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- Reggio Emilia – cidade da região de Emilia Romagna: possui um dos melhores sistemas de
educação do mundo.
- Pedagogia: abordagem de Reggio Emilia
- Abordagem que incentiva o desenvolvimento intelectual das crianças por meio de um foco
sistemático sobre a representação simbólica. As crianças pequenas são encorajadas a
explorar seu ambiente e a expressar a si mesma através de todas as suas “linguagens”
naturais ou modos de expressão, incluindo palavras, movimento, desenhos, pinturas,
montagens, escultura, teatro de sombras, colagens, dramatizações e música.
- Salas de aula: organizadas para apoiar a aprendizagem por meio de um enfoque altamente
cooperativo de solução de problemas.
- Agrupamento: uso de pequenos grupos na aprendizagem de projetos.
- Professores: continuidade de professores/alunos, em que dois professores trabalham juntos
com a mesma classe por três anos.
HISTÓRICO
- A educação precoce na Itália tem sido uma presa da emaranhada teia de relações entre a Igreja e o
Estado (conflitos de poder).
- 1820: no nordeste e no centro da Itália começaram a emergir as instituições de caridade. Surgiram os
centros para a primeira infância (Asili Nido – atendimento a bebês de 4 meses a 3 anos e escolas de
primeira infância, atendendo crianças de 3 a 6 anos de idade).
- Industriais estabeleceram as primeiras creches em suas fábricas.
- Fim do século XIX: tentativa de instauração de programas que combinassem prevenção e assistência
financiados por setores privados e públicos.
- 1925: aprovação da lei nacional para a Proteção e Assistência à Infância (organização de centros infantis).
- 1922: já havia assumido o poder em 1922, tomou para si todos os méritos dessa iniciativa (Os centros da
Organização Nacional para a Maternidade e Infância adotaram o modelo médico-sanitário de cuidados
infantis.
- 1971: nova lei nacional institui uma nova espécie de centro para cuidados na primeira infância (Novos
centros: oferta de serviço social para as famílias e garantia do desenvolvimento harmonioso dos bebês). A
cidade de Reggio Emilia inaugurou os primeiros centros municipais para a primeira infância).
- Observação: Método Montessori – aplicado nas Casa dei Bambini (influência de educadores
progressistas). O método foi deposto pelo regime fascista.
- Anos 50: muitos educadores e pais se conscientizaram da urgência de uma educação precoce maior e
melhor. O movimento “escola popular” vindo da França e os escritos trazidos de educadores
progressistas como Celestin Freinet e John Dewey serviram de influência e base para os debates.
- Em 1951 o Movimento de Cooperação Educativa foi formado. Bruno Ciari liderou o movimento e
introduziu inovações didáticas. Loris Malaguzzi participou dos debates e conheceu Ciari. (Crença: a
educação deveria liberar a energia e as capacidades infantis e promover o desenvolvimento
harmonioso da criança como um todo, em todas as áreas).
- PRINCÍPIOS BÁSICOS
- A combinação estrutural de opções educacionais e organização: a escola para crianças
pequenas foi pensada para ser um organismo dinâmico, de interações, integrações (ambiente
amistoso onde crianças, famílias e professores sintam-se confortáveis).
- Estrutura: hall de entrada, praça, ateliê, laboratório, sala de música, paredes para exibição dos
trabalhos dos alunos.
- Trabalho coletivo (planejamento).
- Por uma pedagogia da relação: professores focados nas crianças, mais intensas relações entre
família e escolas. Estrutura-se uma educação baseada no relacionamento e na participação.
- Relacionamento e aprendizagem: os relacionamentos e a aprendizagem coincidem dentro de
um processo ativo de educação (O que as crianças aprendem não ocorre como um resultado
automático do que lhes é ensinado. Ao contrário, isso se deve em grande parte à própria
realização das crianças como uma consequência de suas atividades e de nossos recursos.
- IMAGENS DA INFÂNCIA
- Varrendo a infância para baixo do tapete: As crianças são seres capazes, cheios de energia,
curiosos, autônomos, competentes.
Porém, algumas imagens retratam a infância como vazia, impotente e completamente moldada
por adultos.
- Diferenças entre as crianças: Devemos ampliar a variedade de tópicos e objetivos, os tipos de
situações que oferecemos e seu nível de estrutura, os tipos e as combinações de recursos e
materiais e as possíveis interações com objetos, companheiros e adultos. A ampliação da faixa de
possibilidade para as crianças faz com que os professores sejam mais atentos e conscientes, e
torna-os mais capazes de observar e de interpretar os gestos e a fala das crianças (tornam-se
mais sensíveis aos feedbacks oferecidos pelas crianças).
- TEORIAS DA APRENDIZAGEM
- Adulto: tem papel determinante no oferecimento de estruturas semânticas e sistemas de
significado que permitem que a mente infantil se comunique.
- Criança: são capazes, de um modo autônomo, de extrair significado de suas experiências
cotidianas através de atos mentais envolvendo planejamento, coordenação de ideias e
abstrações.
- Importância de Piaget: levar as crianças a sério, através do diálogo com elas. (Construtivismo
– as palavras não devem ser usadas como atalho para o conhecimento).
- Importância de Vygotsky: pensamento e linguagem operam juntos para a formação de ideias
e para o planejamento da ação e, depois, para a execução, controle, descrição e discussão
desta ação.
- DA TEORIA À PRÁTICA
- Uma profissão que não pensa pequeno: o efeito das teorias pode ser inspirador e oneroso ao
mesmo tempo. Isso é especialmente verdade quando é o momento de arregaçar nossas mangas
e avançar com a prática educacional.
- O sucesso de uma teoria vem na prática: em geral, quando os colegas trabalham juntos e
compartilham problemas comuns, isto facilita o alinhamento de comportamentos e uma
modificação das teorias pessoais. A teoria ajuda os professores a entenderem melhor a natureza
dos seus problemas.
- Nenhum planejamento, muito reconhecimento: as escolas de Reggio Emilia não têm um currículo
planejado com unidades e subunidades (planos de lições). (Malaguzzi: “Isso levaria nossas escolas
para o ensino sem aprendizagem”).Naturalmente, os professores dos bebês e de crianças pré-
escolares não começam cada ano escolar do zero. Eles têm em sua retaguarda um patrimônio
de talento, de conhecimentos, de experimentos, de pesquisas, de documentação e de exemplos
mostrando sucessos e fracassos. Os professores seguem as crianças, não seguem planos.
- Se os currículos são encontrados nas crianças: A escola para crianças pequenas precisa responder
a elas, deve ser um rodeio gigantesco, onde aprendem como cavalgar 100 cavalos, reais ou
imaginários. O que se sabe é que estar com crianças é trabalhar menos com certezas e mais com
incertezas e inovações. (Muitos experimentos são assumidos com as crianças).
A PARCERIA COMUNIDADE-PROFESSOR NA ADMINISTRAÇÃO DAS ESCOLAS
- Participação social (ou comunitária) das crianças pequenas: desde os anos 70, essa participação evoluiu
em duas formas diferentes: em primeiro lugar, por meio do sistema de administração baseada na
comunidade (gestão social) em creches e pré-escolas operadas pelo município; e, em segundo lugar,
por meio de comitês nas escolas públicas, com ampla representação em cada nível – primário, médio e
secundário.
- 1971: formalização da ideia de participação com a aprovação de leis nacionais.
- A Junta de Conselheiros: atenção voltada para a abordagem expressa das necessidades das famílias e
dos educadores. (Trabalham nela educadores, pais e munícipes).
- Interesse atual do trabalho: direciona-se cada vez mais para a análise dos processos de aprendizagem
e interconexões entre as diferentes ideias, atividades e representações das crianças.
- Importante: Toda a documentação – as descrições escritas, as transcrições das palavras das crianças,
as fotografias e atualmente as gravações em vídeo – torna-se uma fonte indispensável de materiais
que usamos todos os dias, para sermos capazes de “ler” e refletir, tanto individual quanto
coletivamente, sobre a experiência que estamos vivendo, sobre o projeto que estamos explorando.
- Ponto fundamental: O prazer e a diversão são assumidos pelas crianças em seu processo autodirigido
de aprendizagem.
ESPAÇOS EDUCACIONAIS E DE ENVOLVIMENTO PESSOAL
- Espaço e tempo
- A consideração pelas necessidades e pelos ritmos das próprias crianças molda o arranjo do
espaço e do ambiente físico enquanto, por sua vez, o tempo de que dispomos permite o uso e o
desfrute, no ritmo da criança, desse espaço cuidadosamente elaborado.
- Malaguzzi: Precisamos respeitar o tempo de maturação, de desenvolvimento das ferramentas do
fazer e do entender, da emergência plena, lenta, extravagante, lúcida e em constante evolução das
capacidades das crianças; esta é uma medida do bom senso cultural e biológico.
- O professor dá início á ação das crianças: a professora age como um “ofertante de ocasiões”,
ajudando as crianças a fazer a transição da reunião matinal do grupo para sua primeira
atividade.
- A professora oferece instrução sobre o uso de ferramentas e técnicas: a professora oferece a
ajuda e os conselhos necessários para que as crianças atinjam suas próprias metas artísticas e
representativas e não sejam derrotadas pelos materiais.
- A professora transforma uma disputa em uma hipótese a ser testada: nos trabalhos é comum
que cada criança ofereça uma sugestão diferente e se inicie um conflito de ideias e de
sugestões. A professora permite que todas as crianças façam suas produções e posteriormente
decidam qual é a que melhor atende o propósito da atividade.
- A professora encoraja as crianças a solucionarem suas próprias disputas: por meio de diálogo
e perguntas estratégicas.
DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA: UMA PRÁTICA PARA A NEGOCIAÇÃO E A DEMOCRACIA
- Importante: as crianças também podem elaborar teorias, as quais precisam ser compartilhadas
com os outros e comunicadas usando todas as linguagens que conhecemos para que existam.
- Processo de avaliação
- Quando o professor documenta, está compartilhando a aprendizagem das crianças e a dele – o
que entende, sua perspectiva, além do que ele considera significativo. Dentro da palavra
avaliação está a palavra valor. Valorizar significa dar valor a esse contexto de ensino e a certas
experiências e interações dentro daquele contexto. Compartilhar a documentação com as
crianças demonstra que o que elas fazem têm valor e significado.
O PAPEL DO PEDAGOGISTA
- O pedagogista trabalha para promover em si mesmo e nos professores uma atitude de ‘aprendendo a
aprender’, uma receptividade à mudança e uma disposição para a discussão de pontos de vista
opostos.
- Os pedagogistas das escolas de Reggio organizam encontros para que os professores possam
melhorar suas habilidades de observar e ouvir as crianças, de documentar projetos e conduzir suas
próprias pesquisas. Temas que tratem do desenvolvimento infantil são sempre abordados e ainda há a
possibilidade de um tema considerado interessante por todos.
- Certamente, a arte de trabalhar e de compartilhar com outros adultos – sejam colegas ou professores
– demanda um longo aprendizado, o que não é fácil, mas é o caminho para o pleno desenvolvimento
profissional e pessoal. Minha tarefa, de colaborar com os professores, é analisar e interpretar os
direitos e necessidade de cada criança e cada família, e depois usar este conhecimento em me
trabalho com as crianças. Igualmente importante é desenvolver relacionamento melhores entre pais e
professores e estabelecer reuniões, de modo que todos venham a se conhecer e os projetos de
currículo que estão a caminho possam ser explorados e criados juntos.
COMO AS CRIANÇAS ADQUIREM OS CONCEITOS NUMÉRICOS?
-O conhecimento lógico-matemático consiste na coordenação de relações. A criança é
quem coordena mentalmente as relações que criou entre os objetos, e assim,
construirá um conhecimento lógico-matemático, através de uma abstração reflexiva, a
qual exigirá novas estruturas mentais entre o já assimilado e o que ainda não se
domina. O aluno tem que raciocinar para poder afirmar o conceito em relação aos
objetos sendo a principal atitude utilizada pela criança utiliza para fazer ligações, é a
abstração.
-Para Piaget o raciocínio lógico-matemático é o produto da atividade do sujeito que
avança em seu pensamento por meio da abstração reflexiva, a qual procede das
coordenações mais gerais das ações de classificar, ordenar e colocar em
correspondência, sendo a base do conceito de número e das regras aritméticas. No
início estas ações dependem do objeto concreto, mais tarde, com a evolução do
pensamento, o sujeito pode prescindir do concreto e pensar de forma abstrata.
- Os três tipos de conhecimento para Piaget
- Físico
- Social
- Lógico-matemático
A criança de sete ou oito anos após ter construído o conhecimento lógico-matemático consegue
representar esta ideia através de símbolos ou com signos.
A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL
O conhecimento lógico-matemático tem sua fonte no interior de cada criança e é elaborado por
meio de ações mentais de cada uma delas. No campo lógico-matemático, portanto, as outras
pessoas são importantes porque propiciam o surgimento de ocasiões para que as crianças pensem
criticamente sobre suas próprias ideias em relação às ideias dos outros.
A importância da interação social para Piaget:
- Sem intercâmbio de pensamento e cooperação com outros, o indivíduo nunca agruparia
suas operações lógicas em um todo coerente (cooperação, trocas de pontos de vistas e
negociação de soluções).
- Estudos de Perret-clermont, Doise e Mugny: Em uma experiência sobre conservação de
comprimentos (de varetas) com grupos de alunos, perceberam a importância do
conflito sociocognitivo. As duplas que mais progrediram em suas experiências foram
aquelas que discordaram e trocaram ideias em uma tentativa de chegar a um acordo.
(Importante: Os cientistas constroem a ciência através de debate e conflito
sociocognitivo; as crianças também deveriam ser capazes de construir a matemática
através de debate e conflito cognitivo).
METAS E OBJETIVOS
-Para algumas pessoas, “aritmética” significa cálculo, o que pode ser tedioso, e “matemática” refere-
se ao raciocínio.
-Pesquisas com alunos da 2ª série.
-Quando acreditamos que as crianças constroem seu próprio conhecimento lógico-matemático, não
podemos definir objetivos para os estudantes de segunda série e esperar que todos eles atinjam
tais objetivos. Se as crianças são ensinadas a “transportar” e a “emprestar”, a maioria delas aprende
a produzir respostas corretas (embora sem entender).
-Adição
- Na segunda série, o objetivo para a adição de números com um só algarismo, ou dígito, é
a fluência (reforçar as relações aprendidas na
primeira série. Exemplo: 3 + 4 = 7 ou 3 + 3 + 1 = 7 ou 5 + 2 = 7 etc.).
-Valor posicional
- Autora: o conhecimento do valor posicional é muito importante, mas não realizamos
atividades específicas apenas para ensiná-lo e não o conceitualizamos como um objetivo
à parte. Parte do objetivo ao dar problemas de adição (subtração, multiplicação) é
promover o conhecimento das crianças sobre o valor posicional.
Veja o caso da multiplicação (Leitura)
ATIVIDADES
Muitos professores perguntam: “O que fazemos para que as crianças inventem a aritmética depois que jogamos fora os
livros didáticos?”.
Nossa sugestão é que sejam usados três tipos de atividades:
1) Discussões iniciadas pelos professores sobre cálculos e problemas
2) Discussões sobre situações da vida diária (se XR$ é suficiente para comprar um picolé para cada aluno da
turma)
3) Jogos matemáticos
-Atenção: Para a maioria das crianças de 2ª série, é difícil inventar formas de somar números com 2 algarismos, até
mesmo quando o reagrupamento não é necessário. Essa é a razão pela qual os professores tomam a iniciativa de
apresentar o tipo certo de problema no momento certo, dependendo do nível em que estejam as crianças no
desenvolvimento do raciocínio numérico.
O USO DE SITUAÇÕES DO COTIDIANO
- Um programa matemático construtivista não pode ficar limitado às aulas de matemática por duas razões:
a) A aritmética é aquilo que as crianças constroem a partir de suas experiências de vida real, e não algo que é
colocado nas suas cabeças
por meio do livro didático.
b) Não é só durante as aulas de matemática que os professores devem acionar a atividade mental dos estudantes.
ROTINAS DIÁRIAS, SEMANAIS E MENSAIS SITUAÇÕES OCASIONAIS ATIVIDADES PLANEJADAS PELO PROFESSOR
1. Fazer a chamada, fazer um - Exploração dos comentários espontâneos 1) Sanduíches de biscoito integral (calcular
pedido de almoço e contar o dinheiro das crianças quantidade necessária de ingredientes)
para o almoço 1) Pizzas 2) Rosquinhas
2. Registrando o tempo das idas ao banheiro 2) Tênis ((...) Jerry comentou: “Parece que já 3) M&M’s (derramados em uma tigela, pediu-
3. Votando (as crianças tomando um número ímpar de buracos em cada lado se a estimativa de quantos confetes o
decisões; autonomia) do meu sapato, mas quando coloco o pacote continha. As crianças foram fazendo
4. Mudando o calendário cadarço todos os buracos encontram o seu tabelinhas e contagens por cor).
5.Certificando-se de que as peças dos jogos par!”.) 4) Paraquedas
não foram perdidas
6. Pagando picolés em aniversários
7. Etc.
JOGOS EM GRUPO
Relatos
- Primeiro ano
- “Ao início ao fim de cada dia de aula, estimulei as crianças a tomar decisões em relação a números,
sempre que possível”.
- “ A matemática não era mais algo servido em um pedaço de papel que deveria ser preenchido com
respostas certas ou erradas”.
- “Sem o uso do livro-texto, o uso de papel passou a ser raro.”
- “ Descobri que a autonomia era necessária para que os jogos obtivessem êxito. Se as crianças
viessem me pedir para resolver discussões que surgiam durante os jogos, eu respondia que elas
próprias podiam cuidar desse assunto”.
- “Percebi que tive que tirar o foco de mim mesma como figura principal ao redor da qual a vida da
turma girava”.
- “Em vez de dar instruções, pedia ideia às crianças.”
- “Nunca alguém me disse que a matemática podia ser empolgante.”
- Segundo ano
- “Selecionei novos jogos para os conteúdos do segundo ano.”
- “Enquanto as crianças estavam jogando, teste-as individualmente com somas de até 9 + 9, para
verificar quem sabia calcular rapidamente e quem contava nos dedos.”
- “Em vez de estimular a memorização, por meio de jogos, estimulava as crianças a tomarem
decisões.”
- “As crianças evoluíram intelectual e socioafetivamente ao longo do ano.”
- “Os resultados dos meus alunos eram melhores do que de outras turmas (em decorrência da
utilização do construtivismo, dos jogos, das atividades em que as crianças tomam decisões etc.).”
REFLEXÕES GERAIS SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA (Mabel Panizza)
I. Saberes:
a. Distinguir conceitualmente os objetos de conhecimento e suas
representações.
b. Compreender as condições sob as quais uma representação funciona como
tal.
c. Reconhecer as diversas representações que os alunos utilizam como
uma maneira de conhecer, constitutiva dos conhecimentos que constroem.
I. Aspectos:
a. Diversas funções das representações para os alunos.
b. Problemas e contas: uma falsa diferença?
c. Usos (e abusos) das representações simbólicas.
d. Ensino dos sistemas simbólicos: um regresso ao empirismo?
Diversas funções das representações para os alunos
a. A uma longa tradição escolar que propunha aos alunos grandes quantidades
de contas,
seguiu-se uma nova corrente baseada na resolução de problemas.
b. Há conhecimentos que não são necessários para efetuar uma
operação, mas são necessários para a escolha da operação que
permitirá resolver o problema.
c. Resoluçãode problemas:oportunidade para identificar os
diversos conhecimentos matemáticos que os alunos poderão
construir em cada caso.
d. Exemplo de problema: Nesta caixa tenho 3 bolinhas e nesta outra, 42. Quantas
bolinhas tenho ao todo?
Usos e abusos das representações simbólicas
a. O que são problemas?: são situações que criam um obstáculo a vencer, que
promovem a busca dentro de tudo o que se sabe para decidir em cada caso
aquilo que é mais pertinente, forçando, assim, a utilização dos conhecimentos
anteriores e mostrando-os ao mesmo tempo insuficientes e muito difíceis.
b. Importante: não se aprende matemática somente resolvendo problemas. É
necessário, além disso, um processo de reflexão sobre eles e também sobre os
diferentes procedimentos de resolução que possam surgir entre os integrantes
da turma.
c. Quando um aluno enfrenta um conhecimento novo, ele o fará dentro de suas
próprias concepções, a partir de certas maneiras de conhecer que lhe foram
úteis em outros contextos, e é sobre esse mesmo conhecimento “velho” que o
aluno deverá construir o novo.
Sobre os conhecimentos das crianças: Com base em diversos estudos (seguidos pela
obra), o interesse pelos números, o estabelecimento de algumas relações, bem como
o uso deles em diferentes contextos de utilização, parecem não estar determinados
pela existência prévia da conservação das quantidades.
a. Situações em que os números são utilizados como memória de quantidade: para trabalhar essa função do
número, são adequados todos os problemas que impliquem a comparação de quantidades, a determinação
do cardinal de um conjunto de objetos, etc. A partir de atividades variadas (com dados, cartelas, ábaco,
inclusive para ampliar os intervalos numéricos) as crianças descobrem que o 6 é 3+3, que o 4 é 2+2 ... o que
colabora com a construção do número, facilita a passagem da conta para o cálculo e facilita o estabelecimento
de relações.
b. Situações em que os números são utilizados como memória da posição: são todas as situações que exigem a
determinação de uma posição em uma série ordenada numericamente: calendários e agendas para anotar
aniversários e festas especiais; o lugar na fila, no armário ou na lista de chamada; álbuns de figurinhas tendo o
controle das que já conseguiu e das que ainda falta pegar nas tabelas de números; etc.
c. Situações nas quais os números são utilizados como recursos para prever resultados: todas as atividades que
afetem a cardinalidade de um conjunto, como acrescentar, reunir, tirar, separar e distribuir (são situações que
permitem a aprendizagem dos números como recurso para prever resultados). Exemplo: situações que
impliquem partilha, de figurinhas e outros.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO
Para aprender, as crianças precisam usar os números, refletir sobre eles e, a partir
daí, construir a regularidade e a organização do sistema de numeração. O que
significa usar os números? É poder nomeá-los, escrevê-los e interpretá-los à sua
maneira; compará-los; utilizá-los para resolver e/ou representar o procedimento
escolhido na resolução de um problema, para comunicar e confrontar esses
procedimentos, etc. Tudo isso, porém, seria possível se somente se trabalha com
números de 1 a 9? Já se disse que restringir assim o campo numérico impede as
crianças de porem em prática aquilo que sabem e, ao mesmo tempo, significa
desconhecer que não se pode, por exemplo, aprender o 5 isoladamente, sem poder
relacioná-lo com o 4 e com o 6, encontrando em que se parece e em que se
diferencia do 15, do 35 e do 50.
A CONTA EM UM PROBLEMA DE DISTRIBUIÇÃO: UMA ORIGEM POSSÍVEL NO
ENSINO DOS NÚMEROS NATURAIS
Considerações:
a. Facilita coelaborações no processo de buscar juntos soluções, mediante a coordenação dos procedimentos para
alcançar um objetivo determinado.
b. Brousseau (1994): propõe associar os conhecimentos matemáticos a distintos tipos de situações suscetíveis de
fazer funcionar diferentes dinâmicas sociais.
c.Os intercâmbios incentivam o progresso da aprendizagem.
d.S.ituações adidáticas: são concebidas para fazer evoluir os conhecimentos dos alunos. Para que os alunos
possam evoluir em seus conhecimentos, é necessário, então, que atuem para resolver problemas (situações de
ação), isto é, que as situações propostas provoquem a elaboração e a colocação em funcionamento de
conhecimentos implícitos; que possam explicitá-los, que os expressem em uma linguagem compreendida por
todos e que validem sua utilização por meio de provas.
e. Para que os efeitos das interações sejam benéficos, as participações dos alunos devem ter certas
características: que comprometam suas próprias convicções, que explicitem seus pontos de vista sobre o
problema considerado, que ofereçam explicações dos procedimentos realizados, que utilizem uma linguagem
compreensível, que apresentem argumentações de ordem matemática e não simplesmente opiniões.
QUESTÃO 01
O livro As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na
educação da primeira infância enfoca o sistema municipal de educação
dessa cidade, reconhecido como um dos melhores do mundo. Sobre a
abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância, não se
pode afirmar que a(o)
(A) desenvolvimento intelectual das crianças é incentivado por meio do
foco sistemático sobre a representação simbólica.
(B)organização das salas de aula é feita para dar apoio à aprendizagem por
meio de uma perspectiva fortemente cooperativa de solução de
problemas.
(C)pedagogista trabalha com os professores na identificação de novos
temas e de experiências com o intuito do desenvolvimento profissional
contínuo e do treinamento em serviço.
(D)professor trabalha individualmente em cada sala de aula e participa
das reuniões semanais com os membros da equipe da escola.
QUESTÃO 01
O livro As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na
educação da primeira infância enfoca o sistema municipal de educação
dessa cidade, reconhecido como um dos melhores do mundo. Sobre a
abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância, não se
pode afirmar que a(o)
(A) desenvolvimento intelectual das crianças é incentivado por meio do
foco sistemático sobre a representação simbólica.
(B)organização das salas de aula é feita para dar apoio à aprendizagem por
meio de uma perspectiva fortemente cooperativa de solução de
problemas.
(C)pedagogista trabalha com os professores na identificação de novos
temas e de experiências com o intuito do desenvolvimento profissional
contínuo e do treinamento em serviço.
(D)professor trabalha individualmente em cada sala de aula e participa
das reuniões semanais com os membros da equipe da escola.
QUESTÃO 02
“Algumas crianças da primeira série do 1° Grau acreditam
honestamente que 5 + 5 = 10, mas outras apenas recitam estes
números porque alguém lhes disse para fazer assim. A
como finalidade da educação requer que as
crianças não sejam levadas a dizer coisas nas quais não
acreditem com sinceridade”. A partir do livro de Constance
Kamii, assinale a alternativa que preenche corretamente a
lacuna do texto.
(A) crença
(B) autonomia
(C) honestidade
(D) hetoronomia
QUESTÃO 02
“Algumas crianças da primeira série do 1° Grau acreditam
honestamente que 5 + 5 = 10, mas outras apenas recitam estes
números porque alguém lhes disse para fazer assim. A
como finalidade da educação requer que as
crianças não sejam levadas a dizer coisas nas quais não
acreditem com sinceridade”. A partir do livro de Constance
Kamii, assinale a alternativa que preenche corretamente a
lacuna do texto.
(A) crença
(B) autonomia
(C) honestidade
(D) hetoronomia
QUESTÃO 03
A partir da leitura do livro Ensinar matemática na educação infantil
e nas séries iniciais: análise e propostas (PANIZZA, 2006), no que se
refere às interpretações numéricas das crianças observadas na
pesquisa, assinale a alternativa correta.
(A)As crianças aprendem os números um a um, e respeitando a
ordem na série numérica, utilizando o conhecimento dos números
escritos.
(B)As crianças utilizam seus conhecimentos sobre numeração falada
para se apoiar em suas interpretações das escritas numéricas.
(C) Os erros que as crianças cometem ao ler ou escrever os números
são atribuídos principalmente a uma ausência de conhecimentos.
(D)O conhecimento do nome dos dígitos não contribui para que a
criança leia um número de dois algarismos.
QUESTÃO 03
A partir da leitura do livro Ensinar matemática na educação infantil
e nas séries iniciais: análise e propostas (PANIZZA, 2006), no que se
refere às interpretações numéricas das crianças observadas na
pesquisa, assinale a alternativa correta.
(A)As crianças aprendem os números um a um, e respeitando a
ordem na série numérica, utilizando o conhecimento dos números
escritos.
(B)As crianças utilizam seus conhecimentos sobre numeração falada
para se apoiar em suas interpretações das escritas numéricas.
(C) Os erros que as crianças cometem ao ler ou escrever os números
são atribuídos principalmente a uma ausência de conhecimentos.
(D)O conhecimento do nome dos dígitos não contribui para que a
criança leia um número de dois algarismos.
GABARITO
1. – D
2. – B
3. – B
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