências são atribuídas geralmente, a má qualificação dos professores e dos gestores
da educação, ignorando-se a responsabilidade que os pais e encarregados de educação
têm para o sucesso escolar dos seus filhos. Assim, em vista a essa fuga de
responsabilidade dos pais e ou encarregados de educação, JAMAL (2004) sustenta que:
Uma associação de pais e encarregados de educação pode ser um fórum onde o director
e os professores podem explicar os programas de escola, obter o apoio dos pais,
defendendo-se dos comportamento e vicissitudes que comprometem o funcionamento
escolar e, assim, estabelecer um clima favorável que possa ajudar na consecução dos
objectivos escolares, como resultados do seu bom funcionamento.
30
Referências bibliográficas
AMARAL, Luís e VARAJÃO, João. Planeamento de Sistemas de Informação, 2ª Ed.,
favorável
CASTRO. Teoria Geral da Administração. Uma Introdução. São Paulo: Pioneira, 1999.
EDELA. Teoria Geral da Administração. Uma Introdução. São Paulo. Pioneira. 1978.
31
GIL, António Carlos, Métodos E Técnicas de Pesquisa Social. 6ª Edição. São Paulo.
Editora Atlas.. 2008.
GIL, António Carlos. Entrevista. In: Métodos e Técnicas de pesquisa Social. 6. ed. São
Paulo. Atlas. 2002.
MATOS, M. Organização: Uma visão global: Introdução, ciência, Arte. São Paulo.
Markon Books.. 1980.
SOARES, Rosery Dore, Gramsci, o Estado e a Escola, Colecção educação, Rio Grande
do Sul, Brasil, 2000.
VELOSO, Elza Fátima Rosa; NAKATA, Lina Eiko; FISCHER, André Luiz; DUTRA,
Joel Souza. Pesquisas de Clima Organizacional: O Uso de Categorias na Construção
Metodológica e Análise de Resultados. In: XXXI Encontro da ANPAD, 2007, Rio de
Janeiro. Anais do XXXI Encontro da ANPAD. Rio de Janeiro, 2007.