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Alberto Caeiro:
Alberto Caeiro da Silva foi um heterónimo criado por Fernando Pessoa, sendo considerado o
Mestre Ingénuo dos heterónimos Álvaro de Campos e Ricardo Reis e também de seu próprio autor,
Fernando Pessoa, apesar de apenas ter feito apenas a instrução primária.
Foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico,
afirmando que pensar obstrui a visão. Afirma que, ao pensar, entramos num mundo complexo e
problemático onde tudo é incerto e obscuro. À superfície é fácil reconhecê-lo pela sua objetividade
visual, que faz lembrar Cesário Verde, citado muitas vezes nos poemas de Caeiro, pelo verso livre e
pela linguagem simples e familiar. É um poeta de completa simplicidade, e considera que a
sensação é a única realidade. Suas principais obras são O Guardador de Rebanhos, O Pastor
Amoroso e Poemas Inconjuntos.
Biografia:
Nasceu em 16 de abril de 1889, em Lisboa, Portugal. Órfão de pai e mãe, não exerceu qualquer
profissão e estudou apenas até a 4.ª classe. Viveu grande parte da sua vida pobre e frágil no
Ribatejo, na quinta da sua tia-avó idosa, e aí escreveu O Guardador de Rebanhos e depois O Pastor
Amoroso. Voltou no final da sua curta vida para Lisboa, onde escreveu Os Poemas Inconjuntos,
antes de morrer de tuberculose, em 1915, quando contava apenas vinte e seis anos.
A postura antimetafisica:
• recusa do pensamento
• rejeição do social (artificial)
• A atitude sensacionista:
• sobrevalorização das sensações
• importância atribuída à visão
• A defesa do obietivismo:
• observação objetiva do mundo
• negação de atitudes de análise e interpretação
A comunhão com a Natureza:
• Integração na Natureza
• Identificação com os elementos naturais
• Poesia deambulatória
• O paganismo e o panteísmo naturalista:
• Existência material como única verdade das coisas
• Presença da divindade no mundo
• Relação intrínseca com a Natureza
Considera que :
• "pensar é estar doente dos olhos"- ver é conhecer e compreender o mundo, por isso pensa, vendo e
ouvindo.
• "pensar é não compreender", o que significa que recusa o pensamento metafísico. [Ao anular o
pensamento metafísico e ao voltar-se apenas para a visão total perante o mundo, elimina a dor de
pensar que afecta Pessoa.
• Insiste na "aprendizagem de desaprender", isto é na necessidade de aprender a não pensar, para se
libertar de todos os modelos ideológicos, culturais e outros e poder ver a realidade concreta.
• E o poeta da Natureza, que está de acordo com ela e a vê na sua constante renovação.
• E, porque só existe a realidade, o tempo é ausência de tempo, sem passado, nem presente, nem
futuro, pois todos os instantes são a unidade do tempo.
• Dá especial importância ao acto de ver, mas é sobretudo inteligência que discorre sobre as
sensações, num discurso em verso livre, em estilo coloquial e espontâneo. Passeando e observando
o mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e primitiva da
• Natureza.
• É um Sensacionista, a quem só interessa o que capta pelas sensações: vive aderindo
espontaneamente às coisas tal como são, e procura gozá-las com despreocupada e alegre
sensualidade.
Ou seja:
para ele, o sentido das coisas reduz-se à percepção da cor, da forma e da existência:
• "As coisas não têm significado: têm existência";
• "cada coisa é o que é";
• "o único sentido oculto das coisas / É elas não terem sentido oculto nenhum.
a intelectualidade do seu olhar liberta-se dos preconceitos e volta-se para a contemplação dos
objectos originais.
Caeiro vê o mundo sem necessidade de explicações, sem princípio nem fim, e confessa que existir é
um facto maravilhoso, por isso crê na "eterna novidade do mundo"
Entao Para Caeiro o mundo é sempre diferente, sempre múltiplo; por isso, aproveita cada momento
da vida e cada sensação provocada, apreciando a beleza das coisas na sua originalidade e na sua
simplicidade.
Em síntese:
• Importância dos sentidos, nomeadamente a visão;
• O incomodo de pensar associado à tristeza;
• Ele não quer pensar, mas não o consegue evitar;
• Escreve intuitivamente;
• Para ele a natureza é para usufruir, não é para pensar;
• Desejo de despersonificação (de fusão com a natureza);
• Poeta bucólico, do real e do objectivo;
• Valorização das sensações;
• Amor pela vida e pela natureza;
• Preocupação apenas com o presente;
• Critica ao subjetivismo sentimentalista;
Na Linguagem:
• Predomínio do Presente do Indicativo;
• Figuras de estilo muito simples;
• Vocabulário simples e reduzido; (pobreza lexical);
• Uso da coordenação para a ligação das orações;
• Frases incorrectas;
• Aproximação à linguagem falada, objectiva, familiar, simples;
• Repetições frequentes;
• Uso do paralelismo;
• Pouca adjectivação;
• Uso dos substantivos concretos;
• Ausência da rima;
• Irregularidade métrica;
• Discurso em verso livre;
• Estilo coloquial e espontâneo;
Ao nível das temáticas é comum aparecerem retratados, nos seus poemas, temas como:
• panteísmo sensual [Panteísmo: doutrina segundo a qual Deus não é um ser pessoal distinto do
mundo: Deus e o mundo seriam uma só substância];
• deambulismo;
• misticismo naturalista ("amor pelas coisas em si mesmas")
• recusa do pensamento ou do vício de pensar (" saber ver sem estar a pensar");
• combate à introspecção e à subjetividade;
• objectivismo absoluto ("aceitação calma e gostosa do mundo como ele é");
• integração e comunhão com a Natureza;
vivência do presente, gozando em cada impressão o seu conteúdo original (epicurismo);
• crença na eterna novidade das coisas e das ideias;
• a criança como símbolo supremo da vida;
• Sensacionismo: preferência pelas sensações visuais e auditivas;
Ricardo reis:
Ricardo Reis (19 de setembro de 1887) é um dos quatro heterônimos mais conhecidos de
Fernando Pessoa, tendo sido imaginado de relance pelo poeta em 1913 quando lhe veio à ideia
escrever uns poemas de índole pagã. Nasceu no Porto, estudou num colégio de jesuítas, formou-se
em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver no
Brasil. Era latinista por formação clássica e semi-helenista por autodidactismo. Na sua biografia não
consta a sua morte, no entanto José Saramago faz uma intervenção sobre o assunto em seu livro O
Ano da Morte de Ricardo Reis, situando a morte de Reis em 1936.
Biografia:
Nascido no Porto, no dia 19 de setembro de 1887. Recebeu uma forte educação clássica num
colégio de jesuítas e formou-se em Medicina, profissão que não exercia. Viveu no Brasil desde
1919, pois se expatriou espontaneamente por ser monárquico, na sequência da derrota da rebelião
monárquica da Monarquia do Norte contra o regime republicano. É um latinista por educação, e um
semi-helenista por educação própria.
Dominar as paixões – Suscita uma atitude de indiferença; Recusa o amor para nado, uma vez que
tudo na vida tem um fim;
Aceitar a ordem universal das coisas, incluindo a morte - Revela a faceta conformista, considerando
a vida como efémera, um fluir para a morte e essa consciência não lhe gera nem angústia nem
revolta.
Porém, Reis "admite a limitação e a fatalidade desta condição humana", e pretende chegar à morte
de mãos vazias de modo a não ter nada a perder; e inspirado na mitologia clássica, considera a vida
como uma viagem cujo fluir e fim é inevitável e por este motivo Ricardo Reis é o poeta mais
aristocrático de todos os tempos.
Filosofia de vida para evitar a dor e procurar a calma, nem que para isso tenha de abdicar dos
prazeres da vida – estoicismo.
Paganismo:
• Crença em todos os deuses antigos e nas presenças quase divinas que habitam todas as
coisas (panteísmo);
• Oposição da moral pagã à cristã;
• Aproximação ao mestre pelo seu paganismo, "Cristo é um deus a mais", e pelo seu apego à
natureza campestre, aurea mediania;
• Reis assume perante o cistianismo uma atitude de desprezo.