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Frei Luís de Sousa

Obra dramática

Contexto – domínio filipino : 1580-1640

 Século XVII
 Ação da peça decorre no ano 1599
 4/8/1576- casamento de D.Madalena com D.João de Portugal
 4/8/1578 – Batalha de Alcácer Quibir
 1578-1585 – 7 anos de busca
 1585 – segundo casamento de D.Madalena com Manuel de Sousa Coutinho
 1585-1599 – 14 anos do segundo casamento ´
 1586 – nascimento de Maria
 4/8/1588 – libertação do Romeiro
 27/7/1599 – incêndio no Palácio de Manuel de Sousa Coutinho
 4/8/1599 – chegada de Romeiro
 Madrugada de 5/8/1599 – morte de Maria; tomada do hábito de Madalena e Manuel
de Sousa Coutinho

Numerologia:

 Madalena casou 7 anos depois de D.João desaparecer na batalha de Alcácer Quibir.


7 é o símbolo de uma totalidade: 7 foram os dias da criação do mundo, 7 são os
pecados mortais e as virtudes que lhes opõem, 7 são os dias da semana, 7 são as cores
do arco-íris.
 Há 14 anos que vive com Manuel de Sousa Coutinho
 A desgraça com o aparecimento do Romeiro acontece 21 anos depois da batalha
(7x3=21)
O número 3 é símbolo da perfeição, o número da criação e representa o circuito
perfeito e exprime o percurso de vida: nascimento, crescimento e morte
 Maria vive apenas 13 anos : o 13 é o número do azar

Sebastianismo: conotação negativa

Ato I

Tempo – final de tarde, 27 julho 1599

Espaço – numa “câmara antiga com todo o luxo e caprichosa elegância do século XVII”, no
palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. Este espaço elegante pretende
corresponder à felicidade e harmonia familiar que aí se vive.

 Palácio de Manuel de Sousa Coutinho – luxo e elegância da época; porcelanas, sedas,


charões, flores, etc; duas grandes janelas donde se avista o Tejo e Lisboa; retrato de
Manuel de Sousa Coutinho vestido com o hábito da ordem de S.João de Jerusalém ;
comunicação com o interior e exterior do palácio
Cena I- monólogo de D.Madalena

Ao ler o episódio de Inês de Castro dos Lusíadas, Madalena compara o seu estado de espirito
com Inês de Castro.

Cena II- Diálogo entre Telmo e Madalena

 Apresentação das personagens;


 Analepse, onde as personagens recuam 21 anos – batalha de Alcácer Quibir, 7 anos de
busca, 2º casamento de D.Madalena e nascimento de Maria.
 Madalena pede a Telmo para que não agoire Maria com as suas perstrições
(Sebastianismo – crença no regresso do desaparecido D.Sebastião e consequente
libertação do domínio filipino)
 Partilha de preocupação, devido à fragilidade de Maria
 Telmo acredita no regresso de D.João de Portugal e justifica a sua convicção com base
numa carta escrita por D.João de Portugal que dizia “vivo ou morto irei de voltar” –
como ainda não voltou esta vivo

Cena III – Diálogo entre Telmo, Maria e Madalena

 Esboça-se um pequeno conflito de Maria com o pai e com a mãe, pois ambos não
aceitam ouvir falar do regresso de D.Sebastião. Tal causa estranheza de Maria.

Cena IV – Maria não consegue entender nem compreender a perturbação e preocupação dos
pais com ela

 D. Madalena não pode revelar as causas das preocupações


 Maria mostra-se com portadora de uma fonte de imaginação, Madalena não responde
às questões de Maria

Cena V - Frei Jorge traz a noticia de que os governadores saíram de Lisboa e querem vir
hospedar-se na casa de Manuel de Sousa Coutinho

 Diferentes reações de Maria e Madalena


 Novos sinais da doença de Maria: ouve a voz do pai e percebe que vem “afrontado”

Cena VI – Miranda anuncia a chegada de Manuel de Sousa Coutinho (confirmação dos sinais de
doença de Maria)

 Madalena e Frei Jorge ficam preocupados e destacam a agudeza do ouvido de Maria.

Cena VII - os governadores chegam e querem hospedar-se na casa de Manuel de Sousa


Coutinho

 É preciso saírem imediatamente da casa

Cena VIII – Contaste da atitude de Manuel de Sousa Coutinho com a de Madalena


 Manuel de Sousa Coutinho mostra-se um herói clássico, racional, o homem presente,
patriota, consciência limpa, nada teme e para ele não há razões que justifiquem não
mudar para o palácio de D.João de Portugal
 Madalena age com o coração, é modelo heroína romântica, assustada, ligada ao
passado e cheia de pressentimentos e crente que vai morrer, infeliz, naquela casa.
 A mudança para o palácio de D.João de Portugal é o regresso ao passado

Cena IX e X – Telmo informa que os governadores desembarcaram

 Manuel de Sousa apressa ainda mais a mudança para o palácio de D.João de Portugal

Cena XI – Manuel refere o acontecido com seu pai e receia que lhe possa acontecer o mesmo
(prolepse – antecipação da desgraça que irá acontecer)

 Manuel mostra-se um homem de valores intensos.

Cena XII – incêndio do palácio

 Manuel de Sousa Coutinho incendia a sua casa, e mostra-se patriota, corajoso e


desapegado de bem materiais
 Na impossibilidade de salvar o palácio, Madalena pede desesperadamente que lhe
salvem o retrato do atual marido
 O incêndio e a destruição do retrato representam a antecipação da morte de Manuel
de Sousa Coutinho – desgraça final

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