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NOME: Fagner Nunes Barros

IES/POLO: UFG - GOIÂNIA

Redação 1:

Em diálogo com os textos obrigatórios de Newton Duarte e Demerval Saviani,


apresente o que caracteriza fundamentalmente a educação e da educação
escolar para a Pedagogia Histórico Crítica. Pode realizar citações e incorporar
a literatura complementar indicada (Não pode copiar nada da internet)

A pedagogia histórico crítica considera que o ser humano modifica sua realidade
através do trabalho. Este trabalho pode ser classificado em material e imaterial. O
trabalho material consiste na criação de produtos que, na maioria das vezes, não
estão vinculados ao produtor e servem como mercadoria em uma cadeia de
exploração onde quem possui os meios de produção detêm o poder e o lucro. Já o
trabalho imaterial não pode ser dissociado de quem o produziu, como o
conhecimento.

Ambas as produções são consideradas cultura, fator essencial para diferenciar os


seres humanos dos outros animais. A cultura por si é o significado que os sujeitos
dão às coisas que produzem e consomem, adquirindo inúmeros valores e
representações sobre coisas que no mundo material são irrelevantes.

Para Saviani (2011, p. 11), a educação é “um fenômeno próprio dos seres humanos”
e é “ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como
é, ela própria, um processo de trabalho.” Nesse sentido, como um produto imaterial,
ela serve a interesses de produção que, ao longo da história, foi subjugada aos
meios de produção material, marginalizando sua essência como produção do que é
interior ao homem e não exterior a ele.
Dois aspectos são importantes no que ele define como objeto da educação. O
primeiro tem relação com a definição entre essencial e acidental, principal e
secundário. Na escola isso pode ser visto como a escolha dos conhecimentos a
serem trabalhados, das diretrizes curriculares e das ações pedagógicas. A reflexão
sobre isso está na questão de que a escola produz o que é essencial ou reproduz o
acidental? Já o segundo aspecto está diretamente ligado com as metodologias
utilizadas para se atingir os objetivos determinados para se alcançar os
conhecimentos esperados de forma que cada sujeito consiga produzir sua
humanidade na forma da natureza imaterial.

Em certa concordância, Duarte (2018) faz crítica ao currículo que se aproxima mais
da natureza material do que imaterial em uma disputa mercadológica, como ele
afirma com a BNCC em que os conteúdos precisam atender uma demanda de
mercado de trabalho, não de necessidade humana. Para ele a educação possui dois
objetivos essenciais: o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno e o
enriquecimento de suas necessidades.

Outro ponto de relevância em seus argumentos é a questão da liberdade e as


possíveis opções que os alunos teriam sobre o que se aprender na escola, como no
novo ensino médio. Ele alerta que a liberdade individual não pode ser desconexa da
coletiva e por isso essa “liberdade” pode mascarar um direcionamento individualista
de futuros cidadãos que buscam “fazer parte de um seleto grupo dos bem-
sucedidos” (DUARTE, 2018, p. 143). Assim sendo, a escolha dos conteúdos
corretos irá influenciar diretamente no aumento das oportunidades que os sujeitos
que deles se apropriam terão para posteriormente avaliar, criticamente e
intencionalmente, suas próprias escolhas avaliando-se como parte de uma
sociedade em disputa de ideias e não poder.

DUARTE, Newton. O currículo em tempos de obscurantismo beligerante. Ver.


Espaço do Currículo (online), João Pessoa, v.11. n.2. p. 139-145, mai./ago. 2018
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11.ed.
Campinas: Autores Associados, 2021

Redação 2: 

Faça uma avaliação da disciplina e de sua trajetória na mesma. Para auxiliar na


organização desta redação, os tópicos abaixo são sugestões:

- Principais contribuições conceituais da disciplina para seu aprendizado.


Quais novos conceitos/categoriais trabalhadas pela disciplina você considera
que aprendeu bem?

- Principais contribuições conceituais dos textos lidos. Quais textos você


conseguiu ler completamente, quais você leu parcialmente e quais você não
leu. Como foi a sua apreensão destes textos.

- Principais contribuições das aulas síncronas. Qual(is) aulas você avaliou que
contribuiu mais com sua formação, por quê? Sua avaliação das aulas
síncrona, o modo como foram organizadas e as contribuições do professor;

- Sua autoavaliação do processo como estudante.

Antes de tudo, gostaria de expressar minha ressalva sobre as disciplinas optativas e


o peso qualitativo dado a elas no PROEF. Me matriculei nesta disciplina, mesmo
tendo realizado as duas anteriores por dois motivos: o interesse e dúvidas sobre o
tema saúde dentro do contexto escolar da Educação Física e a aproximação do
professor Roberto com as abordagens críticas. Contudo, questionei a coordenação
sobre a transformação que as discussões dessas disciplinas geram na formação dos
professores e a valorização dada pelo PROEF. Sugeri que os educandos que
cumprissem a terceira disciplina optativa pudessem aproveitá-la como pontuação
nas horas exigidas. A resposta foi não, mas meu questionamento continua o mesmo:
se discutimos tanto sobre qualidade, o que vale mais para o curso e para nossa
formação são certificados de palestras on-line e eventos que podem até ser
questionáveis quanto a veracidade das participações ou uma disciplina
acompanhada por professores capacitados e conteúdos selecionados
proporcionando discussões e reflexões de extrema importância para nossa prática?

Quanto aos textos, posso dizer que já tive contato com Saviani em minha formação
acadêmica, mas tenho consciência de que não me apropriei completamente de
todos os complexos conceitos trabalhados em sua obra. Tenho profundo interesse
nos textos dele e de Libâneo por considerarem que a escola não deve atender os
educandos com assistencialismo e que o conhecimento não pode ser superficial,
subestimando a capacidade das classes oprimidas de transformarem sua realidade.
Não consegui realizar a maioria das leituras complementares porque o final das
disciplinas foi repleto de sobrecargas com até 4 disciplinas acontecendo ao mesmo
tempo mais as atividades exigidas, a produção dos projetos com a submissão ao
comitê de ética, a carga de trabalho e a responsabilidade familiar (isso sem contar
os momentos de lazer e descanso que tivemos de abdicar muitas vezes).

A educação muito me desiludiu com as constantes falas de que o mínimo é bom,


Educação Física é importante, mas o essencial é Português e Matemática mesmo, a
escola pública está fadada ao fracasso e que os alunos precisam de amor, não de
conhecimento. Percebo existe um certo comodismo com esses discursos de que
todo esforço é em vão e por outro lado uma tentativa de alcançar algo nos alunos
que não compete aos professores e banaliza a escola. Entretanto posso afirmar que
o mestrado me despertou novamente o interesse em, mesmo que a passos curtos,
buscar uma escola que dê oportunidade para os alunos, não de competirem por
espaços que são limitados pela lógica social, mas para criá-los.

Quanto ao tema saúde. Sempre tive muitas inquietações com o currículo da


Educação de Jovens e Adultos (EJA) porque essa temática era apresentada em
conteúdos estritamente biológicos como Osteoporose, Hipertensão, Diabetes e
Cardiopatias. Não existia nenhuma relação com as práticas corporais e de início me
achava um professor de ciências. Com o tempo fui adequando os conteúdos às
temáticas da cultura corporal e tratando-os como temas transversais.

Agora, em 2022 está sendo discutido um novo currículo com base na BNCC, mas as
especificidades da EJA ainda são desconsideradas e a cultura que se criou no
município onde a Educação Física lida com temáticas de saúde tanto quanto a
Biologia ainda é forte. As aulas no ensino noturno são prioritariamente teóricas e os
professores e gestores fantasiam que adquirir essa responsabilidade dá a Educação
Física um status melhor perante os alunos e comunidade.

Nas discussões da disciplina de Saúde pude compreender que não preciso tratar do
tema como conteúdo e que o simples fato de trabalhar a Educação Física já leva os
alunos a terem oportunidade de colocar em prática o que aprenderam na escola,
seja em momentos de lazer ou outras atividades corporais e que isso por si só já
contribui com a saúde em uma visão ampliada para além da saúde corporal.

Gostei muito da organização das aulas, que não foram cansativas, pois as
discussões foram contextualizadas. É claro que a escolha do aporte teórico é
fundamental, mas a condução da aula e a dinâmica de ligar teoria e prática foram
decisivas na motivação e compreensão.

Tenho salvado todos os textos e com absoluta certeza farei as leituras


posteriormente para buscar minimizar mais ainda minhas inquietações sobre a
saúde na Educação Física, sobretudo na EJA.

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