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Mariamo Ussene Abacar

Saide Iussufo
Selemane Chale

Resumo de Praticas Pedagógicas da Filosofia II


Curso de Licenciatura de Filosofia com habilitações em Ética

Sob orientada por:


dra. Estefânia Frederico Joaquim

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado

2022
1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se


enquadra no Programa Quinquenal do Governo e tem como objectivos:

 Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino;


 Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:

 O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG);


 Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
 O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG).
1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG introduzido em 2008, visam a formação integral dos jovens que continuem
a aprender ao longo de toda a sua vida.
Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares:
 Saber ser;
 Saber conhecer;
 Saber fazer;
 Saber viver juntos e com os outros.
1.2. Os desafios da Escola
A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Assim, torna cada vez
mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos
ao longo da vida.
As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, que são
conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para
enfrentar com sucesso exigências complexas.
1.3. A Abordagem Transversal
A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista
um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar
é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações
problema parecidas com as que se vão confrontar na vida.

1.4. As Línguas no ESG


A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).
As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas
as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores
deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às
diferentes situações de comunicação.
Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso
da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos
constitui um pilar para o desenvolvimento do espírito patriótico e exaltação da
moçambicanidade.
1.5. O Papel do Professor
O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na
família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.
O ensino-aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais
sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos
inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais.
Visto que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, então importante que este
consiga:
 Organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus
conhecimentos, habilidades e valores;
 Avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa, etc.
1.6. O Ensino-aprendizagem na disciplina de Introdução à Filosofia
O Programa de Introdução à Filosofia, Historicamente atribuem-se três funções à Filosofia, a
saber, a contemplativa, a prática e a analítica.
Julgamos, pois, que a leccionação da Filosofia, no Ensino Secundário Geral do 2º Ciclo (ESG
2), como é o propósito desta abordagem, não pode, nem de longe, pretender esgotar o universo
das questões que ela levanta. Continuamos, a este respeito, com os mesmos objectivos
traçados no programa, ora em revisão, o qual vigorou durante uma década (1998 – 2008).
Portanto, a Filosofia é a disciplina por meio da qual o aluno adquire consciência de cidadania
responsável.
Os objectivos gerais da disciplina são:
 Reduzir o deficit epistemológico e obstativo dos estudantes, para a sua inserção no
mercado de trabalho, no Ensino Superior e desenvolver a atitude autodidáctica;
 Suprir o défice ético-social que se vive em Moçambique, na região e no mundo;
 Responder aos desafios impostos pela globalização e pelos interesses da construção da
moçambicanidade.
1.7. Competências a desenvolver no ciclo
O Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) definiu um perfil de doze (12)
competências gerais a serem desenvolvidas pelos alunos neste subsistema de ensino no âmbito
do processo ensino-aprendizagem.
No que concerne à Introdução à Filosofia, foram derivadas competências específicas relativas a
cada uma das doze, conforme a descrição que se segue:
 Discute os assuntos da vida da comunidade, do país e do mundo, recorrendo a correntes e
categorias filosóficas;
 Apresenta oralmente e por escrito os resultados dos trabalhos de investigação usando
linguagem apropriada;
 Traduz dados de um problema de uma linguagem para outra (verbal e simbólica).
1.8. Objectivos Gerais do Ciclo
Ao terminar o 2º Ciclo do ESG na disciplina de Introdução à Filosofia, os alunos devem:
 Possuir um quadro conceptual abrangente para interpretar a realidade ao seu redor;
 Reflectir sobre a realidade, relacionar e problematizar diferentes formas de interpretar
o mundo;
 Desenvolver uma visão crítica, holística, autónoma e profunda da realidade;
 Desenvolver a consciência de cidadania responsável agindo de forma ética e equilibrada com
outros actores sociais em resposta aos problemas quotidianos;
 Desenvolver a capacidade de inventar, inovar, transformar e intervir na sua comunidade,
sociedade, país e Mundo.
1.9. Visão geral dos conteúdos do ciclo
11ª Classe é composta por seguintes unidades:

 Unidade 1: Introdução à filosofia: A emergência do filosofar;


 Unidade 2: A Pessoa como Sujeito Moral;
 Unidade 3: Teoria do Conhecimento;
 Unidade 4: Introdução à Lógica I.
12ª Classe é composta por seguintes unidades:

 Unidade 1: Introdução à Lógica II;


 Unidade 2: A Convivência Política entre os Homens;
 Unidade 3: Filosofia Africana;
 Unidade 4: Metafísica e Estética.

2. Objectivos da 11ª classe


Ao terminar a 11ª classe, os alunos devem:

 Identificar os aspectos práticos e teoréticos da filosofia e a sua diferenciação em campos de


aplicação;
 Conhecer as disciplinas da filosofia e saber o seu objecto de estudo;
 Conhecer a importância da utilização do método na acção humana;
 Fazer um estudo comparativo dos métodos da filosofia destacando-os dos das outras ciências;
 Agir como sujeito moralmente são e eticamente emancipado, assumindo os próprios actos
com consciência e responsabilidade;
 Aplicar o conhecimento científico na resolução de problemas;
 Dominar as primeiras noções de Lógica.
3. Visão geral dos conteúdos da 11ª classe

Indicadores de desempenho, da Unidade 1:


 Reconhece o carácter pluralista de Filosofia;
 Problematiza a origem de Filosofia Explica o papel dos primeiros filósofos em relação a
origem do universo;
 Relaciona o saber filosófico com outros saberes;
 Explica as condições “históricas” do surgimento da filosofia;
 Aplica conhecimentos relacionados com as disciplinas de Filosofia;
 Discute os problemas da emergência da Filosofia;
 Interpreta a passagem do conhecimento mítico ao conhecimento racional.
2.1. Unidade temática 2: Indicadores de desempenho:
 Reconhece a pessoa como um sujeito moral;
 Analisa criticamente a origem da consciência moral;
 Ilustra com exemplos os problemas e as consequências da bioética;
 Identifica no seu meio os problemas ambientais;
 Trata a pessoa como um ser de relações;
2.2. Unidade temática 3: Indicadores de desempenho.
 Define o conhecimento;
 Descreve o processo de aquisição de conhecimento;
 Diferencia os níveis de conhecimento;
 Reconhece a atitude filosófica nas diferentes correntes;
 Explica a relatividade do conhecimento;
 Interpreta as perspectivas do conhecimento;
 Discute problemas sobre a relatividade da verdade;
 Formula hipóteses sobre a origem do conhecimento;
2.3. Unidade temática 4:Indicadores de desempenho
 Reconhece a relação existente entre os conceitos lógicos;
 Reconhece a linguagem como fundamento da condição humana;
 Identifica os novos domínios da lógica;
 Aplica conhecimentos sobre os princípios da razão;
 Argumenta os princípios da razão;
 Elabora um discurso lógico;
2.4. Programa de Introdução à Filosofia da 12ª classe.
Objectivos gerais da Introdução à Filosofia na 12ª classe
Ao terminar a 12ª classe, o aluno deve:
 Ter a capacidade de formular um discurso lógico, coerente e crítico;
 Desenvolver a capacidade de inventar, inovar, transformar e intervir sobre a realidade;
 Assumir uma postura patriótica com consciência de cidadania responsável;
 Posicionar-se no debate em torno do pensamento africano (seus pensadores e correntes);
 Ser tolerante, homem de diálogo, negociação e saber gerir conflitos;
 Criar uma personalidade consistente e com sentido de existência;
 Conhecer a linguagem artística;
 Descobrir nas manifestações artísticas os valores ético-sociais que intervêm na
construção da identidade cultural para a intervenção sociopolítica.
2.5. Visão geral dos conteúdos da 12ª classe
2.2.5. Unidade Temática: Indicadores de desempenho.
 Usa procedimentos lógicos para apresentar um discurso coerente;
 Identifica as falácias no raciocínio;
 Descreve a relação entre raciocínios categóricos e hipotéticos;
 Produz um discurso a partir da lógica do raciocínio e do juízo;
 Formula novas hipóteses sobre a lógica proposicional.
2.6. Unidade temática 2: Indicadores de desempenho
 Reconhece a essência da política;
 Identifica os diferentes tipos de Estado;
 Compara as diferentes formas e sistemas políticos;
 Reconhece conhecimentos sobre a filosofia política africana;
 Ilustra com exemplos as diferentes formas de Estado;
 Analisa criticamente as democracias emergentes;
 Interpreta a filosofia política na história;
 Discute as várias formas de sistemas políticos;
 Organiza dossier dos filósofos (os mais representativos do debate filosófico-político);
 Participa em debates com autonomia de pensamento.
2.7. Unidade Temática 3: Indicadores de desempenho
 Argumenta as posições sobre o debate da existência ou não da filosofia africana;
 Identifica as principais correntes filosóficas africanas e seus expoentes;
 Relaciona o debate político e cultural da filosofia africana;
 Emite opinião própria sobre os novos debates políticos africanos;
 Organiza dossier dos filósofos (Filósofos africanos de diferentes correntes);

2.8. Unidade temática 4: Indicadores de desempenho:


 Identifica os novos debates da Metafísica;
 Reconhece os fundamentos da existência humana;
 Mostra com exemplos os problemas metafísicos actuais;
 Relaciona o acto e a potência;
 Encontra fundamentos da existência humana;
 Formula hipóteses sobre a existência humana;
 Discute os conceitos de acto e potência;
 Interpreta a arte e a moral na vida quotidiana;
 Descreve o belo como fundamento da arte;
 Reconhece o valor social das produções artísticas;
 Representa o belo nas várias actividades;
 Organiza o dossier dos filósofos (da Filosofia da Arte/Estética e da Metafísica);
 Faz pesquisa de elementos artísticos.
4. Avaliação
Os conteúdos do presente Programa visam, essencialmente, desenvolver competências nos
alunos. O Professor é, nesta perspectiva, um facilitador do processo de ensino e aprendizagem. A
avaliação é um momento de verificação, por parte do Professor, dos resultados parciais ou finais
da sua actividade. Assim, quando realizada parcialmente, a avaliação deve permitir ao Professor
o reajuste de metodologias, em função das necessidades educativas que constata, sem perder de
vista o objectivo geral deste processo, que se resume em fazer com que o aluno demonstre ser
um sujeito de acção.
A avaliação é uma actividade que, antes de mais, deve informar ao Professor sobre as aptidões
ou fraquezas dos alunos que lhe são confiados e, sucessivamente, a avaliação deve, no processo
educativo, informar, igualmente, ao Professor sobre o grau de assimilação dos conteúdos que
transmite, permitindo-o a adopção de metodologias cada vez mais diversificadas, em vista aos
objectivos pré- estabelecidos.
O professor deverá seguir o regulamento específico referente ao Segundo Ciclo do ESG.
Prestando especial atenção aos conteúdos programáticos, o professor deve recorrer a outros
métodos de avaliação tais como, Controlo do nível de articulação linguística e lógica discursiva
nos debates que os alunos deverão fazer; Controlo da correcção gramatical nos discursos orais
feitos pelos alunos nas actividades programadas.
5. Sugestões do Grupo
Na opinião do grupo constatou que a implementação da disciplina de filosofia deviria ser
enquadrado na 8ª Classe, porque é uma a disciplina que tem como objectivo, abrir visão para o
presente e o futuro na área epistémica.

Ainda na perspectiva do grupo, notou se que por falta da disciplina da filosofia no ESG1, faz
com que não haja muitas criticas por parte dos alunos. Principalmente aqueles que terminam a
10ª Classe, e vão se formar e se forma sem senso crítico na mente porque não virão a filosofia
que é uma área especialmente crítica.

Duma forma geral o programa é bem-vindo na educação moçambicana, visto que o objectivo do
ensino é de formar o homem de amanhã e esse homem tem a obrigação de ter a concepção
filosófica.

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