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Teoria geral do estado

(fichas de leitura)
Aluna: Ana Maria Nogueira de Freitas
Turma: 1º Semestre Noturno
Disciplina: Teoria Geral do Estado;
Professor: Cloves dos Santos Araújo;

A invenção da política (Francis Wolf)


O texto “a invenção da política”, de Francis Wolf reflete, primordialmente, sobre
o caráter indissociável entre política e o próprio hommo sapiens como o conhecemos,
tendo em vista essa conjuntura, a atitude política torna-se atávica ao ser ao longo das
gerações, independente se esse ser humano habita uma comunidade dita evoluída ou
“primitiva” sob o olhar eurocêntrico.
Diante dessa ideia de universalidade da politica Wolf reflete sore a
impossibilidade da existência de um ser humano ou comunidade original criadora dessa,
com base nesse conceito o autor utiliza os exemplos da Grécia antiga, a qual é
frequentemente atribuída o crédito pelo nascimento da política, e das comunidades
indígenas brasileiras, usualmente atribuídas à ideia de primitivismo e estado de natureza,
assim, são negligenciados séculos de desenvolvimento de uma sociedade politica com
seus chefes, hierarquias e suas leis, dessa forma conclui-se, ao suspender os juízos
etnocêntricos (olhar sob o qual somos ensinados a enxergar o mundo) onde há um
grupamento humano faz-se política.
Ao compreender que qualquer sociedade realiza atos políticos surge uma nova
demanda, o que é politica afinal? E o que diferencia o politico das diferentes sociedades?
Para tanto, inicialmente o autor reflete sobre como seria o ser humano sem a política,
segundo Wolf esses homens poderiam viver de maneira animalesca seja estando
apartados ao redor do globo livres de qualquer laço politico ou de comunidade, seja
vivendo em uma sociedade anárquica e utópica na qual existem dentro de um corpo social
vivendo de maneira harmoniosa, satisfazendo suas necessidade sem a urgência da
instituição de instâncias de poder de tal forma que esses homens, homens não seriam.
Assim, Wolf entende que para a existência de uma comunidade verdadeiramente
humana são inevitáveis métodos de coerção (algo não natural), que constituem a própria
natureza da humanidade, e a partir desses métodos de coerção surge o exercício e as
instituições do poder, palavra intrinsecamente relacionada à política, hommo sapiens são
seres querem viver em uma comunidade mas só a conseguem fazer sob coerção, portanto
a necessidade de um contrato social, enfim, de maneira absolutamente resumida, para
Francis Wolf a política existe no exercício de poder e praticas coercitivas que
inevitavelmente criam sociedades hierarquizadas.
Entretanto, a pratica política, ou o exercício do poder, se faz de maneira diferente
em diferentes sociedades, então Wolf define dois tipos de sociedade; as sociedades-
relógio, maquinas “frias”, arbitrárias e repetitivas que tendem a manterem-se em
determinado equilíbrio, atreladas à reprodução do passado e onde seus chefes só
exercessem real comando e poder em vista de uma guerra até que novamente
estabelecesse tal equilíbrio, e as sociedades maquina-a-vapor, como a polis ateniense,
maquinas “quentes”, dentro das quais, diferentemente da sociedade anterior, ao invés do
poder ser assumido na comunidade para estabelecer um equilíbrio padronizado, o poder é
assumido para que todos possam participar dele e produzir o futuro e o conceito de
progresso como uma comunidade positiva valendo-se da desordem social para tanto.
Afinal, o autor chega a conclusão qualquer outra comunidade poderia ter inventado o
político, mas a democracia ateniense cria o exercício da política em si.
Sobre as origens e o desenvolvimento do estado moderno no ocidente (Modesto
Florenzano):
No artigo “sobre as origens e o desenvolvimento do estado moderno no ocidente”
do autor Modesto Florenzano, ele reflete sobre as minúcias da formação do estado
moderno europeu tendo em vista o ocidente como único ponto possível do
desenvolvimento do capitalismo racional, de um estado ordenado em todas as estancias
por valores racionais, seja na sua administração ou constituição por exemplo.
Inicialmente, em vias de compreender o desenvolvimento de estados modernos,
Florenzano recorre a análise de visões contrastantes sobre a temática, ora observamos a
crítica ao poder monárquico absolutista de caráter classista que resguarda fortes
semelhanças do feudalismo, típico do pensamento marxista, ora observamos a visão
idealista de legitimação do estado moderno advinda da criação de uma teoria de estado
típica do pensamento weberiano.
Ademais, há a apresentação da análise alemã, a quem se atribui o
desenvolvimento do imaginário atual do conceito de estado, os pensadores germânicos
foram responsáveis pela identificação, além do estado moderno, do estado corporativo,
onde os reis governam em um equilíbrio entre apoio e resistência dos órgãos
representativos de uma nação, até o desenvolvimento da monarquia absolutista estilo Luís
XIV, filha de fatores como guerra e religião.
Posteriormente, Modesto Florenzano, se prende a identificação da Itália como
berço do estado moderno, a despeito de sua unificação tardia devido aos fato de possuir
reinos igualmente fortes onde um não se sobrepunha aos outro, e compara os estados
Italianos Veneza e Florença aos grandes estados absolutistas de Inglaterra e França
respectivamente, (além da análise da formação desses dois estados nacionais), com
relação ao primeiro estado, a relação veneziana com a Inglaterra está atrelada a sua
mecanização da virtú, enquanto os florentinos guardam o experimentalismo político
como semelhanças com a potência francesa. Por fim, nota-se a complexidade do
desenvolvimento do estado moderno
BIBLIOGRAFIA
WOLF, Francis. A invenção da política. In: NOVAES, Adauto. A crise do Estado-
nação. Ed. civilização brasileira, p. 24-54, 2003.
FLORENZANO, Modesto. Sobre as origens e o desenvolvimento do estado moderno
no ocidente. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, São Paulo, n. 71, p. 11-39, 2007.

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