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Objetivo da data: Comemorar o Dia da Consciência Negra.

Mote da campanha é a REPRESENTATIVIDADE IMPORTA, para as mudanças que queremos ver


na sociedade e como aprendemos com isso tudo

O Dia da Consciência Negra está relacionado com a valorização das culturas de matriz africana
e da autoestima de populações negras, impactadas de diversas formas pelos processos de
racismo, e como esse se conecta com a pauta de Representatividade.

Governo Federal – Comemoramos o Dia da Consciência Negra em todo o Brasil, refletindo a


importância da representatividade negra na cultura e história brasileira. A comemoração da data
foi estabelecida pelo projeto de lei nº 10.693/2003, mas somente sancionada pela lei nº
12.529/2011.

A DATA: A instituição pela Lei 12.519 a partir de 2011, ocorreu para chamar a atenção da
sociedade para o racismo estrutural e propor a reflexão das suas consequências para a população
negra — como a desigualdade salarial e o acesso à educação. Além disso, buscar o
reconhecimento da influência e da presença da cultura de origem africana no país.

DIMENSÃO HISTÓRICA: Após comandar por 15 anos o Quilombo dos Palmares, Zumbi foi morto
em 20 de novembro de 1695, num território que hoje pertence a Alagoas. Sendo sua luta uma
marca de resistência a escravidão, o dia 20 de novembro foi então escolhido como o Dia da
Consciência Negra. Zumbi, negro pernambucano, nasceu livre, mas foi escravizado a partir dos
seis anos de idade. Ele foi o último a liderar o maior reduto de resistência à escravidão do período
colonial, que chegou a ter o tamanho de Portugal e contar com 30 mil escravos fugitivos de
fazendas, senzalas e prisões.

Se faz necessário trazermos a diferença entre os conceitos de representação e representatividade.


Enquanto a representação é importante no campo da visibilidade, das pessoas se enxergarem
representadas, por exemplo, ter alguma pessoa de grupo minorizado em comerciais, ou
campanhas publicitárias (citar a atriz Halle Bailey na nova adaptação da Disney para o clássico A
Pequena Sereia). A representatividade é um conceito mais profundo e vai além, é quando as
pessoas desse grupo minorizado também são ouvidas e, principalmente, participam das decisões
que mudam a sociedade, em relação a terem as mesmas condições e oportunidades.

Válido ressaltar que a REPRESENTATIVIDADE NÃO SIGNIFICA INCLUSÃO (que é quando todos
podem ocupar os mesmos espaços e camadas hierárquicas em uma empresa, por exemplo). E
NÃO É GARANTIA PARA O FIM DO PROBLEMA RACIAL.

IBGE – é importante falarmos sobre o Dia da Consciência Negra, pois no Brasil, temos uma
população total estimada em 213 milhões de habitantes, onde no último censo de 2019 do IBGE,
precisamente 56% se declararam pretos ou pardos (aumento de 6% nos últimos dez anos), mas
na realidade do cotidiano, essa mesma parcela segue sendo considerada parte de um grupo

Público
minorizado, não tendo acesso às mesmas condições e oportunidades nas mais diversas áreas,
principalmente pelo racismo enraizado na cultura brasileira.

Apesar de compor a maioria da população, negros enfrentam dificuldades de se inserir no


mercado de trabalho, quase 70% dos cargos de liderança no país são ocupados por brancos e
66,1% da força de trabalho preta ou parda é subutilizada no Brasil.

Como empresa temos um papel importante nessa reparação histórica, já que o emprego é
essencial para a mobilidade social e o aumento da representatividade. Mas, além de trabalhar a
diversidade, as companhias em geral precisam desenvolver a inclusão e a garantia de
permanência, é preciso trabalhar vieses inconscientes e a cultura inclusiva.

Outro ponto para reflexão: Não adianta contratar pessoas dos grupos minorizados se não forem
realmente acolhidas e inseridas e respeitadas dentro do time. Elas têm voz numa reunião? Os
projetos mais importantes vão para elas também ou continuamos priorizando alguns grupos
dentro da área? Isso é a inclusão!

As oportunidades precisam respeitar os diferentes pontos de partida. Reconhecer que não somos
todos iguais, que nem todos começamos do mesmo lugar e que é preciso ajustar esse
“desequilíbrio”.

Conceito de Racismo - “Forma sistêmica de discriminação que tem a raça como


fundamento e se manifesta por meio de práticas conscientes e inconscientes que
culminam em desvantagens ou privilégios para o indivíduo, a depender do grupo
racial ao qual pertençam” – Prof. Silvio Almeida

Racismo Estrutural – Racismo como parte da nossa formação, resumidamente, mostra como a
sociedade se fundou na ideia de que o negro era inferior.

Racimo Institucional – O racismo institucional é um reflexo de como o racismo estrutural é


implantado por instituições. Em instituições privadas, ele surge na criação de barreiras desde a
entrada do colaborador na empresa por meio do processo de atração e seleção de talentos, e se
estende pelos processos de gestão de pessoas. Mas pode surgir de forma mais intensa, como em
ações discriminatórias que barram pessoas negras, ou por regras de acesso excludentes devido
a condições econômicas, educacionais e sociais, por exemplo.

Racismo Velado – Aquele que não se confessa, mas está nas entrelinhas e aparece em
comentários sobre cor da pele, cabelo, lugar social, o famoso “não sou racista, mas ...”

Racismo Cordial – O que vem com intimidade, envolve elogios e relações próximas: “Mas eu
tenho até um amigo negro” ou “Magina, você é negra, mas é muito linda, sabia?”

Público
Não sei se vocês se lembram dessa edição
histórica do programa “Em Pauta” da
GloboNews em junho/2020, composta
exclusivamente por uma equipe de
profissionais negros para o programa,
debatendo discriminação racial no Brasil? A
partir daí as cobranças em torno não só da
Globo, mas também de outras emissoras
começaram a rolar nas redes para que
pessoas negras pudesses protagonizar não só
pautas de debates raciais, mas também
demais temas de política internacional à
economia. E os meios de comunicação
precisam ser mais parecidos com a sociedade
que os consomem.
https://bityli.com/dUPtyPzA

Foi preciso uma onda de protestos antirracistas nos Estados Unidos (caso George Floyd) para
despertar parte da sociedade branca que fecha os olhos diante da violência, discriminação ou
que é complacente com a ausência de representatividade de negros em posições de destaque no
Brasil. Muitas pessoas aderiram nas redes sociais ao uso da #vidasnegrasimportam, mas além
das campanhas de ocasião, o engajamento ainda segue presente e restrito às vozes do
movimento negro.

Ativismo digital é importante com toda certeza, porém precisamos cobrar de maneira mais
contundente as instituições públicas e imprensa para que cubram de maneira dinâmica a
realidade das pessoas negras, não só quando mortes eclodem de maneira pontual. Importante
também se questionar, como você pessoa branca está utilizando seus espaços de privilégios como
aliado(a) para apoiar a mudar essa situação?

Angela Davis defende que “numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser
antirracista” com a coragem necessária para atuar na direção da desconstrução de conceitos,
noções e comportamentos arraigados nos diferentes espaços e ambientes em que vivemos no
nosso cotidiano.

A aceleração desse debate e a história de lutas dos movimentos e organizações negras no Brasil
trouxeram à tona o conceito de racismo estrutural (como parte da nossa formação enquanto
sociedade) que tem mobilizado as empresas, escolas, universidades e organizações da sociedade
civil, muitas vezes pela primeira vez, na direção de tornar suas instituições mais inclusivas.

Como a Raízen tem agido em prol das mudanças que queremos ver na sociedade?

Aprendizados enquanto organização, do canal de ética (pasta compliance na área de trabalho),


vagas afirmativas, ações de performance social (Ativa Infância e Ativa Juventude), além do
treinamento obrigatório de Código de Conduta, disponível na UR Digital que dá robustez para a
aculturação dos colaboradores.

IBGE – segundo o IBGE, em 2019, a população negra representa 55% da força de trabalho do
Brasil, mas em contraste, dessa quantidade, 64,2% está na situação de desemprego. De acordo
com informações do instituto, os negros representam 70% do grupo abaixo da linha da pobreza
do Brasil.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Educação) mostra que 71,7% dos
jovens fora da escola são negros, e apenas 27,3% são brancos. O mesmo estudo demonstra a

Público
desigualdade de acesso à educação nos índices de analfabetismo: 3,6% das pessoas brancas de
15 anos ou mais eram analfabetas em 2020, enquanto entre as pessoas negras esse percentual
chega a 8,9%.

A PNAD Contínua ainda aponta que o percentual de desemprego entre as pessoas pretas em
2020 foi de 17,2%, enquanto a dos pardos foi de 15,8%, ambas acima da média nacional
(13,9%). Já a taxa dos brancos de (11,5%), ficou abaixo da média.

RAÍZEN – na Raízen, no censo de diversidade que abrangeu na primeira etapa, o público


administrativo, temos 70% dos colaboradores que se declararam brancos e 27% de pretos ou
pardos e 3% amarelos.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda
por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a
odiar, elas podem ser ensinadas a amar. O amor chega mais naturalmente ao coração
humano que o contrário.” (Nelson Mandela)

Perguntas Extras, caso seja necessário

Pergunta 6) – direcionada a todos

Público
Falamos da nossa história, de representatividade, mas é só isso? Pra além de ter
representatividade, é preciso incluir, tratar como igual. Rita pode trazer um exemplo real dela ou
que já tenha visto (público ou não). E questionar aos participantes a opinião deles. Nesta
pergunta a ideia é explorar que ainda existe muito racismo, que racismo reverso não existe.

Pergunta 7) – direcionada ao Rodrigo Caldas

Rodrigo, conta pra gente, do que você vem estudando, porque você acha que os brasileiros tem
este receio de reconhecer suas origens?

Pergunta 8) – Direcionada ao Rosvelt

Rosvelt, Você é o Sponsor do Grupo Transformadores. Estamos aqui falando muito sobre
representatividade importa, qual a relação disso com este grupo?

Público

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