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Redação 1:
A pedagogia histórico crítica considera que o ser humano modifica sua realidade
através do trabalho. Este trabalho pode ser classificado em material e imaterial. O
trabalho material consiste na criação de produtos que, na maioria das vezes, não
estão vinculados ao produtor e servem como mercadoria em uma cadeia de
exploração onde quem possui os meios de produção detêm o poder e o lucro. Já o
trabalho imaterial não pode ser dissociado de quem o produziu, como o
conhecimento.
Para Saviani (2011, p. 11), a educação é “um fenômeno próprio dos seres humanos”
e é “ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como
é, ela própria, um processo de trabalho.” Nesse sentido, como um produto imaterial,
ela serve a interesses de produção que, ao longo da história, foi subjugada aos
meios de produção material, marginalizando sua essência como produção do que é
interior ao homem e não exterior a ele.
Dois aspectos são importantes no que ele define como objeto da educação. O
primeiro tem relação com a definição entre essencial e acidental, principal e
secundário. Na escola isso pode ser visto como a escolha dos conhecimentos a
serem trabalhados, das diretrizes curriculares e das ações pedagógicas. A reflexão
sobre isso está na questão de que a escola produz o que é essencial ou reproduz o
acidental? Já o segundo aspecto está diretamente ligado com as metodologias
utilizadas para se atingir os objetivos determinados para se alcançar os
conhecimentos esperados de forma que cada sujeito consiga produzir sua
humanidade na forma da natureza imaterial.
Em certa concordância, Duarte (2018) faz crítica ao currículo que se aproxima mais
da natureza material do que imaterial em uma disputa mercadológica, como ele
afirma com a BNCC em que os conteúdos precisam atender uma demanda de
mercado de trabalho, não de necessidade humana. Para ele a educação possui dois
objetivos essenciais: o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno e o
enriquecimento de suas necessidades.
Redação 2:
- Principais contribuições das aulas síncronas. Qual(is) aulas você avaliou que
contribuiu mais com sua formação, por quê? Sua avaliação das aulas
síncrona, o modo como foram organizadas e as contribuições do professor;
Quanto aos textos, posso dizer que já tive contato com Saviani em minha formação
acadêmica, mas tenho consciência de que não me apropriei completamente de
todos os complexos conceitos trabalhados em sua obra. Tenho profundo interesse
nos textos dele e de Libâneo por considerarem que a escola não deve atender os
educandos com assistencialismo e que o conhecimento não pode ser superficial,
subestimando a capacidade das classes oprimidas de transformarem sua realidade.
Não consegui realizar a maioria das leituras complementares porque o final das
disciplinas foi repleto de sobrecargas com até 4 disciplinas acontecendo ao mesmo
tempo mais as atividades exigidas, a produção dos projetos com a submissão ao
comitê de ética, a carga de trabalho e a responsabilidade familiar (isso sem contar
os momentos de lazer e descanso que tivemos de abdicar muitas vezes).
Agora, em 2022 está sendo discutido um novo currículo com base na BNCC, mas as
especificidades da EJA ainda são desconsideradas e a cultura que se criou no
município onde a Educação Física lida com temáticas de saúde tanto quanto a
Biologia ainda é forte. As aulas no ensino noturno são prioritariamente teóricas e os
professores e gestores fantasiam que adquirir essa responsabilidade dá a Educação
Física um status melhor perante os alunos e comunidade.
Nas discussões da disciplina de Saúde pude compreender que não preciso tratar do
tema como conteúdo e que o simples fato de trabalhar a Educação Física já leva os
alunos a terem oportunidade de colocar em prática o que aprenderam na escola,
seja em momentos de lazer ou outras atividades corporais e que isso por si só já
contribui com a saúde em uma visão ampliada para além da saúde corporal.
Gostei muito da organização das aulas, que não foram cansativas, pois as
discussões foram contextualizadas. É claro que a escolha do aporte teórico é
fundamental, mas a condução da aula e a dinâmica de ligar teoria e prática foram
decisivas na motivação e compreensão.