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PROPOSTA DE PROJETO

Definição do problema de pesquisa:


Características do acesso da Falta e/ou dificuldade da população baiana em ter acesso aos medicamentos do
Ccomponente Eespecializado da assistência farmacêutica.
Pergunta de pesquisa:
A população baiana tem acesso aos medicamentos do Componente Especializado?
Objetivo Geral:
Analisar o acesso da população baiana aos medicamentos do Componente Especializado da Assistência
Farmacêutica (CEAF).Analisar os termos, os agentes envolvidos e as características do acesso da
população baiana aos medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica
(CEAF).

Objetivos específicos:
 Caracterizar as diferentes formas de organização, gestão e do acesso aos medicamentos nas unidades
dispensadoras do CEAF no estado da Bahia;
 identificar asos principais gargalos e barreiras do acesso aos medicamentos especializados, pela
população;
 avaliar a capacidade de gestão do CEAFanalisar o acesso, sob a ótica multidimensional da
acessibilidade: disponibilidade (availability), acessibilidade geográfica (accessibility), adequação
(accommodation), capacidade aquisitiva (affordability) e aceitabilidade (acceptability).
 Mapear analisaros processos e as atividades técnico-gerenciais e clínicas dae Assistência
Farmacêutica, d no componente especializado, desenvolvidas nas unidades, com o objetivo de mapear
os processos e as atividades executadas nas unidades dispensadoras do CEAF

 Analisar a inserção e participação da equipe multidisciplinar no acesso aos medicamentos do


componente especializado.
 cConstruir um modelo lógico (plano de ação) com intervenções e ações que ampliem e qualifiquem o
acesso aos medicamentos;
 Propor selecionar e/ou construiro uso de indicadores capazes de avaliar o acesso aos medicamentos e
apoiar a gestão na tomada de decisão

Em linhas gerais a proposta é um estudo multicêntrico ondeque inicialmente irá realizar um diagnóstico
situacional das condições de asso ao Componente Especializado, na Bahia. Com base nas informações
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obtidas no diagnóstico iremos propor ações que ampliem e qualifiquem o acesso aos medicamentos do
CEAF:
Descentralização do CEAF para municípios com Assistência Farmacêutica Municipal estruturada
Estruturação e qualificação de Serviços Farmacêuticos em unidades dispensadoras do CEAF
Proposta de criação de Centros de Infusões e Medicamentos Especializados no interior do Estado
Qualificação dos profissionais envolvidos, desde os prescritores até os farmacêuticos, para uso das
orientações dos PCDT’s, visando a praticaprática da conduta baseada em evidências.

a) Identificação da proposta (Proponente, Instituição, Resumo, Título);


b) Descrição detalhada da proposta de pesquisa-ação ou intervenção (identificação do
problema, possíveis causas, proposta efetiva de ação/intervenção, possíveis interações
com outros problemas de saúde);
c) Embasamento científico ou tecnológico e/ou normativo;
d) Objetivos e metas a serem alcançados;
e) Descrição do público alvo;
f) Descrição da Metodologia detalhada e exata de toda ação a ser desenvolvida no
trabalho de pesquisa;
g) Orçamento detalhado e justificado;
h) Cronograma de execução das atividades.


Ações: Responsáveis Prazos Status
Identificação do problema de pesquisa

Construção dos objetivos da Pesquisa

Elaboração de uma revisão de literatura sobre o


tema
Construção da metodologia de Pesquisa que será
utilizada
Definir estrutura da Proposta (modelo de
documento)
Assinatura dos termos de anuência dos gestores
da unidade
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PROPOSTA DE PROJETO FAPESB

TÍTULO: AMPLIANÇÃO DO ACESSO AOS MEDICAMENTOS DO COMPONENTE


ESPECIALIZADO NA BAHIA
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1. Resumo (20 linhas)

2. Introdução

qualificação do acesso a medicamentos no SUS, no sentido de que o CEAF se torne


capaz de garantir a integralidade dos tratamentos medicamentosos.
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3. Revisão de bibliografia

3.1 Acesso a medicamentos

O direito à saúde é reconhecido entre os direitos humanos fundamentais. A


garantia deste direito envolve acesso aos serviços, à prevenção, ao cuidado e ao
tratamento, inclusive ao tratamento medicamentoso (LUIZA, 2003), sendo o acesso aos
medicamentos elemento chave para a realização plena do direito á saúde e a vida
(AGNS,1984 apud OSÓRIO-DE-CASTRO, et al; 2014)
No Brasil, o acesso à assistência terapêutica integral é gratuito e se dar por meio
do Sistema Único de Saúde (SUS), e é um direito de todos os cidadãos garantido pelo
art. 6º da Lei nº 8.080/1990, que regulamenta o princípio da universalidade ancorado
pela própria Constituição Federal de 1988 no artigo 196 (OLIVEIRA; NASCIMENTO;
LIMA, 2019). Sendo assim em sistema de saúde universal e pautado em princípios
como universalidade, equidade e igualdade o acesso aos sistemas e serviços de saúde e
aos medicamentos deve ser equânime, igualitário e amplo.
Os medicamentos são considerados insumos relevantes para a proteção e a
recuperação da saúde, (VIEIRA, 2018), é um elemento essencial para os sistemas de
saúde, e garantir sua disponibilidade, acessibilidade e uso racional, além da
manutenção da relação custo-eficácia e a sustentabilidade é um desafio mundial
(OLIVEIRA; NASCIMENTO; LIMA, 2019).Tem sido tratado como uma temática
internacional. A Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu o tema como um dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), na agenda para 2030 (ONU, )
O acesso a medicamentos é um direito humano fundamental, e não pode ser
entendido apenas pela perspectiva da oferta/entrega do medicamento. Osório-de-Castro
e colaboradores (2014), afirmam que o acesso aos medicamentos resulta da interação
entre uma complexa rede de processos, envolvendo eventos, atores e seus interesses,
incluindo instituições de pesquisa e desenvolvimento, indústrias químicas e
farmoquímica, agências reguladoras, sistemas e serviços de saúde, e do próprio usuário
do medicamento (OSÓRIO-DE-CASTRO, et al; 2014). Por este motivo as questões
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relacionadas ao acesso de medicamentos devem ser consideradas na construção dos


sistemas e serviços de saúde.

Ao analisarmos o acesso aos medicamentos, devemos levar em consideração que


o conceito de acesso é complexo, bastante difícil de medir e apresenta variações,
diverge entre autores e muda ao longo de tempo e de acordo com o contexto
(TRAVASSOS; MARTINS, 2004) .
O estudo do acesso aos medicamentos se confunde, em grande parte, com o
estudo de utilização de medicamentos e seus fatores associados, considerados às
necessidades da população e às características da prestação dos serviços que possam vir
a constituir barreiras ao acesso (BERMUDEZ et al., 1999).
Luiza e Bermudez (2004) definem acesso aos medicamentos como a relação que
se estabelece entre a sua necessidade e sua oferta. A necessidade do medicamento deve
ser satisfeita no momento e no lugar requerido pelo paciente, com garantia de qualidade
e a informação suficiente para seu uso adequado (LUIZA; BERMUDEZ, 2004).
Para alguns autores, a conceituação de acesso a medicamentos ancora-se no
conceito de acesso em saúde. Donabedian (1984) apresentam a abordagem da avaliação
em saúde sob os enfoques de estrutura, processo e resultado, este conceito leva em
consideração processo geral de cuidado, neste caso do acesso aos medicamentos em que
há diferentes níveis de compreensão.
O acesso aos medicamentos como um modelo multidimensional, é descrito por
Penchansky e Thomas (1981), em quatro dimensões que se completam: disponibilidade,
acessibilidade geográfica, capacidade de aquisição, aceitabilidade. Com o objetivo de
garantir a acessibilidade geográfica aos usuários, políticas de financiamento com preços
acessíveis, distribuição equânime e igualitária levando-se em consideração os grupos
vulneráveis, associado a informação confiável sobre medicamentos aos pacientes e
profissionais de saúde para possam tomar decisões bem fundamentadas para uma
utilização segura dos medicamentos.

Segundo Andersen (1995 apud Osório-de-Castro 2014), para que os


medicamentos potencializem o alcance de resultados concretos em saúde, é importante
que sua provisão seja mediada por Serviços Farmacêuticos adequados que garantam a
sua qualidade e o seu uso racional.
A Política Nacional de Medicamentos, publicada em 1998, e a Política Nacional
de Assistência Farmacêutica (CNS, 2004) trazem as diretrizes e os princípios essenciais
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para efetivação do acesso a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade no SUS e


para a promoção de seu uso racional.

Oliveira, Nascimento e Lima (2019), em seu artigos sobre Acesso a


medicamentos em sistemas universais de saúde: perspectivas e desafios, analisa o
acesso a medicamentos em quatro sistemas universais de saúde: Brasil, Austrália,
Canadá e Reino Unido, com uma revisão de literatura de cunho critico e reflexivo, e
conclui que os problemas em relação à garantia do acesso a medicamentos essenciais e
já padronizados pelo SUS no Brasil, são crescente demanda exponencial por
medicamentos em consequência do aumento da expectativa de vida da população
brasileira e pelo aumento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis.
Associado a isto a temos crescente pressão mercadológica pela incorporação de novas
tecnologias medicamentosas. Os autores apontam que a judicialização da saúde, é um
desafio que causa fragilidade pública na organização dos serviços de saúde e no
financiamento (OLIVEIRA; NASCIMENTO; LIMA, 2019).

Mesmo sendo o acesso aos medicamentos um direito universal, igualitário e


gratuito garantido a todo cidadão brasileiro. Diversos estudos apontam iniquidades
relacionadas ao acesso de medicamentos, desigualdades de acesso a medicamentos entre
as regiões do Brasil, em especial nas regiões socioeconomicamente mais vulneráveis,
reproduzindo as desigualdades socioeconômicas do País. (OLIVEIRA;
NASCIMENTO; LIMA, 2019, xxxxxx) Complexidade de interesses e de conflitos que
envolvem a assistência farmacêutica e o acesso aos medicamentos em um país com
dimensões continentais como é o Brasil são enormes.

A Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de


Medicamentos no Brasil (PNAUM) é, até então, a pesquisa mais abrangente sobre essa
temática e contou com um componente de inquérito populacional e outro componente
sobre os serviços farmacêuticos na atenção básica

O acesso aos medicamentos é um fator determinante no cumprimento do tratamento


prescrito. O não acesso a medicamentos pode levar a descompensação clínica e aumento
dos gastos com a atenção secundária e terciária 9. As barreiras ao acesso a esses
produtos, especialmente de ordem financeira, figuram entre os principais motivos
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apontados pelos usuários para a subutilização dos medicamentos prescritos. Estima-se


que um quarto dos idosos subutilize medicamentos em virtude dos altos custos deles 10.

Apesar das diferentes metodologias, as prevalências de acesso aos medicamentos em


estudos populacionais variam de 87% a 90% 8,9,11,12. A medida de acesso a
medicamentos é importante, pois indica a qualidade e a resolutividade de um sistema de
saúde, além de contribuir para a construção de estratégias de intervenção e reorientação
das políticas de medicamentos., os quais definem não só o algoritmo e tratamento, mas
também os critérios de diagnóstico e os mecanismos para o. monitoramento clínico8,9

Observaram-se diferenças entre os estados em questões como a proporção de usuários e


a descentralização dos serviços. Estas características parecem estar relacionadas com o
grau de desenvolvimento em termos dos indicadores socioeconômicos utilizados
(ROVER et al., 2021).

Destacaram-se avanços no acesso a medicamentos, apesar das dificuldades para o


cumprimento dos objetivos do CEAF, como a insuficiência de recursos, de qualificação
da força de trabalho e da oferta de consultas e exames necessários. (ROVER et al.,
2021)

1. Componente Especializado da Assistência Farmacêutica

O Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) foi construído a


partir da necessidade da ampliação do acesso aos medicamentos e da necessidade da
ampliação de cobertura do tratamento medicamentoso para outras doenças importantes
do ponto de vista clínico-epidemiológico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Foi
regulamentado recentemente por meio da Portaria GM/MS no 2.981, de 26 de
novembro de 2009 (BRASIL, 2009) e substituiu, em 1º de março de 2010, o antigo
Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional.

O CEAF concentra incorporação de medicamentos novos e por vezes caros, o que


pressupõe sua adequada utilização na prática assistencial para obtenção dos resultados
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pretendidos. Nesse sentido, Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) foram


elaborados e publicados pelo Ministério da Saúde. O estabelecimento de diretrizes
técnico-administrativas e gerenciais para situações clínicas prioritárias (por sua
prevalência, complexidade ou impacto financeiro) para a saúde pública visou difundir
em larga escala a informação técnica e de qualidade baseada na melhor evidência
científica existente (LIMA-DELLAMORA; CAETANO; OSORIO-DE-CASTRO,
2012)

No entanto, nos PCDT, existem barreiras limitantes ao acesso, tais como problemas na
regulação do sistema de saúde, protocolos burocráticos e dificuldades de acesso aos
serviços para exames diagnósticos e consultas para cumprir seus requisitos (OLIVEIRA;
NASCIMENTO; LIMA, 2019).

Rover e colaboradores (2021), avaliou a percepção dos atores envolvidos no


Componente Especializado da Assistência Farmacêutica destacando que a forma de
organização e gestão dos serviços não assegura a continuidade da atenção a saúde,
resultando na fragmentação do cuidado. Os autores apontam a necessidade de
incorporação das diretrizes da Política de Humanização para promover o diálogo e a
aproximação com a realidade do serviço, com a finalidade promover a integração em
redes dos serviços de saúde, orientada por fluxos de acesso, práticas baseadas em
evidências e protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. Na realidade, segundo os
autores a falta de interrelação da Assistência Farmacêutica com outros setores da saúde,
que se traduz, por exemplo, no descompasso entre a demanda de serviços relacionada ao
CEAF e a oferta destes pelo estado resulta na fragmentação do cuidado

Rover e colaboradores sinalizam que “é preciso romper a lógica de que o fornecimento


do produto”, por si só, garante o cuidado, e avançar na lógica de um serviço
farmacêutico como parte do entendimento global do sistema de saúde e sua
organização. O serviço, e não o produto, pode ser uma estratégia para garantir acesso
universal e integral, numa concepção real de cuidado como linha contínua, linha de
cuidado.
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O financiamento dos medicamentos do CEAF é tripartite, entretanto aqueles indicados


para doenças de maior complexidade, de elevado impacto financeiro e que se incluem
em ações do Complexo Industrial da Saúde, são adquiridos de forma centralizada pelo
MS, ou financiados por este, por meio da transferência de recursos aos estados,

Seguindo os princípios de gestão do SUS, as etapas que compõem a execução do CEAF


são descentralizadas, e as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) são responsáveis pela
organização dos serviços para atendimento à população, incluindo a dispensação dos
medicamentos. Contudo, algumas atividades podem ser realizadas pela rede de serviços
públicos dos municípios, desde que ocorra a pactuação entre os gestores (BRASIL,
2010).

integralidade dos tratamentos envolve, além do acesso ao medicamento, acesso a outros


cuidados e serviços de saúde, e a articulação entre estes (ROVER et al., 2021)

O processo de construção do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica


em termos de cobertura de tratamentos na qual resultou nas linhas de cuidados
disponibilizadas para cada doença contemplada no Componente
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4. Objetivos

4.1 Objetivo geral:

 Analisar os termos, os agentes envolvidos e as características do acesso da


população baiana aos medicamentos do Componente Especializado da
Assistência Farmacêutica (CEAF).

4.2 Objetivos Específicos:

 Caracterizar as diferentes formas de organização, gestão e do acesso aos


medicamentos nas unidades dispensadoras do CEAF no estado da Bahia;
 identificar os principais gargalos e barreiras do acesso aos medicamentos
especializados, pela população;
 analisar o acesso, sob a ótica multidimensional da acessibilidade:
disponibilidade (availability), acessibilidade geográfica (accessibility),
adequação (accommodation), capacidade aquisitiva (affordability) e
aceitabilidade (acceptability);
 mapear os processos e as atividades técnico-gerenciais e clínicas da Assistência
Farmacêutica, no componente especializado, desenvolvidas nas unidades, com o
objetivo de mapear os processos e as atividades executadas nas unidades
dispensadoras do CEAF;

 analisar a inserção e participação da equipe multidisciplinar no acesso aos


medicamentos do componente especializado;
 construir um modelo lógico (Projeto de Intervenção) com ações que ampliem e
qualifiquem o acesso aos medicamentos;
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 propor o uso de indicadores capazes de avaliar o acesso aos medicamentos e


apoiar a gestão na tomada de decisão.

5. Metodologia

A metodologia a ser utilizada será do Projeto de Intervenção (PI). O Projeto de


Intervenção tem como objetivo solucionar problemas ou atender de necessidades
identificadas, orientando a uma mudança ou a transformação em uma dada realidade,
seja na estrutura, ou no processo de trabalho. É considerado como um projeto social
porque se caracteriza como uma ferramenta de transformação da realidade e busca
aprofundar o conhecimento do contexto em que pretende atuar. Outro aspecto
importante a ser ressaltado é que os PI se apresentam como principal meio de
operacionalização das políticas sociais, que fortalece, desenvolve e aproximam as
políticas da realidade, com a participação ativa dos atores sociais que vivem e atuam em
um determinado contexto (XAVIER et al; 2018). Tem uma estreita relação da ação com
a resolução de um problema coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo (THIOLLENT, 1997). É um método de pesquisa aplicada, e orientada para
elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções.

O Projeto de Intervenção (PI), como o próprio título diz, fundamenta-se nos


pressupostos da pesquisa ação. Tem como base a ideia de uma relação dialética entre
pesquisa e ação, supondo que a pesquisa deve ter como função a transformação da
realidade. A pesquisa-ação compreende uma rotina composta por três ações principais:
observar, para reunir informações e construir um cenário; pensar, para explorar, analisar
e interpretar os fatos; e agir, implementando e avaliando as ações, fase exploratória, fase
principal, fase de ação e fase de avaliação (THIOLLENT, 1997, kaftra

A definição do problema, objeto de pesquisa e de intervenção, deverão ser


considerados fatores como uma boa delimitação do problema, o tempo para seu
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desenvolvimento, as pessoas envolvidas e as contribuições para a sociedade


(THIOLLENT, 1997)
O Projeto de Intervenção vem se destacando na área da Saúde por suas
vantagens e características, como a sua praticidade, aplicabilidade e potencial de
resolução de problemas enfrentados por profissionais e usuários do SUS. A
preocupação constante durante a elaboração de um PI é de que o mesmo seja
tecnicamente exequível, economicamente viável, socialmente desejável e politicamente
aceitável. (OLIVEIRA, 2015)

Segundo Thiollent (1997), na metodologia Pesquisa Ação, o estudo da relação


entre saber formal e saber informal visa estabelecer ou melhorar a estrutura de
comunicação entre dois universos: o dos pesquisadores e o dos profissionais. O
profissional conhece os problemas e as situações que está vivendo. De modo geral,
quando existem condições para sua expressão, seu saber é rico e espontâneo, muito
apropriado à situação da organização. Já́ o saber dos pesquisadores permite a abstração,
a formulação de hipóteses e a generalização, auxiliando na elaboração de novas
maneiras de fazer o que já é feito.

Para se elaborar um PI, é importante identificar e selecionar um dos problemas


do local do contexto de trabalho, identificando as suas causas e consequências, com o
fim de focar nas causas principais, pois elas garantirão que o problema, se não
resolvido, seja minimizado (OLIVEIRA, 2015).
De acordo com Matus, problema é algo que detectado incomoda o ator social e o
motiva a buscar soluções adequadas, ou seja, aquilo que o ator detecta na realidade e
confronta com um padrão que ele considera inadequado ou intolerável e, ainda, o
estimula a enfrentá-lo, visando a promoção de mudanças. (MATUS, 1996 apud MARIN
et al, 2003).
Para construção deste projeto foi adotada a metodologia do Planejamento
Estratégico Situacional de Saúde (PES).
O PES é desenvolvido por meio de quatro momentos interdependentes e
contínuos: o explicativo, o normativo, o estratégico e o tático operacional, descritos na
Figura 2. A metodologia prevê a correta formulação dos problemas, que deve ser feita
na primeira etapa, o Momento Explicativo, que é também citado como diagnóstico
situacional. O Momento Normativo onde identificamos as ações e a articulação com o
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orçamento, desenhando as estratégias para execução do Projeto. Nesta etapa


desenhamos uma Matriz Metodológica que descreve, as estratégias, metas, indicadores
de monitoramento e avaliação, recursos envolvidos, prazos e responsáveis envolvidos.
O Momento Estratégico analisa da viabilidade do plano, e por fim o Momento Tático
Operacional que permite a implementação do projeto a avaliação e o acompanhamento
das ações permitindo a correção em tempo hábil. Abaixo temos uma figura ilustrativa
do percurso metodológico seguido para construção deste Projeto de Intervenção.

O profissional conhece os problemas e as situações que está vivendo. De modo geral, quando existem condições para
sua expressão, seu saber é rico e espontâneo, muito apropriado à situação da organização. Já o saber dos
pesquisadores permite a abstração, a formulação de hipóteses e a generalização, auxiliando na elaboração de novas
maneiras de fazer o que já é feito.

6. Plano de trabalho e cronograma de sua execução;

QUADRO DESCRITIVO DAS AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS

OBJETIVO 01: Sensibilização e pactuação com os gestores e participantes do projeto

Ações Recursos Responsabilidade Prazos


financeiros

Criar e Nomear uma equipe de Condução* dos trabalhos com Sem Custo Gestor do Projeto
representante dos seguintes setores: Superintendência de Assistência
Farmacêutica e Tecnologia, Diretoria de Assistência Farmacêutica,
Diretores e Farmacêuticos das unidades piloto

Elaborar um Cronograma de reuniões e de atividades a serem Sem Custo Gestor do Projeto


desenvolvidas

Elaborar um documento demonstrando a necessidade de implantação Sem custo Gestor do Projeto


do Projeto com objetivo de sensibilizar todos os atores envolvidos

Realizar Reuniões online com o objetivo de discutir a viabilidade e Sem custo Gestor do Projeto
os impactos da Implantação do Projeto

Elaboração de um projeto técnico que será apresentado, discutido e Sem custo Equipe Condutora
aprimorado com os gestores, a equipe de condução, farmacêuticos
envolvidos e os demais profissionais da equipe de saúde das

RESULTADO ESPERADO: Criação de uma Equipe Multidisciplinar que irá conduzir e Coordenar as ações a atividades do Projeto

Elaboração do Termo de Compromisso de Gestão com a finalidade de firmar acordos para implantação do Projeto e assegurar o
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comprometimento de todos os atores na Implantação e Implementação das propostas

OBJETIVO 02: Diagnóstico situacional

Ações Recursos Responsabilidade Prazos


financeiros

Realizar avaliação do perfil dos farmacêuticos, do processo de Sem custo Equipe Condutora
trabalho e da estrutura, através de questionário estruturado e
validados

Realizar o mapeamento das atividades, das potencialidades e Sem custos Equipe Condutora
deficiências dos Serviços Farmacêuticos desenvolvidos nas unidades
de dispensação do CEAF

Identificar todos as unidades dispensadoras e avaliar a acessibilidade Equipe Condutora


geográfica e a adequação destas unidades.

RESULTADOS ESPERADOS: Elaboração do Perfil dos Farmacêuticos que atuam no CEAF, da estrutura existente e do Processo
de trabalho que desenvolvem em articulação com a equipe de Saúde e com os demais profissionais farmacêuticos que atuam na Rede
de Atenção á Saúde.
OBJETIVO 03: Elaboração de propostas para melhoria do acesso

Ações Recursos Responsabilidade Prazos


financeiros

Estururação, reorganização e qualificação dos Serviços


Farmacêuticos desenvolvidos nas

Descentralização do CEAF par os municípios com AF municipal


estruturada

RESULTADO ESPERADO: Projeto piloto de descentralização

OBJETIVO 04: Capacitação dos profissionais Farmacêuticos;

Ações Recursos Responsabilidade Prazos


financeiros

Elaboração de um Curso Teórico Pratico sobre o CEAF e Cuidado Equipe condutora e


Farmacêutico em modalidade de Estudo à Distância Farmacêuticos

Estudo Dirigidos on line com Tutoria a Distância Equipe condutora e


Farmacêuticos

Realização de Seminários e Reuniões on line com Tutoria a Distância Equipe condutora e


Farmacêuticos
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RESULTADO ESPERADO: Capacitação e Habilitação de todos os farmacêuticos envolvidos na Implantação do Projeto

OBJETIVO 05: Estratégias de avaliação e de monitoramento do serviço;

Ações Recursos Responsabilidade Prazos


financeiros

Elaboração de Indicadores de Oferta, produtividade, de Utilização e Sem Custo Equipe condutora e


de Resultados e Impactos Farmacêuticos

RESULTADO ESPERADO: Definir e validar Indicadores que possam mensurar os resultados clínicos, econômicos e humanísticos
para Implantação do Cuidado Farmacêutico

*Funções do grupo Condutor: definição dos temas e problemas prioritários a serem investigados; elaboração da problemática na
qual serão tratados os problemas e as correspondentes hipóteses de pesquisa; coordenação de atividades em sintonia com o trabalho
dos outros grupos e com as ações de formação; centralização de informações provenientes de diversas fontes; interpretação dos
resultados; busca de soluções e propostas de ação; acompanhamento de ações implementadas e avaliação de resultados; e
divulgação de resultados pelos canais apropriados

7. Material e métodos
8. Forma de análise dos resultados.

9. Cronograma

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 1 12 13 1 15 16 1 18 1 20 21 2 23 25
1 4 6 9 2








10. Referência

LUIZA V.L, BERMUDEZ J.A.Z. Acesso a medicamentos: conceitos e polêmicas. In: OLIVEIRA
MA, ZEPEDA BERDMUDEZ J.Á, ESHER A. Acceso a medicamentos: derecho fundamental,
papel del Estado. Rio de Janeiro (RJ): Fiocruz; 2004. p.45-67.
PROPOSTA DE PROJETO

BRASIL, M. DA S. Da excepcionalidade ás linhas de cuidado: o Componente Especializado da


Assistência Farmacêutica. In: Da excepcionalidade ás linhas de cuidado: o Componente
Especializado da Assistência Farmacêutica. [s.l: s.n.]. p. 262.
KRAFTA, L. et al. O Método da Pesquisa-Ação: um estudo em uma empresa de coleta e
análise de dados. Revista Quanti & Quali, 2006.
LIMA-DELLAMORA, E. DA C.; CAETANO, R.; OSORIO-DE-CASTRO, C. G. S. [Dispensing
specialized component medicines in areas of the State of Rio de Janeiro]. Ciencia & saude
coletiva, v. 17, n. 9, p. 2387–96, 2012.
LUIZA, V. L. Acesso a medicamentos Essenciais no Rio de Janeiro. [s.l: s.n.].
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Componente Especializado da Assistência Farmacêutica:
Inovação para a garantia do acesso a medicamentos no SUS. [s.l: s.n.].
OLIVEIRA, L. C. F. DE; NASCIMENTO, M. A. A. DO; LIMA, I. M. S. O. O acesso a
medicamentos em sistemas universais de saúde – perspectivas e desafios. Saúde em Debate,
v. 43, n. spe5, p. 286–298, 2019.
ROVER, M. R. M. et al. Acesso a medicamentos de alto preço: desigualdades na organização e
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TRAVASSOS, C.; MARTINS, M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de
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Evolução do gasto com medicamentos do sistema único de saúde no período de 2010 a 2016 -
TP 2356. Ipea, p. 7–10, 2018.

OSORIO-DE-CASTRO, Claudia Garcia Serpa et al. Assistência farmacêutica: gestão e


prática para profissionais da saúde. In: Assistência farmacêutica: gestão e prática para
profissionais da saúde. Editora Fiocruz, 2014.

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