Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESQUIZOFRENIA E A ENFERMAGEM
CANOINHAS,
2021
2
1. INTRODUÇÃO
A Esquizofrenia tem sido definida por alguns autores como uma psicose crônica
que se assemelham e se sobrepõem. Apresenta origem multifatorial onde os fatores
genéticos e ambientais parecem estar associados a um aumento no risco de
desenvolver a doença. No ano de 1911, Eugen Bleuler. criou o termo "esquizofrenia"
(esquizo = divisão, phrenia = mente) substituindo o termo demência precoce na
literatura e conceituando o termo para indicar a presença de uma cisma entre
pensamento, emoção e comportamento nos pacientes afetados” (SILVA, 2006,
p.183)
É também denominada como transtorno esquizofrênico, que engloba um grupo
de doenças que apresentam distorções de pensamento variados, considerada uma
perturbação crónica, que começa tipicamente na adolescência ou no início da idade
adulta, caracterizando-se por distorções fundamentais do pensamento, da
percepção e por emoções impróprias (WORLD HEALTH REPORT, 2001).
Os sintomas da esquizofrenia são muito característicos da doença, podendo
trazer alguns prejuízos cognitivos para o indivíduo durante o curso da doença,
embora não se comprove a diminuição de inteligência. Ressalta-se ainda que as
alterações afetivas tem sido as mais imprevisíveis, assim como a presença de
alucinações e delírios.
Neste estudo pode-se verificar que a fisiopatologia da esquizofrenia ainda é
muito interpretativa, podendo elencar algumas teorias, tais como: genética, distúrbio
do neurodesenvolvimento, alterações estruturais e psicológicas, entre outras.
Os sinais e sintomas da doença se apresentam, na maioria das vezes, antes da
vida adulta ou em sua primeira fase, podendo ser positivo, negativo ou acontecer
juntos.
Esse projeto tem a pretensão de ampliar o olhar acerca da Esquizofrenia,
destacando suas características e principais tratamentos utilizados hoje, além de
relatar as observações realizadas no CAPS do Município de Três Barras -SC no
mês de dezembro, onde aconteceu o estágio supervisionado em Enfermagem e
realizou-se a entrevista com um paciente esquizofrênico, o qual permitiu conhecer
de modo mais profundo aspectos relevantes e reais de uma pessoa esquizofrênica.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Landeira et al (2007) apud Silva (2006) ver o ano do autor Landeira, o autor
mais novo é o que deve ser citado e não está nas referencias te ressaltam que
apesar das causas da Esquizofrenia serem ainda desconhecidas e acometer de 0,2
a 2% da população, sua etiologia é heterogênea, com estudos que defendem a
participação tanto genética, quanto do ambiente.
Na teoria genética a esquizofrenia é tratada como uma desordem hereditária
que ocorre devido à concordância da carga genética entre parentes de primeiro
grau, ou seja, quanto mais próximo o grau de parentesco, maior o risco de
desenvolver a doença. Nesse contexto, Silva (2006) destaca que essa teoria
considera a Esquizofrenia um distúrbio do neurodesenvolvimento, e que ocorre em
eventos de nascimento precoce, má nutrição do feto (redução no suprimento de
oxigênio, iodo, glicose e ferro) e em partos prematuros, causando prejuízo no
desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC) do bebê.
Existe ainda a teoria das alterações estruturais, a qual relaciona a
esquizofrenia com indivíduos que possuem cérebros mais leves e menores que
aqueles não acometidos por essa patologia.
Por fim, tem—se a teoria psicológica e que se refere ao conceito de emoção
expressa (EE) no ambiente familiar, e a influência de “eventos estressores
psicossociais” podendo apresentar pioras sintomatológicas diante de estresses
como perda de familiares, mudança de moradia, exames escolares, etc. Dentre os
sintomas, destacam-se as alucinações; delírio, agitação psicomotora; insônia;
transtorno de pensamento e logorreia; perturbações das emoções e do afeto e
agressividade. Esses sintomas quando associados geram características presentes
nos tipos de esquizofrenia, e que serão descritos abaixo para melhor compreensão.
que uma resposta é modelada e selecionada a partir das interações ocorridas entre
indivíduo e ambiente.
Borges (2009) explica que um comportamento é funcional quando este ocorre
porque existe uma razão de estar ali, podendo ser investigado a partir da análise dos
níveis de variação e seleção e das contingências envolvidas. Ou seja, as respostas
são selecionadas de acordo com as consequências que produzem.
Na abordagem analítico-comportamental, o comportamento é visto enquanto
uma relação, atribuindo as causas do comportamento a fatores internos, definido por
Baum (2007, p. 53) como "prática de invocar ficções mentais para explicar o
comportamento". Em relação a essa questão, Skinner (1990, p.1206) aponta que "o
cérebro é uma parte do corpo e o que ele faz, é parte do que o corpo faz, e portanto,
deve ser explicado".
A compreensão acerca do comportamento é um dos processos sobre os
quais o Sistema Nervoso atua. Assim, "[...] compreender como o sistema nervoso
modula nossas funções cognitivas, comportamentais, motivacionais e emocionais"
torna-se fundamental para a análise do comportamento. (COSENZA et al, 2008, p.
16).
Kandel (1998) explica que tudo o que é chamado de "mente", é o que ocorre
no cérebro e embora os indivíduos nasçam com uma carga genética a ser expressa,
só aparece a partir das interações com o ambiente, que seleciona o que será
desenvolvido a partir de processos de aprendizagem.
Ou seja, o que é realizado com frequência pelo organismo, o cérebro
interpreta como importante e realiza a conexão sináptica, já o que é pouco realizado,
tem sua conexão reduzida.
Dessa forma, pode-se perceber que o ambiente, as relações e o
comportamento modificam a expressão genética, sendo determinantes as formas de
interações do indivíduo com o seu meio para a formação das conexões neurais,
influenciando no seu comportamento.
Assim, tais princípios mostram que os conceitos dos transtornos
psicopatológicos se diferenciam para a abordagem, uma vez que os transtornos
psiquiátricos precisam ser analisados como os outros comportamentos, pois alguns
seguem as mesmas regras de ocorrência, manutenção e funcionamento, onde a
avaliação funcional se faz extremamente necessária, uma vez que é a partir da
interação que as conexões cerebrais se modificam.
10
Hoje a Ciência não mede esforços para encontrar antipsicóticos com menores
efeitos extrapiramidais, ou seja, que acabam comprometendo o sistema neuronal, e
13
3 MATERIAIS E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Anexo 1
Paciente: “Eu morei nos Estados Unidos, entrei em uma depressão por excesso
de trabalho. Trabalhava muito e em uma consulta o médico me informou que
além da depressão eu também sofria de Esquizofrenia .Até nesse momento eu
nunca havia tido nem um surto”.
Paciente: “Eu sempre fui uma pessoa que não procurava fazer amizades,
sempre gostei de ficar isolado dentro de minha casa”.
Paciente: “Não posso trabalhar pois tenho os surtos. Já fazem 2 anos que faço
tratamento e acompanhamento no CAPS. No último surto a enfermeira
responsável estava comigo. Vivo há mais de 10 anos sozinho, não tenho renda e
após o diagnóstico, depois de 10 anos sozinho meu irmão me veio me ajudar.
Construiu a casa aonde eu moro hoje”.
7.Uma pessoa com Esquizofrenia consegue levar uma vida normal na sua
opinião?
Paciente: “Sim eu levo um excelente tratamento, tenho uma vida normal, vou ao
banco, no mercado, cortar meu cabelo sozinho e posso dizer que sou
independente após começar meu tratamento”.
Nos informaram que no dia três de junho de 2018, o paciente teve seu último
surto, onde a Policia Militar foi acionada para o atendimento, pois o mesmo estava
descontrolado e não deixava ninguém chegar perto. Os policiais tiveram que contê-
lo para então encaminhá-lo para a ala psiquiátrica do Hospital de Referência
Fundação Hospitalar Três Barras e desde então ele faz o acompanhamento no
CAPS.
O paciente nos informou ainda que tem formação em Pedagogia e que já
trabalhou de padeiro, motoboy e em uma lanchonete na época em que morava nos
Estados Unidos, porém só foi diagnosticado com a doença quando retornou ao
Brasil.
18
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
KEEFE, R. S. E., & EESLEY, C. E. (2013). Déficits Cognitivos (M. R. Ite, Trad.). In
J. A. Lieberman, T. S.