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Você precisa entender uma coisa, o 

PGR (Programa de Gerenciamento de


Risco) tem ligação com a NR 15, ou seja, a NR 9 tem ligação com a
NR 15. Poucos profissionais sabem disso, poucos profissionais da
área de segurança do trabalho se dão o trabalho de entender sobre
isso. Conhecer essa relação é fundamental para você ter
um PGR eficiente na sua empresa.

Então vamos começar pela NR 9 (Norma Regulamentadora 9), itens


9.6.1.2:

9.6.1.2 Considera-se nível de ação, o valor acima do qual devem ser


implementadas ações de controle sistemático de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposições ocupacionais ultrapassem os
limites de exposição.

Limite de Tolerância: É a intensidade (no caso do ruído) ou


concentração (no caso do produto químico) máxima, relacionada com
a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano
à saúde da maioria dos trabalhadores expostos, durante a sua vida
laboral. Conceito NR 15.

Nível de ação: É o valor acima do qual devem ser iniciadas ações


preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as
exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de
exposição. Conceito NHO 1.

NÍVEL DE AÇÃO NR 9 (ELE FAZ A DIFERENÇA


NO SEU PGR)
O PGR TEM LIGAÇÃO COM A NR 15
O PGR pode  ter ligação até mesmo com a ACGIH (American
Conference of Governmental Industrial Higyenists) a NR 9 deixa em
aberto essa possibilidade no item 9.6.1.1.

Quando não houver limites de tolerância na NR 15 podemos buscar


na ACGIH, ou mesmo, em qualquer outra norma limites para a
segurança do trabalhador.

Vale lembrar que o limite de tolerância é fundamental para ter


parâmetros sobre os agentes agressivos a saúde do trabalho.

NÃO SEJA CABEÇÃO!


O que acontece hoje? O profissional avalia o ambiente de trabalho e
descobre, por exemplo, “X decibéis”… A partir daí ele não sabe o que
fazer com tal informação! É preciso pensar que:

De que adianta eu avaliar o ambiente de trabalho se não souber o que


farei com tal informação?

Com as informações apresentadas nesse artigo você saberá


exatamente como utilizar essa informação.

Antes de entrar no limite de tolerância e nível de ação da NR 9 te


apresentarei alguns conceitos que são casadinhos com eles…

NEM TODO AGENTE AGRESSIVO POSSUI


LIMITE DE TOLERÂNCIA
Se você observar a NR 15 perceberá uma coisa interessante, alguns
agentes até dão direito ao adicional insalubridade, mas não possuem
limite de tolerância e consequentemente nível de ação.

O agente umidade é um dos que não possuem limite de tolerância…


O simples fato de o trabalhador trabalhar em ambiente encharcado ou
alagado (trabalhar molhado) dá direito ao adicional de insalubridade,
mas, repare que para esse agente de risco não há limites de
tolerância e consequentemente nível de ação.

NÍDEL DE AÇÃO DO RUÍDO NO COPO


O nível de ação universal do ruído é 1, ou seja, se numa avaliação
quantitativa de ruído o valor da dose for maior do que 1, estará
ultrapassado o limite de tolerância, conforme determina a NR 15,
anexo 1, item 6.

Para te ajudar a entender melhor o conceito de limite de tolerância


faremos uma analogia. Em vez de colocar água nesse copo (abaixo)
colocaremos ruído, faça essa analogia que vai facilitar bastante a sua
compreensão. Para facilitar trabalharemos com o ruído em decibél e
com uma jornada de trabalho de 8 horas.
O limite de tolerância para 8 horas de exposição para o ruído
ocupacional é 85 dB(a), o nível de ação e metade do limite de
tolerância, deixa eu te perguntar, qual é o dobro de 85? 170? Isso
mesmo! E quanto é a metade de 85 dB(a)?

Se você disse 42,5 você errou… 

No ruído ocupacional segundo a NR 15 a exposição dobra ou diminui


a cada 5 dB(A), certo!
O dobro de 85 dB(a) não é 170 dB(a)! O dobro de 85 dB(a) é 90 dB(a).
Da mesma forma, a metade de 85 dB(a) não é 42,5 é 80 dB(a).

O nosso nível de ação do ruído ocupacional para 8 horas de trabalho


é de 80 dB(a).
ISSO SIGNIFICA QUE…
A partir de 80 dB(a) a empresa já deve trabalhar no controle de ruído
ocupacional. A ação recomendada não é logo de imediato e fornecer
protetor auditivo.

Lembre-se da hierarquia das medidas de controle prevista na NR 1.


Medidas administrativas, medidas coletivas e por último (e esse último
só acontece quando não for possível implantar medidas coletivas
anteriores) é que partimos para medidas de controle individual , o ficou
famoso EPI – Equipamento de Proteção Individual, (o EPI pode ser
fornecido em caráter passarei também, enquanto a empresa estiver
estudando as medidas de controle a nível coletivo).

Conforme vemos na imagem acima, estando acima de 80 dB(a) de


média de exposição ao ruído ocupacional (para uma jornada de
trabalho de 8 horas) a empresa precisa agir no controle do ruído. E se
a exposição ultrapassar os já citados 85 dB(a), o trabalhador passará
a ter direito ao adicional de insalubridade.

Para o adicional de insalubridade preciso lembrar que tal assunto deve


abordado no laudo de Insalubridade. E para isso, é preciso elaborar o
Laudo de Insalubridade.

INTERPRETANDO O GRÁFICO 
Vamos considerar que o gráfico representa a exposição durante uma
jornada de trabalho de horas de duração:

Na curva 1 – A exposição é considerada segura, e sendo assim, não


é necessária nenhuma ação de controle de riscos ocupacionais.

Na curva 2 – A exposição é considerada segura por estar abaixo do


LT (Limite de Tolerância), porém, por ter ultrapassado o nível de ação
é necessário ação preventiva. Exemplo: Uso de EPC (Equipamento de
Proteção Coletiva) ou EPI (Equipamento de Proteção Individual).

Na curva 3 – A exposição é considerada insegura, pois ultrapassou o


Limite de Tolerância. Neste caso é necessário uma intervenção
imediata ou interrupção da atividade. Tal exposição também gera
pagamento de insalubridade (reforçando … Essa informação não deve
constar no PGR)

Na curva 4 – Repare que a exposição 4 mesmo tendo passado o LT


em determinado momento da jornada de trabalho não é insalubre.
Pois a maior parte do tempo à exposição se manteve abaixo do LT. A
exposição é considerada segura, porém, por ter ultrapassado o nível
de ação é necessário ação preventiva. Exemplo: Uso de EPC ou EPI.

SUSCEPTIBILIDADE INDIVIDUAL
Outra questão que é importante ficar muito presente é a
susceptibilidade individual…

Não podemos confiar cegamente no Limite de Tolerância. Ele é um


parâmetro importante, mas, não devemos confiar cegamente nele,
assim como não devemos confiar cegamente no Nível de Ação da NR
9.

Então o que devo fazer?

Pode haver trabalhadores, que por questões pessoais (condições de


saúde, por exemplo) que mesmo expostos a ruídos abaixo do nível de
ação poderão ter perdas auditvas, zumbido no ouvido, etc.

Sugestão: Trabalhe numa zona de segurança se a NR 15 diz 80


dB(A), trabalhe com 79, trabalhe com 78, para não correr risco de ser
pego na questão da susceptibilidade. Fazendo assim é maior a
chance de seu PGR ser um programa à prova de balas.

NÍVEL DE AÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS


Os agentes químicos também possuem nível de ação. A NR 9 no item
9.6.1 descrever que como nível de ação para agentes químicos,
devemos considerar a metade dos limites de tolerância.

Por exemplo, o agente químico acetaldeído possui limite de tolerância


de 78 ppm, e metade de 78 é 39. Então o limite de tolerância sendo
78, o nível de ação é 39 ppm, simples, não é?

IMPORTANTE!!!
Sempre que a NR 15 fala de exposição limite de tolerância ela está
falando de exposição sem proteção, por exemplo, o ruído que passou
dos 85 dB(a) para uma jornada de 8h, sem proteção, gera direito ao
adicional de insalubridade. Para atenuar o ruído o que podemos
fazer? O importante é trabalhar nas medidas de controle a nível
coletivo.

Se optar pelo controle via protetor audivo é preciso dar uma olhadinha
na embalagem do protetor auditivo, lá é escrito o nível de ruído que o
protetor atenua. Então seria 85 menos (-) o nível que atenua. E pronto,
eu cheguei à proteção que o protetor auditivo fornece.

Então repare que é muito importante entender sobre nível de ação NR


9 e limite de tolerância, senão você avaliará, mas não saberá como
controlar e quando o controlar o agente de risco no seu ambiente de
trabalho.

Esse mesmo conceito de nível de ação você pode utilizar para o ruído
que no caso é verificado em dose, e pode utilizar para agentes
químicos que possuem limite de tolerância. Outro agente, no caso o
calor, possui limite de tolerância, mas não nível de ação.

O nível de ação universal do ruído é 1, ou seja, se numa avaliação


quantitativa de ruído o valor da dose for maior do que 1, estará
ultrapassado o limite de tolerância, conforme determina a NR 15,
anexo 1, item 6.

OBSERVAÇÃO : O que é Nível de Ação? Segundo a NR-9, podemos definir como nível de ação: 9.3.6.1
Para os fins desta NR, considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações
preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais
ultrapassem os limites de exposição

A partir de 19.11.2003 (data da publicação no D.O.U. do Decreto nº 4.882/2003) os


procedimentos de levantamento ambiental ( INSS ) devem estar de acordo com a
METODOLOGIA das
Normas de Higiene Ocupacional – NHO da FUNDACENTRO, observando-se os
TOLERÂNCIA estabelecidos na NR-15 do MTE.

O PGR cumpre o que está descrito na NR 01 do Ministério do Trabalho e utiliza os


TOLERÂNCIA da NR 09, 15 e ACGIH. E qual metodologia ?

O LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho) cumpre o que está descrito
nos Decretos 3048, e 10.410/20, Instrução Normativa 77, lista Linach (
Agentes Cancerígenos para Humanos) e ainda, cumpre o que está descrito nas
Fundacentro.

OBS : observando-se os limites de tolerância estabelecidos na NR-15 do MTE.- e Metodologia

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