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Definição [função crescente, função decrescente]

Seja 𝑓 uma função definida em um intervalo 𝐼. Então,

1. 𝑓 é crescente em 𝐼 se, para todos os pontos 𝑥1 e 𝑥2 em 𝐼,


𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑓(𝑥1 ) < 𝑓(𝑥2 ).

2. 𝑓 é decrescente em 𝐼 se, para todos os pontos 𝑥1 e 𝑥2 em 𝐼,


𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑓(𝑥1 ) > 𝑓(𝑥2 ).

Definição: Dado um número real 𝑎, positivo e diferente de 1 (𝑎 ∈ 𝑅+∗ e ≠ 1), a


função exponencial de base 𝑎, de domínio 𝑅 e contradomínio 𝑅, é definida por

𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 .

A função exponencial pode ser classificada em

• Crescente, quando 𝑎 > 1.


• Decrescente, quando 0 < 𝑎 < 1.

Graficamente temos:
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Resumo da função exponencial 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 .

1) O domínio da função é o conjunto dos números reais.


2) O conjunto imagem da função é 𝑅+∗ , ou seja, 𝐼𝑚(𝑓) = 𝑅+∗ . O gráfico da
função fica todo acima do eixo 𝑥.
3) Em qualquer dos casos o ponto (0,1) pertence ao gráfico da função.
4) No caso de 𝑎 > 1, a função é crescente pois se 𝑥1 < 𝑥2 então 𝑎 𝑥1 < 𝑎 𝑥2 .
5) No caso de 0 < 𝑎 < 1, a função é decrescente pois se 𝑥1 < 𝑥2 então
𝑎 𝑥1 > 𝑎 𝑥2 .

LIMITES DA FUNÇÃO EXPONENCIAL

Teoremas

1) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 0 < 𝑎 ≠ 1 então lim 𝑎 𝑥 = 1.


𝑥→0

2) Se 𝑎 ∈ 𝑅, 𝑏 ∈ 𝑅 e 0 < 𝑎 ≠ 1 então lim 𝑎 𝑥 = 𝑎𝑏 .


𝑥→𝑏

3) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 𝑎 > 1 então lim 𝑎 𝑥 = +∞ e lim 𝑎 𝑥 = 0.


𝑥→+∞ 𝑥→−∞

Isto significa que 𝒚 = 𝟎 é uma assíntota horizontal do gráfico da


função.
4) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 0 < 𝑎 < 1 então lim 𝑎 𝑥 = 0 e lim 𝑎 𝑥 = +∞.
𝑥→+∞ 𝑥→−∞

5) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 0 < 𝑎 ≠ 1 e lim 𝑓(𝑥) = 𝑐 então


𝑥→𝑏
lim 𝑓(𝑥)
lim 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥→𝑏 = 𝑎𝑐 .
𝑥→𝑏

Exemplo

Calcule, se existirem os seguintes limites

a) lim 4𝑥 = 43 = 64.
𝑥→3

1 𝑥 1 2 1
b) lim (3) = (3) = 9 .
𝑥→2

c) lim 𝑒 𝑥 = 𝑒 4 .
𝑥→4

1 𝑥 1 2 1
d) lim (𝑒) = (𝑒) = 𝑒 2 .
𝑥→2

e) lim 𝑒 𝑥 = +∞.
𝑥→ + ∞
3

f) lim 𝑒 𝑥 = 0.
𝑥→ − ∞

2 +1) (lim (𝑥 2 +1) (lim 𝑥 2 + lim 1)


g) lim 2(𝑥 = 2 𝑥→0 = 2 𝑥→0 𝑥→0 = 2.
𝑥→0

𝑥2 −4 𝑥2 −4
( lim ( )) ( lim (𝑥−2))
h) lim 5 𝑥+2 = 5 𝑥→−2 𝑥+2 = 5 𝑥→−2 = 5−4 .
𝑥→ −2

1 𝑛
Definição: Chamamos de 𝑒 o limite da função 𝑓(𝑛) = (1 + 𝑛) definida em

𝑁, quando 𝑛 cresce ilimitadamente.

1 𝑛
𝑒 ∶= lim (1 + ) .
𝑛→ +∞ 𝑛

Observação:

• O número e é um número irracional.


• O valor de 𝑒 = 2,7182818284590452353602874 ⋯
• O número 𝑒 é uma constante matemática que é a base dos logaritmos
naturais. Por vezes é chamado número de Euler em homenagem ao
matemático suíço Leonhard Euler, número de Napier, em homenagem a
John Napier, número de Neper, constante de Néper, número neperiano.
• O número 𝑒 tem grande importância em diversos ramos das ciências, pois
está presente em vários fenômenos naturais, por exemplo: no
crescimento populacional, no crescimento da população de bactérias, na
desintegração radioativa.
• O número 𝑒, na área de Economia, é aplicado no cálculo de juros.

1 𝑛
Considere a função 𝑓(𝑛) = (1 + 𝑛) .

𝑓 é uma sequência de números reais cujo domínio é o conjunto dos números


naturais 𝑁.

Queremos estudar o comportamento desta função quando 𝑛 cresce


ilimitadamente.
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𝑛 1 2 5 10 100 1.000 100.000 200.000 500.000


𝑓(𝑛) 2 2,25 2,48832 2,59374 2,70481 2,71692 2,71827 2,71828 2,71828

Os valores calculados são aproximados e na tabela estão com no máximo


cinco casas decimais.

Observa-se que quando n cresce, as imagens da sequência se aproximam do


número 𝑒.

1 𝑛
𝑒 ∶= lim (1 + ) .
𝑛→ +∞ 𝑛
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Definição[ [logaritmo] O logaritmo de um número 𝑏, na base 𝑎, em que 𝑎 e 𝑏


são positivos e 𝑎 é diferente de um, é um número 𝑥, tal que 𝑥 é o expoente de 𝑎
para se obter 𝑏, então:

log a 𝑏 = 𝑥 ⇔ 𝑎 𝑥 = 𝑏, sendo 𝑏 > 0, 𝑎 > 0 , 𝑎 ≠ 1

em que:

𝑏 é chamado de logaritmando;

𝑎 é chamado de base;

𝑥 é o logaritmo.

Exemplo

Calcule o valor de log 2 16

Indicando o valor procurado por 𝑥, temos:

log 2 16 = 𝑥 ⇒ 2𝑥 = 16 ⇒ 2𝑥 = 24 ⇒ 𝑥 = 4.

Definição [função logarítmica]

Função logarítmica é a função 𝑓, de domínio 𝑅+∗ e contradomínio 𝑅, que associa


cada número real e positivo 𝑥 ao logaritmo 𝑥 na base 𝑎, em que 𝑎 é um número
real, positivo e diferente de 1.

Notação:

𝑓(𝑥) = log a 𝑥, 𝑎 > 0, 𝑎 ≠ 1.

A função logarítmica pode ser classificada em

• Crescente, quando 𝑎 > 1.


• Decrescente, quando 0 < 𝑎 < 1.
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Graficamente temos:

Resumo da função logarítmica 𝑓(𝑥) = log 𝑎 𝑥.

1) O domínio da função é o conjunto dos números reais positivos, isto é,


𝐷(𝑓) = 𝑅+∗ .
2) O conjunto imagem da função é 𝑅 , ou seja, 𝐼𝑚(𝑓) = 𝑅.
3) O gráfico da função fica todo à direita do eixo 𝑦.
4) Em qualquer dos casos o ponto (1,0) pertence ao gráfico da função.
5) No caso de 𝑎 > 1, a função é crescente pois
se 𝑥1 < 𝑥2 então log a 𝑥1 < log 𝑎 𝑥2 .
6) No caso de 0 < 𝑎 < 1, a função é decrescente pois
se 𝑥1 < 𝑥2 então log a 𝑥1 > log 𝑎 𝑥2 .

LIMITES DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Teoremas

1) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 0 < 𝑎 ≠ 1 então lim (log a 𝑥) = 0.


𝑥→1

2) Se 𝑎 ∈ 𝑅, e 0 < 𝑎 ≠ 1 então lim log 𝑎 𝑥 = log 𝑎 𝑏, sendo 𝑏 > 0.


𝑥→𝑏

3) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 𝑎 > 1 então lim (log a 𝑥) = +∞ e lim+(log a 𝑥) = −∞


𝑥→+∞ 𝑥→𝑜

Isto significa que 𝑥 = 0 é uma assíntota vertical do gráfico da função.


4) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 0 < 𝑎 < 1 então lim (log a 𝑥) = −∞ e lim+(log a 𝑥) = +∞
𝑥→+∞ 𝑥→𝑜

5) Se 𝑎 ∈ 𝑅 e 0 < 𝑎 ≠ 1 e lim 𝑓(𝑥) = 𝑐 > 0 então


𝑥→𝑏

lim [log a 𝑓(𝑥)] = log a [lim 𝑓(𝑥)] = log 𝑎 𝑐.


𝑥→𝑏 𝑥→𝑏
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Exemplo

Calcule, se existirem, os seguintes limites

a) lim(log 3 𝑥) = log 3 9 = 2.
𝑥→9

b) lim(𝑙𝑜𝑔 1/3 𝑥) = log1/3 9 = −2 .


𝑥→9

c) lim ln 𝑥 = ln 4 .
𝑥→4

d) lim ln 𝑥 = +∞.
𝑥→ + ∞

e) lim+ ln 𝑥 = −∞.
𝑥→ 0

f) lim(log 3 (𝑥 2 + 2)) = log 3 3 = 1.


𝑥→1

LIMITES EXPONENCIAIS FUNDAMENTAIS

Teorema Seja a função

1 𝑥
𝑓(𝑥) = (1 + )
𝑥

1 𝑥
definida em {𝑥 ∈ 𝑅; 𝑥 < −1 ou 𝑥 > 0} então lim (1 + ) = 𝑒.
𝑥→+∞ 𝑥
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Prova:

Sejam 𝑛 e 𝑛 + 1 dois números inteiros positivos e consecutivos. Para todo 𝑥 tal


que

1 1 1
𝑛 <𝑥 <𝑛+1 ⇒ < <
𝑛+1 𝑥 𝑛

1 𝑛 1 𝑥 1 𝑛+1
(1 + ) ≤ (1 + ) ≤ (1 + )
𝑛+1 𝑥 𝑛

como

1 𝑛+1 1 𝑛+1
1 𝑛 (1 + 𝑛 + 1) lim (1 + 𝑛 + 1) 𝑒
𝑛→+∞
lim (1 + ) = lim ( )= = = 𝑒.
𝑛→+∞ 𝑛+1 𝑛→+∞ 1 1 1
1+𝑛+1 lim (1 + 𝑛 + 1)
𝑛→+∞

1 𝑛+1
lim (1 + ) =
𝑛→+∞ 𝑛
1 𝑛 1
= lim ((1 + ) ⋅ (1 + ))
𝑛→+∞ 𝑛 𝑛

1 𝑛 1
= lim (1 + ) ⋅ lim (1 + ) = 𝑒 ⋅ 1 = 𝑒.
𝑛→+∞ 𝑛 𝑛→+∞ 𝑛

temos, pelo teorema do confronto que

1 𝑥
lim (1 + ) = 𝑒.
𝑥→+∞ 𝑥

Teorema Seja a função

1 𝑥
𝑓(𝑥) = (1 + )
𝑥

1 𝑥
definida em {𝑥 ∈ 𝑅; 𝑥 < −1 ou 𝑥 > 0} então lim (1 + 𝑥) = 𝑒.
𝑥→−∞
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Prova:

Fazendo 𝑥 = −(𝑤 + 1) e notando que se 𝑥 → −∞ então 𝑤 → +∞, temos:

1 𝑥 1 −(𝑤+1)
lim (1 + ) = lim (1 − ) =
𝑥→−∞ 𝑥 𝑤→+∞ 𝑤+1
𝑤 −(𝑤+1) 𝑤 + 1 𝑤+1
lim ( ) = lim ( ) =
𝑤→+∞ 𝑤 + 1 𝑤→+∞ 𝑤
1 𝑤+1 1 𝑤 1
lim (1 + ) = lim [(1 + ) ⋅ (1 + )] =
𝑤→+∞ 𝑤 𝑤→+∞ 𝑤 𝑤
𝑤
1 1
lim (1 + ) ⋅ lim (1 + ) = 𝑒 ⋅ 1 = 𝑒.
𝑤→+∞ 𝑤 𝑤→+∞ 𝑤

Teorema
1
Seja a função 𝑓(𝑥) = (1 + 𝑥)𝑥 definida em {𝑥 ∈ 𝑅 | − 1 < 𝑥 ≠ 0} então
1
lim (1 + 𝑥)𝑥 = 𝑒.
𝑥→0

Prova:

1
Faça uma mudança de variável 𝑥 = , temos
𝑦

1 1 𝑦
(1 + 𝑥)𝑥 = (1 + )
𝑦

Além disso,

𝑥 → 0+ ⇒ 𝑦 → +∞
𝑥 → 0− ⇒ 𝑦 → −∞

Temos

1 1 𝑦
lim+ (1 + 𝑥)𝑥 = lim (1 + ) = 𝑒
𝑥→0 𝑦→+∞ 𝑦
1 1 𝑦
lim− (1 + 𝑥)𝑥 = lim (1 + ) = 𝑒
𝑥→0 𝑦→−∞ 𝑦

Portanto

1
lim (1 + 𝑥)𝑥 = 𝑒.
𝑥→0


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Teorema

𝑎𝑥 −1
Se 𝑎 > 0 então lim = ln 𝑎.
𝑥→0 𝑥

Prova:

Para 𝑎 = 1 temos

𝑎𝑥 − 1 1𝑥 − 1 0
lim = lim = lim = lim 0 = 0 = ln 1.
𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥 𝑥→0

Suponha 0 < 𝑎 ≠ 1 e fazendo 𝑎 𝑥 − 1 = 𝑤, temos:

𝑎𝑥 − 1 = 𝑤 ⇒ 𝑎𝑥 = 1 + 𝑤 ⇒ ln 𝑎 𝑥 = ln(1 + 𝑤)
ln(1 + 𝑤)
⇒ 𝑥 ln 𝑎 = ln(1 + 𝑤) ⇒ 𝑥=
ln 𝑎

Além disso,

𝑥→0 ⇒ 𝑤 → 0.

Temos:

𝑎𝑥 − 1 1 ln 𝑎
= (𝑎 𝑥 − 1) ⋅ = 𝑤⋅
𝑥 𝑥 ln(1 + 𝑤)

Aplicando o limite temos:

𝑎𝑥 − 1 𝑤 ⋅ ln 𝑎
lim = lim =
𝑥→0 𝑥 𝑤→0 ln(1 + 𝑤)

1 lim 1
𝑤→0
ln 𝑎 ⋅ lim ( ) = ln 𝑎 ⋅ ( 1 ) =
𝑤→0 1
𝑤 ln(1 + 𝑤) ln [ lim (1 +
𝑤→0
𝑤)𝑤 ]
1 ln 𝑎
ln 𝑎 ⋅ ( ) = =
ln 𝑒 ln 𝑒
ln 𝑎
= ln 𝑎.
1


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Exemplo

Calcule, se existirem os seguintes limites

4 4
1 4𝑥 1 𝑥 1 𝑥
a) lim (1 + 𝑥) = lim [(1 + 𝑥) ] = [ lim (1 + 𝑥) ] = 𝑒 4 .
𝑥→+∞ 𝑥→+∞ 𝑥→+∞

5 𝑥
b) lim (1 + 𝑥)
𝑥→−∞

𝑥
Fazendo 𝑤 = , temos:
5

5
5 𝑥 1 5𝑤 1 𝑤
lim (1 + ) = lim (1 + ) = lim [(1 + ) ]
𝑥→−∞ 𝑥 𝑤→−∞ 𝑤 𝑤→−∞ 𝑤
5
1 𝑤
= [ lim (1 + ) ] = 𝑒 5.
𝑤→−∞ 𝑤

𝑥+1 𝑥
c) lim ( )
𝑥→+∞ 𝑥−1

𝑥+1 𝑥 1 𝑥
𝑥+1 𝑥 (1 + 𝑥)
lim ( ) = lim ( 𝑥 ) = lim =
𝑥→+∞ 𝑥 − 1 𝑥→+∞ 𝑥 − 1 𝑥→+∞ 1 𝑥
𝑥 (1 − 𝑥)
1 𝑥
lim (1 + 𝑥) 𝑒
𝑥→+∞
𝑥 = = 𝑒 2.
1 1
lim (1 − 𝑥) 𝑒
𝑥→+∞

𝑒 𝑥 −1
d) lim+
𝑥→0 𝑥

Faça uma mudança de variável, faça 𝑧 = 𝑒 𝑥 . Então, quando

𝑥 → 0+ ⇒ 𝑧 → 1+

Portanto

𝑒𝑥 − 1 𝑧−1 1
lim+ = lim+ = lim+
𝑥→0 𝑥 𝑧→1 ln 𝑧 𝑧→1 ln 𝑧
𝑧−1
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Agora fazendo 𝑡 = 𝑧 − 1. Então, quando

𝑧 → 1+ ⇒ 𝑡 → 0+

𝑒𝑥 − 1 𝑧−1 1
lim = lim+ = lim+
𝑥→0+ 𝑥 𝑧→1 ln 𝑧 𝑧→1 ln 𝑧
𝑧−1
1
= lim+ = 1.
𝑡→0 ln(1 + 𝑡)
𝑡

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