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Trabalho História e Geografia
Trabalho História e Geografia
BÁSICO I PRESENCIAL
EXERCICIO 1
PROF. JOEL
BELO HORIZONTE - MG
2022
Pesquise sobre o texto bíblico e faça um comentário histórico geográfico
A “necessidade” da rota do samaritano pode ter sido espiritual e não geográfica. Pode-se
viajar ao redor de Samaria (leste através da Pereia), mas muitos peregrinos que iam para as
festas de Jerusalém tomaram a rota mais curta diretamente através de Samaria.
Alguns identificam “Sicar” aqui com Shechem (mais próximo do poço de Jacó), ou talvez
mais frequentemente com o moderno “Askar” (cerca de 1,5 km a nordeste do poço).
O local do poço de Jacó ainda é conhecido; está à vista do Monte Gerizim, que era sagrado
para os samaritanos (baseado em Deuteronômio 11:29; 27:12). Este site começa uma narrativa
que enfatiza a geografia sagrada (especialmente 4:20). Embora esse conceito seja estranho
para a maioria dos leitores ocidentais modernos, os povos antigos eram amplamente atraídos
por “locais sagrados” especiais - que Jesus aqui substitui.
As mulheres locais, que frequentemente vinham em grupos para tirar água, não vinham no
calor desta hora do meio-dia; pessoas em todo o mundo antigo do Mediterrâneo evitavam sair
no calor do meio-dia, exceto quando não havia outra alternativa disponível. Esta mulher, no
entanto, teve que fazê-lo, porque ela teve que vir sozinha, por suas razões.
Que esta mulher samaritana vá para o poço sozinha, em vez de na companhia de outras
mulheres (e na hora mais quente do dia, quando ela não as encontrasse) provavelmente indica
que o resto das mulheres de Sicar não gostavam dela, neste caso por causa de sua história
conjugal.
Pouco se sabe sobre essa mulher, a não ser que ela fora casada cinco vezes e que vivia com
alguém que não era seu marido. Não sabemos o que acontecera com os cinco relacionamentos
anteriores. Porém, uma coisa é certa: se algum de seus casamentos foi desfeito pelo divórcio,
não partiu dela, pois apenas os maridos poderiam pedir o divórcio. Era parte da Lei de Moisés
sob a qual tanto judeus quanto samaritanos viviam (Dt 24.1-4).
O ponto de vista da escola rabínica de Shammah era rigoroso e ensinava que apenas alguma
ação contrária às leis da virtude — como o adultério — justificaria o divórcio. Mas o
discípulo de Shammah, Hillel, ensinava o oposto: “coisa indecente nela”, qualquer coisa que
desagradasse ao marido, como, por exemplo, sal demais na comida. Assim, um homem judeu
que quisesse divorciar-se da esposa poderia escolher seguir os ensinamentos do rabi Hillel se
lhe fosse conveniente.
A mulher no primeiro século não podia forçar o marido a lhe dar uma certidão de divórcio
para que ela se casasse novamente, e sobreviver como solteira era impossível. Assim, essa
mulher que se aproximava do poço pode ter lutado com isso. Se o seu último marido tivesse
recusado a lhe dar a carta de divórcio, ela pode ter-se visto obrigada a viver com um homem
com quem ela não estava livre para se casar.