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Projeto Arq Interiores Resid - Material Didático E-Book
Projeto Arq Interiores Resid - Material Didático E-Book
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o
assunto tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta,
uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Sumário
36
Referências bibliográficas .................................................................................................
37
Unidade 2 - Arquitetura de interiores: das escolhas à representação
Objetivos da unidade ....................................................................... .........
39
Sintetizando................................................................ .........
64
Referências bibliográficas
65
Unidade 3 - Arquitetura de interiores contemporânea
Objetivos da unidade ....................................................................... .........
67
Tendências contemporâneas 68
Arquitetura de interiores contemporânea: tendências .......... . .... .. . ... . . . ... .
..... . . . ... . . . .. 69
Objetos e decoração contemporânea para interiores residenciais.......................
75
Sintetizando .. 93
Referências bibliográficas
94
Unidade 4 - Detalhamento de projetos de interiores residenciais
Objetivos da unidade ...........................................................................................................
96
Detalhamentos de teto.
97
Sumário
Detalhes técnicos construtivos . .... ....... ..... ..... ..... ..... .... ...
1 20
Construção e demolição . .. . ...... 1 20
Plantas técnicas: do anteprojeto ao executivo .................................... ..... .... ... 1 22
Pontos hidráulicos e elétricos no projeto executivo 1
23
Sumário
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6811483897468144
21
pela separação entre estrutura e vedação que permitia a planta livre no interior dos
edifícios; e por muitos arquitetos que se aliaram à produção de objetos e
mobiliários utilizando novos materiais.
A partir dos anos 1950, começaram a surgir movimentos que contestavam o
movimento moderno, como o Art déco e o pós-moderno, que ao questionarem o
extremo funcionalismo, buscavam uma forma de morar mais ligada aos
movimentos artísticos e ao design, propondo mais "humor" ao ambiente interno.
Até o século XXI, algumas características da estética moderna prevaleceram,
como maior liberdade da planta da habitação. Entretanto, vários arranjos
propostos no pós-modernismo onde os objetos de design ganharam mais espaço
nos ambientes internos também continuaram sendo apropriados. Fato é que,
sobretudo após a primeira década do século XXI, há uma tendência de moradias
mais compactas, flexíveis e que comportam em seu interior programas que vão
desde o descanso até espaços de trabalho.
A revolução digital aconteceu junto com o aumento da velocidade de
informação e a efervescência dos espaços mínimos de moradia, principalmente
para o público jovem de grandes cidades. Elementos como portabilidade e
conectividade são as diretrizes fundamentais e as pessoas passam, cada vez menos
tempo em suas casas, cozinham menos e desejam mais facilidade e agilidade.
Figura 3. Cadeira do Egito antigo com pés zoomorfos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 27/05/2021.
Ainda durante o período histórico antigo, a Grécia emergiu como uma das
civilizações mais importantes e apresentava uma produção de mobiliário
bastante rica e diversificada, baseada em riquezas naturais e utilizando
materiais muito nobres com o marfim, metais preciosos, ferro, bronze e
madeira. Um dos principais exemplos é a cadeira Klismos, que possuía
encosto e pernas curvas, feitas em ouro e com pés zoomorfos.
Os romanos apresentavam uma clara inspiração na cultura grega no que
se refere à produção de mobiliário e, embora para a população mais pobre a
mobília fosse item raro, as casas dos povos mais ricos possuíam grande
diversidade de objetos e sofás ocupando, as áreas de jantar. Era comum que
PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES RESIDENCIAIS
as pessoas comessem, naquele período, reclinadas nos grandes sofás e não
completamente sentadas como você conhece hoje.
O Império Romano entrou em decadência por volta do século III e iniciou-
se o período chamado de Idade Média, prevalecendo até o século XV, como
o estilo dominante de produção artística e arquitetônica (ZABALBEASCOA,
2013). As residências eram constituídas de pouco mobiliário e a arca era o
principal deles realizando, em muitos casos, mais de uma função: cama,
assento, mesa e espaço para guardar objetos.
O aparador também foi uma contribuição desse período, consistindo em
uma "arca com portas" onde ficavam expostos os objetos em prata ou
porcelana e serviram de inspiração para os buffets franceses desenvolvidos
posteriormente. Na Figura 4, você poderá conhecer um exemplo clássico das
arcas de madeira utilizadas como mobiliário principal no período medieval.
Figura 5. Interior de um apartamento de Napoleão III, ao estilo Barroco. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 27/05/2021.
ASSISTA
Conheça um pouco mais sobre a obra de Vitrúvio e
como o arquiteto explorava as dimensões do corpo
humano como parâmetros de medida aplicados à
construção assistindo ao vídeo O Homem de Vitrúvio, de Leonardo da
Vinci — James Earle. Nele, explica-se a relação entre corpo humano,
natureza, medidas e matemática.
A Ergonomia viria vários séculos depois, nos anos 1940, como uma ciência
complementar à antropometria e que se dedica ao estudo das formas de
adaptação do trabalho ao homem, projetando objetos, espaços e mobiliários
que
DICA
Você pode realizar consultas sobre dimensionamento mínimo de espaços
internos no livro Dimensionamento em Arquitetura (2003), de Emile
Pronk.
Figura 10. Sala de estar e jantar com luz natural durante o dia. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 27/05/2021 .
Sol à tarde
\Solpelamanhã
Layout preliminar
O dimensionamento dos cômodos é uma etapa importante na concepção
da arquitetura de interiores, mas sozinho não garante o bom aproveitamento
dos ambientes, sendo que a distribuição do mobiliário de acordo com as
atividades que serão exercidas neles é um ponto fundamental para criar o
diálogo ideal entre o usuário e o espaço.
O mobiliário é um dos atores principais na arquitetura de interiores e o
modo como ele é distribuído no ambiente impacta diretamente na sua
utilização, bem como na percepção dos espaços. Ele pode ser constituído
tanto de objetos com função escultórica quanto por agrupamentos funcionais
que organizam o espaço (CHING; BINGGELI, 2013).
Figura 12. Planta de interiores residencial completa com layout. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 27105/2021 .
No caso da Figura 12, a sala de jantar pode servir tanto como ponto de
integração entre sala e cozinha quanto pode ajudar em sua separação.
Também é importante compreender que, ao propor o layout de um espaço,
você poderá considerar a existência de mobiliário fixo e de outro tipo, móvel
e mais flexível.
CURIOSIDADE
Há, principalmente nos grandes centros urbanos, uma tendência
crescente de ter, nos apartamentos, o espaço voltado para o home
Office, mesmo em apartamentos de dimensões reduzidas. Nesses
casos, a instalação de bancadas, armários e outros tipos de mobiliário
fixo pode ajudar na criação deste ambiente sem comprometer a área disponível na
residência.
Sintetizando
RGB CMYK
000
Figura 3. Sistema RGB e CMYK. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/06/2021.
A teoria de Young-Helmholtz
assinala que o olho humano percebe
cores através de três grupos de
células pertencentes ao sistema
nervoso, estimuladas pelos
comprimentos de onda de três cores:
vermelho, verde e azul. De acordo
com suas diferentes intensidades,
tem-se como resultado as demais
cores que se compõem a partir dessas
três primeiras. Em um processo
parecido ocorre a mistura do
vermelho, verde e azul para formar a
luz branca, cujo nome é síntese aditiva.
Combinações harmônicas
Duas
TrêsQuatro cores
corescores
Figura 4. Círculo cromático. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/06/2021.
Cores Características
Cores frias
Figura 5. Cores quentes e frias no círculo cromático. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/06/2021.
Figura 6. Sala com pintura escura. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/06/2021 .
CURIOSIDADE
Além dos beirais e brises, os cobogós ou elementos vazados podem
servir para filtrar a luz que entra nos ambientes internos. Neste caso,
é bem comum que eles projetem diferentes imagens no piso interno
de acordo com a orientação e posição do Sol.
Figura 7. Temperatura de cor das lâmpadas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1 7/06/2021 .
Noções de
Você já parou para pensar no quanto os sons que o indivíduo recebe no
ambiente impactam na percepção deles em relação a esse espaço? Imagine
que, quando colocado em um espaço muito sujeito a ruídos, o seu cliente
pode ficar irritado e se sentir totalmente desconfortável, o que se amplia caso
o espaço de desconforto seja sua própria casa.
Desse modo, é fundamental que você, como profissional de arquitetura
de interiores, admita que o tempo todo os espaços residenciais estão sujeitos
a sons que vem do exterior e que podem prejudicar a sensação de conforto
do usuário. Por isso, você poderá tomar algumas decisões de projeto que
sejam capazes de melhorar as condições daquele ambiente em relação às
propriedades acústicas.
EXPLICANDO
As normas técnicas se referem a um conjunto de regras que são elaboradas
para regulamentar a qualidade, classificar ou regular a produção de materiais
ou serviços em vários segmentos. No Brasil, o órgão responsável pela
produção das normas técnicas é a ABNT —Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
Figura 9. Planta corn indicações de corte. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1 7/06/2021 .
DICA
Na NBR 6492, que trata sobre a representação de projetos de
arquitetura, você encontrará todos os itens que devem constar nos
cortes e a simbologia que precisa ser expressa nas peças gráficas, tanto
a "chamada" de um corte em planta quanto a identificação de cotas e
dimensões verticais nos cortes propriamente ditos. Essas trarão
Há, ainda, alguns outros tipos de elevação que podem ser adotados:
Elevação em corte: usada para representar alturas de peitoris, portas,
janelas e móveis, por exemplo. Nesse caso, são inclusos detalhes de
espessura de pisos, lajes e paredes e as cotas verticais.
Elevação em vista: fachada, por exemplo, mostrando elementos que
compõem o ambiente, mas não apresentam cotas.
As elevações podem apresentar ainda, a paginação dos revestimentos
para orientar os profissionais envolvidos na aplicação desses materiais para
que o processo seja feito de forma exata. Assim, aponte na elevação por onde
o revestimento deve começar a ser instalado e o sentido de instalação, bem
como a execução de qualquer desenho que exista nele.
Figura IO. Perspectiva interna em preto e branco. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/06/2021.
ção à mão livre não significa que o projeto será mal assinalado. Como mostra
a Figura 11, é possível realizar perspectivas bastante detalhadas, com cores e
representação de materiais e texturas, nas quais o cliente consegue
compreender perfeitamente a dinâmica do ambiente.
Tendências contemporâneas
Ao longo dos anos, as tendências predominantes na arquitetura e
urbanismo sofrem modificações que dependem, em grande parte, das
condições culturais, sociais e econômicas da população. Durante metade
do século XX, por exemplo, há a predominância do estilo Moderno,
marcado pela dominância da função sobre a forma e pelo uso de
materiais e sistemas inovadores, desenvolvidos e aprimorados após a
Revolução Industrial, no século XVIII.
Após esse período, uma série de características é incorporada aos
projetos arquitetônicos em suas diversas tipologias, inclusive
residenciais, com um crescimento do uso de materiais e sistemas
inovadores na construção das edificações, transformando os espaços
PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES RESIDENCIAIS
internos, agora mais livres de paredes e vedações e com grandes
aberturas para insolação e ventilação. Essas características da
arquitetura moderna são chamadas de "planta livre" e "fachada livre".
Além disso, os objetos e mobiliários das áreas internas adquirem
novas formas e passam a ser concebidos com materiais inovadores,
como cadeiras e poltronas com estrutura em aço tubular. Todas elas
seguem a ideia predominante de que a forma deve seguir a função
dentro de um projeto, e que a característica primária de qualquer peça
arquitetônica é a funcionalidade.
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial nos anos 1940, a produção
moderna entra em decadência, dando lugar a uma arquitetura e
produção artística que priorizam, sobretudo, as características
relacionadas ao próprio objeto e aos materiais que o compõem. Assim,
os mobiliários e espaços produzidos adquirem uma nota artística que,
em vários momentos, consideram a forma por si só a característica
fundamental.
Essa ideia perpetua-se por algumas décadas na produção de
arquitetura, sendo chamada de pós-moderna ao ser incorporada pelas
edificações residenciais e seus interiores. Por volta das décadas de 1980
e 1990, surgem as tendências chamadas de contemporâneas,
englobando as demandas mais atuais no que concerne à produção de
arquitetura. A seguir, são apresentadas as principais demandas que
emergem a partir de então, e que se perpetuam para a produção de
espaços residenciais internos.
Arquitetura de interiores contemporânea: tendências
Uma tendência é uma inclinação, aquilo que faz algo se mover em uma
determinada direção e que, em alguns casos, também é chamado de moda. Em se
tratando de arquitetura de interiores, as tendências contemporâneas são as
principais diretrizes utilizadas no projeto, aquilo que é mais comum e utilitário aos
indivíduos no atual momento e, neste sentido, mais requisitado pelos profissionais.
Logo, uma tendência se refere tanto à disposição dos espaços e às demandas por
ambientes no programa residencial quanto às materialidades empregadas nos
objetos ou no revestimento direto das superfícies do cômodo.
Figura 3. Sala de estar e home Office com cortina. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 28/07/2021 .
EXPLICANDO
O steel frame é um sistema construtivo com montantes de aço que se
juntam, formando elementos estruturais como paredes. Em geral, são
revestidos por placas cimentícias, de madeira ou gesso, recebendo
material para tratamento acústico elou térmico, e cuja execução se dá
em menos tempo que outros sistemas construtivos convencionais.
Vidro
Comum em acabamento translúcido, opaco ou transparente,
colorido ou serigrafado em diversos mobiliários, não possui função
estrutural.
Fonte: GURGEL- 2014. (Adaptado).
DICA
Para a especificação correta de louças e metais, é necessário verificar
as normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) referentes às instalações hidrossanitárias:
NBR5626:1998— Instalação predial de água fria;
NBR7198:1993— Projeto e execução de instalações prediais de água
quente;
NBR8160:1999— Sistemas prediais de esgoto sanitário;
NBR 9050:2015—Acessibilidade a edificações, mobiliário espaços e
equipamentos urbanos;
NBR 15097:2017—Aparelho sanitário de material cerâmico.
Layout de
O layout de um espaço é um desenho que apresenta a disposição de
móveis e equipamentos que o compõem, sendo um complemento à planta
baixa de arquitetura. No desenho, estão presentes os componentes do
ambiente considerando tudo aquilo que é fixo, como as peças sanitárias,
armários e bancadas, além dos móveis, objetos e acessórios. Neste tipo de
peça gráfica, é comum representar cotas, em especial quando há elementos
fixos no ambiente. A Figura 9 traz o layout de um projeto de interior
residencial, no qual é possível identificar como cada espaço projetado pode
ser ocupado.
Figura 9. Layout do interior de uma residência. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 28/07/2021.
Espaços de estar são aqueles nos quais é possível realizar interações entre os
habitantes da residência e com outros indivíduos e, na maioria dos casos, o corpo
humano ocupa posições sentadas nesses locais. Quando há uma mesa de centro, é
ideal que os usuários, acomodados nos sofás elou poltronas, possam alcançar
objetos nela e ver televisão numa posição confortável. Para áreas de jantar, o mais
importante é verificar quantas pessoas se acomodam naquele espaço e, a partir
daí, estabelecer as dimensões e formato da mesa que ocupa a área principal. Não
se pode esquecer, entretanto, que há necessidade de manter espaços de circulação
entre as cadeiras que a ocupam e a parede, a fim de que haja conforto no local.
Em quartos, as atividades principais são repousar, dormir, se vestir ou circular,
embora se acrescentem ocupações como assistir televisão e estudar, por exemplo.
Neste sentido, é necessário um espaço para a circulação de pessoas, abertura de
portas de armários e afastamento de cadeiras. Enquanto isso, áreas como cozinhas
são mais dinâmicas, pois as pessoas se encontram em movimento na maior parte
do tempo, o que implica uma série de espaços de armazenamento e execução.
Neste sentido, algumas direções mínimas devem ser respeitadas, como as alturas -
que são cerca de 0,90 metros - e larguras de bancadas e armários, dimensões de
mesas, pias e circulação, o que permite que as atividades pertencentes ao local
sejam realizadas de forma confortável.
No que se refere aos banheiros, é necessário observar um dimensionamento
mínimo para que o espaço seja ocupado pelos usuários de maneira confortável.
PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES RESIDENCIAIS
Assim, também existem dimensões mínimas, como os 0,80 metros de largura para
o box de chuveiro e altura de cerca de 0,90 metros para a cuba ou lavatório em
relação ao piso. Além disso, deve ser observado e respeitado o espaço de
circulação.
Especialidades no projeto de interiores residenciais
O projeto de interiores residenciais é feito por
arquitetos, designers de interiores ou por ambos em
conjunto, o que implica desenvolver os espaços de
forma que o cliente tenha necessidades específicas
atendidas, não importando as dimensões oferecidas
e as limitações existentes. Entretanto, mesmo se
restringindo ao campo do projeto de ambientes
internos residenciais, esses profissionais podem ser especializados em
determinadas áreas, porque não existe um único tipo residencial ou mesmo
um cliente com as mesmas exatas demandas.
É cada vez mais comum que as demandas sejam variadas pois, em alguns
casos, o projeto é para um solteiro que mora em um estúdio no centro de
uma capital e que frequenta pouco sua residência. Em outras situações, o
projeto é desenvolvido para um jovem casal que mora num pequeno
apartamento e cujo hobby é receber amigos aos finais de semana para
confraternização, o que exige mais espaço na área comum. Além disso, é
possível que o cliente seja uma grande família com filhos, residente num
apartamento amplo, com três ou quatro quartos, e que necessite de espaço
de recreação.
As demandas específicas dos ambientes também proporcionam uma
gama de atuação grande para os profissionais que atuam na área. Algumas
das principais especialidades referentes à atuação dos profissionais em
interiores residenciais são a consultoria de design, o desenho de móveis, a
decoração, o paisagismo, o gerenciamento de obras e o projeto completo.
Numa consultoria de design de interiores, que pode se tratar de uma
especialização de um determinado escritório, o profissional atua por meio de
pequenas mudanças, que não incluem grandes obras ou questões estruturais
em um ou mais ambientes específicos.
Em geral, esse tipo de atuação trabalha com pinturas, uma nova
disposição de móveis antigos, que podem ou não ser reformados, e a
PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES RESIDENCIAIS
aquisição de alguns móveis novos, que ajudam a caracterizar o espaço de
acordo com o demandado pelo cliente. Neste caso, pode ser especificada a
colocação de móveis planejados, dado que esse tipo de serviço é oferecido
por lojas de móveis sob medida.
Uma outra especialidade dos profissionais é a atuação no desenho de
móveis para projetos específicos ou para venda em geral, visto que o
profissional que atua em projetos residenciais internos acompanha de perto
as demandas de ergonomia e as tendências relacionadas a formas e
materiais. Assim, ele pode criar móveis que se adequem a um certo espaço
e/ou desenhar algum tipo de objeto passível de inclusão em diversos tipos de
projetos de interiores de residências.
Além disso, é comum que os profissionais em projetos de interiores
residenciais trabalhem com a distribuição de móveis e objetos nos
ambientes, além da modificação de materiais, pinturas e pequenas obras.
Neste processo, eles também indicam como é realizado o paisagismo dos
espaços, o local em que as plantas são colocadas e quais as espécies usadas,
considerando que espaços internos têm uma especificação de plantas
resistentes à pouca incidência solar.
O profissional pode atuar no gerenciamento da obra, tendo ou não
desenvolvido o projeto de interiores. Nestes casos, ele acompanha a compra
de móveis, objetos e acessórios para os locais, além de contratar a mão-de-
obra responsável pela execução de serviços como pinturas, demolições,
construções e instalações, garantindo que tudo seja executado conforme
definido pelo projeto. Os profissionais envolvidos nestas etapas apresentam
também memoriais e orçamentos para os clientes, com a definição de todos
os materiais usados e suas quantidades, bem como os preços
de aquisição. É importante verificar que, em todos os casos
apresentados, o profissional deve mostrar flexibilidade em
atender ao que o cliente necessita dentro de suas limitações
orçamentárias e de tempo.
DICA
O MDF é um dos materiais mais comuns em mobiliários internos. É
recomendável que, quando aplicado em áreas molhadas, seja feito
sobre um sóculo ou apoio, entre 0,10 e 0, 15 metros de altura, de
modo a não ser exposto à umidade.
Além dos dois citados, o Oriented Strand Board (OSB) é outro tipo de madeira
usada em mobiliários. Produzido a partir de lascas de madeira coladas em direções
variadas, aumentando a rigidez das placas, cuja aparência específica costuma ser
mantida nos projetos, recebendo acabamento em verniz. As placas de OSB podem
ser usadas em diversos tipos de mobiliário internos, incluindo cabeceiras de camas,
armários e mesas. As placas de madeira aglomerada, por sua vez, recebem reves-
projeto executivo;
Figura 1. Sala de jantar com forro rebaixado simples. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 02/08/2021 .
Figura 3. Sala de estar com sanca aberta. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 02/08/2021.
2,96
48 1 00 1 00 48
PD = 2,45 m
DICA
A informação dada por meio de símbolos e letras é comum nas várias folhas
de paginação de um projeto de arquitetura, como as de teto, piso ou parede.
Normalmente, as letras representam uma abreviação dos termos aos quais
se referem: por exemplo, PC = piso cerâmico, e assim sucessivamente.
DICA
Nas peças instaladas em escama de peixe, o tipo mais comum de
piso também são os de madeira ripada. Porém, nem por isso é
necessário descartar outros tipos de piso neste caso, pois as peças
cerâmicas, azulejos e outros podem ser peças mais longilíneas ou
mesmo serem cortadas neste formato.
Armário
Inferior
Sóculo
Construção e demolição
São comuns casos de reformas ou de moradores adquirirem uma casa/
apartamento novo, mas que apresenta algumas paredes que são indesejadas
dentro do contexto de projeto proposto. Nesse sentido, é comum que sejam
feitas demolições.
Figura 14. Planta de projeto elétrico residencial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 02/08/2021 . (Adaptado).
Neste caso, o projetista é responsável por enviar o projeto elétrico para o
arquiteto que realizará a compatibilização, ou seja, a verificação da
adequação deste projeto aos demais elementos e sistemas que compõem o
espaço, bem como das questões estéticas. Por exemplo, talvez seja
necessário colocar duas e não apenas uma luminária em um ambiente para
que o nível de lúmens seja atingido e que sejam instalados interruptores